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Missão
Desenvolver em conjunto com as demais áreas da Secretaria
Especial do Esporte, ou com as demais organizações do 1º e do
3º setor, programas e projetos visando a promoção da prática
esportiva voltada às pessoas com deficiência.
Visão
Incrementar o acesso das pessoas com deficiências à prática
esportiva em todas as suas manifestações: da iniciação ao alto-
rendimento, em todas as faixas etárias e para as diversas
deficiências que atualmente não estão incluídas em nenhum
programa.
O Paradesporto
O esporte paralímpico brasileiro aposta cada vez mais na tecnologia para superar os limites dos
atletas com deficiência e isso significa investir na formação e preparação de atletas, no estudo da
dinâmica e dos limites corporais essenciais para a performance e para melhoria máxima (aspectos
físicos, fisiológicos e psicológicos, dentre outros), como também no desenvolvimento e
aprimoramento de equipamentos esportivos de ponta. Essa simbiose do esporte aliada à ciência e
tecnologia requer um diálogo intenso e que envolve o CPB, por meio da Academia Paralímpica
Brasileira, e as universidades.
Falar desse assunto não é algo recente, pois desde o surgimento do esporte adaptado na década de
1940 percebe-se o enorme contraste da evolução científica e tecnológica que alicerça o paradesporto.
Regras esportivas, o desenvolvimento do sistema de classificação funcional específico para cada
modalidade, os avanços nos equipamentos como cadeira de rodas, próteses e outros materiais
utilizados em treinamentos e competições esportivas são alguns exemplos da evolução tecnológica e
científica. É importante enfatizar que grande parte das inovações iniciais ocorridas nas modalidades
paralímpicas foi oriunda das experiências vividas no contexto olímpico.
Em contrapartida , os altos custos também se refletem na iniciação esportiva e, por esse motivo, as
parcerias entre ciência e tecnologia são essenciais em nosso país. Algumas iniciativas oriundas das
universidades, do CPB, Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e da Rede Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva desenvolvem novos dispositivos para treinamento
esportivo a baixo custo para usuários de cadeira de rodas, os quais podem ser utilizados também em
clínicas de fisioterapia e academias. Dessa forma, mais do que uma contribuição para que melhores
resultados possam ser alcançados no esporte paralímpico de alto rendimento, as tecnologias
aplicadas ao esporte para pessoas com deficiência permitem, em alguns casos, o essencial: a
possibilidade da prática esportiva.
É possível hoje tornar inteligentes os joelhos dos corredores com deficiência nos
membros inferiores, com novas próteses de pernas apresentando tecnologias de software
e hardware precisos. Modelos como a AC-leg permitem o uso de controle remoto para
controlar a velocidade das passadas. Já o modelo Power Knee possui um sensor que
automaticamente ajusta o movimento do joelho para o terreno em que se encontra o
corredor (escada, plano, plano inclinado), sendo este um dos modelos mais utilizados no
paradesporto.
Para o salto em distância, as próteses contam com cilindros hidráulicos que permitem o
movimento normal da flexo-extensão de joelhos, com o atleta controlando a velocidade;
isso diminui a perda de energia e otimiza toda a força para impulsionar o salto. A
lâmina que forma o pé da prótese é composta por mais de 80 lâminas de fibra de
carbono, sendo leves e flexíveis. Já os ciclistas apresentam próteses que dispensam tênis
na hora da prova, conectando a prótese ao pedal, fazendo com que o atleta fique
conectado à bicicleta. São alguns de muitos exemplos da presença da tecnologia
assistiva e cada vez mais presente.
Considerações finais
Faltam pouco mais de dois anos para os jogos do Rio de Janeiro – momento único na
história do Brasil e oportunidade singular de investimento em políticas públicas de
ciência, tecnologia e popularização do esporte para todas as pessoas.
Vale registrar que a equipe paralímpica do Brasil obteve a 37ª colocação nas
Paralimpíadas de Barcelona (1996), passando por 24° em Sidney (2000), 14° em Atenas
(2004), 9° em Pequim (2008) e 7° em Londres (2012).
Foram essenciais para um salto qualitativo da equipe paralímpica brasileira nas últimas
cinco paralimpíadas e, portanto, nas últimas décadas, o desenvolvimento e a aplicação
do conhecimento científico. Verifica-se, enfim, que é o potencial científico
desenvolvido e, de certa forma, enraizado, o fator responsável pela defesa da
necessidade cada vez mais presente de tecnologias inovadoras para que tenhamos
continuidade no processo de crescimento do esporte paralímpico em suas diversas
formas de manifestação, especialmente a do alto rendimento