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CRISTOBALITA – SiO2

A cristobalita é um tectosilicato bastante raro que ocorre principalmente associado a rochas


vulcânicas intermediárias e ácidas. Não possui importância econômica.
É um dos polimorfos de SiO2, com quartzo, β-quartzo, tridimita, coesita e stishovita.
Cristobalita é de alta temperatura e baixa pressão. É metaestável à temperatura ambiente: há uma
transição paramorfa de cristobalita de alta temperatura (cúbica) para uma cristobalita de baixa temperatura
(tetragonal). Pode estar intercrescida com tridimita e pode conter teores variáveis de Ca, Na, Fe, Mg, Al, K,
Ti, Mn, e P.

1. Características:
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem
Tetragonal Incolor, branco, leitoso, Dendrítico a esqueletal, Não possui.
trapezoédrico, amarelado. esferulitos, fibroso,
pseudo-cúbico. maciço, pseudo-
Tenacidade octaedros, mais
raramente pseudocubos.
Quebradiço
Maclas Fratura Dureza Mohs Partição
Por {111} comuns, Conchoidal. 6-7 não
de interpenetração,
polisintéticas,
repetidas.
Traço Brilho Diafaneidade Densidade (g/cm3)
Branco. Vítreo. Transparente. 2,32 – 2,36

2. Geologia e depósitos:
Ocorre principalmente em rochas magmáticas ácidas e intermediárias que sofreram um processo
muito rápido de esfriamento; pode ocupar cavidades (vesículas ou lithophysae) ou fraturas. Forma-se também
como produto de alteração hidrotermal destas rochas.
É um constituinte comum de certos tipos de opala (opala-C e opala-CT) em sedimentos marinhos
ricos em sílica biogênica. Pode ser precipitada por fontes quentes.
Ocorre em buchitos de combustão, que são rochas metamórficas raras formadas pelo impacto termal
de derrames de lava ou erupções de escória sobre rochas sedimentares ou solos. A fusão destas rochas gera
uma rocha com mais de 20% de vidro vulcânico, chamada de buchito.
Forma-se em arenitos que sofreram metamorfismo de contato; pode se gerar durante a diagênese ou
por recristalização de rochas sedimentares silicosas.
Também ocorre em meteoritos.

3. Associações Minerais:
Associa-se a vidro vulcânico (obsidiana), tridimita, quartzo (inclusive variedade ametista), calcedônia,
feldspatos (sanidina, anortoclásio), fayalita (olivina), magnetita, caulinita, hematita, andradita (granada),
topazolita, alunita e “opala”.
4. MICROSCOPIA DE LUZ TRANSMITIDA:
Índices de refração: nω: 1,487 nε: 1,484

ND Cor / pleocroísmo: incolor, facilmente passa despercebido.

Relevo: muito baixo.

Clivagem: não, mas pode ter abundantes fraturas.

Hábitos: cristais euédricos (pseudo-octaedros) de até 4 mm, raramente pseudocúbica.


Comumente dendrítico a esqueletal, também ocorre tabular ou como esferulitos
fibrosos com diâmetros de vários centímetros. Pode ser maciça ou
microcristalina (“opala”) Pode estar intercrescida com tridimita. O hábito da
cristobalita em lussatita (= opala CT) e lussatina (= cristobalita) lembra o hábito
da calcedônia.

NC Birrefringência e cores é um mineral pseudo-isótropo. A birrefringência máxima é de 0,003:


de interferência: corresponde a cores de 1ª ordem de preto até cinza muito escuro.

Extinção: tende a ser paralela.

Sinal de Elongação: lussatita = SE(+); lussatina = SE(-).

Maclas: são comuns maclas lamelares segundo {111}. São maclas de


interpenetração, polisintéticas e repetidas.

Zonação: não.

LC Caráter: U(-), mas pode ser biaxial anômalo. Ângulo 2V: quando biaxial anômalo, 2V de 25º.

Alterações: não altera, é um aspecto diagnóstico importante para diferenciar de plagioclásios (albita).

Pode ser confundida com:


Quartzo possui outro hábito, é U(-) e mostra birrefringência mais baixa.
Tridimita é B(+) e frequentemente apresenta maclas cíclicas, enquanto a cristobalita apresenta
normalmente maclas lamelares.
Calcedônia possui cores de interferência mais altas.
Chabazita (uma zeolita) mostra sub-grãos anômalos, possui uma clivagem melhor desenvolvida e ocorre
em paragêneses diferentes.

5. MICROSCOPIA DE LUZ REFLETIDA:


A microscopia de Luz Refletida evidentemente não é o método analítico recomendado para a
identificação da cristobalita. Entretanto, é importante a confecção de uma lâmina ou seção polida para a
identificação dos minerais opacos que ocorrem associados à cristobalita, como magnetita e hematita.

Apesar de muitos esforços neste sentido, não foi possível obter


uma lâmina ou seção polida com cristobalita.

Versão de setembro de 2021

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