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UTILIZAÇÃO DA FÍSICA FORENSE PARA DESPERTAR O INTERESSE

DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO EM FÍSICA

Afonso Chimanski (bolsista USF), Vagner dos Santos (bolsista USF), Silvio
Henrique Gonsalves (bolsista USF), Luiz Fernando Cótica (orientador USF),
Tania Toyomi Tominaga (orientador USF) e-mail: ttominaga@unicentro.br

Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências Exatas.

Palavras-chave: Ensino, Física Forense, balística

Resumo:

A contextualização dos conteúdos de Física com acontecimentos do


cotidiano dos alunos favorece o aprendizado significativo por parte dos
alunos. A fisica forense é a parte da física que está presente em perícias
forenses, desde a resolução de crimes até o estudo de colisões no trânsito,
entre outros casos. O presente trabalho faz uso da física forense como uma
das formas de despertar o interesse dos alunos do ensino médio pela
disciplina de Física. Neste sentido foram desenvolvidos experimentos para
tratar dos princípios envolvidos nas investigações forenses e estes foram
apresentados em diversas escolas de Guarapuava e no Workshop de
Ensino “Desmistificando a Física e a Química” Projeto Licenciatura –
Universidade sem Fronteira.

Introdução

Apesar da Física estar presente em todos os aspectos das nossas vidas,


nem sempre é evidente esse relacionamento física-cotidiano. Desmistificar a
física do dia-dia para um público alvo como os alunos do ensino médio não é
uma tarefa tão fácil. Uma maneira que encontramos de despertar o interesse
dos alunos pela disciplina é utilizar exemplos do cotidiano ou da Física
Forense. Esta ciência envolve o exame de um grande número de
acontecimentos o qual auxilia na elucidação de crimes e acidentes. Dessa
maneira pode-se fugir um pouco da mera reprodução do livro didático e de
formulações que os alunos têm dificuldade em assimilar e aprender.
Destaca-se também que muitas são as dificuldades enfrentadas pelos
professores quando faz-se necessária a contextualização do conteúdo, ou
sua representação experimental.
Neste trabalho foram desenvolvidos experimentos que tratam dos
princípios envolvidos nas investigações forenses e que mostram as atuações
do físico na criminalística como perito investigador. Estes trabalhos foram
apresentados em diversas escolas de Guarapuava e no Workshop de

Anais da SIEPE – Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão


26 a 30 de outubro de 2009
Ensino “Desmistificando a Física e a Química” Projeto Licenciatura –
Universidade sem Fronteiras.

Materiais e Métodos

Foi desenvolvido um aparato experimental como mostra a figura 1, para


determinação da velocidade de um projétil. Fram utilizadas uma armação de
ferro, fio leve e inextensível, alvo composto por isopor e madeira, um luva de
borracha, um cano PVC ¾”, base de madeira, esfera de rolamento, régua e
cartolina. Pode-se fazer um estilingue com dos dedos da luva presa ao cano
de PVC. Uma esfera de rolamento foi utilizada como projétil e então efetua-
se um disparo de modo a atingir o isopor. Anota-se a variação da altura
sofrida pelo isopor após ser atingido pelo projétil.

Figura 1: Aparato experimental para determinação da velocidade de um


projétil

Em um outro experimento tentou-se recriar o fenômeno que acontece


quando uma pessoa anda de automóvel sem o cinto de segurança. Para
tanto colocou-se um boneco em cima de um skate preso através de uma
corda em uma base fixa. Com um “empurrão” o skate entrou em movimento
estendo-se a corda até o limite. Neste instante, o skate ficou travado e o
boneco “arremessado” para frente. Neste experimento anota-se a distancia
percorrida pelo skate e o tempo em que é feito o percurso.
A última etapa do trabalho foi expositiva e apresentação do tema
Física Forense foi realizada no Colégios Heitor Rocha Kramer e no
Workshop de Ensino “Desmistificando a Física e a Química” Projeto
Licenciatura – Universidade sem Fronteiras.

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Resultados e Discussão

No experimento do pêndulo o professor pode relacionar vários temas, como


a força elástica envolvida quando é puxado o disparador do projétil, a
energia cinética com que o projétil deixa o disparador, o movimento do
pêndulo e a altura que este atingirá a partir da velocidade com que o projétil
o acerta. No segundo experimento o professor pode expor em sala de aula a
primeira lei de Newton (Lei da Inércia): “Todos os corpos tendem a resistir a
qualquer variação em seu estado de movimento (parado ou em movimento)”
que explicaria o porque do boneco continuar ser percurso ao invés de parar
junto com o skate. Com os dados do tempo de duração do percurso e a
distancia percorrida pelo skate, pode-se chegar a velocidade em que o
boneco é “arremessado” se fazendo uso dos conceitos de cinemática de
Galileu que descreve o movimento dos corpos e com os conceitos de
conservação de momento linear chegasse a força com que o boneco
continua o seu percurso após deixar o skate.
A apresentação do tema Física Forense despertou grande
curiosidades, dos alunos do ensino médio e até mesmo dos nossos
acadêmicos que tiveram a oportunidade de conhecer um outro campo de
atuação da Física. Houve boa participação por parte dos alunos, que se
mostraram interessados na aplicação de conteúdos de Física vistos em sala
de aula. Foi possível observar que a abordagem interdisciplinar permite
discutir conceitos físicos, em temas que são de interesse e curiosidade dos
alunos. Os alunos do ensino médio demonstram uma necessidade de
associar os conceitos de Física com o cotidiano para assimilar os
conhecimentos. Os resultados obtidos confirmam que a física pode ser
desmistificada e ser relacionada com o cotidiano dos alunos

Conclusões

A Física Forense pode auxiliar no processo ensino-aprendizagem, e


despertar o interesse dos alunos do ensino médio pela Ciência. Os alunos
do ensino médio em geral demonstram necessidade de associar os
conceitos de Física com cotidiano. Com este trabalho foi possível mostrar
que a Física Forense pode ser utilizado como um excelente recurso didático
para se ensinar assuntos como lançamento de projéteis e momento de
inércia.

Agradecimentos

À UNICENTRO, ao SETI/PR e à todos os envolvidos no projeto


Universidade sem Fronteiras: Desmistificando a Química e a Física

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Referências

1. TOMMASINI G. M., SILVA T. F. – “Determinação da


velocidade de um projetil de um espingarda de pressão”. In 1º anais de
Graduação do IFUSP.
2. RESNICK, R, HALLIDAY, E e KRANE, K, S. Física 1, 2,
3 e 4 5ª ed. Rio de Janeiro, LTC, 2003

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