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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA


NILDO DE OLIVEIRA SOARES

RESUMO:

EDUCAÇÃO DO CAMPO E SEUS REFLEXOS NO CONTEXTO


AMAPAENSE

MACAPÁ
2021
Resumo: PANTOJA, L. DE F.; CUSTÓDIO. E. S. Educação do campo e seus
reflexos no contexto amapaense. Revista da FAEEBA – Educação e
Contemporaneidade, v. 30. n. 64, p. 286-303, 19 nov. 2021

Inicialmente o artigo faz uma análise sobre a educação do campo a


partir do histórico brasileiro e dos movimentos sociais a partir da de 1980, no
qual iniciou-se um debate sobre a educação do campo, destacando a I
Conferência Nacional por Uma Educação do Campo.

O artigo afirma que a partir de 1988 com a Constituição federal os


movimentos sociais se sentiram representados em seus anseios e, com a
LDBN 9394/96, é definido a educação própria ao espaço rural em seu artigo 28
e quanto ao currículo enfatiza-se questões como adaptação curricular à
realidade vivida e a sustentabilidade. Esse direito tem sido bandeira de lutas de
organizações e outros movimentos sociais, uma vez que a realidade das
escolas da zona rural é de precariedade estrutural, de condições pedagógicas
e metodológicas pobres e de um desprezo pelas especificidades locais com um
ensino de baixa qualidade. Cita outros eventos como a Articulação Nacional
por Uma Educação do Campo, que buscava um projeto educacional público de
educação “do” campo e não “para” o campo; o Programa Nacional de Reforma
Agrária de 1988 em conjunto com a SECADI; também apresenta as Diretrizes
Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, que
pressionava a inclusão desta temática na agenda dos governos municipais
estaduais federal.

A obra direciona para a região Amazônica e faz um apontamento sobre


as experiências educativas rurais das escolas de formação agrícola no Amapá,
as EFAs que datam a partir de 1988, as primeiras voltadas para a educação do
campo citando a Escola de Formação Agrícola do Pacuí que surgiu diante da
ausência de políticas educacionais adequadas. A EFAP atendeu várias
comunidades do Amapá e do Pará.

No que se refere a iniciativas governamentais dentro desta temática,


juntamente com outros setores da sociedade, ONGs e movimentos sociais, cita
as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica do Campo, e também o I
Seminário de Educação do Campo do Amapá que visava sensibilizar, definir
diretrizes, mapear necessidades específicas e socializar experiências dentro
deste tema; também o Comitê Executivo de Educação do Campo do Estado do
Amapá e o Núcleo de Educação do Campo criado na Secretaria de Educação
do Estado do Amapá o qual atende as escolas da área rural, também são
exemplos dessas ações. Especificamente sobre o ensino rural no Amapá, faz
um retrospecto desde a criação do Território e o alinhamento da educação aos
ideais do Estado Novo e das diretrizes políticas que tinha uma concepção
educacional que desvalorizava os saberes, costumes e tradições locais
relegando à educação rural ao ensino de técnicas agrícolas as crianças e
jovens.

Na segunda parte a obra mostra o contexto da realidade educacional, os


cenários e práticas educativas no distrito de Anauerapucu, do município de
Santana, de população ribeirinha, de grupos étnicos distintos e que se
conectam. Nessa comunidade foram feitas pesquisas sobre a história da
comunidade e seu modo de vida. Buscou-se a etmologia do nome da
localidade, foram observados o vínculo da comunidade com o rio e a terra que
tem a agricultura, pesca e extrativismo como fonte de subsistência e o
envolvimento das crianças e jovens no trabalho. Percebeu-se as dificuldades
de acesso a uma educação de qualidade e a outros níveis de ensino e que
atualmente as necessidades da escola são de reestruturação física e
qualificação técnica docente.

A pesquisa mostra que Escola Estadual Francisco de Oliveira Filho tem


grande relevância por atender não só para a própria comunidade como as
adjacências, no entanto padece em condições físicas precárias, falta de
recursos didáticos e professores. Analisando o PPP percebeu-se uma não
identificação com uma concepção pedagógica-filosófica de escola rural, mas
que reconhece o caráter conteudista do ensino e a necessidade de superá-lo.
Entre outros problemas, que a escola vivem está o da evasão advindas de
causas diversas.

De fato, é urgente que a educação rural seja repensada despida dos


preconceitos e estigmas históricos, em todas suas especificidades geográficas,
sociais, étnica-culturais, numa perspectiva de valorização dos saberes e de
uma sustentabilidade. Só assim essas comunidades terão um acesso a
educação de qualidade e significativa que proporcione autonomia e
emancipação entendida como condição de humanização na qual o indivíduo se
concebe como sujeito pensante e transformador da realidade que vive.

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