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APUCARANA
2021
AMANDA FERNANDA DE OLIVEIRA
CAROLINE BARROS DOS REIS
LUCIANA AYAKO BASSO YAMASAKI
MIRELA MARCHIORI BORTOLI
VICTOR HUGO CORRÊA
APUCARANA
2021
TERMO DE APROVAÇÃO
Por
Amanda Fernanda de Oliveira
Caroline Barros dos Reis
Luciana Ayako Basso Yamasaki
Mirela Marchiori Bortoli
Victor Hugo Corrêa
Banca examinadora:
Documento assinado eletronicamente por (Document electronically signed by) FERNANDO ALVES
DA SILVA, PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR, em (at) 30/08/2021, às 18:36, conforme
horário oficial de Brasília (according to official Brasilia-Brazil time), com fundamento no (with legal
based on) art. 4º, § 3º, do Decreto nº 10.543, de 13de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por (Document electronically signed by) MARAISA LOPES DE
MENEZES, PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR, em (at) 31/08/2021, às 15:36, conforme
horário oficial de Brasília (according to official Brasilia-Brazil time), com fundamento no (with legal
based on) art. 4º, § 3º, do Decreto nº 10.543, de 13de novembro de 2020.
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AGRADECIMENTOS
The production of vegetable oils in Brazil and in the world has been
growing more and more and the consumption of this product has increased with
the consequent reduction in the use of animal fats. These products have essential
fatty acids in their composition and provide substances that are important for the
human body as a source of energy. The current work addresses the development
of the project for the INOGRAN industrial unit, which produces refined oil and
protein concentrate as the main by-product, using soybean as raw material. This
grain was chosen considering its high productivity in Brazil, mainly in the South
and Southeast, where the industry will be located. INOGRAN will be located in at
Ponta Grossa, in the Paraná state, due to ease raw material access and product-
out flow. The name of the industry was defined based on the type of enterprise
and the most used input, the grain. The term "INO" in the name refers to the
National Vegetable Oil Industry and the term "GRAN" to the grain. The refined oil
will be bottled in 900 mL and is part of the line of oils developed by the company,
“GRANOIL”. The extraction is considered the main step to obtain the crude oil
and the plant performs the extraction by the solvent extraction mechanism. By
operating 330 days a year, INOGRAN aims to crush 750,000 tons of grain
annually, thus, it has a production capacity of 91 million litters of refined soybean
oil per year, resulting from the daily production of 278281.2903 litters of oil.
Considering the feeding of 95 tons of soybeans per hour, it is possible to obtain
10.78 tons of refined soybean oil per hour. The industrial plant development
project presents a market study, consumption projections, location, production
process, material and energy balances, waste treatment, specifications,
equipment sizing, in addition to energy integration and financial analysis.
Considering that the economic feasibility of implementing the industry was
justified through financial analysis, INOGRAN aims to expand in the future and
reach consumers throughout Brazil, increasingly contributing to the national
vegetable oil sector.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 19
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 20
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 20
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 20
3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 21
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS ...... 21
3.2 MATÉRIA-PRIMA: SOJA ........................................................................ 23
3.2.1 Épocas de plantio e colheita da soja .................................................... 26
3.3 COMPOSIÇÃO E QUALIDADE DOS ÓLEOS ........................................ 26
3.4 DESCRIÇÃO DE PROCESSOS ............................................................. 28
4 ESTUDO DE MERCADO .............................................................................. 34
4.1 DEMANDA DE MERCADO ..................................................................... 34
4.2 LOCALIZAÇÃO ....................................................................................... 37
4.3 PÚBLICO-ALVO...................................................................................... 40
5 EMPRESA..................................................................................................... 41
5.1 MISSÃO .................................................................................................. 42
5.2 VISÃO ..................................................................................................... 42
5.3 VALORES ............................................................................................... 42
5.4 ORGANOGRAMA ................................................................................... 43
5.5 PRODUTO .............................................................................................. 43
5.5.1 Subproduto: concentrado proteico de soja e melaço de soja ............... 45
