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A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE ALTERNÂNCIA PEDAGÓGICA

NA FORMAÇÃO TÉCNICA EM RECURSOS PESQUEIROS PARA


TRABALHADORES RIBEIRINHOS

Edilene dos Santos Caldas¹

Resumo: O artigo tem como objetivo analisar a produção do conhecimento,


considerando a utilização da Pedagogia da Alternância e sua contribuição para a
educação do campo, tanto como metodologia de ensino-aprendizagem, como
desenvolvimento das atividades produtivas e o fortalecimento das comunidades na luta
pela legitimação dos direitos sociais. Os dados foram obtidos através de pesquisas
realizadas no Banco de Dissertações e Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), na Plataforma de Grupos de Pesquisa do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e em trabalhos
acadêmicos já publicados. Apresentamos algumas pesquisas desenvolvidas em várias
regiões do país, que tratam tanto da Pedagogia da Alternância nas Casas Familiares
Rurais (CFRs), como no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Conclui-
se que apesar da expansão da Alternância Pedagógica, ainda são escassas as pesquisas
sobre esta temática, envolvendo os Cursos Técnicos de Educação do Campo, presentes
nos Institutos Federais de Educação (IFs).

Palavras-chaves: Educação do Campo – Alternância Pedagógica – Institutos Federais


de Educação

Abstract: The article aims to analyze the production of knowledge within the scope of
Pedagogy of Alternation and its contribution to rural education, both as a teaching-
learning methodology, as the development of productive activities and the strengthening
of the community in the struggle for the legitimation of students. social rights. The data
were obtained from the Bank of Dissertations and Theses of the Coordination for the
Improvement of Higher Education Personnel (Capes), from the Research Group
Platform of the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq)
and from academic papers already published. We present some research developed in
several regions of the country, which deal with both the Pedagogy of Alternation in
Rural Family Homes (CFRs), and the Federal Institute of Education, Science and
Technology. Despite the expansion of Pedagogical Alternation, research on this topic is
still scarce, involving Technical Courses in Rural Education, present at the Federal
Institutes of Education (IFs).

