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DA FAC
pIREITOC.
DE
ISBN 85-7674-348-5
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DIGNIDADE HUMANA EA PROTEÇAODOS
DIREITOS SOCIAIS NOS PLANOS GLOBAL,
REGIONAL E LOCAL"
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Dignidade humana, direitos humanos eos direitos econômicos, sociais eculturais.
3.A proteção dos direitossociais nos sistemasglobal eregional. 4. Aprincipiologia dos dircitos sociais. 5. Proteção
dos direitos sociais na Constituição Brasileira de 1988. 6. Conclusão.
Flávia Piovesan
Professora doutora em Direito Constitucional eDireitos Humanos da Pontificia Universidade Católica de SãoPaulo:
Professora de Direitos Humanos dos Programas de Pás-Graduação da Pontificia Universidade Católica de São
Paulo, da Pontificia Universidade Católtca do Paraná eda Universidade Pablo de Olavide (Sevilha,
Espanba)
Vsiting fellow do Human Rights Program da Harvard Law School (1995 e2000), visiting fellow do
for Brazilian Studies da University of Oxford (2005); visiting fellow do Max Planck Institute for Center
Comparative Public Law and International Law (Heidelberg- 2007 e2008)
Membro do CLADEM(Comit Latino-Americano edo Caribe paraa
Conselbo Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana emembro daDefesa dos Direitos da Mulber); membro do
SUR-Human Rigbts University Network
O90-DlGNIDADE HUMANA EAPROTEÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS NOS PLANOS GLOBAL, REGIONAL ELOCAL
1. INTRODUÇÃO
Como compreender os direitos sociais sob aperspectiva da concepção contemporânea de
manos e do valor da dignidade humana? Em quc medida merecem oS direitos sociais o direitos hu-
importincia conferido aos direitos civis epolíticos> Qual éa principiologia aplicável aos mesmo grau de
Qual éo alcance de sua proteção nas csferas global, regional clocal? Quais são os principais direitos sociais?
sua efetivaimplementaço? Apartir de um diálogo glbal, regional elocal, quais são as para a
perspectivas para
desafios
avançar na proteção dos direitos sochais?
São estas as questöes centrais ainspirar o prescnte cstudo, que tem por objetivo maior
enfocarhumaprote-
ção dos direitos sociais sob os prismas global, regional c local, com ênfase no valor da dignidade
referência ética maior aorientar a ordem jurídica interna e internacional.
nos da era Hitler e àcrença de que parte destas violações poderiam ser prevenidas se um efetivo sistema de
proteção internacional de direitos humanos existisse,
Fortalece-se aidéia de que aproteção dos direitos humanos não deve se reduzir ao domínio reservado do
Estado, porque revela tema de legítimo interesse internacional. Prenuncia-se, deste modo, o fim da era em
que aforma pela qual oEstado tratava seus nacionais era concebida como um problema de jurisdição domés
tica, decorrência de sua soberania. Para Andrew Hurell: "O aumento significativo das ambições normativas
da sociedade internacional é particularmente visível no campo dos direitos humanose da democracia, com
base na idéia de que as relações entre governantes egovernados, Estados ecidadãos, passan aser suscetíveis de
legitima preocupaço da comunidade internacional; de que os maus-tratos a cidadãos e a inexistência de
regimes democráticos devem demandar ação internacional; eque alegitimidade internacional de um Estado
passa crescentemente adepender do modo pelo qual as sociedades domésticas são politicamente ordenadas".
Neste contexto, a Declaração de 1948 vem a inovar a gramática dos direitos humanos, ao introduzir a
chamada concepção contemporânea de direitos humanos, marcada pela universalidade e indivisibilidade
destes direitos.
Universalidade porque clama pela extensão universal dos direitos humanos, sob a crença de que a
condição de pessoa éo requisito único para atitularidade de direitos, considerandoo ser humano como um
ser essencialmente moral, dotado de unicidade existencial e dignidade, esta como valor intrínseco àcondi
Ção humana. Istoporque todo ser humano tem uma dignidade que lhe é inerente, sendo incondicionada,
não dependendo de qualquer outro critério, senão ser humano. Ovalor da dignidade humana, incorporado
pela Declaração Universal de 1948, constitui o norte eolastro ético dos demais instrumentos internacio
nais de proteção dos direitos humanos. Todos eles introjetam, no marco do positivismo internacional dos
direitos humanos, a dignidade humana como um valor fundante.
Sob oprisma juridico, percebe-se que aprimazia da pessoa, fundada na dignidade humana, éresposta
àaguda crise sofrida pelo positivisno juridico. Tal crise éemblematicamente associada àderrota do fascis
mo na Itália e do nazismo na Alemanha. Estes movimentos políticose militares ascenderam ao poder
dentro do quadro da legalidade e promoveram a barbárie em nome da lei, como leciona Luis Roberto
Barroso.Basta lembrar que os principais acusados em Nuremberg invocaram o cumprimento da lei e a
obediência a ordens emanadas da autoridade competente. Neste mesmo sentido, ressalta-se ojulgamento
de Eichmann em Jerusalém, em relação ao qual Hannah Arendt desenvolve a idéia da "banalidade do mal",
ao ver em Eichmann um ser esvaziado de pensamentoe incapaz de atribuir juízos éticos às suas ações.