5.5.2 Subproduto: goma e borra ................................................................... 46
5.6 SELOS E AUTORIZAÇÕES.................................................................... 47
6 DIAGRAMA DE BLOCOS E DIAGRAMA DE FLUXO DE PROCESSO
(PROCESS FLOW DIAGRAM) ........................................................................ 49
7 BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA.......................................................... 53
7.1 Setor 1000 – Recebimento...................................................................... 56
7.1.1 Área 1100 – Recebimento e Análise .................................................... 57
7.1.2 Área 1200 – Pré - Limpeza .................................................................. 57
7.1.3 Área 1300 – Secagem I ....................................................................... 59
7.1.4 Área 1400 – Armazenamento .............................................................. 62
7.2 Setor 2000 – Preparo .............................................................................. 62
7.2.1 Área 2100 – Limpeza ........................................................................... 63
7.2.2 Área 2200 – Secagem II ...................................................................... 64
SUMÁRIO
7.2.3 Área 2300 – Quebra............................................................................. 66
7.2.4 Área 2400 – Separação Das Cascas ................................................... 68
7.2.5 Área 2500 – Condicionamento ............................................................. 69
7.2.6 Área 2600 – Laminação ....................................................................... 71
7.2.7 Área 2700 – Resfriamento ................................................................... 72
7.3 Setor 3000 – Extração ............................................................................ 74
7.3.1 Extração do óleo de soja ...................................................................... 74
7.3.1.1 Área 3100 – Extrator ......................................................................... 74
7.3.1.2 Área 3200 – DTSR ............................................................................ 77
7.3.1.3 Área 3300 – Evaporador ................................................................... 79
7.3.1.4 Área 3400 – Recuperação de solvente - Hexano .............................. 86
7.3.2 Concentrado proteico de soja (SPC) .................................................... 94
7.3.2.1 Área 3100 – Extrator ......................................................................... 94
7.3.2.2 Área 3200 – DTSR ............................................................................ 97
7.3.2.3 Área 3300 – Evaporador ................................................................... 99
7.3.3.4 Área 3400 – Recuperação do solvente – Etanol ............................. 103
7.4 Setor 4000 – Refino .............................................................................. 111
7.4.1 Área 4100 – Degomagem .................................................................. 112
7.4.2 Área 4200 – Neutralização ................................................................. 114
7.4.3 Área 4300 – Branqueamento ............................................................. 121
7.4.4 Área 4400 – Desodorização ............................................................... 124
7.5 Setor 5000 – Caldeiraria ....................................................................... 128
7.5.1 Área 5100 – Caldeira ......................................................................... 129
7.5.2 Área 5200 – Turbinas ......................................................................... 131
8 INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA .................................................................... 132
9 ENVASE...................................................................................................... 134
10 CONTROLE DE QUALIDADE .................................................................. 135
10.1 ANÁLISE DA MATÉRIA-PRIMA .......................................................... 135
10.2 ANÁLISE DO PRODUTO FINAL......................................................... 136
10.3 ANÁLISE DA ÁGUA DE ALIMENTAÇÃO DA CALDEIRA E TORRE DE
RESFRIAMENTO........................................................................................ 137
11 TRATAMENTO DE RESÍDUOS ................................................................ 138
12 DIMENSIONAMENTO E ESPECIFICAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS .... 142
12.1 Setor 1000 – Recebimento e Análise .................................................. 142
12.2 Setor 2000 – Preparo .......................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO DA LITERATURA
7%), oleico (15,2 - 25,6%), linoleico (33,8 - 59,6%) e linolênico (4,3 - 15%) (apud
BORDIGNON e MANDARINO, 1994, p.11).
De acordo com o autor Gunstone (2005) citado por Fuentes (2011), o teor
elevado de ácidos graxos insaturados e o teor relativamente elevado de ácido
linolênico, faz com que o óleo de soja esteja sujeito a reações de oxidação e por
isso, o óleo geralmente é submetido ao processo de hidrogenação antes de ser
usado como óleo comestível, como para fritura ou para salada.
