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Saiba mais

Você pode visitar o site do Comitê


Paralímpico Brasileiro (CPB) para
conhecer melhor as diversas
modalidades paralímpicas
brasileiras: https://www.cpb.org.br/

INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE | 27


Atletas com deficiência visual passam que atua com o esporte para pessoas sem
por exames médicos para diagnóstico da deficiência assume juntamente modali-
acuidade visual. No caso de atletas com
deficiência intelectual, há restrição no fun-
Saiba mais dade paradesportiva para administrar; e
(III) quando o CPB é o responsável direto
cionamento intelectual e no comportamento Visite o site e conheça a pela gestão da modalidade. Existem orga-
adaptativo que afeta as capacidades de adap- Associação D’Eficiência nizações por entidades responsáveis por
tação conceptual, social e prática necessá- Superando Limites (Adesul): modalidades de deficiências específicas,
rias para a vida cotidiana, devendo serem https://linktr.ee/adesulceara por exemplo: a Confederação de Desportos
submetidos a testes de cognição esportivo para deficientes Visuais (CBDV), responsável
e, se necessário, observação em competição. por judô, goalball, futebol de 5; a Associa-
A organização do esporte paralímpico no ção Nacional de Desporto para Paralisados
Brasil ocorre de diversas formas (REIS, 2014; Cerebrais (Ande), com o futebol de 7 e a
REIS; MEZZADRI; MORAES E SILVA, 2017), bocha; e a Associação Nacional de Esporte
dentre algumas: (I) quando se caracteriza para Deficientes Intelectuais (ABDEM), com
por modalidades paradesportivas que são modalidades para pessoas com deficiência
administradas por entidades específicas do intelectual. Essas ações são lideradas e
paradesporto; (II) quando uma entidade planejadas estrategicamente pelo CPB.

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Políticas
públicas

A
s políticas públicas voltadas
ao esporte para pessoas com
deficiência no Brasil ocorrem
por meio do Ministério da • Categoria Atleta de Base – atletas ini-
Cidadania, em nível federal, com ações em ciantes com destaque no esporte;
conformidade com a Lei de Incentivo ao • Categoria Estudantil – atletas que parti-
Esporte, a Lei Agnelo Piva e o Bolsa Atleta ciparam de eventos nacionais estudantis;
(REIS; MEZZADRI; MORAES E SILVA, 2017). • Categoria Atleta Nacional – atletas
A Lei de Incentivo ao Esporte (BRASIL, que participaram de competição espor-
2006a) permite deduzir do imposto de renda tiva em âmbito nacional, indicada pela
devido de pessoas físicas e jurídicas, de valores entidade nacional de administração
gastos por meio de patrocínio ou doação, no do esporte e que atenda aos critérios
apoio direto a projetos paradesportivos e des- fixados pelo ministério responsável;
portivos previamente aprovados pelo Ministério • Categoria Atleta Internacional – atletas
da Cidadania. Organizações que trabalham sem que participaram de competição espor-
fins lucrativos, sejam entidades privadas, sejam tiva de âmbito internacional, integrando
órgãos governamentais, podem apresentar seleção brasileira ou representando o
projetos de construção e patrocínio utilizando Brasil em sua modalidade, reconhecida
recursos da Lei de Incentivo ao Esporte. pela respectiva entidade internacional Em nível estadual e municipal de cada
A Lei Agnelo Piva estabelece que 2% do e indicada pela entidade nacional de região do Brasil, há projetos, programas,
total de recursos financeiros dos concursos de administração da modalidade;  bolsas e incentivos para pessoas com
prognóstico e loterias federais e similares serão deficiência praticarem esporte. Caso isso
• Categoria Atleta Paralímpico ou
destinados em 15% do valor arrecadado para o não ocorra, você pode contribuir para soli-
Olímpico – atletas que participaram
CPB e 85% para o COB (BRASIL, 2001). O órgão citar, por força de lei, que essas ações sejam
de Jogos Paralímpicos ou Olímpicos
fiscalizador é o Tribunal de Constas da União. fomentadas. As pessoas com deficiência, seus
que cumpram os critérios fixados pelo
O Bolsa Atleta busca garantir benefí- familiares, amigos, professores e técnicos
ministério responsável;
cio financeiro para que os atletas possam esportivos precisam buscar esses recursos
treinar e competir com mais exclusividade, • Categoria Atleta Pódio – atletas de para auxiliar nas demandas financeiras de
sendo destinado, prioritariamente, a pra- modalidades individuais paralímpicas e suas entidades, associações e até mesmo
ticantes do esporte de alto rendimento olímpicas, de acordo com os critérios de no auxílio individualizado de determinados
em modalidades paralímpicas e olímpicas entidades nacionais de administração atletas. Um exemplo de associação específica
filiados ao CPB e ao COB. Atletas das moda- do desporto em colaboração com o CPB voltada ao desenvolvimento do parades-
lidades que não fazem parte do programa e o COB e a pasta do ministério respon- porto é a Associação D’Eficiência Superando
paralímpico ou olímpico também podem sável, obrigatoriamente vinculados ao Limites (Adesul). Ela teve início com apenas
ser incluídos no Bolsa Atleta de forma Programa Atleta Pódio. Este programa seis atletas e duas modalidades esportivas
secundária, exceto categorias de atleta tem o objetivo de apoiar atletas com e, atualmente, é um dos maiores projetos
Master. Integram as categorias do programa chances de disputar finais e medalhas do Estado do Ceará, com 250 atletas para-
Bolsa Atleta (BRASIL, 2004): paralímpicas e olímpicas. límpicos e 13 modalidades desenvolvidas.