Neste contexto, ao final da 2 Guerra Mundial, emerge a grande crítica e repúdio àidéia de um
ordenamento jurídico indiferente avalores éticos, captado pela ótica meramente fomal. Intenta-se area
proximação da ética edo Direito e, neste esforço, surge aforça normativa dos principios, especialmente, do
princípio da dignidade humana. Há um reencontro com o pensamento kantiano, com as idéias de morali
dade, dignidade, Direito cosmopolita epaz perpétua. Para Kant, as pessoas e, em geral qualquer espécie
racional, devem existir como umn fim em si mesmo e jamais como um mei0, a ser arbitrariamente usado
para este ou aquele propósito. Os objetos têm, por sua vez, um valor condicional, enquanto irracionais, por
isso, são chamados "coisas", substituíveis que são por outras equivalentes. Os seres racionais, ao revés, são
Thomas Buergenthal, International human rights, op. cit., p. 17. Para Henkin: "Por mais de meio século, o sistema internacional tem
5
demonstrado comprometimento com valores que transcendem os valores puramente "estatais", notadamente os direitos humanos, e
tem desenvolvido um impressionante sistema normativo de proteção desses direitos". (Unternational law, op. cit., p. 2). Ainda sobre
o processo de internacionalização dos direitos humanos, observa Celso Lafer: "Configurou-se como a primeira resposta jurídica da
comunidade internacional ao fato de que o direito ex parte populi de todo ser humano àhospitabilidade universal só começaria a
viabilizar-se se o "direito a ter direitos", para falar com Hannah Arendt, tivesse uma tutela internacional, homologadora do ponto de
vista da humanidade. Foi assim que começou efetivamente ser delimitada a "razão de estado" e corroída a competência reservada
da soberania dos gOvernantes, em matéria de direitos humanos, encetando-se a sua vinculação aos temas da democracia e da paz".
(Prefácio ao livro Os direitos humanos como tema global, op. cit., p. XXVI).
6
Andrew Hurrell, Power, principles and prudence: protecting human rights in a deeply divided world, In: Tim Dunne e Nicholas).
Wheeler, Human Rights in Global Politics, Cambridge, Cambridge University Press, 1999, p. 277.
Luis Roberto Barroso. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo Direito Constitucional Brasileiro. www.direitopublico.com.br
S98- DIGNIDADE HUMANA EAPROTEÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS NOS PLANOS GLOBAL, REGIONAL ELOCAL
indivisibilidade quanto ao conccito e à rcalidade do conteúdo dos dircitos humanos, que de certa forma
está implicita na Carta das Nações Unidas, se compila, se amplia ese sistematiza em 1948, na Declaraço
Universal de Direitos Humanos, c se reafirma definitivamente nos Pactos Universais de Direitos Huma
nos, aprovados pela Assembléia Geral em 1966, e em vigéncia desde 1976, na Proclamação de Teer de
1968 ena Resolução da Assembléia Geral, adotada em 16 de dezembro de 1977, sobre os critérios emeios
para mellhorar o gozo cfetivo dos dircitos c das liberdades fundamentais (Resolução n. 32/130)*.
Apartir da Declaração de 1948, comcça ase desenvolver oDireito Internacional dos Direitos Huma
nos, mediante aadoço de diversos instrumentos internacionais de proteção. ADeclaração de 1948 confe
re lastro axiológico eunidade valorativa acste campo do Direito, com ênfase na universalidade, indivisibilidade
e interdependência dos direitos humanos.
O
processo de universalização dos direitos humanos permitiu aformação de um sistema internacional
de proteço destes direitos. Este sistema éintegrado por tratados internacionais de proteção que refletem,
sobretudo, aconsciência ética contemporânea compartilhada pelos Estados, na medida em que invocam o
consenso internacional acerca de temas centrais aos direitos humanos, na busca da salvaguarda de parâme
tros protetivos mínimos - do "mínimo éico iredutível". Neste sentido, cabe destacar que, até agosto de
2007, oPacto Intemacional dos Direitos Civis ePolíticos contava com 160 Estados-partes; oPacto Inter
nacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais contava com 157 Estados-partes; a Convenção
contra a Tortura contava com 145 Estados-partes; a Convenço sobre a Eliminação da Discriminação
Racial contava com 173 Estados-partes; a Convenção sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mu
Iher contava com 185 Estados-partes eaConvenção sobre os Direitos da Criança apresentava amais ampla
adesão, com 193 Estados-partes4.
Ao lado do sistema normativo global, surgem os sistemas regionais de proteção, que buscam internaciona
lizar os direitos humanos nos planos regionais, particularmente na Europa, América eAfrica. Adicionalmen
te, háum incipiente sistema árabe ea proposta de criação de um sistema regional asiático. Consolida-se,
assim, a convivência do sistema global da ONUcom instrumentos do sistema regional, por sua vez, integrado
pelo sistema americano, europeu e africano de proteção aos direitos humanos.