Além da composição rica em ácidos graxos insaturados (linoleico, oleico
e linolênico) presentes na tabela acima, o óleo de soja se caracteriza também
por ter vários componentes menores que podem ser recuperados durante o
processo de refino, como a lecitina (FUENTES,2011. apud GUNSTONE, 2005).
4 ESTUDO DE MERCADO
A CONAB (2020) mostra dados no qual a soja foi obtida com maior volume
nos estados do Mato Grosso, com 27,3% da produção nacional; Paraná com
16,3%; Rio Grande do Sul com 14,5% e Goiás com 9,9%.
Contextualizando os dados apresentados dos anos anteriores, dados
atuais da CONAB (2021), mostram que a produção do grão de soja segue sendo
liderada pelas regiões centro-oeste e sul, com destaque para os estados de Mato
Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.
Alguns dados de produção, consumo e exportação para a soja, assim
como a projeção para os próximos anos são disponibilizados pelo MAPA (2020),
como mostra a Figura 7.
4.2 LOCALIZAÇÃO
O Paraná é um estado que faz divisa com Mato Grosso do Sul, São Paulo,
Santa Catarina, Argentina, Paraguai e Oceano Atlântico. Está localizado na
região sul do Brasil, possui 399 municípios e tem como capital a cidade de
Curitiba (IBGE, 2017). O estado se baseia fortemente na agricultura e na
indústria, além de ter grande representatividade na agricultura nacional, o
mesmo se destaca nas exportações brasileiras (R7, 2011).
Portanto, Ponta Grossa foi a cidade escolhida para implementar o
empreendimento, visto que possui uma elevada produção de soja.
A cidade de Ponta Grossa, conhecida como “Princesa dos Campos”, está
localizada na região de Campos Gerais, no Segundo Planalto Paranaense. De
acordo com dados do IBGE, tem uma população estimada em 351.736 pessoas,
uma área territorial de 2.054,732 km2 e IDH de 0,763 (IBGE, 2019).
A cidade possui importantes núcleos industriais. A cerca de dez
quilômetros do centro de Ponta Grossa está o Distrito Industrial Cyro Martins. O
complexo, localizado próximo à região do Bairro Cará-Cará, é o maior do interior
do estado, atrás apenas de Curitiba e sua região metropolitana. A cidade tem
indústrias nos ramos de extração de talco, pecuária, agroindústria, madeireiras,
metalúrgicas, alimentícias e têxteis.
Algumas grandes indústrias instaladas são: Braslar Eletrodomésticos,
Makita, Cervejarias Heineken, Continental, Tetra Pak, Cargill, Bunge, Batavia,
Sadia, entre outras principalmente do ramo moageiro-alimentício. Na região do
distrito industrial também está instalado o armazém graneleiro da CONAB, o
maior complexo armazenador de grãos do Brasil. A grande disponibilidade de
indústrias alimentícia na região, facilita a obtenção de possíveis parcerias com a
empresa.
A cidade é conhecida por seus pontos turísticos e, também, conta com
instituições públicas de ensino superior, como a Universidade Estadual de Ponta
Grossa (UEPG) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),
dentre outras instituições particulares de ensino superior que atraem muitos
estudantes para a região.
A cidade de Ponta Grossa possui área bem irrigada por ampla rede
hidrográfica, onde se destacam os rios: Tibagi, Verde, Pitangui, também o Arroio
da Chapada, além das bacias hidrográficas do Botuquara, Cará-Cará, de
39
4.3 PÚBLICO-ALVO
5 EMPRESA
Figura 10 – Logotipo.
5.1 MISSÃO
5.2 VISÃO
5.3 VALORES
✓ Comprometimento
✓ Transparência
✓ Eficiência
✓ Bem-estar social
✓ Inovação constante
✓ Responsabilidade socioambiental
5.4 ORGANOGRAMA
5.5 PRODUTO
Granoil. O termo “Gran” faz referência aos grãos e o termo “oil” deriva do inglês
que significa óleo.