______________________________

1. Mestranda do Programa de Mestrado PPGEDUC. Linha de Pesquisa: Política e Sociedade.


INTRODUÇÃO

O artigo tem como objetivo analisar a produção do conhecimento, considerando


a utilização da Pedagogia da Alternância e sua contribuição para a educação do campo,
tanto como metodologia de ensino-aprendizagem, como desenvolvimento das atividades
produtivas e o fortalecimento das comunidades na luta pela legitimação dos direitos
sociais. Os dados foram obtidos através de pesquisas realizadas no Banco de
Dissertações e Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), na Plataforma de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e em trabalhos acadêmicos já
publicados. Apresentamos algumas pesquisas desenvolvidas em várias regiões do país,
que tratam tanto da Pedagogia da Alternância nas Casas Familiares Rurais (CFRs),
como no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.
Diversas abordagens já foram apresentadas sobre a Alternância Pedagógica,
sobretudo nas CFRs (Casa Familiar Rural) do Brasil. Há trabalhos que ressaltam a
contribuição da alternância nos cursos Técnicos dos Institutos Federais de Educação,
voltados para a Agropecuária. Outros abordam a questão dos pescadores ribeirinhos. No
entanto, não percebemos pesquisas que abordam a alternância pedagógica, enquanto
metodologia de ensino, voltado para o Curso Técnico em Recursos Pesqueiros.
Como pressuposto teórico para tratar da problemática aqui desenvolvida,
buscamos a partir de alguns autores, iniciar os estudos sobre o tema. Para isso,
iniciaremos com a discussão sobre comunidade das águas.
Considera-se comunidade das águas, comunidades de pescadores, que tiram da
água seu sustento. Como observa Diegues (2000), “Esta antologia trata das águas, rios e
mares enquanto locus de práticas sociais e simbólicas de comunidades de pescadores
que dele tiram sua subsistência. Trata também das imagens e símbolos construídos por
esses pescadores a partir do espaço marcado pela imprevisibilidade, pelos perigos
muitos, mas também pela prodigalidade das espécies de flora e fauna aí existentes”.
As comunidades ribeirinhas ou comunidades das águas são assim chamadas
por praticarem a pesca artesanal, como modo de subsistência. Essas comunidades vêm
ao longo dos anos firmando sua importância na cadeia produtiva e avançando no sentido
de crescimento da produção, criação de peixes, produção de tanques redes e
qualificação da oferta de produtos.
Nunes (2017) aborda em seu trabalho sobre a comunidade ribeirinha do Rio
Combu, “o sentimento de pertença da população ribeirinha e o sentimento de
pertencimento e identidade ligados ao modo de vida ribeirinha da comunidade Igarapé
do Combu, da Ilha do Combu, que são construídos ao longo do tempo, a partir da
dinâmica dessa população com esse lugar, onde há uma dinâmica social ribeirinha
diferenciada dos vizinhos moradores da área urbana”.
No entanto, no decorrer do tempo, e influenciados por vários aspectos, tem
surgido a escassez das espécies, trazendo uma desestabilização em seu modo de vida,
como ressalta Silva (2002), “essa queda brusca na produção do açaí e do pescado,
particularmente do mapará, espécie tradicional na região do Baixo Tocantins, segundo
informaram alguns pescadores, comprometeu de forma significativa dinâmicas de
reprodução sociocultural de diferentes grupos sociais dessa região, particularmente,
aqueles formados por comunidades que moram às margens dos rios ou igarapés, cujos
modos de vida e de produção são conformados pelo fluxo das águas e margens do rio
Tocantins.”
Nessa perspectiva, buscou-se por meio da reflexão das condições de
sobrevivência como questões econômicas, sociais e culturais, alternativas que
possibilitassem a permanência das comunidades ribeirinhas em suas propriedades. Pois
percebem na escola, a única alternativa de sobrevivência, como aponta Nosella (2014),
partindo de questões históricas que o povo do campo e das águas estabelecem um
vínculo com a escola e o meio urbano. Entende-se, então, o que ressalta o fundador das
Escolas da Família Agrícola, Granereau, ao se referir ao êxodo dos jovens do campo
para a cidade na medida em que avançavam na escolarização.

A ALTERNÂNCIA PEDAGÓGICA NA PERSPECTIVA DE UMA


APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Hage (2010) situa-nos que a alternância pedagógica, surgida na França, com a


