Você está na página 1de 3

Introdução

Esse ano é ano de eleição, pessoas de todo o Brasil apartir dos 16 anos já podem votar já
escolha de seus representantes, esse ano está sendo debatido sobre qual método será
usado para computar os votos sendo voto impresso ou voto por urna eletrônica.

História do voto

A história do voto no Brasil começou quando ainda éramos colônia de Portugal. A estreia foi
em 1532, com a eleição dos membros do Conselho Municipal da Vila de São Vicente, em
São Paulo. Mas naquela época o sistema não era unificado para todo o território nem muito
menos para todos. Ao longo da colônia e, mesmo após a independência do país e a
chegada do período imperial, voto era para quem tivesse uma renda mínima. E a lisura do
processo não parecia uma preocupação.

Um pouco antes da chegada da República, ainda durante o Império, instituiu-se, em 1881, o


título de eleitor, mas sem foto, o que não impediu as fraudes.

Veio a República, em 1889, mas as adulterações continuaram. Por outro lado, o voto deixou
de ser censitário, ou seja, determinado pela renda, mas seguia vetado a menores de 21
anos, mulheres, analfabetos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero.

O cientista político Paulo Kramer avalia que a principal mudança no perfil das eleições do
Brasil está na ampliação gradativa do número de participantes no processo eleitoral:

"Na República Velha, de 1889 a 1930, só para ter um exemplo, não participavam nem 10%
da população nas eleições. Voto feminino ainda não havia sido aprovado. O que você tem
de 1930, 32 mais precisamente, quando foi aprovado o primeiro código eleitoral, já
permitindo voto feminino, e com mais força, do final da Segunda Guerra, de 1945, com a
redemocratização, e do fim do Estado Novo para cá? Esse eleitorado só tem feito crescer
acompanhando a tendência à urbanização, industrialização do país."

O primeiro código eleitoral, de 1932, trouxe também o voto secreto. E, em 1955, as eleições
passaram a envolver cédulas e um título eleitoral com foto.

Em 1964, seguiu-se um período de duas décadas de ditadura militar no país, quando, entre
inúmeras restrições de direitos, o voto também foi afetado. O brasileiro somente voltaria a
eleger diretamente um presidente em 1989. Durante o regime militar, por vezes, se permitiu
a eleição para cargos proporcionais, prefeito ou governador, mas dentro de um sistema
bastante restrito e conturbado.

Em 1985, após a frustração das Diretas Já, finalmente o país conquistou na lei o voto direto
para presidente. A partir de então, analfabetos e maiores de 16 anos també vcm passaram
a ter o direito de participar das eleições. A Constituição de 1988 abriu a possibilidade do
voto a detentos, o que foi viabilizado em 2010.

Voto impresso
Passados 25 anos da estreia das urnas eletrônicas nas eleições brasileiras, o uso dessas
máquinas está novamente em pauta. A discussão foi puxada pelo presidente Jair
Bolsonaro, que acusa o modelo de não ser confiável e alega que houve fraudes na votação
de 2018, a mesma em que ele se elegeu.

Bolsonaro quer que, a partir da eleição presidencial de 2022, os números que cada eleitor
digita na urna eletrônica sejam impressos e que os papéis sejam depositados de forma
automática numa urna de acrílico. A ideia dele é que, em caso de acusação de fraude no
sistema eletrônico, os votos em papel possam ser apurados manualmente.

O tema já está no Congresso Nacional. Em maio, a Câmara dos Deputados criou uma
comissão especial para estudar uma proposta de emenda à Constituição que institui o
mesmo modelo de voto impresso pregado pelo presidente da República. A PEC 135/2019
foi redigida pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e tem como relator o deputado Filipe
Barros (PSL-PR), ambos integrantes da base governista. Barros acaba de apresentar seu
parecer, favorável à aprovação da PEC.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pela organização das votações brasileiras,
refuta as acusações de vulnerabilidade do sistema eletrônico. Em nota enviada à Agência
Senado, diz que utiliza o que há de mais moderno em tecnologia para garantir “a
integridade, a confiabilidade, a transparência e a autenticidade do processo eleitoral”.