Nas Figuras 12 e 13, encontram-se as ilustrações das embalagens e dos
produtos refinados, respectivamente.
soja, obtido por meio da extração com solução alcoólica, sendo este destinado
à venda para empresas que fazem uso deste produto.
Durante a produção do SPC, é obtido o melaço de soja, um produto
composto por água e açúcares, que consiste em um xarope marrom viscoso
(MIRANDA, 2012). Como este subproduto pode ser empregado em processos
fermentativos, e também como combustível, a INOGRAN irá destiná-lo à venda.
(ABNT NBR ISO 14001:2015). O selo, apresentado na Figura 15, tem como
função assegurar as políticas ambientais praticadas, assim como demonstrar
conformidade com práticas sustentáveis aos clientes e organizações externas,
conquistando a confiança das partes interessadas.
O Balanço de Energia é aplicável a todo tipo de sistema que passa por algum
processo, em que a variação líquida (aumento ou diminuição) da energia total do
sistema durante esse processo é igual à diferença entre a energia total que entra e a
energia total que sai do sistema (ÇENGEL, BOLES, 2013), como mostra a Equação
(3):
(𝐸𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡. ) − (𝐸𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡. ) = (𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡. ) (3)
total de energia desse sistema durante o processo corresponde à soma das variações
de suas energias interna (U), cinética (EC) e potencial (EP) (ÇENGEL, BOLES, 2013),
como mostra a Equação (4):
𝑑𝐸
= 𝑄̇ − 𝜔̇ + 𝛴𝐹̇(𝐸𝐶 + 𝐸𝑃 + 𝑈)𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝛴𝐹̇(𝐸𝐶 + 𝐸𝑃 + 𝑈)𝑠𝑎𝑖 (5)
𝑑𝑡
Em que o calor (Q) pode ser definido como uma forma de transferência de
energia entre um sistema e sua vizinhança, ocasionada por um gradiente de
temperatura, enquanto o trabalho (ω) é a transferência de energia representada pelo
trabalho de eixo (MORAN et al., 2018; ÇENGEL, BOLES, 2013).
Considerando que na INOGRAN, todos os equipamentos operam em regime
permanente, com exceção do filtro prensa e desodorizador e, considerando que as
variações de energia cinética e potencial são desprezíveis comparadas às trocas de
calor, trabalho e variação de entalpia, a Equação (6) do balanço de energia pode ser
resumida em:
𝑄̇ = 𝛴𝐹̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝐶𝑝(𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑇𝑟𝑒𝑓 ) − 𝛴𝐹̇𝑠𝑎𝑖 𝐶𝑝(𝑇𝑠𝑎𝑖 − 𝑇𝑟𝑒𝑓 ) = 𝛴𝐹̇𝑖 𝐶𝑝(𝑇𝑠𝑎𝑖 − 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 ) + 𝛴𝐹̇𝑗 . 𝜆𝑗 (9)
Nos equipamentos em que não ocorre troca de calor latente, ou seja, não há
mudança de fase, a equação acima é reduzida a Equação (10).
𝑄̇ = 𝛴𝐹̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝐶𝑝(𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑇𝑟𝑒𝑓 ) − 𝛴𝐹̇𝑠𝑎𝑖 𝐶𝑝(𝑇𝑠𝑎𝑖 − 𝑇𝑟𝑒𝑓 ) = 𝛴𝐹̇𝑖 𝐶𝑝(𝑇𝑠𝑎𝑖 − 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 ) (10)
e conforme vai passando pelos estágios, as impurezas vão sendo retidas de acordo
com o mesh (número de abertura por polegada) das peneiras, e então a corrente de
soja sai pela parte inferior do equipamento. A Figura 21 representa as correntes de
entrada e saída da peneira.
Figura 21 – Peneira.
