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Equações em

Diferenças Finitas

Prof. Wagner M. Lamounier 1


BIBLIOGRAFIA:

HAMILTON, J. D. Time Series


Analysis. Princeton, New
Jersey: Princeton University,
1994. (Capítulo 1)

Prof. Wagner M. Lamounier 2


Motivação
• Grande parte do trabalho de pesquisa e da “prática” em Controladoria
& Finanças diz respeito `a modelagem da dinâmica de variáveis
financeiras.

• Nesse sentido, torna-se tarefa primordial para o profissional de


finanças o desenvolvimento de modelos para explicação, previsão,
e testes de hipóteses relativas ao comportamento de variáveis
financeiras, contábeis e econômicas, tais como:
– Taxas de Retorno;
– Preços;
– Vendas;
– Lucros;
– Índices de Bolsas de Valores e de Futuros;
– Volatilidade;
– Taxas de Juros; etc.
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Modelos de Séries Temporais
• A Análise de Séries Temporais é o ramo da
estatística / econometria que se dedica à
estimação empírica de equações de
diferença que representarão (com maior ou
menor grau de precisão) a dinâmica desses
processos e variáveis contendo
componentes estocásticos.
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Séries Discretas no Tempo
• Os elementos de uma série de dados financeiros
{y0, y1, ..., yt} podem ser considerados como
realizações discretas (resultados) de um
processo estocástico.
• Tomando-se como exemplo yt como o Preço de
Fechamento de uma Ação na Bovespa. Como
não podemos prevê-lo perfeitamente, yt será uma
variável aleatória.
• Cada valor conhecido do preço de fechamento
ao final do pregão será uma nova realização
(observação) desse processo estocástico.
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• A variável discreta y é dita aleatória
(estocástica) se o seu valor está sujeito a uma
distribuição de probabilidades (conhecida ou
não). Ou seja, se:

0 < Prob (y = x) < 1

• Caso exista um valor de x para o qual


Prob(y = x) = 1, então a variável y será dita
determinística.
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O Papel das Equações de Diferenças
na Modelagem de Séries Temporais
• A partir de valores observados de uma série
temporal, pode-se utilizar modelos matemáticos /
estatísticos para identificar os aspectos essenciais
do “verdadeiro” processo gerador dos dados.

• As equações de diferenças estocásticas


representam a base matemática desses instrumentos
para a modelagem dos processo dinâmicos dessas
variáveis.
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Exemplo:

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Equações de Diferenças Vs.
Equações Diferenciais
• Uma equação de diferenças expressa a
mudança em alguma variável como resultado de
uma mudança finita (discreta) em outra
variável.

• Uma equação diferencial expressa a mudança


em alguma variável como resultado de uma
mudança infinitesimal (contínuas) em outra
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Equações em Diferenças de Primeira Ordem

def. : Uma equação de diferenças é uma expressão que


relaciona uma variável yt aos seus valores passados , ao
fator tempo e a outras variáveis . Nesse sentido, tem - se
que a equação de diferenças linear de primeira ordem
deverá relacionar ao valor de y em t o seu valor no período
anterior (t-1) e o valor de uma outra variável. Formalmente :

yt  yt 1  vt (1)

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Em geral, a variável vt será considerada uma
variável aleatória, ou uma variável exógena
que pode representar um conjunto de outras
variáveis de forma agregada. Nesse sentido,
será de grande importânci a a análise de quais
serão os efeitos na variável y de um choque
(variação) em v para um sistema dinâmico
como o dado pela equação (1).
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Solução de uma Equação de Diferenças
• def.: Uma solução para uma equação de
diferenças será uma função (e não um número)
que irá expressar o valor de yt como função dos
valores de vt entre as datas 0 e t, e,
possivelmente, em função de um dado valor
inicial y0 (chamado de condição inicial).
• Um aspecto fundamental de uma solução para
uma equação de diferenças é que ela deverá
satisfazer a equação de diferenças para todos
os valores possíveis de t e de vt.