Os sistemas global eregional não são dicotômicos, mas complementares. Inspirados pelos valores e prin
cipios da Declaração Universal, compõem o universo instrumental de proteção dos direitos humanos, no
plano internacional. Nesta ótica, os diversos sistemas de proteção de direitos humanos interagem em benefi
ciodos indivíduos protegidos. O propósitoda cocxistência de distintos instrumentos jurídicos -garantindo
os mesmos direitos - é, pois, no sentido de ampliar e fortalecer a proteção dos direitos humanos. Oque
importa éograu de eficácia da proteço, e, por isso, deve ser aplicada anorma que, no caso concreto, melhor
proteja a vítima. Ao adotar o valor da primazia da pessoa humana, estes sistemas se complementam, intera
gindo comosistema nacional de proteção, a fim de proporcionar a maior efetividade possível na tutela e
promoção de direitos fundamentais. Esta é, inclusive, alógica eaprincipiologia próprias do Direito Interna
cional dos Direitos Humanos, todo ele fundado no princípio maior da dignidade humana.
Aconcepço contemporánea de direitos humanos caracteriza-se pelos processos de universalização e
internacionalização destes direitos, compreendidos sob o prisma de sua indivisibilidadel5, Ressalte-se que
aDeclaração de Direitos Humanos de Viena, de 1993, reitera aconcepção da Declaração de 1948, quan
do, em seu parágrafo 5°, afirma: "Todos os direitos humanos são universais, interdependentes e inter
relacionados. Acomunidade internacional deve tratar os direitos humanos globalmente de forma justa e
equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase".
Hector Gros Espiell, Los derechos económicos, sociales y culkurales en el sistema interamericano, San José, Libro Libre, 1986, p. 16-17.
14 Arespeito, consultar Human Development Report, UNDP, New York/Ox•ord, Oxford University Press, 2007.
15
Note-se que a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, a Convenção sobre aEliminação da
Discriminaça£o contra a Mulher, aConvenção sobre os Direitos da Criança e a Convenção para a Proteção dos Direitos dos
Trabalhadores Migrantes e dos Membros de suas Famílias contemplam não apenas direiltos civis e pliticos, mas também direitos
Sociais, econômicos e culturais, o que vem a endossar a idéla da indivisibilidade dos direitos humanos.
O0 - DIGNIDADE HUMANAEA PROTECÃO DOS DIREITOS SOCIAIS NOS PLANOS GLOBAL, REGIONAL E LOCAL
York/Oxford, Oxíord
New
16 Consultar UNDP, Muman Devekopment keport 2002: Deepening democracy in a fragmented world,
Universily Press, 2002. Allan
17 Armartya Sen, Foreword ao livro "Pathologies of Power", Paul Farmer, Berkeley, University of CalitorniaEide,
r eCatarina
na Krause e
Asbjorn 17-18. 1999.
Astjorn fide e Alla kosas, fconomic, Social and Cultural Rights: AUniversal Challenge. In: 1995, p.
Rsas, Ir onomic, Sorial and Cultural Kights, Martinus Nijhoff Publishers, Dordrecht, Boston e Londres, Paulo, Paz e Terra,
São
CelsLaler, (onuéuio, Dsarnamento, Direilos llunanos: reflexões sobre uma experiência diplomática,
FLÁVIA PoVESAN -401
contexto das necessidades bisicas de justiça social. (..)Em terceiro lugar, a Declaraçãoentatiza tantoa
necessidade de adoção de programas epolíticas nacionais, como da cooperação internacional
O artigo 2 da Declaração sobreo Direitoao Desenvolvimento de 1986, consagra que: A pessoa
humana é osujeito central do desenvolvimento c deve ser ativa participante e beneficiária do direito a0
desenvolvimento." Adiciona o artigo 4° da Declaracão que os Estados têm o dever de adotar medidas,
individualmente ou coletivamente, voltadas a formular políticas de desenvolvimento internacional, com
vistas a tac1l1tar a plena realização de direitos, acrescentando que a efetiva cooperação internacionale
essencial para prover aos países em desenvolvimento meios que encorajem o direito ao desenvolvimento.
Odireito ao desenvolvimento demanda uma globalização ética e solidária. No entender de Mohammed
Bedjaqui: "Na realidade, a dimensão internacional do direito ao desenvolvimento é nada mais que o direito a
Reflete uma demanda crucial
uma repartição equitativa concernente ao bem estar social e econômico mundial.
aceitam o fato de um
de nosso tempo, na medida em que os quatro quintos da população mundial não mais
As assimetrias
quinto da população mundial continua a construir sua riqueza com base em sua pobreza"1,
mundia".
