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Bianca Tavolari
13 de fevereiro de 2023
Bianca Tavolari é uma

Professor de Direito na
os patriotas O Insper, pesquisador do
o centro brasileiro
reintegração de posse
para Análise e

Nas narrativas do Planning (Cebrap) e

pesquisadora
Ataque de apoiadores de
principal do Maria
Bolsonaro à democracia no Brasil
Sibila Merian
Ao lado de milhares de pessoas vestidas de verde
Centro - Mecila.
e amarelo que se aproximaram do

Esplanada dos Ministérios no domingo, 8 de janeiro,

Genival Fagundes foi um dos autoproclamados ORCiD >>

„patriotas“ brasileiros que


transmitiu ao vivo o evento. Um fracasso
Jonas Medeiros
Candidato ao Congresso Nacional, Fagundes é
Jonas Medeiros é um
militante do Partido Liberal (PL), que em 2022 também
cientista social e
teve o ex-presidente Jair Bolsonaro
pesquisador da
entre suas fileiras. Sua transmissão ao vivo mostrou
Centro Brasileiro de
o culminar de meses de acampamento em frente ao
Análise e
Quartel General do Exército em Brasília.
Planejamento (Cebrap).
Ele explicou aos seus seguidores que 'as pessoas

derrubaram as barreiras para realizar

a reintegração de posse, eles estão entrando ORCiD >>

no Congresso para remover os parlamentares

omissos'. E raciocinou: 'O que o povo quer é ocupar


Explorar postagens
a Casa do Povo, relacionado a isso:
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estão acusando todos os senadores', acrescentando: 'É Bolsonaro, populismo

vandalismo ocupar a própria casa? Não é

reintegração de posse.' Outros posts sobre

esta região:
Fagundes usou terminologia jurídica específica para Brasil
caracterizar o que equivale a invasão,
Sem comentários
destruição de patrimônio público e violência contra

jornalistas e agentes de segurança pública que estavam

em seu caminho: 'reintegração de posse'. Participe


da discussão
Tecnicamente, as reintegrações de posse são

ações judiciais movidas por aqueles que detêm a posse de um bem


posse e que a consideram ameaçada

ou levado embora. Estas submissões são então

encaminhado ao judiciário – uma diligência para que o

legítimo titular recupere o que é seu por direito.

Tecnicamente falando, estamos falando de replevin.

Posse e propriedade estão em


o coração da matéria.

‚As pessoas derrubaram as barreiras

para fazer a reintegração de posse': aqui, Fagundes

assume que os patriotas são os proprietários dos

prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e da

Casa Civil. Desde

eles são os legítimos e legítimos titulares desse direito,

podem tomar medidas concretas para recuperar o

mandato que lhes foi injustamente retirado por meio da

suposta fraude eleitoral. Para Fagundes, essa lógica

justifica

derrubando as barreiras construídas para proteger o

patrimônio público: eles estão apenas retomando

o que é deles. Em sua opinião, as barreiras – não

os manifestantes – estão fora de lugar.

Fagundes é um porta-voz vocal de uma narrativa mais

ampla. No Twitter, centenas de contas

com bandeiras brasileiras em seus nomes de usuários

postaram versões diferentes da mesma mensagem:

'Não é invasão, é reintegração de posse! A Casa

(Congresso) é do povo!”. Francisco


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Mesquita deu mais um passo: 'Diferente de

MST [sigla para Trabalhadores Rurais Sem Terra

Movimento em português] que invadem bens alheios

e se apropriam do que foi conquistado com esforço e

trabalho alheios, podemos considerar isso

[acontecimento] uma reintegração de posse, é o povo

soberano tomando

para si mesmos o que é deles por direito.

Um olhar
antropológico
Existem demarcações fundamentais de

significado nesta narrativa. Em primeiro lugar, há

uma tentativa de diferenciar seus próprios atos de

o que consideram vandalismo: vândalos e criminosos

se apropriam de bens alheios, ao contrário de quem se

apodera do que é seu por direito.

Em segundo lugar, eles entendem sua reivindicação de propriedade

é sustentado pela soberania popular, daí as constantes

referências ao “Povo” – na sua perspetiva, isso também

distinguiria os patriotas de outros ilícitos. Da mesma

forma, explica por que tantas pessoas tiraram fotos e

vídeos gravados de dentro do invadido

edifícios, uma ação que parece irracional quando

considerada objetivamente, pois eles estariam

potencialmente "fornecendo provas contra si mesmos",

como muitos analistas locais têm

apontou, em uma mistura de choque e desdém.

Se não fomentarmos um olhar antropológico,


nunca será capaz de entender os eventos de

8 de janeiro de 2023.

Finalmente, a posse teve que voltar ao legítimo

os Proprietários. Nessa visão, o Executivo, o

Os poderes Legislativo e Judiciário exercem seu

poder de forma ilegal e ilegítima,


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exigindo sua remoção forçada. Uma de suas melhores

representações foi a frase 'perdeu, mané', marcada por

um desordeiro na estátua da Justiça e em partes da

fachada de vidro dos prédios: é uma forma de

ressignificar a frase original feita pelo ministro Luís

Barroso, do STF, ao ser abordado por um apoiador de

Bolsonaro em Nova York após a

eleições.