Considera-se que nesta etapa a perda de calor para as vizinhanças não são
significativas, portanto, as correntes de saída na peneira possuem a mesma
temperatura da corrente de entrada.
Figura 22 – Secador I.
O setor 2000, como mostra a Figura 24, tem como objetivo preparar os grãos
para o processo de extração, sendo assim, esse setor é composto pelas etapas de
limpeza, secagem II, quebra, separação das cascas, condicionamento, laminação e
resfriador.
63
Após o armazenamento, os grãos passam pela etapa de limpeza que tem como
objetivo remover impurezas menores que não foram retidas na etapa da pré – limpeza.
Para isso, a INOGRAN utiliza uma peneira que possui o mesmo princípio de
funcionamento da etapa de pré – limpeza, com diferentes tamanhos de aberturas
(mesh), como mostra a Figura 25.
Figura 25 – Peneira.
Nessa etapa, o teor de umidade dos grãos é reduzido de 13% para 11%. Essa
redução é necessária, pois com a remoção da umidade o processo de quebra dos
grãos é facilitado, uma vez que a temperatura de secagem influencia diretamente na
moagem do grão (KOLLING et al, 2012).
Para realizar a secagem dos grãos, utiliza-se um secador com o mesmo
princípio de funcionamento da secagem I e a mesma capacidade de operação. A
corrente de ar de aquecimento foi denominada como Fa4, a corrente de ar de
resfriamento Fa5 e o ar de saída Fa6. A umidade da soja retirada no processo é
englobada na massa de ar da saída, na corrente Fa 6. A Figura 26 apresenta a
representação esquemática do equipamento com suas devidas correntes.
65
Figura 27 – Quebrador.
Após a secagem II, a corrente sai com uma temperatura maior, mas durante o
transporte para o quebrador, considera-se que a corrente perde calor para o meio,
chegando na etapa de quebra à temperatura ambiente. Embora em operações de
fragmentação dos sólidos geralmente há uma elevação na temperatura do sistema,
para fins de estimativas de cálculos, considera-se que durante a operação de quebra
não há ganho de calor, portanto, a corrente de saída possui a mesma temperatura da
corrente de entrada. De acordo com Restle (2004), após a quebra a corrente de soja
contém cerca de 7% de casca. Considerando que a casca gerada é proveniente da
corrente de grãos avariados e de soja, as duas vazões foram somadas.
Considerando que há três quebradores e que as correntes finais serão
combinadas para seguir no processo, para fins de cálculo considerou-se apenas uma
corrente que equivale à soma das três correntes que passam pelos quebradores. A
Tabela 9 apresenta os valores obtidos por meio do balanço de massa para a corrente
de entrada e saída na etapa de quebra, bem como a temperatura de cada uma delas.
68
A etapa de separação das cascas tem como objetivo retirar as cascas geradas
durante a quebra, evitando que ocorra o entupimento dos equipamentos durante a
extração.
O separador de cascas possui um sistema de peneiramento com um estágio e
ventilação acoplados. Dessa forma, os grãos quebrados entram no equipamento e
vão sendo retidos na peneira, enquanto as cascas são retiradas pelo sistema de
ventilação por sucção, como mostra a Figura 28.
Da mesma forma que a quebra, considera-se que não há perda de calor durante
esta operação.
Figura 29 – Condicionador.
Figura 30 – Laminador.
As lâminas passam pela etapa de resfriamento, sendo esta a última etapa antes
da extração. O processo é feito por meio de um resfriador cilíndrico rotativo, que
permite a passagem de uma corrente de ar a temperatura ambiente entre as lâminas,
reduzindo a temperatura das mesmas para 50 ˚C, como mostra a Figura 31. Embora
a operação seja realizada com a corrente de ar na forma direta, não ocorre troca de
massa entre a corrente de ar de resfriamento e as lâminas, sendo assim, a umidade
permanece constante pois o resfriamento não irá alterar o teor de umidade. A corrente
Fa9 representa a corrente de ar ambiente de entrada utilizada para o resfriamento e a
Fa10 a corrente de saída.