globais revelam que a renda dos 1% mais ricos supera a renda dos 57% mais pobres na esfera
by
Como atenta Joseph E. Stiglitz: "The actual number of people living in poverty has actually increased 2.5
almost 100 million. This occurred at the same time that total world income increased by an average of
percent annually", Para aWorld Health Organization:poverty is the world's greatest killer. Poverty wields its
destructive influence at every stage of human life, from the moment of conception to the grave. It conspres
who suffer from it2,
with the most deadly and painful diseases to bring a wretched existence to all those
expansão das liberdades
O desenvolvimento, por sua vez, háde ser concebido como um processo de
Acrescente-se, ainda, que
reais que as pessoas podem usufruir, para adotar a concepção de Amartya Sen.
direito universal e inalienável,
a Declaração de Viena de 1993 enfatiza ser o direito ao desenvolvimento um
Declaração de Viena reconhece a
parte integral dos direitos humanos fundamentais. Reitere-se que a
humanos.
relação de interdependência entre a democracia, o desenvolvimentoe os direitos
humanos, do valor da
Feitas essas considerações a respeito da concepção contemporânea de direitos
sociais e culturais,
dignidade humana e o modo pelo qual se relacionam com os direitos econômicos, dos
Pacto Internacional
transita-se à anáise da proteção internacional a estes direitos, com ênfase no
em matéria de
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e no Protocolo Adicional à ConvençãoAmericana
direitos econômicos, sociais e culturais ("Protocolo de San Salvador").
derecursos
sustentar
parauma obriga,aso obrigações
salisfazer por parte dos Estados-partes
decorrentes ricos Odeartigo
do Pacto, prover2 (1)
assistência a0s aEstados-partes
contempla pobres, nãoou dolae
frase "individualmente através de
as5isténia internarional e c0operação, especialmente econômica e técnica". A segunda é a previsão do artigo 11 (), de acordo com
a qual 05 Fstad05-parles Concordam em adolar medidas
apropriadas realizaç§o do direito à adequada
Undicáo de vida, reconhecendo para este eleilo aimportáncia para assegurar
da cooperacão a plena
internacional baseada no livre consenso. Similarmen-
internacional medidas
te, no arligo || (2) os Fstados-partes concordam em adotar "individualmente ou por meio de cooperaçao
Parties
elevantes para as5eyurar o direilo de estar livre da fome." (Philip Alston e Gerard Ouinn, The Nature and Scope of StatiesHuman
International
Gblieatiot% under tle CSCK, 9 Human Rights Quartley I56, 1987, p. 186, apud Henry Steiner e Philip Alston,
Rights in Context: law, Pohtics and Morals, second edition, Oxford, Oxíord University Press, 2000, p. 132/1: respeitoda
28 Aexpressäo "aplica,áo progessiva" len sido lrequentemenle mal interpretada. Em seu n.03" (1990), a atimou
"General Comment Sociais e Culturais
nature/a das obriga,(oes eslalais (oncernenles ao artigo 2", parágralo ", o Comitê sobre Direilos Econômicos,
FLÁVIA PoVESAN -403
No entanto, cabe realçar que tanto os direitos sociais como os dircitos ivis epolíticos demandam do Estado
prestações postivas enegativas, sendo cquivocada esimplista avisão de que os direitos sociais só demandariam
prestações positivas, enquanto que os direitos civis c políticos demandariam prestações negativas, ou a mera
abstenção estatal. Atítulo de exemplo, cabe indagar qual ocusto do aparato de segurança, mediante o qual se
asseguram direitos civis clássicos, como os direitos àliberdade e àpropriedade, ou ainda qual o custo do aparato
eleitoral, que viabiliza os direitos políticos, ou, do aparato de justiça, que garante o direito ao acesso a0 judiciariO.
Isto é, osdireitos civis e políticos não se restringem a demandar a mera omissão estatal, já que a sua implemen
tação requer políticas públicas direcionadas, que contemplam também um custo.
Sobre ocusto dos direitos e ajusticiabilidade dos direitos sociais, compartilha-se da visão de David
Bilchitz:"Whilst a number owriters accept the legitimacy of judicial review for final decisions concerning
civil and political rights, they object to it where decisions concerning social and economic rights are
concerned. One of the most important objections that has been made concerning the envolvement of
judges in decisions relating to socio-economic rights has been that it is inappropriate for judges to decide
how the budget of asociety is to be allocated. (...) Judges are not traditionally experts on economic policy
or on the complex issues involved in determining a budget. It is clamed that they are no therefore best
placed to make determinations concerning the overall allocation of resources. In response, judicial review
in a number of countries has for many years involved judges making determinations on civil and political
rights. Therealization of many of these rights also requires massive expenditure, which has an impact on
the overall distribution of resources. (...) Yet, judges have generally acquitted themselves well in interpreting
and enforcing these rights, and their role in this regard has not generally met with accusations that they
are unqualified for the job, despite the resource implications of their decisions. (...) The rationale for this
distinction seems to lie in the fact that the critics regard socio-economic rights are in some way inferior to
civil and political rights and as not warranting equal protection. (..) there is no justifiable normative basis
for this contention and the same normative foundations support both types of rights"9, Acrescenta o
mesmo autor:..) if asociety is justified in recognizing fundamental rigths, and has good reasons for
granting judges review powers, then the society is justified in allowing its judges to ensure that resources
are allocated in accordance with the demands of fundamental rights. (...)Judges are given the power to
review such decisions as to their conformity with the set of priorities mentioned in the Constitution.