Alguns deslocamentos de sentido são necessários

para entender como a justificativa patriótica para

legitimar o movimento antidemocrático de 8 de janeiro

atua funciona. Sua afirmação de que a Câmara pertence

ao povo não tem um sentido público de 'nós'. Ao

contrário: o 'nós' aqui se restringe aos próprios

patriotas, cuja pátria é concebida como 'terra prometida

por Deus' a um povo cristão religiosamente homogêneo

– não à sociedade brasileira em toda a sua

heterogeneidade.

A propriedade é descrita como propriedade privada .

Tal é o caso que a suposta reintegração de posse não é

é mais uma questão de processo judicial e, portanto,

contorna qualquer mediação institucional. A

reintegração de posse patriótica é realizada por suas

próprias mãos. Após 70 dias de espera passiva em

frente ao quartel-general militar, as Forças Armadas

Forças ainda não atenderam aos pedidos dos patriotas

para intervenção militar. Assim, a ação direta

de reintegração de posse foi a solução, à

semelhança do proprietário privado que pode utilizar


sua própria força como meio de evitar a ameaça

ou a perda real de seu mandato. não é só

uma questão de ver um bem público como privado: a

'privatização' é feita em nome do povo depois de todas

as outras tentativas antidemocráticas frustradas desses

patriotas.
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No entanto, se eles realmente acreditam na

narrativa da propriedade, o que explicaria o dano ao

a estrutura dos prédios, móveis, obras de arte,

equipamentos e documentos? Se a Casa é do

povo, o seu património não deveria ser preservado?

Em vídeo gravado durante o Congresso'

invasão, uma mulher tenta alertar seus parceiros

invasores: 'Sem quebrar! Não quebre [nada]! Isso é

nosso agora! Sem quebrar! A casa é nossa! É o nosso

país! Vamos, Brasil!'. Aqui, a justificação pública

encontra limites importantes, como demonstrado

adotando uma narrativa paralela alegando que o

dano teria sido causado por 'infiltrados


canhotos.'

Estes não eram apenas materiais e impalpáveis

danos, condenados como injustificáveis por

autoridades nacionais e internacionais. Foram atos

de profanação. Aqui, a linha de argumentação da

'propriedade' pode ajudar a formular algumas

hipóteses, entre as quais está a ideia de que

propriedade é vista como onipotência. Se a propriedade for

sagrado - e há uma conexão entre,

por um lado, o sentimento de missão divina dos

patriotas e, por outro, os séculos de

associando a propriedade a um direito absoluto,

que não pode mais ser sustentado em nenhum

sistema jurídico democrático – então seus proprietários

podem dispor dele como quiserem.

E, se os representantes dos três poderes forem

ilegitimamente

uso dos prédios, saques, roubos e danos não são

apenas autorizados, mas entendidos como um

dever moral e legal. Se for seu, então não é um dano -

isso apenas
ser caracterizado se feito para outra pessoa
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propriedade. Não é por acaso que os apelos da

mulher para 'Não quebre!' são desconsiderados e

que ela prontamente desiste de sua postura

ao perceber que ela é a deslocada em um mar de


depredação desenfreada.

Um senso
de onipotência
As referências à propriedade privada e à

sentimento de onipotência não são encontrados

apenas entre aqueles que buscam justificar um


golpe. O fato é que os patriotas não encontraram

uma defesa da propriedade do patrimônio público

do outro lado da disputa política. Os acampamentos em frente

o quartel-general militar foi instalado em

patrimônio público, os bloqueios aconteceram

em rodovias e rodovias públicas – de propriedade

dos governos federal e estaduais, cuja concessão

havia sido concedida a empresas privadas ou


não.

Somente em 8 de janeiro de 2023, o Procurador

Procuradoria-Geral da República anuncia que

entrará com ações judiciais de reintegração de

posse de prédios públicos e liminares para impedir novas invasões

acontecendo. Além de não terem sido contidos


nem reprimidos pela força policial, os

autoproclamados patriotas não foram indiciados

em ações de reintegração de posse que poderiam

ter sido movidas pelo Estado para reaver os

invadiu bens públicos.

Houve exceção em Belo Horizonte, capital do

estado de Minas Gerais, mas foram os patriotas

que buscaram o Judiciário em nome de seu direito

de manifestação após a

O governo municipal e sua guarda tentaram

removê-los. Inicialmente, um juiz de primeira

instância concedeu-lhes permissão para permanecer, o que


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foi então revogada pelo ministro Alexandre de

Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Esses chamados patriotas


então reivindicaram para si o papel de

defensores da propriedade, deslocando-se de

invasores para proprietários e


defensores.