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Método de Solução por Substituições Recursivas
(Solução por Iterações)
Suponha o caso da equação (1) que descreve o comportamento de y para cada momento t.
Assim, para cada momento, y estará intrinseca mente relacionado ao seu valor anterior e
ao valor corrente de v. O Quadro a seguir ilustra essa relação.
Data (t ) Equação
0 y 0  y 1  v0
1 y1  y 0  v1
2 y 2  y1  v 2
 
t y t  y t 1  vt
Se o valor inicial de y para a data t  -1 e a sequência de valores para v, entre o momento 0 e
o momento t forem conhecidos , será possível solucionar o sistema de forma recursiva como :
 
y1  y 0  v1   y 1  v0   v1   2 y 1  v0  v1  y 2  y1  v 2    2 y 1  v0  v1  v 2
 y 2   3 y 1   2 v0  v1  v 2  ()  Continuand o esse processo, tem - se que a solução
da equação de diferencas de primeira ordem (1), por substituiç ões recursivas , será dada por :
y t   t 1 y 1   t v0   t 1v1   t  2 v 2   t 3 v3  ........  vt 1  vt (2)
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Multiplicadores Dinâmicos
Em diversas situações será preciso calcular o efeito de um choque v em um dado
momento do tempo sobre o valor de y. Assim, por exemplo, o efeito de v0 sobre o
yt
valor de y no momento t ( ceteris paribus ) será dado por :  φt
v0
Supondo agora que o processo de solução (2) tivesse começado na data t (tendo
como dado o valor de yt-1 ). O valor de yt  j seria dado como função de yt-1 e de vt ,
vt 1, vt  2 ,....., vt  j , definido formalment e pela expressão :
yt  j   j 1 yt 1   j vt   j 1vt 1   j 2vt 2   j 3vt 3  .....  vt  j 1  vt  j (3)
Assim sendo, define - se um multiplicador dinâmico para esse sistema como o
efeito de um choque em v no momento t sobre o valor de y no periodo t  j. Ele será
dependente apenas do espaço de tempo " j" que separa o momento do choque em v,
do momento em que o valor para yt  j será observado. Será dado por :
yt  j
j (4)
vt 14
Respostas dinâmicas de y a v
• Diferentes valores para Φ na equação de
diferenças de primeira ordem yt=Φyt-1+vt
produzirão diferentes padrões de resposta de y
para um choque em v. Assim, tem-se os casos:
– Se 0 < Φ < 1 o valor do multiplicador tenderá
geometricamente para 0, com j → ∞.

– Quanto mais próximo de 1 for o valor de Φ mais lenta


será essa queda, e quanto mais próximo de 0 mais
rápida será.
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Exemplo gráfico para 0<Φ<1:

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Respostas dinâmicas de y a v
• Se -1 < Φ < 0 o valor do multiplicador
continuará tendendo para zero, porém irá
alternar de sinal com j → ∞.

• Quanto mais próximo de -1 for o valor de


Φ mais lenta será essa convergência
para 0, e quanto mais próximo de 0 mais
rápida será.
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Exemplo gráfico para -1<Φ<0:

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Respostas dinâmicas de y a v
• Se Φ > 1 o valor do multiplicador
aumentar exponencialmente ao longo do
tempo.

• Assim, quando j→ ∞ o valor do efeito de


v sobre y, dado pelo multiplicador,
também apresentará um comportamento
explosivo → ∞.
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Exemplo gráfico para Φ>1:

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Respostas dinâmicas de y a v
• Se Φ < -1 o valor do multiplicador
também apresentará um padrão de
comportamento explosivo quando j→∞.

• Todavia, isso de dará de forma


oscilatória. O gráfico a seguir ilustra
essa situação.

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Exemplo gráfico para Φ<-1

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Mas o que ocorrerá nos casos limites
em que Φ = 1 e Φ = 0 ?
Se   1, tem - se que uma variação em um dado momento em v irá
provocar uma alteração permanente em y a partir daquele ponto no
tempo, na exata magnitude do choque sofrido por v. Para visualiza r
porque isso ocorre, basta substituir na equação (3) a seguir   1 :
y t  j   j 1 y t 1   j vt   j 1vt 1   j  2 vt  2  ........ vt  j 1  vt  j
 y t  j  y t 1  vt  vt 1  vt  2  ........ vt  j 1  vt  j (5)
Assim, um choque na forma de um aumento unitário em v irá causar
y t  j
um aumento permanente unitário em y pois :  1  j  0 , 1, 2 ,..
vt

