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A perovskita é um óxido mais raro; geralmente ocorre como mineral acessório em alguns tipos de
rochas plutônicas. Tem interesse econômico devido ao seu teor em Elementos de Terras Raras como Ce, La,
Nd e outros. Esses ETR´s foram motivo para vários nomes especiais para a perovskita, como knopita,
dysanalyta (perovskita com até 5-10%Nb), uhligita e loparita. A perovskita também é minério de titânio.
É classificada no Grupo da Perovskita e pode conter Na, Fe, Ce, Sr, Nb e ETRs. Forma cristais
pseudo-cúbicos e pseudo-hexagonais de até 12 cm, tipicamente com maclas polisintéticas segundo {111}.
Raramente há maclas simples segundo {110} e {100}, lamelares e setorizadas. As maclas são visíveis apenas
em cristais maiores. Os cristais podem estar muito distorcidos e assemelham-se a cubos escuros de galena.
A perovskita dá seu nome a uma classe de substâncias que possuem o mesmo tipo de estrutura
cristalina e é interessante pelas suas propriedades de supercondutividade, magnetorresistência,
condutividade iônica e propriedades dielétricas, importantes na microeletrônica e nas telecomunicações.
1. Características:
Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem
Ortorrômbica Marrom escuro, preto, Cristais pseudocúbicos, {001} má.
bipiramidal marrom-vermelho, tons Granular, maciço,
Tenacidade de amarelo. reniforme, esqueletal, Estrias // a {001} nas
dendrítica. faces do cubo.
Quebradiça.
Maclas Fratura Dureza Mohs Partição
ver acima Irregular, subconchoidal. 5,5 não
Traço Brilho Diafaneidade Densidade (g/cm3)
Incolor, branco Adamantino, metálico a Transparente 3.98 a 4.26
acinzentado. submetálico, fosco.
2. Geologia e depósitos:
A perovskita é encontrada como mineral acessório em rochas ígneas máficas, ultramáficas e
alcalinas, como sienitos nefelínicos, piroxenitos, melilitolitos e lamprófiros. Nas rochas plutônicas alcalinas
estão concentradas as variedades com ETRs.
Também ocorre em kimberlitos, como bordas de reação ao redor de grãos de ilmenita titanífera e na
forma de cristais discretos na matriz
Ocorre em escarnitos calcários em contato com rochas ígneas básicas ou alcalinas, frequentemente
nas variedades que contêm Ce e Nb.
É rara em carbonatitos, onde ocorre idiomórfica em cristais cúbicos ou octaédricos. Pode ocorrer em
clorita-xistos, em talco-xistos e em meteoritos condríticos.
Em jazidas de titanomagnetita magmática a perovskita contém o maior teor em Ti, tornando o
concentrado magnético mais pobre em Ti.
3. Associações Minerais:
Em escarnitos ocorre com calcita, clorita (clinochloro), pirita, pirrotita, granada (andradita), monticellita
e muitos outros minerais.
Em rochas magmáticas ocorre com feldspatos (plagioclásio), feldspatóides (nefelina, leucita),
clinopiroxênios (augita), melilita, magnetita, granada melanita, titanita, apatita e flúor-apatita.
4. MICROSCOPIA DE LUZ TRANSMITIDA:
Índices de refração: nα: 2,300 nβ: 2,340 nγ: 2,380
NC Birrefringência e cores Cristais pequenos podem simular isotropia, mas já em cristais um pouco
de interferência: maiores a perovskita apresenta uma birrefringência fraca.
A birrefringência varia até 0,080, com cores de até 4ª ordem, difíceis de
classificar. A birrefringência é maior nas perovskitas contendo ETRs.
Pode ser confundida com: sua ocorrência restrita facilita sua identificação. Nunca se associa a quartzo.
Espinélio (picotita) e granada melanita possuem relevo bem mais baixo.
Rutilo ocorre em paragênese diferentes.
Pirocloro possui relevo e cor semelhante.
Perovskita a ND (esquerda) e a NC (à direita). Típicos são o relevo alto e as cores fortes a ND. A NC
apresenta cores de interferência escuras (anômalas) e maclas polisintéticas que, neste grão, lembram o
plagioclásio, mas que geralmente são irregulares, lembrando as maclas da leucita.
As três imagens abaixo mostram perovskitas a NC com suas típicas maclas polisintéticas em padrões
irregulares. Devido às cores de interferência escuras às vezes é difícil de perceber as maclas. É necessário
um certo cuidado para que não passem despercebidas.
5. MICROSCOPIA DE LUZ REFLETIDA:
A microscopia de Luz Refletida evidentemente não é o método analítico recomendado para a
identificação da perovskita. Entretanto, é importante a confecção de uma lâmina ou seção polida para a
identificação dos minerais opacos que ocorrem associados à perovskita, como magnetita e ilmenita.
ND Cor de reflexão: cinza azulado médio, varia com a variação na composição química.
Comparada com a cor da magnetita e da ilmenita, a cor da perovskita é
mais escura, com um tom em azul escuro mais definido.
Pleocroísmo: Não.
Forma dos grãos: geralmente a perovskita forma grãos isolados ou agregados friáveis de grãos. A
regra, entretanto, são cristais pequenos e isolados em rochas basálticas extremamente ricas em Ca,
onde facilmente passam despercebidas.
Clivagem não é visível em cristais muito pequenos.
Maclas lamelares em padrões complexos podem se tornar visíveis em função das reflexões internas.
Desmisturas não foram observadas.
Substituições 1: a perovskita pode ser substituída por rutilo e anatásio.
Substituições 2: a perovskita pode substituir ilmenita.
Intercrescimentos com magnetita e ilmenita podem ocorrer.
Inclusões de heazlewoodita, hematita e ilmenita podem ocorrer na perovskita.