Judges are thus required to evaluate the allocation of resources against an area in which they have expertise:
the application of human rights standards"s0
O Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais apresenta uma peculiar sistemática de mnonitoramento
e implementação dos direitos que contermpla. Essa sistemática inclui o mecanismo dos relatórios a serem
encaminhados pelos Estados-partes.Os relatórios devem consignar as medidas legislativas, administrativas e
judiciais adotadas pelo Estado-parte no sentido de conferir observância aos direitos reconhecidos pelo Pacto.
Devem, ainda, expressar os fatores eas dificuldades no processo de implementaçãodas obrigações decorrentes
do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Diversamente do Pacto dos Direitos Civis, o Pacto dos Direitos Sociais não estabelece o mecanismo de
comunicação interestatal e nem tampouco, mediante Protocolo Facultativo, permite a sistemática das
petições individuais. Atente-se que, mediante as comunicações interestatais, um Estado-parte pode alegar
haver um outro Estado-parte incorrido em violação aos direitos humanos enunciados no tratado, enquanto
que por meiodo direito de petição, na hipótese de violação de direitos humanos e respeitados determina
CANÇADO TKINDADI, António Auguslo. Direilos Econômicos e Sociais, In: CANÇADO TRINDADE, Antônio Augusto (Editor). A
inorpola áo das nomds intema lonais de proteção dos direitos humanos no direito brasileiro. San José da Costa Rica/ Brasilia:
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revised edition, Dordreht: Martinus Nijholf Publishers, 2001, D. 53|-532.
FLÁVIA PloVESAN - 405
plena efetividade. O Protocolo de San Salvador estabelece um amplo rol de dircitos econômicos, sociais e
culturais, compreendendo o direito ao trabalho, direitos sindicais, direito à saúde, direito à previdência
social, direito àeducação, direito àcultura...
Este Protocolo acolhe (tal como o Pacto dos Direitos Económicos,Socias e Culturais) a concepçãode que
cabe aos Estados investir omáximo dos recursos disponíveis para alcançar, progressivamente, aplena efetividade
dos direitos cconömicos, sociais e culturais. Este Protocolo permiteo recurso ao direito de petição ainstâncias
internacionais para a defesa de dois dos dircitos ncle previstos - odircto àeducação e o direitos sindicais.
O
primeiro deles é oprincípio da interprctação teleológica, quc traduz a busca de realizar os objetivos
epropósitos consagrados nos comandos constitucionais einternacionais afetos àproteção destes direatos.
Como estabelece oartigo 31 da Convenão de Viena: "Um tratado deve ser interpretado de boa fe, de
acordo comosignificadoa ser dado a0s seus termos, àluz de seu contexto e considerando seus objetivos e
propósito"", Isto , faz-se necessário obter ainterpretação mais apropriada, com ofim de implementar os
objetivos ealcançar os propóitos dos paråmetros constitucionais einternacionais vocacionados àproteçio
de dircitos, apartir de uma lógica material, afastando leituras interpretativas que restrinjam oalcance das
obrigações assumidas pelos Estados, no tocante àrealização dos dircitos sociais. Abusca da interpretação
teleológica deve pautar-se pelo principio da dignidade humana, na medida em que os direitos humanos
inspiram-se na afirmaço da dignidade e na prevenção do sofrimento humano. Isto é, a leitura interpreta
tiva de preceitos enunciadores de direitos há de ser desenvolvida de forma apermitir adefesa eapromoça0
da dignidade humana, bem como a prevenção ao sofrimento.
Oprincipio da interpretação efetiva assume também especial importância, endossando a importância de
conferir às previsões concernentes aos direitos sociais a maior efetividade possível. Neste sentido, destaque-se o
pnncipio da "interpretação óima" da Constituição. Cabe ao intérprete maximizar e potencializar o alcance das
nomas veiculadoras de direitos humanos, evitando interpretações restriivas ereduzidas afetas aestes direitos.
Outrorelevante princípio éo atinente àinterpretação dinâmica eevolutiva dos dispositivos pertinentes aos
direitos sociais. É tarefa do intérprete considerar as mudanças ocorridas nos planos social e político para a
adequada interpretaçãodos direitos previstos nos planos constitucional einternacional. O alcance e o signifi
cado dos direitos não podem restar confinados e estagnados às concepções do momento em que foram
elaborados os instrumentos normativos, devendo ser estes concebidos como living instrument, aser interpre
tado à luz das condições dos dias presentes. Cabe aos intérpretes proteger e salvaguardar os direitos sociais,
desenvolvendo oalcance e osentido destes direitos àluz do contexto edos valores contemporàneos. Aos
intérpretes cabe o desafio de "vitalizar os instrumentos protetivOs e não "fossilizá-los", deixando-0s reféns do
passado. Os parâmetros internacionais e constitucionais não podem ser considerados estáticos, mas devem
refletir as transformações sociais. A interpretação evolutiva demanda que sejam consideradas realidades e
atitudes contemporâneas e não a situação existente ao tempo em que os textos foram elaborados.