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Esse caso (em que   1) corresponde ao caso de uma hipótese
muito conhecida na teoria de finanças chamada de Hipótese do
Passeio Aleatório (Random Walk Hypothesis) segundo a qual
o preço das ações no mercado financeiro em um dado dia, dado
por yt , seguiria uma trajet ória imprevisív el no tempo de acordo
com a seguinte equação de diferencas finitas de primeira ordem :

yt  yt-1  εt  yt -yt-1  εt  Δyt  εt (6)

Em que εt é uma variáv el aleatória chamada ruído branco que


tem média zero, e Δyt é chamada de primeira diferença de yt .
Por outro lado, se   0 para a série yt no nível, teremos que o
próprio comportamento de yt será do tipo ruído branco : yt  εt
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Ruído Branco
3

0
1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99
-1

-2

-3
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Respostas dinâmicas de y a v
• Em síntese, se |Φ|<1 o sistema será dito
estável, e os impactos de um choque em v
irão desaparecer com o passar do tempo.
• Se |Φ|>1 o sistema terá comportamento
explosivo e um choque em v levará a uma
situação de desequilíbrio permanente.
• Todavia, se |Φ|=1 um impacto em v terá um
efeito permanente no sistema, porém, não
provocará um comportamento explosivo.
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Suponha agora que o nosso interesse esteja em avaliar o efeito de um choque
v no valor presente do conjunto de realizaçõe s futuras da variáve l y. Para
o conjunto de valores futuros yt ,yt 1,yt  2 ,yt 3,....., e para uma dada i  0 taxa
de desconto, o valor presente desse fluxo no momento atual t será :
yt 1 yt  2 yt  3 yt  k
yt     .......   ....... (7)
(1  i ) (1  i ) 2
(1  i ) 3
(1  i ) k

1
Definindo - se como o fator de desconto :    (7) poderá ser escrita :
(1  i )

α yt  α yt 1  α yt  2  α yt 3  ....... α yt  k  ....... 
0 1 2 3 k
 yt  j (8)
 j

j 0

Assim sendo, o efeito de um choque em vt ( ceteris paribus ) sobre o fluxo de


valores futuros de y poderá ser obtido derivando - se (8) em relação a vt .

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Dada a regra de que a derivada da soma de funções é a soma das derivadas, e dada a equação (4)
do multiplica dor dinâmico, tem - se o seguinte resultado para a derivada de (8) em relação a vt :
  j 
   y t  j 

 j 0   α 0 y t  α 1 y t 1  α 2 y t  2  ....... α k y t  k  ....... 
vt vt vt vt vt

 1  α  α   ....... α   .......    j  j
2 2 k k

j 0

Chamando - se esse resultado de S, e cada termo  j j de  j tem - se que :


S  1     2  .....   k  ....... (9)
Multiplica ndo - se os 2 lados de (9) por   S     2   3 .....   k 1  ..... (10)
Fazendo - se (9) - (10) :
1    1 1  ( )  1 1    1  1 1
 (1   ) S  1    1
S    lim S  (11)
(1   ) (1   ) (1   ) 1  
 1 
Pois, assume - se um sistema estável, com |  | 1. Assim ,   será o efeito total sobre o valor
 1   
presente de y, de uma variação unitária em v no momento t , com vt 1 , vt  2 , vt 3 ,...., constantes.

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Graficamente:

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Material Opcional:
Equações em Diferenças de Ordem Superior

Podemos generaliza r a equação (1) de forma que o valor de y no


momento t seja dependente de p defasagens além do valor de v t .
Assim, tem - se a equação em diferenças de ordem - p, que será :

y t  1 y t 1   2 y t  2  3 y t 3  .......   p y t  p  vt (13)

Todavia, uma forma mais apropriada para representação e para


a manipulaçã o algébrica dessa equação de ordem - p será dada
rescrevendo - a como uma equação de diferença vetorial de
primeira ordem dada por :
ξ t  Fξ t 1  v t (14)
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Equações em Diferenças de Ordem Superior
Os membros dessa nova equação serão : o vetor ξ t de ordem px1 cujo primeiro elemento
será o valor de y no momento t, o segundo será o valor de y em t - 1, e assim por diante; a
matriz F de ordem pxp e o vetor v t de ordem px1; cujos elementos serão :
 yt  1  2 3   p 1  p  v t 
 y  1 0 0  0  0
 t 1   0   
ξ t   y t  2 ; F   0 1 0  0 0 ; v t   0 
     
