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A partir de 1987, com uma pequena equipe, introduzimos o uso do laboratório litúrgico nos cursos de formação litúrgica. Participamos da constatação de que, em termos de liturgia, só se
aprende falando. Com a base em experiências anteriores de alguns membros da equipe com o método Montessori, com a proposta de Lubienka de Lenval, com o psicodrama etc., fomos
buscando um caminho novo para a aprendizagem na liturgia.
Fomos buscando inspiração no teatro, no qual os atores, muito antes de entrarem no palco, exercitam o corpo, a fala, a expressão; incorporam e criam personagens em uma série de
exercícios e trabalhos, chamados “laboratórios”. Fomos aprendendo também, ao longo dos anos, com técnicas corporais e de meditação de várias correntes terapêuticas, filosóficas e espirituais.
Basicamente, o laboratório litúrgico é uma técnica com duplo objetivo:
1)Vivenciar a comunidade entre o gesto ritual, o sentido teológico-litúrgico, a atitude espiritual (que, na prática, fomos chamados de “os três pontos”), para encontrarmos o caminho
de uma participação litúrgica que seja não somente ativa, mas ainda plena e frutuosa, profunda e unificada, exterior e interior ao mesmo tempo, pessoal e comunitária, autêntica;
2)exercitar a criatividade, buscando a melhor expressão possível de cada rito ou subdivisão de um rito, dentro da cultura e do momento histórico de uma comunidade celebrante.
Portanto, não se trata de um “ensaio” para uma celebração. E muito menos de “dinâmicas” a serem introduzidas na própria liturgia. Uma coisa é laboratório litúrgico (exercício
preparatórios); outra coisa é a celebração litúrgica. (Comparem: não se interromper um jogo de futebol, uma peça de teatro ou um conserto de música, para fazer exercícios...)
Por ser um trabalho em profundidade, exige:
1) Tempo (no mínimo uma hora e meia, mas de preferência um dia inteiro ou meio dia);
2)
O “recorte” de um único rito ou pequena sequência de um rito a serem trabalhados (por exemplo, a aclamação ao Evangelho, ou a bênção da água da celebração do batismo, ou os
ritos iniciais de uma celebração dominical da Palavra...);
3) Uma coordenação que prepara e lidera o laboratório litúrgico, com conhecimento da liturgia e da técnica.