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Medidas
para incluir

A
seguir você pode verificar uma
lista de medidas adotadas para
incluir pessoas com deficiência
na prática esportiva:
• Assegurar o direito da pessoa com defi-
• Investir técnicos com formação conti-
ciência à prática esportiva de forma
nuada, aproximando-os de Centros de
adequada;
Formação Paralímpicos e universidades
• Pensar, refletir e dialogar sobre a com cursos de Educação Física que
inclusão de pessoas com deficiência tenham professores com conhecimento Portanto, os benefícios da prática
na sociedade e no esporte; na área do paradesporto; esportiva para a pessoa com deficiência
• Compreender que a pessoa com defi- • Promover oportunidades para práti- são inúmeros, dentre eles: bem-estar;
ciência precisa estar a salvo de toda cas esportivas em igualdade de oferta aumento da autoestima; integração social;
forma de violência, negligência e dis- de outras pessoas, incluindo modali- mais amigos, mais professores e demais
criminação; dades adaptadas, paradesportivas e profissionais técnicos competentes e dedi-
• Potencializar as habilidades e os talen- paralímpicas; cados; empoderamento pessoal; digni-
tos das pessoas com deficiência; • Cobrar a União, os Estados e os Muni- dade; inclusão; promoção da saúde; maior
• Criar, desenvolver, avaliar e fiscalizar cípios sobre o fomento de políticas independência e autonomia frente a ativi-
políticas públicas que estimulem a cons- públicas de incentivo à prática espor- dades do cotidiano; maior conhecimento
trução de programas, projetos, ações tiva para pessoas com deficiência; cultural; mais lazer; conhecimento de
adequados e planejados para incluir outros lugares em viagem para avaliações,
• Patrocinar pessoas com deficiência em
pessoas com deficiência no esporte; treinos e competições; reconhecimento de
práticas esportivas;
si próprio diante das suas potencialidades
• Fortalecer a escola em ações de inclu- • Fiscalizar e denunciar à Justiça e e em aprimoramentos futuros.
são de pessoas com deficiência nos ao Ministérios Públicos quando os São realmente inúmeros os benefícios e
âmbitos do esporte educacional e do direitos da pessoa com deficiência não aposto que você pode destacar mais alguns.
esporte de participação; estiverem sendo garantidos; Assim, você percebeu que as leis brasileiras
• Adequar os espaços de forma a ampliar • Lutar para que pessoas com deficiência asseguram o direito da pessoa com defi-
a acessibilidade inclusiva para a prá- possam viver de forma digna e humana ciência à prática esportiva em igualdade
tica esportiva; a fim de atingir o máximo de desen- de oportunidades de outras pessoas. Logo,
• Preparar e formar professores e demais volvimento possível de seus talentos é dever de todos contribuir para que esse
profissionais competentes, qualifica- e habilidades físicas, sensoriais, inte- direito seja garantido, adotando atitudes e
dos e interessados para a inclusão da lectuais e sociais, segundo suas carac- procedimentos para a inclusão de pessoas
pessoa com deficiência no esporte; terísticas, interesses e necessidades. com deficiência em práticas esportivas.

