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“Colecionar não foi prerrogativa do homem moderno. É prática antiga desenvolvida principalmente pelos
grandes impérios. Aristóteles e o romano Plínio são considerados dois grandes colecionadores e suas obras
deram um rosto à natureza que prevaleceu no Ocidente até os séculos XVI, XVII. O colecionismo moderno, no
entanto, deve seu maior impulso à erudição do Renascimento italiano. O studiolo foi o lugar onde a coleção
desempenhou papel ativo, ambiente onde ainda confundiam-se as fronteiras entre magia e ciência; precursor das
chambres de merveilles, dos Wunderkammer, dos gabinetes de curiosidade do século XVII, que dariam lugar
aos museus do século XVIII e XIX. Os Descobrimentos, a Revolução Científica e Filosófica e as profundas
transformações impostas às relações até então existentes entre o homem e a natureza foram determinando novos
alvos de interesses e alargando aqueles já existentes. Da curiosidade e da erudição renascentista que
impulsionavam um acumular de antiqualhas, às coleções de obras de arte, à medalhística, à numismática, ao
acumular de livros das grandes bibliotecas, à conchiologia, aos produtos dos três reinos da natureza, as coleções
enciclopédicas modernas foram formadas de acordo com critérios que orientavam mudanças mas também
permanências, ditadas pelos interesses e escolhas de colecionadores privados e depois também públicos e
orientadas pelos avanços do saber.
Acumular tudo o que foi fabricado pelo homem e produzido pela natureza, constituir uma coleção enciclopédica
significava tentar criar a seu redor um microcosmos passível de ser controlado, medido e dominado. Ser um
colecionador era possuir um instrumento não só para compreender a realidade como para agir concretamente
sobre ela, empreitada para a qual o homem moderno sentia-se cada vez mais capacitado. Com a conquista e
exploração do Novo Mundo muitas portas se abriram, particularmente no que diz respeito à compreensão do
mundo físico, permitindo que o colecionador transpusesse para seu pequeno gabinete um pequeno universo que
lhe possibilitava antever o acalentado sonho de desvendar toda a natureza. Sua coleção representava muitas
vezes a sua própria visão de mundo”. CAMARGO, Téa. Colecionismo, ciência e Império.
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Frans Francken - Eine Kunstkammer /Gabinete de Curiosidades - 1618.
“O artigo trata de uma época em que a ideia da coleção especializada não existia (séculos
VI e XVII), quando escrita e imagem, forma e conteúdo encontravam‑se reunidos em
um mesmo conjunto. Nas Câmaras de Maravilhas e Gabinetes de Curiosidades da Alta
Idade Moderna, objetos exóticos, animais empalhados, pinturas, gravuras, impressos e
manuscritos ocupavam o mesmo espaço como forma de apreensão do conhecimento do
mundo. Homens como Manoel Severim de Faria, em Portugal, e Jerônimo de
Mascarenhas, na Espanha, ambos contemporâneos da União Ibérica, estão entre esses
possuidores de livrarias privadas; representantes de um tipo de letrado nos moldes do
Renascimento que desapareceram com o surgimento dos métodos classificatórios e
científicos do “colecionismo”, difundidos a partir da segunda metade do século XVII”.
MEGIANI, Ana Paula Torres. Memória e conhecimento do mundo. Coleções de
objetos, impressos e manuscritos nas livrarias de Portugal e Espanha, séculos XV-XVII.
Annais do Museu Paulista. v. 17. n.1, jan. – Jun. 2009.
2
Johann Georg Hainz - Gabinete de curiosidades - 1666.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Aspectos da ilustração no Brasil. In: A interiorização da
metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.
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1. Estudo de “aspectos da mentalidade de uma geração que participou da Independência
e que tem raízes nas primeiras tentativas dos brasileiros de adaptar às condições de seu
meio, a cultura ‘ilustrada’ da Europa no século XVIII adentro”, p.39.
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7. “a maioria dos que deixaram obras escritas voltaram-se de preferência para as Ciências
Naturais e a Medicina, predominando, pois, na literatura ‘científica’ desse período, os
estudos de Ciências Naturais, em detrimento de pesquisas nas Ciências Puras ou Exatas”,
p.42.
● Os protagonistas:
1. Baltazar da Silva Lisboa;
2. Alexandre Rodrigues Ferreira.
3. José Bonifácio de Andrada e Silva.
4. Frei José Mariano da Conceição Veloso.
5. Joaquim Veloso de Miranda.
6. João da Silva Feijó.
7. Alexandre Gomes Ferrão.
8. Manuel Luiz Vieira de Abreu.
9. Jacinto José da Silva Quintão.
10. Dr. José Henrique Ferreira.
11. João Manso Pereira.
12. Marechal José Arouche de Toledo Rondon.
13. Martim Francisco Ribeiro de Andrade.
14. Ignácio Accioli de Cerqueira e Silva.
15. Manuel de Arruda Câmara.
16. José de Sá Bittencourt.
17. Basílio Teixeira de Saavedra Freire.
18. José Elói Ottoni
19. Francisco José de Lacerda e Almeida.
20. José Vitório da Costa.
21. Filipe José Nogueira Coelho.
22. João José Teixeira Coelho.
23. Manuel José D’Oliveira Bastos.
24. Manuel Ayres de Casal.
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26. José Manuel da Frota.
