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Introdução
Desenvolvimento
é vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, 'ad referendum'
do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco
sua população, ou no interesse da soberania do país, após deliberação do
Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo
que cesse o risco. (Art. 231§5º1 da CF)
Defensores do projeto dizem que o país não pode abrir mão de uma fonte de
energia renovável e barata. O Ministério de Minas e Energia disse, em nota, que as
hidrelétricas são importantes para o crescimento do país "com nossa geografia favorável
à geração desse tipo de energia, que ainda é a mais barata disponível". Segundo a nota,
os "empreendimentos hidrelétricos modernos têm como característica o respeito ao
ambiente e às populações locais" e o governo "está permanentemente aberto ao diálogo
com as comunidades" (MME, 2016).
Para Adriano Pires, diretor da consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura, o
país não pode "se dar ao luxo" de não construir Tapajós e as questões ambientais e
indígenas devem ser "equacionadas", mas não podem impedir a realização da obra. "O
Brasil vive nos últimos anos o que chamo de 'ciclotimia', em que ora falta, ora sobra
energia. Não podemos viver assim, senão a energia será sempre um problema."
(PIRES, 2016)
Para Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da
Universidade Federal do Rio de Janeiro é necessário “fazer uma análise comparativa
com outras fontes antes de dizer não". Para ele, usinas hidrelétricas é a melhor opção
tanto em termos econômicos quanto do ponto de vista de operação, já que não sofrem da
intermitência que caracteriza a eólica, por exemplo, que depende de ventos.
Por outro lado, os contrários à construção da usina dizem que a era de grandes
empreendimentos centralizados, nos moldes de Belo Monte, acabou.
Para Célio Bermann, coordenador da pós-graduação em energia da USP e vice-
presidente da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético, "em razão da crise, o
Brasil não tem demanda de energia para essa usina no curto e médio prazos".
(Bermann, 2016)
O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho (PV), considera dispensável a
energia da hidrelétrica São Luiz do Tapajós. A seu pedido, técnicos do ministério
buscam alternativas para propor ao presidente interino, Michel Temer (PMDB), com
destaque para a geração eólica. "A combinação de fontes renováveis e limpas como
eólica, solar e de biomassa desponta como a chave para o atendimento da demanda
prevista com menor potencial de impacto negativo". (Nota do MMA, 2016)
Sarney se diz "contrário a qualquer projeto que não garanta o efetivo equilíbrio
entre o desenvolvimento econômico e social com a manutenção ou melhoria da
qualidade ambiental".
O ministro se referia à paralisação do licenciamento ambiental da usina no
Tapajós pelo Ibama, em 19 de abril de 2016. O processo se iniciara dois anos antes, com
a entrega do estudo e do relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) do empreendimento
planejado pela Eletrobras.
Pelo planejamento, São Luiz deveria entrar em operação em 2021.O Ibama
levantou vários questionamentos ao EIA/Rima em março de 2015, mas ainda não
recebeu todas as informações pedidas. Em 26 de fevereiro de 2016, a Funai enviou ao
Ibama parecer técnico afirmando a inviabilidade do projeto do ponto de vista indígena.
Com base nessa avaliação, o licenciamento foi suspenso.
Até então, sob pressão do setor elétrico no governo Dilma Rousseff (PT), a
Funai vinha procrastinando o reconhecimento da Terra Indígena Sawré Muybu, a mais
próxima da barragem projetada. O relatório de identificação dos 1.780 km² da área já
estava pronto. É um passo decisivo no processo, seguido da demarcação e da
homologação, mas o documento só foi publicado no mesmo 19 de abril em que o Ibama
paralisou o licenciamento da usina -dois dias depois da votação do impeachment da
presidente Dilma na Câmara.
A queixa dos índios mundurukus se deve ao fato de que o estudo e o relatório de
impacto ambiental de São Luiz foram feitos sem ouvi-los, como manda a legislação
brasileira. Os mesmos contam com o apoio de ONGs como o Greenpeace e o Cimi
(Conselho Indigenista Missionário, da Igreja Católica), assim como o Ministério
Público Federal, para barrar o processo de licenciamento. Agora, com a quase
oficialização da terra indígena Sawré Muybu, ganham substancial vantagem jurídica em
eventual processo no Supremo Tribunal Federal.
Outro ponto importante para barrar a obra da usina foi o adiamento do leilão, sob
a alegação de que as mesmas só podem ser realizadas quando as questões ambientais
estiverem resolvidas, conforme o secretário executivo do Programa de Parceria em
Investimentos (PPI), Moreira Franco.
Considerações finais
PARA Ministério do Meio Ambiente energia eólica seria opção a usina. Disponível em:
http://temas.folha.uol.com.br/indios-contra-usina-do-tapajos/indios-contra-usina/para-
ministerio-do-meio-ambiente-energia-eolica-seria-opcao-a-usina.shtml Acesso em 25
jul. 2016.
Hidrelétricas na Amazônia
Impactos ambientais e sociais na tomada de decisões sobre grandes obras.
Philip M. Fearnside Vol. 2, 2015.