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Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado 1988a.
BRASIL. LEI Nº 9.615, DE 24 DE MARÇO DE 1998. Lei Pelé ou Lei do passe livre, Institui normas gerais
sobre desporto e dá outras providências. Brasília, DF 1988b.
BRASIL. LEI No 10.264, DE 16 DE JULHO DE 2001. Lei Agnelo/Piva. Brasília, DF 2001.
BRASIL. LEI Nº 10.891, DE 9 DE JULHO DE 2004. Bolsa-Atleta. Brasília, DF 2004.
BRASIL. Lei nº 11.438, de 29 dezembro de 2006. Lei de incentivo ao Esporte. Brasilia, DF 2006a.
BRASIL. PORTARIA N° 142, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2006. Comitê de Ajudas Técnicas - CAT. ATA VII -
Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Presidência da República. 2006b.
BRASIL. LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF 2015.
REIS, R. E. Políticas públicas para o esporte paralímpico brasileiro. 2014. 121 f. (Dissertação - Mestrado
em Educação Física) - Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do
Paraná, Curitiba.
REIS, R. E.; MEZZADRI, F. M.; MORAES E SILVA, M. AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE
PARALÍMPICO NO BRASIL: APONTAMENTOS GERAIS. Corpoconsciência, 21, n. 1, p. 58-69, 04/23 2017.

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Autor
Wellington Gomes Feitosa
Tem Doutorado em Ciências do Movimento
Humano pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), com tese escrita sobre “Parâmetros
biomecânicos e fisiológicos do desempenho
de nadadores com deficiência” e com artigos
internacionais publicados sobre a temática.
Tem Mestrado em Ciências do Desporto, pela
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro com
Revalidação pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB); Especialização em Fisiologia e Biomecânica
dos Movimentos; Especialização no Ensino de
Educação Física; Especialização em Personal
Training: avaliação e prescrição; Licenciatura Plena
em Educação Física pela Universidade Federal do
Ilustrador
Ceará (UFC). Tem experiência na área de educação Guabiras
formal (escolas, tanto no ensino médio quanto Carlos Henrique Santos da Costa é cartunista e
fundamental) e não formal (academias, clubes jornalista por formação. Trabalhou no O POVO
etc.). É professor na Universidade Estadual do Ceará (Fortaleza/CE) de 1998 a 2019. Colaborou para
(Uece), na qual ministra ou ministrou disciplinas a revista MAD (SP) de 2003 a 2016. Publicou em
como Natação, Biomecânica, Musculação e 2003 uma história em quadrinhos no jornal Extra,
Voleibol. Tem interesse e dedicação em incluir de Nova York (EUA). Ganhou em 2015, junto com
pessoas com deficiência de forma adequada na a equipe de arte do O POVO, o prêmio Esso de
prática esportiva e no sistema de ensino. Jornalismo na categoria Criação Gráfica.
Em 2016, o Prêmio Ângelo Agostini de “Melhor
Cartunista” e dois Troféus HQ MIX em parcerias.
Participou de projetos como Tarja Preta (RJ),
Escape (SP), Gibi Quântico (SP) e Marcatti 40 (SP).

APOIO PATROCÍNIO REALIZAÇÃO

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