A escassez
de repressão
A falta de fiscalização por parte da polícia e das forças

de segurança não apenas reforçou a legitimidade das

invasões, mas também indicou que se tratava de um

tipo diferente de 'protesto', merecendo um tipo diferente

de tratamento. Estudantes do ensino médio que ocupavam escolas públicas

escolas contra o fechamento de escolas em


São Paulo em 2015 e em vários estados

2016 para protestar contra a reforma do ensino médio

não teve tanta sorte. Esses


estudantes encontraram funcionários do estado que

defenderam a propriedade pública e estavam

dispostos a remover os adolescentes a qualquer

custo, incluindo violência e força policial.

À época, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

A Justiça expediu decisões favoráveis aos alunos,

entendendo a ocupação de escolas como parte do

direito de manifestação. Alexandre de Moraes, então

secretário de Segurança de São Paulo, solicitou que as

reintegrações de posse que envolvam a posse pública

não fossem levadas ao judiciário,

permitindo que sejam conduzidos diretamente

através da administração pública. O argumento de

Moraes buscava igualar o Estado ao proprietário

privado: se um particular pode usar


seus próprios esforços - seja com suas próprias mãos

ou armados – para evitar invasões, por que não


o Estado?

No caso dos alunos, as autoridades públicas de


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o Executivo estadual trabalhou para fornecer ao Estado

meios institucionais para exercer a força diretamente

em defesa de seu patrimônio, sem qualquer

intermediação institucional. Nada disso foi empregado

para lidar com atos e invasões que abriram e proclamaram

abertamente seu objetivo: o golpe. Numa curiosa e

surpreendente inversão de papéis, foi a decisão de

Alexandre de Moraes, agora Ministro do Supremo Tribunal

Federal –
assim com a intermediação do Poder Judiciário

esfera –, que quebrou a frouxidão,

complacência e/ou simpatia através da qual

as forças de segurança consideraram as ações coletivas

dos patriotas. Só então começou a retirada dos

acampamentos das sedes em todas as cidades e vilas

brasileiras.

O fato de o processo de reintegração de posse ter sido

não são empregados sistematicamente para lidar com

bloqueios de estradas que começaram logo após o


2º turno das eleições ou mesmo para recuperar o

áreas em frente ao quartel-general militar é

sintomática. Os atos dos patriotas indicam uma

ponto de inflexão: até então, os protestos democráticos

haviam sido reprimidos ou reprimidos por meio de

ações de proteção à posse e à propriedade, seja com

recursos legais ou mesmo com contornos

tentativas.

O que aconteceu com os alunos em 2015 e 2016

aconteceu com greves de caminhoneiros,

sindicatos ocupando sedes de empresas,

movimentos sociais ocupando repartições públicas,

ministérios e casas legislativas em diversos tipos de

protestos pacíficos. Mesmo durante a pandemia de

Covid-19, famílias que ocuparam terras públicas por não

terem onde morar enfrentaram reintegrações de posse

brutais. Isso nos diz um pouco sobre propriedade

politicamente motivada

danos e especialmente o altamente seletivo


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moda que a polícia usa para proteger a propriedade:

quando chega a hora, tudo depende

quem os está ocupando.

Após a decisão do Ministro Moraes, a mídia local

noticiou casos curiosos. Na manhã do dia 9 de

janeiro, a Polícia Militar do Estado do Tocantins

havia expedido uma

declaração afirmando o acampamento em frente ao

O Batalhão Palmas foi 'pacífico' e no

jurisdição do Exército; um segundo comunicado,

ainda nesse dia, anunciava uma posição diferente e o

compromisso da Polícia de 'cumprir todas as

decisões judiciais contra as quais não são possíveis

argumentos ou contestações.' No estado de Mato Grosso,

o Ministério Público do estado

teve que avisar o governador que iria responsabilizá-

lo caso a Polícia Militar não fosse enviada

para desmobilizar um acampamento. Finalmente, no estado de

Amazonas, um juiz federal teve que decidir pela

remoção de um acampamento com uso de força policial.

Ou seja, os intermediários tinham que reforçar a posição de Moraes

decisão em face das autoridades locais e segurança

postura das forças para não cumpri-la.

Se quisermos reconstruir e fortalecer a democracia

brasileira, a 'desbolsonarização' da
O estabelecimento burocrático de Brasília – até

recentemente militarizado e ideologizado em extrema

autoritarismo – e das forças de segurança

em todo o país é um passo essencial.

Isso pode parecer uma utopia distante, mas continua

sendo muito necessária. Afinal, desmantelar os

campos 'patrióticos' não

significa desmantelar sua coordenação, sua


crenças e valores compartilhados – uma visão de mundo em

que eles não são apenas bons cidadãos praticando

boas ações, mas proprietários com o direito de

reaver sua propriedade por meio de

força, onipotentes em sua destruição.



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Traduzido por Marília Ramos

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LICENCIADO SOB CC BY SA

CITAÇÃO SUGERIDA Tavolari, Bianca;

Medeiros, Jonas: A reintegração de posse dos

patriotas: sobre as narrativas do ataque dos apoiadores de Bolsonaro

sobre a democracia no Brasil, VerfBlog, 2023/2/13,

https://verfassungsblog.de/the-patriots

repossession/.

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