73
Figura 31 – Resfriador.
A extração tem como objetivo retirar o óleo presente no grão laminado, sendo
assim, esse setor é composto pelas etapas de extração, dessolventização-tostagem-
secagem-resfriamento e evaporação. A Figura 32 representa o setor de extração.
Figura 34 – Extrator.
Considera-se que nesta etapa as perdas de calor para as vizinhanças não são
significativas, portanto, as correntes de saída do extrator possuem a mesma
temperatura de entrada.
Sabe-se que o rendimento de um processo com base na alimentação pode ser
calculado por meio da quantidade do produto desejado obtido pela quantidade
alimentada. Já a eficiência do processo, é a quantidade de produto desejado obtido
pela quantidade teórica que seria possível obter se todo o óleo presente na
alimentação fosse extraído (HIMMELBLAU e RIGGS, 2014). Dessa forma, o
rendimento da extração pode ser calculado considerando que se obteve 16,2506 t de
óleo com uma alimentação de 71,6991 t de massa de soja (base seca), com um
rendimento de extração de 22,67% (massa de óleo / massa de soja). Todavia, a
eficiência do processo pode ser calculada considerando que se obteve 16,2506 t de
óleo com uma alimentação da massa de soja contendo 16,9422 t de óleo, resultando
77
Figura 36 – Dessolventizador-Tostador-Secador-Resfriador .
Figura 37 – Evaporador I.
Figura 39 – Stripper.
.
Fonte: Autoria própria desenvolvida com auxílio do software Draw.io (2021).
de 67,5 kPa e 13,83 kPa, respectivamente, foi possível por meio da Lei de Raoult,
obter as frações de óleo e hexano na corrente de saída do stripper (calculados com
base isenta no vapor). Com isso, pelas equações do balanço de massa no
equipamento, obteve-se uma vazão necessária de vapor de 1,619 t/h.
A micela que chega no primeiro evaporador possui uma concentração menor
em óleo e sua viscosidade é baixa, de modo que os coeficientes convectivos de
transferência de calor são elevados. Na segunda e na terceira etapa de evaporação,
como a micela está mais concentrada em óleo, a sua viscosidade é maior, e há uma
grande redução dos coeficientes de transferência de calor. Portanto, para que ocorra
a separação completa nessas etapas, é necessário que a temperatura utilizada seja
elevada (PARAÍSO, 2011).
As correntes que contêm solvente, obtidas nas três etapas descritas acima, são
encaminhadas para a etapa de recuperação do solvente.
Figura 41 – Condensador I.
Figura 42 – Misturador I.
Figura 45 – Decantador.
a corrente de saída, que é formada por uma mistura do vapor direto utilizado e o
solvente evaporado.
Da mesma maneira, para realizar o balanço de massa, considerou-se que não
há perda de solvente durante o processo e que a corrente de vapor que sai não
contém óleo.
Figura 48 – DTSR.
Figura 51 – Evaporador V.
Da mesma forma que calculado no condensador II, o calor total removido foi
calculado considerando o calor latente para mudança de fase e o calor sensível para
o resfriamento. Considerando que a temperatura de saída da água de resfriamento é
de 90 °C e que o calor específico médio da solvente é de 0,9347 kJ/Kg°C, o calor total
resultante foi de 170324108,42 kJ/h. A vazão mássica de água de resfriamento
necessária para absorver essa energia é de 479,73 t/h.
A corrente líquida que sai do condensador III é somada a corrente líquida que
sai do separador de fases juntamente com a corrente líquida que sai do condensador
109
IV, ambas contendo etanol e água em sua composição e, então, passam por um
misturador em linha antes de serem enviadas ao tanque de mistura final, como mostra
a Figura 57.
Figura 57 – Misturador V.