           
 y t  p 1   0 0 0  1 0   0 
 
Assim, a equação ξ t  Fξ t 1  v t na forma matricial expandida, terá a seguinte estrutura :
 y t  1  2 3   p 1  p   y t 1  vt 
 y    
 t 1   1 0 0  0 0   y t  2   0 
 yt 2    0 1 0  0 0 . y t 3    0 
      
            
 y t  p 1   0 0  0   y t  p   0 
  0 1
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O Multiplicador Dinâmico
O multiplica dor dinâmico para a equação (14) será obtido de forma similar ao obtido no caso
de uma equação de diferenças de primeira ordem, uma vez conhecido o valor do vetor ξ para
o período t  - 1 e do vetor v para t  0. Assim ξ para o período t  0 será : ξ 0  Fξ 1  v 0 
ξ 1  Fξ 0  v 1  FFξ 1  v 0   v 1  F 2 ξ 1  Fv 0  v 1  Continuand o esse processo, tem - se :
ξ t  F t 1 ξ 1  F t v 0  F t 1 v 1  F t  2 v 2  ....... Fv t 1  v t (17)
Que na forma matricial expandida sera :
 yt   y 1  v 0  v1  v 2  vt 1  vt 
 y  y  0 0 0  0  0
 t 1    2           
 y t  2   F  y 3   F  0   F  0   F  0   .......  F  0    0 
t 1 t t 1 t 2 1
(18)
             
               
 y t  p 1   y p   0   0   0   0   0 
   
Observando a primeira equação do sistema, que representa a solução para y t , pode - se definir
f 11(t) como o elemento da primeira linha e primeira coluna da matriz F t , f 12(t) como o elemento da
primeira linha e segunda coluna da matriz F t e assim por diante. Assim, a primeira equação de
(18) para y t terá a seguinte representação :
y t  f 11(t 1) y 1  f 12(t 1) y  2  f 13(t 1) y 3  ....  f 1(tp1) y  p  f 11(t) v0  f 11(t 1) v1  f 11(t  2) v 2  ....  f 11(1) vt 1  vt (19)
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O Multiplicador Dinâmico
A equação (19) descreve o valor de y no momento t como uma função dos p valores iniciais
de y e das observações do termo exógeno v desde o momento 0 até o momento t. Assim, uma
extrapolação similar àquela feita para a equação (5) pode ser feita para (18) e (19), para se
obter o valor de y no momento t  j , a partír do momento t. As equações resultante s serão :

ξ t  j  F j1 ξ t 1  F j v t  F j1 v t 1  F j 2 v j 2  ....... Fv t  j1  v t  j (20)


De onde se obtém :

y t  j  f 11(j1) y t 1  f 12(j1) y t  2  ....  f 1(jp1) y t  p  f 11(j) vt  f 11(j1) vt 1  f 11(j 2) vt  2  ....  f 11(1) vt  j 1  vt  j (21)

Assim sendo, pode - se deduzir o multiplica dor dinâmico, que irá mostrar o efeito de um choque
y t  j
em v no momento t sobre y em t  j , derivando - se (21), o que resultará em :  f 11(j) (22)
vt
O termo f 11(j) corresponde ao primeiro elemento da matriz F j . Quando j  1, ele será facilmente
obtido, pois será igual a 1 que é o primeiro elemento de F. Todavia, para j  1, o cálculo dos
multiplica dores será dado utilizando - se a Matriz Modal U de F e a Matriz Espectral D de F.

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Breve revisão de conceitos:
Autovalores e Autovetores
Def.: Seja A uma matriz nxn. O número real
λ será chamado de AUTOVALOR de A
s.s.s. existir um vetor u ≠ 0 em Rn tal que:
Au = λu
Se esse escalar e esse vetor (chamado de
VETOR CARACTERÍSTICO ou de
AUTOVETOR) existirem, essa equação
poderá ser reescrita como:
Au – λu = 0 => (A – λI)u = 0
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O Multiplicador Dinâmico
Nos cursos de Álgebra Li near aprende - se que, se os autovalore s da matriz F forem distintos,
existirá uma matriz, chamada Matriz Modal U invertível , formada pelos autovetore s de F, e
uma Matriz Espectral D, formada pelos autovalore s i na diagonal principal e por zeros nos
outros espaços. Para essas matrizes, serão válidas as seguintes relações :
1 1 1
FU  UD  FUU
  UDU  F  UDU
I
1
 F 2  UDU
 U DU 1  UD 2U 1 
I
1 1
 F 3  UDU
 U DU
 U DU 1  UD 3U 1 
I I