intenção de uma educação diferenciada, onde os momentos de aprendizagem fossem
alternados em dois tempos educativos: escola e família, devido ao cenário de guerra que
estava ocorrendo no século XX. Isso significa dizer que alternância pedagógica surgiu
da necessidade de prosseguimento dos estudos, mesmo em tempos adversos, como as
guerras.
Através das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) que se originaram das Maisons
Familiales Rurales da França, quando três agricultores e um padre de uma comunidade
rural do sudoeste da França, se confrontaram com a situação de um adolescente de 14
anos que se recusou a ir à escola convencional. Como resultado do debate que se seguiu,
foi criada, em 1935, a primeira Maison Familiale Rurale (MFR).
A partir de então, diversas Instituições de Ensino, que tratam da Educação do
Campo, tem utilizado a metodologia da Alternância Pedagógica para garantir a
permanência dos alunos do Campo nos cursos escolares.
Sobreira e Silva (2014) abordam em sua pesquisa que a Alternância Pedagógica
tem sido fundamental na construção do conhecimento, enfatizando que apesar deste
tema ser muito discutido, ainda são escassas as pesquisas sobre esta temática.
A Alternância Pedagógica reflete num modo novo de compreensão do processo
de construção do conhecimento. Neste sentido, é necessário fazer um resgate histórico
da origem e da expansão da Pedagogia da Alternância, destacando principalmente, as
experiências brasileiras de formação por alternância e a dinâmica com a qual o
conhecimento vem sendo proposto nessa prática pedagógica.
Para Rodrigues e Hamermuller (2016) em seu artigo, analisam a contribuição da
Alternância Pedagógica e das Casas Familiares Rurais (CFRs) para a educação do
campo, surgindo da necessidade dos agricultores e uma formação significativa para
jovens e adolescentes do campo. A Alternância Pedagógica, segunda as autoras
promovem o desenvolvimento integral, nos aspectos econômicos, sociais, políticos e
pessoais, trazendo benefícios e proporcionando o desenvolvimento local, contribuindo
diretamente no processo de ensino-aprendizagem.
Essa metodologia de ensino segundo Rodrigues e Hamermuller (2016) promove
um enlace entre trabalho desenvolvido na propriedade e o conhecimento teórico
adquirido, valorizando a experiência do aluno numa interação entre escola, família e
comunidade, utilizando a interdisciplinaridade e os eixos temáticos no processo de
aprendizagem. Assim, proporciona uma educação com formação integral que respeita as
peculiaridades regionais, valorizando a história do homem do campo, sua cultura e
valores.
Jesus (2010) ao tratar da educação do campo na perspectiva da alternância e seus
desafios ressalta que “[...] apesar da sua relevância, é pouco estudada. Carece de
pesquisas que possam ajudar a compreender do ponto de vista teórico, a construção e o
desenvolvimento metodológico e pedagógico, desse projeto educativo no ensino
escolar, seja no ensino médio ou na Educação Profissional”.
Ainda na perspectiva de Jesus (2010) Analisar as contribuições da Pedagogia da
Alternância e seus procedimentos metodológicos na perspectiva de consolidar a
educação no espaço rural nos remete a uma reflexão profunda dos avanços e
possibilidades desse projeto pedagógico que há mais de 40 anos vem sendo trabalhado
em vários estados da federação brasileira, Porém, ainda não recebeu a devida atenção
dos órgãos públicos. Apesar de entender como necessário e direito dos povos do campo
a ter acesso a uma educação diferenciada.
Souza (2015), em seu trabalho questiona se a alternância pedagógica é uma
alternativa consistente na escolarização rural. E para dar respostas ao seu
questionamento realiza uma pesquisa na Escola Família Agroindustrial de Turmalina,
no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Concluindo que a experiência de
organização da escola, em conformidade com o que prescreve a Pedagogia da
Alternância, revelou-se também um objeto privilegiado de pesquisa.
Para Santos (2017) os processos formativos por alternância para jovens rurais
visando uma formação integral desenvolvidos pelas Escolas Famílias Agrícola (EFAs),
atingem e contribuem decisivamente no desenvolvimento local a partir da inserção
profissional em organizações sociais e nas unidades de produção familiar.
Tendo como objetivo principal a permanência na terra, ao longo dos anos o
Movimento do Campo, liderado por agricultores e agricultoras tem buscado diversas
estratégias de organização social e política, trazendo para a discussão a Educação do
campo enquanto direito e depois como dever do estado.