Figura 61 – Centrífuga I.
hidróxido de sódio (NaOH) 12% m/m. Contudo, a INOGRAN irá adquirir uma solução
de 50% m/m visando as questões econômicas, sendo então necessário realizar uma
diluição para atingir a concentração desejada, em que a operação acontece no
misturador IV, o qual tem o mesmo princípio de funcionamento dos misturadores
anteriores.
A neutralização completa consiste em uma reação entre um ácido e uma base,
resultando em um composto iônico, chamado de sal, e água. O sal é formado pela
união do ânion do ácido com o cátion da base, já a água é formada pelos íons hidrônio
e hidróxido (H+ e OH-) liberados. Em casos de reações com ácido fraco e base forte,
o sal formado é também chamado de sabão (ATKINS e JONES, 2014). Sendo assim,
a reação de neutralização gera uma quantidade significativa de sabão que precisará
ser removido.
Sabendo que o óleo utilizado na neutralização é proveniente da etapa de
degomagem, e seguindo a mesma instrução normativa, considerou-se que há 1% de
ácidos graxos livres, sendo este o mesmo percentual presente no óleo bruto, no qual,
conforme Gauto e Rosa (2013), são compostos em sua maioria por ácido oleico
(C17H33COOH) com massa molar igual a 282,47 kg/kmol. Abaixo é representada a
reação de neutralização na Equação (14):
pressão de 1 atm, presente no Anexo E, dessa forma, o valor encontrado foi de 290,75
kJ/kg.
Sabendo a fração mássica de hidróxido de sódio na saída do misturador, que
opera adiabaticamente, realizou-se o balanço de energia a fim de se obter a entalpia
da corrente que sai do equipamento na concentração de 12%, sendo este valor de
125,334 kJ/kg. Assim, por meio do diagrama obteve-se a temperatura da corrente de
saída, sendo este valor de 35 °C.
A corrente oriunda da degomagem, juntamente com a solução de NaOH 12%,
entra no tanque para que ocorra a reação ácido-base como descrito na Equação (14).
A INOGRAN opta por utilizar um reator aberto simples em que as correntes de
entradas são adicionadas pelo topo do equipamento e os produtos da reação são
removidos pelo fundo do equipamento.
Conhecendo a massa molar dos produtos gerados na reação de neutralização,
sendo estes a água (18 kg/kmol) e o sabão (oleato de sódio - C17H33COONa -
304,4614 kg/kmol), é possível determinar a quantidade formada de cada um partindo
da proporção da reação (1:1). A Figura 63 apresenta as correntes de entrada e saída
do equipamento.
possível, e a mistura sai pela parte inferior do equipamento, como mostra a Figura 67.
Utiliza-se terra clarificante natural (que possui silicatos em sua composição) e para tal,
adiciona-se 0,5% m/m de terra clarificante, com relação à vazão total de óleo que
entra, para garantir a total adsorção dos pigmentos presentes (MANDARINO et al.,
2015). Considera-se que há 1% de pigmentos na corrente de óleo de soja que entra,
e que os mesmos serão completamente removidos nesta operação (BATINAS, 2006).
Figura 67 – Branqueador.
Figura 68 – Filtro.
Figura 69 – Desodorizador.
Assim, a corrente que chega do filtro prensa a 90 °C entra pela parte superior
do equipamento e tem contato com a primeira bandeja, onde é pré-aquecida através
de vapor indireto até 180 °C (LOPES, 2008). Essa corrente que chega contém 0,3%
de compostos voláteis e a quantidade de vapor indireto necessária para o
aquecimento é de 2,9% com relação à corrente de óleo clarificado (OETTERER, 2006
apud ARANHA et al.,2018).
A Tabela 47 apresenta os valores obtidos por meio do balanço de massa para
as correntes de entrada e saída na bandeja 1 do desodorizador, bem como a
temperatura de cada uma delas.
desodorizador por meio da Equação (10), obteve-se uma quantidade de calor igual a
1644884,77 kJ/h.
Posteriormente, a corrente segue para o último estágio do desodorizador onde
será resfriada até a temperatura de 45 °C pela passagem de água de resfriamento.