 F j  UD jU 1 (23)
Com :
1j 0 0  0  u11 u12 u13  u1 p   u11 u12 u13  u1 p 
  u
0 2j 0  0 u22 u23  u2 p   21
u u 22
u 23  u2 p 

 21  
Dj   0 0 3j  0 ; U   u31 u32 u33  u3 p ; e U   u 31 u 32
-1
u 33  u3 p 
     
                  
0 0 0   pj  u p1 u p 2 u p3  u pp  u p1 u p 2 u p3  u pp 

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O Multiplicador Dinâmico
Assim, a forma expandida da equação F j  UD j U 1 será igual a :
 u11 u12 u13  u1 p  1j 0 0  0   u 11 u 12 u 13  u1 p 
u  
 21 u 22 u 23  u 2 p   0  2j 0  0  u 21 u 22 u 23  u2p 

F j   u 31 u 32 u 33  u 3 p . 0 0 3j  0 . u 31 u 32 u 33  u3p 


   
                  
u p1
 u p2 u p3  u pp   0 0 0   pj  u p1 u p2 u p3  u pp 
 u11 1j u12  2j u13 3j  u1 p  pj   u 11 u 12 u 13  u1 p 
  
 u 21 1
j
u 22  2j u 23 3j  u 2 p  pj  u 21 u 22 u 23  u2p 
 F   u 31 1j
j
u 32  2j u 33 3j  u 3 p  pj . u 31 u 32 u 33  u3p 
  
            
u  j u p 2  2j u p 3 3j  u pp  pj  u p1 u p2 u p3  u pp 
 p1 1
 O primeiro elemento de F j , ou seja o elemento f 11(j) , que nos interessa, será dado por :
f 11(j)  (u11 u 11 )1j  (u12 u 21 ) 2j  ......  (u1 p u p1 ) pj (24)

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O Multiplicador Dinâmico
Definindo - se os termos (u1i u i1 ) de (24) como ci , tem - se :
f 11(j)  c11j  c 2  2j  ......  c p  pj (25)
Um aspecto importante dessa representação diz respeito ao resultado da soma de ci :
p

c
i 1
i  c1  c 2  c3  ......  c p  (u11 u 11 )  (u12 u 21 )  .......  (u1 p u p1 )  1 (26)
p
Isso ocorre pois o somatório  ci consiste, na verdade, no elemento (1,1) da matriz UU -1
i 1

que e uma Matriz Identidade de ordem pxp. Assim, substituin do (25) em (22) tem - se a
fórmula de cálculo do multiplica dor dinâmico de uma equação de diferenças de ordem - p :
y t  j
 f 11(j)  c11j  c 2  2j  ......  c p  pj (27)
vt
Pode ser demonstrado que os pesos dessa média ponderada de autovalore s serão dados,
ip 1
para os p autovalore s ( λ1 ,λ2 ,λ3 ,....,λ p ) distintos de F por : ci  p
(28)
 
k 1
i  k 
k i
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Exemplo:
Encontre o multiplica dor dinâmico para a equação de diferenças de ordem 2 dada por :
y t  0,6 y t 1  0,2 y t  2  vt
  2 
A Matriz F para essa equação será : F   1 . Os autovalore s de F serão obtidos a
1 0 
  2  1 0 1     2
partir da resolução de : | F - I 2 | 0   1       0  0
1 0  0 1  1 
 1  12  4 2 0,6  (0,6) 2  4(0,2)
1    0,84
 2 2
 2  1   2  0  
 1  12  4 2 0,6  (0,6) 2  4(0,2)
 2    0,24
 2 2
12-1 22-1
De (28), tem - se que os pesos ci serão : c1   0,778 e c 2   0,222
(1 -  2 ) ( 2 - 1 )
Portanto, o multiplica dor dinâmico para essa equação de diferenças de ordem 2 será :
y t  j
 c11j  c 2  2j  0,778(0,84) j  0,222(0,24) j
vt
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Graficamente:

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