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O coríndon é um óxido raro que ocorre em algumas rochas ricas em alumínio. É importante como
gema, como abrasivo e como refratário. É classificado no Grupo da Hematita e pode conter Ti, V, Fe e Cr.
Maclas lamelares segundo {101-1} são comuns, gerando uma estrutura lamelar e estrias. Podem
ocorrer maclas de interpenetração ou maclas em forma de ponta de lança, formadas por cristais {1120}
tabulares. Maclas por pressão podem surgir segundo {101-1} e {0001} e outras podem ser geradas por
exsolução. A partição do coríndon, que pode ser perfeita, é gerada pela exsolução de böhmita (AlO(OH)).
Coríndon sempre foi um material de alto interesse econômico e há 20 sinônimos em uso. São
reconhecidas 20 variedades; muitas designações tem origem e uso no comércio de pedras preciosas. As
variedades famosas do coríndon são o rubi (variedade vermelha) e a safira (variedades azuis e verdes).
“Emery” é um sinônimo para corundito, que é formado por uma mistura de coríndon granular com outros
minerais, geralmente espinélio, magnetita e hematita, usado como abrasivo natural.
1. Características:
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem
Trigonal Incolor, cinza, azul, Maciço, prismático ou não
escalenoédrico, veremhlo, rosa, amarelo, piramidal, pode ser em
pseudohexagonal. marrom-dourado. forma de barril.
Tenacidade Raramente tabular,
romboédrico ou granular
Quebradiço.
Maclas Fratura Dureza Mohs Partição
Ver acima Irregular, conchoidal. 9 Romboédrica e basal
{0001}, pode ser perfeita.
Traço Brilho Diafaneidade Densidade (g/cm3)
Branco. Vítreo, perláceo, Transparente. 3,98 – 4,1
adamantino.
2. Geologia e depósitos:
Corindon ocorre em rochas ígneas alcalinas pobres em sílica e ricas em Al como sienitos nefelínicos
e monzonitos; muito raramente nos pegmatitos sem quartzo associados.
Também ocorre em rochas metamórficas de alto grau, de metamorfismo regional ou de contato, ricas
em alumínio, como cornubianitos de folhelhos aluminosos e escarnitos magnesianos. Forma-se em depósitos
de bauxita metamorfizados (metabauxita – corundita) e pode ser encontrado em xenólitos aluminosos em
rochas plutônicas e hipabissais de altas temperaturas como kimberlitos, noritos e tholeitos. Ocorre em muitos
minérios derivados de rochas ultrabásicas.
Sendo duro e resistente, é um mineral detrital encontrado em sedimentos e em rochas sedimentares.
3. Associações Minerais:
Em escarnitos, ocorre com calcita, flogopita, hornblendas, chondrodita, rutilo e espinélio.
Em sienitos associa-se a andesina, oligoclásio, nefelina, magnetita e escapolita.
Em xistos, com clorita, biotita, cianita, sillimanita e dumortierita.
Em xenólitos eclogíticos, ocorre com granada (piropo) espinélio, flogopita, clinopiroxênio omfacítico,
cianita, rutilo, grafita, turmalina, diamante e prismatina.
4. MICROSCOPIA DE LUZ TRANSMITIDA:
Índices de refração: nω: 1,767 – 1,772 nε: 1,759 – 1,763
ND Cor / pleocroísmo: normalmente incolor. Às vezes com cores em faixas, bandas ou zonas em
vermelho pálido, verde pálido, amarelo pálido, azul pálido.
Não apresenta pleocroísmo ou apresenta pleocroísmo fraco:
X = vermelho púrpura, violeta ou azul,
Y = amarelo, verde-cinza, azul pálido.
Relevo: alto
Hábitos: prismático, tabular, seções com 6 lados, pode apresentar cristais euédricos
tabulares. Colunar, forma de barril, cristais granulares maciços (emery).
Sinal de Elongação: SE(-) nos cristais prismáticos, raramente SE(+) nos cristais tabulares.
LC Caráter: U(-), pode ser B(-) anômalo Ângulo 2V: anômalo de 5-7º (até > 30º)
Pode ser confundido com: típicos são o alto relevo e as baixas cores de interferência.
Crisoberilo é B(+).
Vesuvianita possui cores de interferência anômalas.
Apatita possui relevo menor e tende a ser euédrica.
Turmalina é fortemente pleocroíca e possui cores de interferência mais elevadas.
Berilo é muito semelhante, apenas o relevo é algo mais baixo.
Prismatina e kornerupina apresentam clivagem (110) perfeita.
Seção longitudinal de coríndon a ND (esquerda) e a NC (direita). A forma de barril (neste caso), o relevo
alto, a ausência de clivagem, as baixas cores de interferência (no máximo o amarelo-palha da imagem),
o SE(-) e a figura U(-) são um conjunto de características que auxiliam na identificação do coríndon.
Seção basal de coríndon a ND (esquerda) e a NC (direita). A ND lembra uma granada à primeira vista,
mas não é isótropo a NC. Apresenta uma figura U(-) bem definida, o que simplifica sua identificação.
Seções longitudinais de coríndon com cores mais fortes, talvez em função de sua alta dureza.
5. MICROSCOPIA DE LUZ REFLETIDA:
A microscopia de Luz Refletida evidentemente não é o método analítico recomendado para a
identificação do corindon. Entretanto, é importante a confecção de uma lâmina ou seção polida para a
identificação dos minerais opacos que ocorrem associados ao coríndon, como a magnetita.
Preparação da amostra: em função de sua dureza, o polimento do corindon é muito difícil e geralmente fica
de péssima qualidade, mesmo gastando muito tempo e paciência no polimento. Além disso, a presença de
alguns grãos de corindon podem dificultar ou impossibilitar o polimento de toda a seção. Apenas agregados
maciços de corindon, havendo muito tempo para o polimento, acabam com um polimento de boa qualidade,
sempre usando abrasivo à base de diamante.
Pleocroísmo: Não
NC Isotropia / Anisotropia: Anisotropia distinta em tons de cinza, visível mesmo com as reflexões
internas generalizadas.
Reflexões internas: Generalizadas na cor macro do coríndon. Podem ser incolores, azuis,
vermelhas, rosa e outras cores.
Pode ser confundida com: poucos outros minerais em função de sua dureza elevada. Durante o polimento
forma-se uma borda escura ao redor dos grãos, que corresponde à porção da seção polida que não é
horizontal, mas inclinada entre o coríndon (mais alto) e os outros minerais (mais baixos).
Forma dos grãos tende a idiomórfica, com prismas hexagonais e grãos em forma de barril.
Relevo alto é diagnóstico em seções que não foram especialmente preparadas e polidas.