Oprincípio da proporcionalidade étambém recorrente na interpretação dos direitos humanos. A res
peito, merece menção a jurisprudência da Corte Européia no caso Soering v. UK (1989): "inerente a toda
Convenção éa busca por um justo equilíbrio entre as demandas do interesse geral da comunidade e as
demandas de proteção de dircitos fundamentais individuais. Oalcance deste balango requer necessaria
mente uma perspectiva baseada em considerações de proporcionalidade. Este princípio é ainda mais rele
vante em áreas nas quais a Convenção expressamente permite restrições de direitos"*2, O princípio da
proporcionalidade pressupõe três dimensões: a necessidade, a adequação e a proporcionalidade em sentido
estrito (evitando qualquer excesso na restrição de direitos).
Enfatize-se que estes quatro princípios de alcance geral, que orientam a hermenêutica própria dos
dircitos hurnanos, aplicam-se aos direitos sociais, somando-se aos principios especificos já enfocados.
Por fim, àluz deste contexto, transita-se àreflexão da proteção dos direitos sociais na experiência brasileira
5. PROTEÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988
A
Constituição Brasileira de 1988 simboliza omarco juridico da transiço democrática eda instituciona
lizacão dos dircitos hurmanos no país. O texto constitucional demarca a ruptura com o regime autoritário
41 Ver Clare Ovey e kobin White, Iuropean Convention on thuman Rights, 3th ed., Oxíord, Oxíord University Press, 2002, p. 27.
42 David Haris, Michael O'Boyle eChris Warbrick. law of the luwopean Conventionon Human Kights, London, Dublin, Edinburgh,
Rettorwoths 1995. p. 11-12. Para uma análise de casos decilidos pela Corte Européia envolvendo restrições de direitos com
fundamenlo no argumentoda razäocde fslado, ver Mireille Delmas-Marly (editor), The EuropeanConvention íor the Protection of
Human Righs: International Prote tion versus National Kestric tions, Dordrecht, Boston, London, Martinus Nijhoff Publishers, 1992.
43 assistência
igualitário
tuição políticas destacam-se
àsdentre exemplo,
programas,
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todos aContudo,
aos a mentais, micos. que,
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Constituição comunidadeconsagra
nacionais, 1988. põe-se T¯O
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1996,
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promoção, 196, a 1988 dos a (artigo primeira avanço do
apresenta
segurança, do
lopment, free direitos
obrigatório à e além as dos realçacomo idéia grau do
of a fins no
direitos de consenso o SOCIAIS
when the free pelo redução 196), Constituições é humanos, direitos recebimento foi de Estado, constitucional. Estado
saúde a sãoextraordinário mais todo resgatar luz à
charge." education e
thforce written a primeira
de capítulo noprever,princip1oque da de classe a NOS
a sociaisPoder uma Carta daConstituição
constitutional
national aserem estabelecer legitimidade elevados avançado, Democrático
ordenamento do
é os PLANOS
proteçãoe educação parágrafo
vol. constitutions, of this do constantes a fundamentais, elenco universalidade titularidade
para
(Varun human e direito previdência humanos. direitos de princípio
democrático o
32,
Público,
gratuito risco perseguidosordem pertinente há dentre de Estado
law and paper à a de sua GLOBAL,
n. saúde passaram
afirmar que dos fundamental a
Gauri, language. rights 29 de de elevado
1988defesa a
initiated
3,guaranteehas recuperaçãos, (artigo os cláusulas abrangente na
freeassessed
116 social no direitos
se organização
4°). brasileira Dreito,
2004, ou doença
é todos da humanos
princípios
Trata-se, popular. jurídico, de dade a REGIONAL
Social health carefor made
edireito social, artigo enfatizar a consolidação
a constitutional àsua ordem que os dos que de Há dignidade
pos-ditadura".
Direito
p.
program educação, 205), pelo com ordema à número
465).Rights reference oferta e e incorporar direitos
constitucionalmente direitos direitos.
mais a E
eliminated
shortagesnot a 6° os do pétreas,
previsão LOCAL
The público outros dever social, Estado um são iniciar
e e COmo
(artigo
and of No as proteção que direitos constitucionalismo
queademais, a direitos,
pormenorizado separação
Brazilian at to irregular, importa práticas econômica reger asseguroude do humana.