A ALTERNÂNCIA PEDAGÓGICA NA CFR DE CAMÉTÁ

Dois trabalhos, Carmo e Prazeres (2016) e Pamplona, Sobrinho e Vasconcelos


(2018) enfatizam as contribuições da Casa Familiar Rural, a partir da Pedagogia da
Alternância para o desenvolvimento das comunidades do campo no município de
Cametá, com olhares diferentes.
As Casas Familiares Rurais (CFR), dentre outras, desenvolvem diversas
experiências educativas, e, dentre elas, algumas destas experiências estão apoiadas na
proposta da Pedagogia da Alternância, com o objetivo de atender aos anseios e
perspectivas dos sujeitos do campo.
A Casa Familiar Rural de Cametá que tem como suporte metodológico a
Pedagogia da Alternância, pois se apresenta como uma das alternativas para a Educação
do Campo e contribui para a permanência dos filhos de agricultores e ribeirinhos em sua
propriedade, haja vista a escassez de escolas para os moradores ribeirinhos e do campo.
Apresenta dentre seus aspectos basilares a participação da comunidade na gestão como
uma forma de se obter maior articulação numa tríade família-escola-comunidade. Essa
interação pode ser direta ou indireta na condução da Casa e de suas dinâmicas, por meio
de processos dialógicos.
De acordo com as pesquisas de Carmo e Prazeres (2016) acerca de uma
educação alternativa para os sujeitos do campo, surge na década de 1990, a partir da
iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Colônia de
Pescadores Z-16 e associações ligadas ao campo. Em 2001 temos a implantação da
Primeira Casa Familiar Rural (CFR) em Cametá a qual se apresentava como alternativa
para as insuficiências educacionais para os sujeitos do campo, depois propunha uma
educação que realmente contemplasse a realidade e o modo de vida do cidadão
cametaense.
Segundo os dados coletados por Carmo e Prazeres (2016) atualmente o projeto
implantado na Casa familiar rural, já formou 04 turmas totalizando 75 alunos. As
pesquisas de Carmo e Prazeres (2016) problematizam quais as contribuições dos
egressos da CFR de Cametá para o desenvolvimento das comunidades onde vivem.
Assim se constituem questões norteadoras desta investigação: Que fatores levaram os
movimentos sociais de Cametá a adotarem a CFR como proposta educativa para os
filhos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais? Qual a importância da CFR de Cametá
para as comunidades rurais ela possibilita formação para os jovens atuarem na
agricultura familiar? Os jovens egressos estão incentivando outras práticas econômicas
para o desenvolvimento das comunidades?
Carmo e Prazeres (2016) analisam as contribuições da Casa Familiar Rural, a
partir da Pedagogia da Alternância para o desenvolvimento das comunidades do campo
no município de Cametá. Especificamente, analisou a participação dos egressos e dos
demais sujeitos nos processos formativos, em articulação com o desenvolvimento das
comunidades e os rebatimentos teóricos e práticos sobre a experiência nas comunidades.
Para Pamplona, Sobrinho e Vasconcelos (2018) a Pedagogia da Alternância é
analisada como um caminho ideológico e prático capaz de desenvolver a Educação do
Campo, foco do Projeto Casa Familiar Rural de Cametá no Pará, sob a perspectiva e
princípios da gestão social. Através desta metodologia que alterna momentos de estudos
entre a escola e a propriedade, cria-se a possibilidade de desenvolvimento local,
principalmente pela não evasão do campo de jovens em rumo aos centros urbanos em
busca por melhores condições de educação e vida.

