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MANDALA – INTEGRAÇÃO HOMEM X COSMOS

Em sânscrito, Mandala literalmente significa círculo e centro. Seu


desenho tradicional sempre utiliza o círculo, símbolo do cosmo em sua
inteireza, e o quadrado, símbolo da terra ou do homem feito mundo.
No Tibet, a Mandala encontrou o seu maior e mais completo
desenvolvimento – tanto como uma forma artística – quanto como um ritual
de meditação enfatizando a meditação cósmica. O Centro – a morada da
divindade está contida dentro do quadrado – o palácio da existência interna
– circundado por um círculo ou série de círculos, cada um simbolizando uma
fase particular de iniciação ou nível de consciência.
No Ocidente, a reintrodução popular do conceito de Mandala se
deve a Carl G. Jung, que redescobriu a Mandala como uma forma artística
integrativa e terapêutica usada pelos pacientes em sua própria luta pela
individuação.
Mandala, no tantrismo, é um diagrama composto de círculos ou
quadrados concêntricos, que representa a imagem do mundo e serve de
instrumento de meditação.
Uma Mandala consiste em uma série de formas concêntricas,
sugestivas de uma passagem entre diferentes dimensões. Em sua essência
a Mandala diz respeito não apenas à terra, mas ao macrocosmo, e ao
microcosmo, ao maior e ao menor processo estrutural. Ele é a porta entre os
dois.
A Mandala é terra e homem, ambos o átomo que compõe a essência
material do homem e galáxia da qual a terra não é mais do que um átomo.
Através do conceito de estrutura da mandala, o homem pode ser projetado
no universo e o universo no homem. Tal interpenetração mútua é a síntese
das várias tendências polarizantes agora manifesta sobre o planeta.
Essencialmente cada ser humano é uma mandala para si mesmo;
mas esta mandala deve ser desenvolvida e criada outra vez por cada
pessoa. Cada homem deve concentrar-se, concretizar suas próprias
coordenadas polares e alcançar o seu centro para abrir as energias contidas
dentro dele.
A Mandala pode ser considerada como uma máquina de mudança,
liberando energia em tal amplitude que, a pessoa usando e concentrando
sobre ela, é capaz de se identificar com ela. Finalmente, a mandala conduz
o seu usuário a uma visualização e realização da fonte de energia dentro
dele mesma.
A Mandala é tão antiga quanto o Ser Humano. Nas pinturas das
cavernas, encontramos desenhos dos homens pré-históricos, em forma
circular.
Em decorrência de estudos feitos por antropólogos em tribos
“primitivas”, percebeu-se que a produção de arte em forma circular
aumentava toda vez que a tribo era ameaçada por doenças ou guerra, ou
qualquer outra situação de perigo.
Os desenhos de pessoas que se encontram internadas em hospitais
psiquiátricos, também apresentam, com muita freqüência, a forma circular. O
que nos leva a concluir que o desenho em forma circular é a tentativa da
Psique humana para se organizar. Esta conclusão é também dos
antropólogos que estudaram as tribos primitivas.
A expressão artística em forma circular ajuda a organização e
fortalecimento da psique, além de facilitar o contato com a nossa essência
ou “self”. A Mandala auxilia a canalização de energia criativa.

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Cor é emoção, para cada emoção existe uma expressão de cor.
Trabalhando com cores para se fazer a Mandala, estamos trabalhando
nossas emoções. Quando estamos fazendo uma Mandala, expressamos
através das cores, da forma, do traçado, da maneira de pegarmos o lápis, as
nossas emoções e a nossa maneira de ser.
Na medida em que vamos desenhando, vamos nos organizando
internamente, entrando em contato mais profundo conosco mesmo, o que
nos leva a tingir a Paz Interior.
Desta maneira, a Mandala é uma técnica de auto-terapia que nos leva
a uma maior consciência de nós mesmos e do mundo que nos rodeia.
A Mandala como técnica terapêutica, como símbolo do “ser”, promove
o crescimento através da projeção simbólica da relação consciente X
inconsciente.
Como um método projetivo de centrar e balancear a personalidade
são também um processo mediativo que reflete e antecipa estágios na
integração do processo individual de crescimento.
A Mandala é acima de tudo um mapa do cosmos. É o universo total
em seu plano essencial, em seus processos de emanação e reabsorção. É o
eixo ou centro do mundo, no qual o céu repousa e firma suas raízes no
substrato misterioso. É formação, transformação, eterna criação da Eterna
Mente.

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