universal a campo do amplo são temahumanos, exercício dos
least rights agravos, sociais a
Economics: a acrescentaie
subjetivo, que e emendas passandode critério
ght
riConstituiça0 Estado, os Carta o com 1°,
some
pela direitos à sociais da de novos direitos Após
Const itu t io n to desportivas maternidade
fixam,universo direitos Brasil com III dos
access
highlyto education da e primeira legítimo a capítulos
Claims education e sociedade. econômicos, e de participacão dos evalor
educaça0, garantidaao são populares
na legitimida- alusão à
direitos a sobre parâmetro da O vinto
poderes,
popul
and a tio n como sociais 1988
social. garantidos. nas compor e
to of acesso sociais poderes. garantias Constituição),
de direitos inaugurado
relações medida da
iHealnequal
th iti e s 1988 and and disciplina (artigo Constituicão
é interesse dedicados a dignidade
responsabilida- th 2medianie direitosdenormas A eà a Observe-se
educação, a e matéria, Federação, a
to u titulo intância, e primeira
que em popular garantias o de
actCare iveaguanti sruabgrnte osups heal73
in acare funda econô Inedita-
núcleo funda- valora-
and the
2) que inter que im-
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da
48 47 46 45 44
leiro humanos direitos
foi econômicos,
internacional destacando-se,
Direitos sil,no os ordenamento que
direitos dignidade ossalidade tais, realidade: tareta alimites, sociais
Todasnormativa um manutenção dotação não
A Além maisDesde direitos Cabe A
conflitos
Facultativo
oProtocolo
2002:Salvador), àagosto Direitos a Direitos e)contraDentrePaulo General Joaquim
José
dispostos
retrocesso transferências, Quanto
Estados, no afetarem, consagra domínio ordem houver
nhecimento da Mulher, o respeito A
Constituição as positivamente
mas
Pacto campo humanos Econômicos, e ainda
Constituições orçamentária
e de Bonavides,
a
eles,
dos importantes intangíveis, sociais.
o humana a da
armados ) Hurmanos, Tortura
da Comment o ao processo juridicamente e a
ern ern de sociais
indivisibilidadedentre tambémconstitucional
0s 1996;Internacional Criança, social, da em Distrito
direito
elaboradasignificativos abolirem
constitucional atividade desenvolvimento observância
dois destacam-se: Canotilho,
Gomes da mencionar
21 27 conformidade
necessária na proteção
de i) de e proteção Para e juridificar
Protocolos e o ern outros Curso n.03 ver manutenção Federale Federal todade as
agostonovernbro em educação, à
e tratados dedireitos demais imposições,
jurisdição da à Protocolo
Cortevenda culturais,Sociais vinculantes específica,
Convenção artigo após âmbito ou Paulo cláusulas
25 24
dos de do democratização pretendemn, política.
Tratamentos
de a) aplicação ados
de de de Direito aComitê 2", com avanços suprimirem dos que livre de da
setembro Convenção os dos dehistória irredutíveis, Bonavides: princípios
da constitucionalmente
Facullalivos 1996;
crianças deDireitos
setembro Municípios
adireitos internacionais
e a aplicação
à parágraío Direito os edispõe Constituição
1988
Convençao 1995;
sobre sobre no direitos em dos
Culturais garantia direitos
pétreas, Cartaconstitucionalmente edas 1988 do
j) Econômicos, Constitucional, progressiva critérios
desenvolvimento
Como por
Cruéis, adicionando
o h) de de Constitucional o celebra,legislativa decorrentes 1996. direitos explicitamente,
implícitaou meioinstânciasacaboucnsinoc
teramericana de e àEstalulo
prostituiçao a 1992; Interamericana Direitos 1º artigo humanos, de
Eliminação
Convençáo o 1990; 25%, osfundamentais do
Americana Protocolo estabelecidos
do humanos, do de da"oshumanos, a
1988, afirma
Desumanos 212
em direitos cláusula de
de g) d) Pacto dos no de sociais depaís forma supremadireitos nas
por mínimo
Roma, Convenção a
Sociais o Econômicos, Ed. da
destebrasileira. 1992 um
e de à Pacto Malheiros, direitos e mínimo, do 1988, no de
alargar açõcs a
pornogralla sobre em Internacional
para Direitos dos Teoria Constituição: o da proteção e
sociais,
J.J.Gomesprojeto
esta regulação possibilidade
lodas Convenção
que e ou ensino".
no modo, pós-1988
em incorporação, "direitos
aintuito
Direilos matéria Internacional do
e e em que sociais cláusula
da exigido
os Cuturais,
Degradantes, Prevenir Sociais sociais artigo da da em econômicos, particular rigidez desvinculado.
tarefa
cria
Interamericana especial tanto Carta as e
serviços
Direitos as São Constituição, Quanto receita A Protocolo dospadecerão material
Humanos,
inlantis, lormas Americana o de e 198
a suamaior não e deCanotilho: tarefas
Trilbunal enm e
Paulo, e "A reinvenção apresenta a ou jurídica. da
Direitos econômicos
PunirCulturais decorrência direitos do garantiasproteger
de
da de cdos em resultante
da União dos lei de de
24 sãoproibição abandoná-la
conformar
politico"" públicos receita
Criança,
enn
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ordinária ovinculativo. do
em24Econômicos, Penalreferente para Direitos Tortura, Livraria direitoaplicará, direitos de partir do apenas
ratificação intervenção
janeiro (General
deEconômicos, Sociais e Sanhumanos OsEstado, A
dezembro de e de a vício conclui-se maximamente
individuais". "A
domíniospolítica resultante
Internacional, Prevenir, setembro
referentes Civis da impostos,
do das maiEstado s da de
janeiro em Almedina, à e Salvador justiciáveis, do Constituição
à de consequente saúde,
anualmente, sociaismarco normas sob como 4° saúde
contra
Abolição e Comment 20 vasta Constituição de à Surgeincorporando
de de Sociais PunirPoliticos,1992; Brasileiro, foram
do doretrocesso política, deixa federal
de de
ao compreendida os inconstitucionalidade. a
art.