A ALTERNÂNCIA PEDAGÓGICA E OS INSTITUTOS FEDERAIS


TECNOLÓGICOS

Através da Lei nº 11.892 de 29/12/2008 que cria os Institutos Federais de


Educação que assume a função social de possibilitar a permanência e êxito de seus
alunos estabelecendo-a como uma de suas finalidades.
A Pedagogia da Alternância vem ganhando visibilidade no contexto escolar
dessas Instituições. Os cursos ofertados em regime de alternância pedagógica perpassam
pela participação dos estudantes, pela flexibilidade do currículo e do tempo escolar e
valorizem suas trajetórias de vida.
No âmbito do Instituto Federal de Educação da Bahia, a pesquisa de Ferrari
(2015) parte de uma reflexão sobre a relação existente entre a Educação de Jovens e
Adultos (EJA) articulada com a Educação Profissional e a Pedagogia da Alternância. O
estudo mostra que o diálogo entre o PROEJA e a alternância vem se consolidando em
cinco Institutos Federais e encontra pistas no novo Plano Nacional de Educação (PNE)
que apontam para a continuidade dessas articulações.
A pesquisa de Ferrari (2015) propõe a analisar de forma efetiva uma experiência
formativa no âmbito do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com
a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), em um
Instituto Federal, estruturada sob os princípios da Pedagogia da Alternância. Aborda
que de acordo com o Projeto Pedagógico, o curso está estruturado mediante a
alternância entre o Tempo Escola (TE) e o Tempo Comunidade (TC). A alternância de
tempos e espaços compreende intervalos de 05 (cinco) dias. Assim, os estudantes
permanecem na instituição em semanas alternadas.
Oliveira (2015) destaca alguns aspectos da permanência e desempenho escolar
no curso Técnico em Agropecuária, no âmbito do Programa de Integração da Educação
Profissional Técnica de Nível Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
(PROEJA), ofertado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano,
Campus Santa Inês (BA), na perspectiva da Pedagogia da Alternância. Ressalta que ao
optar pela metodologia da Pedagogia da Alternância, o Campus Santa Inês assume uma
perspectiva mais humanística da formação dos alunos da EJA, possibilitando uma
reinvenção curricular, que considera os modos de vida e condições existenciais dos
sujeitos, possibilitando o acesso, a permanência e o desempenho escolar dos estudantes
da EJA do campo.
Entre os anos de 2016 a 2019, o Instituto Federal do Pará – Campus Cametá,
pensa a oferta do curso Técnico em Recursos Pesqueiros, a partir das demandas
apresentadas nas audiências públicas realizadas ao longo de 2015, juntamente às
representantes da Secretaria Municipal de Educação, colônia de pescadores Z-16,
Associação Casa Familiar Rural, representantes de Empresas de Assistência Técnica e
Extensão Rural e, representantes de movimentos sociais do campo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta análise de diversas pesquisas realizadas no âmbito da Alternância


Pedagógica, em diferentes contextos permitiu verificar que Alternância Pedagógica,
possibilita uma ressignificação à formação escolar, uma vez que considera os
conhecimentos produzidos no contexto familiar, conhecimentos empíricos originados na
prática do trabalho rural.
Percebe-se as experiências exitosas nas CFRs de algumas regiões e como esta
metodologia é desenvolvida em diferentes contextos sociais e culturais. É possível
perceber a função social dessa organização, seu caráter inclusivo, sua dinâmica
democrática e sua proposta de compromisso com o desenvolvimento local sustentável, a
partir da implantação da metodologia da Alternância Pedagógica em seus ambientes de
formação.
No entanto, ainda há poucas pesquisas no âmbito dos Institutos Federais
Tecnológicos, voltados para a utilização desta metodologia nos cursos de Educação do
Campo.
Em Cametá, não foram encontrados estudos referentes à Alternância
Pedagógica, realizado nos cursos Técnicos ofertados, apesar do Instituto Federal,
Campus Cametá já ofertar cursos de Agropecuária e Recursos Pesqueiros em regime de
Alternância Pedagógica, desde 2017.
Os cursos profissionalizantes ofertados, devem considerar de forma
diagnóstica, a real necessidade do pescador ribeirinho. Pois a aprendizagem deve ser
pensada como processo de construção do conhecimento tendo como ponto de partida os
conhecimentos previamente adquiridos. É necessário propor estratégias de ensino em
que aconteça o diálogo entre o conhecimento do senso comum e o conhecimento
escolar. A fim de que o aluno possa desenvolver suas percepções e convicções acerca
dos processos sociais e de trabalho, construindo-se como pessoas e profissionais com
responsabilidade ética, técnica e política em todos os contextos de atuação.
O Curso Técnico em Recursos Pesqueiros ofertado no IFPA Campus Cametá
forma profissionais com competências e habilidades para prestar serviços nas áreas de
produção pesqueira, planejamento e gestão de recursos pesqueiros de forma crítica,
criativa, cooperativa e com consciência de seu papel social. Além disso, de acordo com
Projeto Pedagógico do Curso, seus egressos poderão atuar como auxiliar nas áreas de
engenharia da pesca, biologia marinha, oceanografia, aquicultura entre outras. Atuando
nas instituições públicas e privadas ligadas à pesca e aquicultura em empresas de pesca
e de beneficiamento de pescado ou de forma autônoma nos diversos segmentos da
cadeia produtiva do pescado.
Desta forma, ainda que inconclusa, faz-se necessário observar a importância da
utilização da Metodologia da Alternância, considerando os arranjos produtivos locais.
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