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Criação do site
O domínio wikileaks.org foi registrado em 4 de outubro de 2006, mas o
projeto WikiLeaks foi mantido em segredo até a publicação do primeiro documento, em
dezembro do mesmo ano.[16][17]
Em janeiro de 2007, Steven Aftergood, editor do Secrecy News, veio a público apresentar
o site.[18] Segundo o site da WikiLeaks, entre seus fundadores estão dissidentes chineses,
jornalistas, matemáticos e tecnólogos de empresas start-up dos EUA, de Taiwan,
da Europa, Austrália e África do Sul.[19][20] Os organizadores afirmam que a WikiLeaks é uma
entidade autorregulada.
Para a postagem, a WikiLeaks recomenda vivamente o uso do Tor, visando a preservar a
privacidade dos seus usuários,[21] e garante que a informação colocada pelos usuários não
é rastreável.
Pessoal e fundos
De acordo com uma entrevista de janeiro de 2010, a equipe da WikiLeaks é constituída por
menos de dez pessoas que trabalham em tempo integral, mas especula-se que
a WikiLeaks conte com algo entre mil e dois mil voluntários, que colaboram
ocasionalmente - a maioria sem qualquer contrapartida financeira. Entre os
intelectuais, ativistas, jornalistas e programadores listados pela WikiLeaks como membros
de seu conselho, estão o australiano Phillip Adams (produtor do
clássico documentário Corações e mentes), o brasileiro Chico Whitaker (proponente e
articulador do Fórum Social Mundial), o chinês Wang Dan (um dos líderes dos protestos da
Praça Tiananmen em 1989) e Ben Laurie (criador do Apache-SSL e um dos maiores
especialistas mundiais em segurança de rede).[22][23]
A organização não possui sede oficial. As despesas por ano são de cerca de 200 mil
dólares, principalmente empregues em servidores, burocracia e pagamento de advogados,
[24]
mas atingiria os 600 mil dólares se o trabalho doado pelos voluntários fosse
remunerado. Para pagar suas despesas judiciais, a WikiLeaks conta com doações de
centenas de milhares de dólares feitas por organizações de mídia, tais como a Associated
Press, o Los Angeles Times e a National Newspaper Publishers Association. As suas
únicas fontes de rendimentos são as doações, mas a WikiLeaks planeja criar um modelo
de leilão, no qual será vendido o acesso precoce a documentos confidenciais. Segundo a
fundação Wau Holland,[25] a WikiLeaks não recebe dinheiro para cobrir custos de pessoal,
mas sim para hardware, viagens e largura de banda. O site sofre sanções de várias
organizações bancárias.[26]
Vazamentos
Documentos secretos da invasão do Afeganistão
Os telegramas diplomáticos
Em 28 de novembro de 2010, publicou uma série de telegramas secretos de embaixadas e
do governo estadunidense. Dois dias depois, em 30 de novembro, a pedido da justiça da
Suécia, a Interpol distribuiu em 188 países uma notificação vermelha, ou seja, um
chamado àqueles que souberem do paradeiro de Julian Assange para que entrem em
contato com a polícia - o que equivale aproximadamente a uma ordem internacional de
prisão. Isso porque, em agosto, duas mulheres suecas denunciaram Assange por violência
sexual.
Em 1 de dezembro de 2010, a WikiLeaks anunciou que a Amazon o expulsara dos seus
servidores, onde estava hospedado desde que começaram os ataques contra seu
hospedeiro sueco, Bahnhof, em 28 de novembro, o que tornou o acesso instável. Quando,
no dia 1º, os servidores da Amazon pararam de responder aos pedidos de acesso,
a WikiLeaks ficou indisponível durante várias horas. O senador estado-unidense Joe
Lieberman, que também é chefe do Comitê de Segurança Interna do Senado dos EUA,
informou que a decisão da Amazon atendia a pedidos de membros do congresso
americano.[53] Segundo o senador, "a decisão da companhia Amazon de cortar
a WikiLeaks agora é a decisão correta e deveria estabelecer o padrão para as demais",
referindo-se aos demais servidores onde a WikiLeaks tem documentos armazenados.