27. Lucas José Alvarenga
28. Dr. José Pinto de Azeredo.
29. João Pereira Ramos.
30. Bernardino Antônio Gomes.
31. Hipólito José da Costa.
32. Baltazar da Silva.
33. José Vieira Couto.
34. Joaquim José Leite
35. Bernardino Antônio Gomes.
36. Hipólito José da Costa.
37. Baltazar da Silva.
8. Antônio Nunes Ribeiro Sanches, português, já em 1759 exaltava em suas Cartas sobre a
educação da mocidade os “valores chãos da burguesia, o trabalho, a indústria e o comércio
ante o predomínio, extemporâneo em Portugal, do culto às tradições heroicas, dos
valores aristocráticos da espada e da honra, voltando-se contra os privilégios dos nobres e
eclesiásticos; queria promover o progresso da agricultura contra as leis ‘góticas’ do reino,
que a destruíam. Para ele, os verdadeiros filósofos deveriam ser pragmáticos”.
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primas para a industrialização de Portugal, em promover um renascimento da agricultura
para compensar as oscilações dos rendimentos do ‘quinto’, os inconvenientes de um
sistema fiscal sobrecarregado e a baixa do preço do açúcar, em virtude da concorrência
estrangeira e, sobretudo, a partir do último quartel do século em aproveitar as novas
perspectivas que a conjuntura internacional parecia apresentar para o Brasil em razão de
desajustes ocasionados pela Revolução Francesa e pelas guerras napoleônicas”, p.49.
7
Maxwell, Kenneth. Pombal: paradoxo do iluminismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996,
p.104.
In: Maxwell, Kenneth. Pombal: paradoxo do iluminismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1996, p.111.
8
*Irmão de Pombal: Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Governador Geral do
Estado do Grão-Pará e Maranhão (1751-1759).
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D. Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares, s. d. Sequeira, D. A. (pintor); Almeida, F. T.
(grav.) Gravura. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional, Iconografia. Foto Roberto Jesus Oscar e
Vinícius Pequeno.
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1. A Casa Literária do Arco do Cego foi fundada em 1798, pelo frei José Mariano da
Conceição Veloso, com a “finalidade de divulgar conhecimentos de ciências naturais e de
agricultura (...). Daí a publicação de uma série de traduções e tratados sobre a cana-de-
açúcar, o algodão, as bebidas ‘alimentosas’, as especiarias da Índia e a novas técnicas
agrárias...”, p.59.
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Estampa "Aviario brasilico ou Galleria ornithologica de Aves indígenas do Brasil"
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Estampa "Princípios do desenho, Lição IX, diferentes partes do corpo".
Estampa "Estrella"
4. “também divulgou obras... sobre o uso de plantas medicinais para a cura de lepra seca,
que grassava entre escravos do Suriname e que poderia eventualmente ser útil para o
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tratamento de escravos do Brasil, assim como também o seria o estudo dos males mais
comuns de Angola”, p.89.
KURY, Lorelai. Apresentação. In: KURY, Lorelai (org.) Iluminismo e Império no Brasil: O
Patriota (1813-1814). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2007, p.9.
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MOREL, Marco. Pátrias polissêmicas: república das Letras e imprensa na crise do
Império Português na América. In: KURY, Lorelai (org.) Iluminismo e Império no Brasil: O
Patriota (1813-1814). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2007, p.29.
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*** Borges de Barros era pai da Condessa de Barral.
● Mas Domingos Borges de Barros também cometeu versos como os que se seguem:
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que os poetas Árcades (DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Aspectos da ilustração no
Brasil. In: A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005, p.40).
1. “Acumularam esses bacharéis dos fins do século XVIII uma literatura de viagens
curiosamente integrada no espírito do que se desenvolvia pela mesma época no resto do
mundo e que tamanha influência exerceria sobre a literatura romântica em geral”, p.70
(***SUSSEKIND, Flora. O Brasil não é longe daqui. O narrador, a viagem. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990).
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3. “Francisco José de Lacerda e Almeida... veio a morrer em 1798, tentando ir por terra
de Moçambique a Angola”, p.70.
4. “O naturalista carioca João da Silva Feijó foi secretário do governo em Cabo Verde,
antes de ser enviado para ‘explorações filosóficas na capitania do Ceará. (...) o brasileiro
Lucas José de Alvarenga foi governador de Macau em 1809, onde comandou uma
expedição contra os piratas chineses. (...) O médico brasileiro José Pinto de Azeredo
ocupou-se em Angola do estudo da algumas enfermidades mais comuns naquela
província da África...” , p.75.
VII.
A geração da Independência
1. “A difusão dessas obras do século XVIII, assim como das que se devem aos brasileiros
que foram desvendando o território nacional ao mesmo tempo que os viajantes
estrangeiros, reflete, por um lado... os conhecimentos de que dispunham os homens do
período da independência para manejar a realidade de sua terra e, por outro, mereceria ser
analisada como parte integrante do processo de formação de uma consciência nacional”,
p.74.
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4. “O despertar da preocupação com a realidade social brasileira é um fruto da ilustração
da época”. Porém, “A definição de uma consciência nacional é fenômenos bem posterior
e só há de refletir-se na literatura, no movimento romântico de meados do século XIX”,
p.77.
6. P.78, referência ao Areópago de Itambé que teria sido a primeira loja maçônica criada
no Brasil, em 1796. Há autores que defendem que ela não existiu, que teria sido “uma
invenção do historiador paraibano Maximiano Lopes Machado” que jamais apresentou
nenhuma documentação que confirmasse a sua existência, como observa Antônio
Gonsalves de Mello.
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