“Desde que foi adotada, em 1996, a urna eletrônica já contabiliza 13 eleições gerais e
municipais, além de um grande número de consultas populares e pleitos comunitários,
sempre de forma bem-sucedida, sem qualquer vestígio ou comprovação de fraude”, afirma
o TSE.

Voto eletrônico

No ano de 1996 houve um grande avanço na informatização dos processos eleitoral no


Brasil, quando eleitores de 57 cidades tiveram o primeiro contato com a urna eletrônica. Nas
Eleições Municipais de 1996, os votos de mais de 32 milhões de brasileiros ou seja um
terço do eleitorado da época foram coletados por cerca de 70 mil urnas eletrônicas.

A criação de um aparelho mecânico para recolher votos era um desejo antigo do país. O
primeiro Código Eleitoral, de 1932, previa em seu artigo 57 o “uso das máquinas de votar,
regulado oportunamente pelo Tribunal Superior Eleitoral", devendo ser assegurado o sigilo
do voto.

Todavia, o projeto da urna eletrônica brasileira só começou em 1995, quando o TSE formou
uma comissão técnica liderada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) para desenvolver o projeto da
“máquina de votar”.

O primeiro nome do equipamento foi Coletor Eletrônico de Votos (CEV). O projeto foi
concebido com base em algumas premissas básicas: o dispositivo teria de ser capaz de
errducae a intervenção humana dos procedimentos de apuração e totalização dos
resultados, bem como de garantir a maior segurança e transparência ao processo eleitoral.
Além disso, deveria ser leve e compacto para facilitar seu transporte e ser de uso prático.

O resultado foi um sucesso. A urna eletrônica combinou tela, teclado e CPU numa só
máquina, com teclado similar ao de um telefone justamente para possibilitar que o
analfabeto e o deficiente visual pudessem interagir com acessibilidade com o novo
dispositivo sem a menor das dificuldades.

O voto eletrônico foi uma grande revolução no processo eleitoral brasileiro. Segundo Carlos
Velloso, desde sempre, o objetivo do projeto era eliminar a fraude no processo eleitoral,
afastando a intervenção humana. E a solução, conta o ministro, foi criar o voto eletrônico:
“Uma urna eletrônica, um pequeno computador que pudesse processar eletronicamente os
votos, com rapidez, com a maior segurança, propiciando, então, uma apuração rápida.”

Ele lembra que o antigo sistema de votação em cédulas de papel e de apuração manual,
além de ser passível de fraudes, era um processo lento, repleto de erros e com muita
suspeição. “Eram eleições que não representavam a legitimidade do voto e a vontade do
eleitor. Eleições feitas a bico de pena, com aproveitamento de votos em branco e outras
fraudes”, destaca.

Esse cenário foi o grande motivador para buscar uma solução para o afastamento definitivo
daquelas fraudes que ocorriam. Velloso recorda que foi necessário fazer “como que uma
cruzada” pelo país para mostrar que seria possível informatizar o voto. “Convocamos
brasileiros de boa vontade a trabalhar pelo Brasil e formamos comissões técnicas com a
participação de juristas, cientistas políticos, advogados, juízes especialistas em informática
e servidores da Justiça Eleitoral”, destaca, ressaltando que a comissão de informatização
do voto começou o projeto do zero até fechar o protótipo da urna.

Velloso recorda que, enquanto a comissão trabalhava, ele foi visitado por representantes de
várias empresas estrangeiras oferecendo urnas para o Brasil. “Eu dizia: não, vamos fazer
uma urna tupiniquim, simples e barata. E assim conseguimos”, afirma o ministro Velloso.

Quatro anos depois, nas Eleições de 2000, as urnas eletrônicas chegavam a todos os
cantos do país, no primeiro pleito totalmente informatizado do Brasil. Desde então, a Justiça
Eleitoral vem ampliando o parque de urnas eletrônicas para atender o crescimento do
eleitorado brasileiro.

Fontes

https://www.camara.leg.br
https://www.tse.com br

Você também pode gostar