No dia 3 de dezembro de 2010, após o EveryDNS retirar do ar o principal domínio da
organização,[54] o WikiLeaks pediu através do Twitter que ajudassem a equipe,
criando mirrors (espelhos) do site. O novo site foi hospedado na Suíça,[55] e
aproximadamente 507 espelhos (mirrors) em todo o mundo foram criados.[56] No mesmo
dia, o site ficou disponível oficialmente em outros domínios.[57]
Discussões sobre uma suposta censura do WikiLeaks por parte do Twitter começaram a
surgir por volta de 5 de dezembro de 2010, motivadas pela inexistência de Trend
Topics relacionados ao WikiLeaks recentemente, quando era claro que era um assunto
muito comentado na semana.[58][59] Twitter respondeu, afirmando que não há qualquer ação
de censura ou apologia ao WikiLeaks por parte deles, explicando ainda como funciona
o algoritmo usado para determinar se um assunto é uma tendência.[60][61] Dias depois,
o Twitter divulgou seu balanço anual, no qual o "Wikileaks Cablegate" aparece como a
sétima notícia mais comentada no ano.[62]
Os ataques de hackers aos sites da MasterCard e Visa tiveram início na quarta-feira de 8
de dezembro de 2010 quando crackers do Grupo Anonymous danificaram a rede de
computadores das empresas de cartões de crédito MasterCard e Visa, em retaliação ao
bloqueio de doações para o site WikiLeaks.[63]
WikiLeaks recebeu vários prêmios para novas mídias, incluindo o New Media Award
2008 da revista The Economist.[64] Em junho de 2009, a WikiLeaks e Julian Assange
ganharam o Media Award 2009 (categoria New Media) da Anistia Internacional[65] pela
publicação de Kenya: The Cry of Blood - Extra Judicial Killings and Disappearances, em
2008,[66] tratando-se de um relatório da Comissão Nacional Queniana de Direitos Humanos
sobre a política de extermínio no Quênia. Em maio de 2010, a WikiLeaks foi referida como
o número 1 entre os "websites que poderiam mudar completamente o formato atual das
notícias".[67]
Em abril de 2010, a WikiLeaks postou, no website Collateral Murder, um vídeo feito em 12
de julho de 2007, que mostrava civis iraquianos sendo mortos durante um ataque aéreo
das forças militares dos Estados Unidos. Em julho do mesmo ano, a organização ganhou
maior visibilidade mundial, ao divulgar o Afghan War Diary, uma compilação de mais de
76,9 mil documentos secretos do governo americano sobre a Guerra do Afeganistão.
No mês de outubro 2010, em articulação com grandes organizações da mídia,
a WikiLeaks publicou um pacote com quase 400 mil documentos secretos,
denominado Iraq War Logs, reportando torturas de prisioneiros e ataques a civis pelos
norte-americanos e seus aliados, na Guerra do Iraque. Segundo os vazamentos, o
governo brasileiro prendeu árabes em segredo,[68] fortaleceu relações diplomáticas com
o Chile de Michelle Bachelet[69] e a França de Nicolas Sarkozy.[70] Além disso, os
americanos ficaram preocupados com o risco de apagão durante a copa de 2014.
[71]
Também houve revelações sobre o tratado da parceria transpacífico.[72]
Em 2016, de acordo com telegramas diplomáticos sobre documentos oficiais do governo
americano, o presidente interino, Temer,[73] tem sido um informante da embaixada EUA no
Brasil[74] e é descrito como um trunfo[75] para os interesses das empresas americanas em
vários documentos diplomáticos desclassificados.[76][77]
2017
Em fevereiro de 2017, a WikiLeaks publicou um relatório sobre ordens de espionagem
dadas pela CIA a respeito das eleições francesas de 2012.[78][79][80] As ordens estavam
relacionadas aos fundos dos políticos e suas relações com os EUA. A Associated
Press repara que trata-se de procedimento comum de inteligência.[81]
Críticas
WikiLeaks atraiu condenações por sua ausência de denúncias ou críticas à Rússia e uma
nítida postura anti-Ocidente.[82][83] A organização também foi criticada por fazer uma
curadoria inadequada de seu conteúdo e violar a privacidade pessoal de indivíduos.
WikiLeaks, por exemplo, revelou dados de seguro social, informações médicas, números
de cartão de crédito e dados pessoais de políticos e pessoas comuns.[84][85] O WikiLeaks
também se tornou uma avenida para os serviços de inteligência russos para divulgar
material hackeado de governos ocidentais, ao mesmo passo que a organização se
recusava a divulgar qualquer conteúdo que trouxesse danos ou uma imagem ruim para
Moscou.[86][87]