1998,2004. 1989; julho Coimbra,
jurídico sua a Pacto que da (artigo de
envolvimento a em e da e ) orçamentários
recursos
sero e produçãode em emenda Considerando os verdadeira política de impostos
Mulher,Culturais 20 Erradicar
a em n. nunca proteção ratificados
Convenção
econômicos.inspiração.
Pena c) de cláusula 3,
60. mas esta ser nos
estes A de 24 1989; a Culturais, Internacional social", direitos é tem FLÁVIA
iunho de Convenção sobre os
UN 1998. normativo damatéria Federal 1988,de são o concebida fin s 34, Estados
em de menos cláusula grande passam
a doc. normatividade
normativa àSão, sempre
avanços, de(Protocolo 28 Morte, Violência janeiro b) da proveniente e Constituiçãoprovidos, cont1guraçao Vl,
estaduais PoVESAN
de Americana a proibição benm aos fundamen
o econômico
E/1991/23). de
criancas de
de pelo
2002: em
Convenção direitos
portanto, a e).
soma-se junho de como 18, direitos em
decontra13 1992;
brasi alcança valoruniver desatio. como Sorer a
como -
e dos Bra 409
emde k)San de de
o do de os de no da naque
o
menteassim, nomas
dimensãomaximamente ção do Neste sistema
mosReitere-se tam dosevolutiva, geraldeveres cann-sc: TI0-IGNIDADE
um qualpnncipiosprópnas. A paridade doistendo como proccsso que O
Háprogress1va de desafio Direitoso No Aplhca-se,impactos: a)afia CONCLUSÃO cnfocarAo 6.
garantidos.
racionalidade
a que instrumento contexto,
sociais monitoramento de que afeta decore dos a) cm
vital e se petição que aos gerais
Economicos, de
sebem Estados
pincipo o
adequada constrnução a de
fortalecer o refere como o HUMANA
programáticas seus dos é assegurar
Pacto direitos principio pois, graundanmcnto tico visào protcção a
aprimorando
inalienável,os fundamental para aplicácis
efeitos. adequado
direitos ao inter-relação
aos de integral ae
emancipatória o cm E
os
apenas aparato
pincípio hemenêutica dosrelevància A
impactam humanos, da dircitos
sociais PROTECÃO
a direitos umaSociais matéria da
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proibição dos dos
destituídas soCiais endossar
efetivo
e estabelecemaior protetivo a DOs
direção e da de de compor odireitos
dircitos
desfavoravelmente Culturais
educação àproporcionalidade. a DIREITOs
dos que, e contemplardireitos
os direitos valor
para mai s dos do interdepcndência o
integral similar, de em que o
do jurídico
retrocesso humanos.direitos regime hunmanos,
da sociaisnos
direitos sOCIAIS
direitos
qualquer sua
a os sistema e efetiva direitos
e, sociais. minimum core dignidade
mecanismos momento direitos à sociaisc
liberdade no NOS
dos no
proteção. sociais
requer civis
sociais garantia plano
de sociais,principios social; A Dentre os culnminandoplanos PLANOS
a
sociais relatórios,
direitoseficácia.âmbito justiciabilidade esta dehumana.
regional, dos políticos ce GLOBAL,
como algum,
Também principiologia obligation;
princípio c)
o direitos das
de interno,
sindical. destacam-se,aos global,
humanos, são dreitos da princípios dircitos diversas
direitos sua principios na REGIONAL
LOCAL E
pode exigíveis, enquanto A interpretação
o perspectiva
civis estaSob regional
proteção háessencial fragilidade Protocolo b)o humanos, concepção
dos soCiais, categorias direitos
humanos, significar
que no especiica princípio relacionados
da e de
que acionáveisdireitos especiticos políticos.
se que plano inversãodo local, e
e no deteleológica, Com sociais,
justiciabilidade, tem afastar avançar é e marco
o Sanglobal, contemporânea
nacional
não Protocoloa da
nos debilidade
sociais conjuga-se sua este
justiciáveis,
aplicação, e Salvador. apicaço atinentes direitos
integral,
a no o de lógica econômicos estudo
direitosequivocada
princípio no
ônus direitos
sua Pacto efetiva,
dinàmi
e âmbito somente
destes da a;humanos;
internacional
dignificando,sociais extraindo-se justiciabilidade Ambos a
progressiva,sociais, e
estesidentificarm-se permitiu
destes
Internacien.d principiolociprova; principiologia
demandan e
idéia da intermomecanis
prevé direitos culturais,
direitos,
aplica enfren ed) e avalir
uma desta- b)
de o os do e a