Nesta etapa, não há alteração na composição da corrente pois ocorre apenas o
resfriamento da mesma.
Para quantificar os cálculos energéticos no último estágio do desodorizador,
considera-se que a corrente de entrada de água para resfriamento está na condição
de líquido subresfriado, numa temperatura de 17,5°C e pressão de 1 bar e que a
corrente de saída de água encontra-se numa temperatura de 95°C. Com isso,
utilizando o calor específico do óleo de 2,35 kJ/kg°C, o calor removido da corrente foi
de 4949590,33 kJ/h e que a quantidade de água necessária para o resfriamento foi
de 15,29 t/h.
Após isso, o óleo está pronto para o consumo e é enviado para os tanques de
armazenamento onde permanecerá até seguir para a etapa de envase.
Por fim, a corrente de voláteis e água é destinada para o condensador V, para
a recuperação destes componentes. O princípio de funcionamento do equipamento é
o mesmo do condensador I, como mostra a Figura 70.
Figura 70 – Condensador V.
O calor requerido no condensador V foi obtido por meio do calor latente e calor
sensível, considerando que a temperatura de saída da corrente F a26 é de 99,63 °C a
uma pressão de 1 bar, e também que as temperaturas das correntes de entrada e
saída de água são, respectivamente, 25 °C e 55 °. Além disso, o calor específico do
vapor a 260 °C é de 2994,35 kJ/kg°C e a 99,63 °C é de 2675,5 kJ/kg°C. Esta
quantidade de calor calculada foi de 750427,88 kJ/h, com um consumo de água de
resfriamento de 0,00835 t/h, considerando a entalpia de vaporização da água de 2258
kJ/kg. A corrente que sai do condensador é enviada para a estação de tratamento
para recuperação.
Portanto, analisando a produção completa de óleo de soja, o rendimento pode
ser calculado considerando que se obteve 10,7834 t de óleo refinado com uma
alimentação de 71,6991 t de massa de soja (base seca), com um rendimento de
15,04% (massa de óleo refinado/massa de soja alimentada). Todavia, a eficiência da
produção de óleo pode ser calculada considerando que se obteve 10,7834 t de óleo
refinado com uma alimentação de 16,9422 t de óleo, resultando em uma eficiência de
63,65% (massa de óleo refinado/massa de óleo presente nos grãos processados).
Por fim, analisando o processo de produção de óleo de soja como um todo,
considerando a alimentação de 95 t/h de soja é possível obter 10,78 t/h de óleo de
soja refinado, o que resulta em uma produção diária de 278.281,29 L/dia.
O setor 5000 é composto pela caldeira e turbinas, como mostra a Figura 71,
sendo estes equipamentos, responsáveis pela produção de vapor que será utilizado
como fonte de energia durante o processamento do óleo. O setor da caldeiraria é
composto por duas áreas.
129
de energia por meio da Equação (9). O calor foi obtido considerando a capacidade
calorífica do fluido até o mesmo atingir a temperatura de saturação na condição de
vapor do equipamento, sendo esta temperatura de 164,97 °C, posteriormente a água
passa pelo processo de mudança de fase em que foi considerada sua entalpia de
vaporização, sendo esta de 2066,3 kJ/kg e, por fim, determinou-se a parcela de calor
para elevar a temperatura do vapor de 164,97 °C para 400 °C, atingindo então a
condição de vapor superaquecido. Portanto, o calor sensível obtido foi de
15063139,47 kJ/h e o calor latente foi de 27760845,08 kJ/h, resultando em um calor
total de 42823984,55 kJ/h.
A eficiência da caldeira escolhida pela INOGRAN é de 85% (SENGER, 2015)
e o poder calorífico útil (PCU) foi de 14338,57 kJ/kg de cavaco de eucalipto (ECO
FORTE BIONERGIA, 2021). Com o calor total e as informações citadas anteriormente
determinou-se que há necessidade da utilização de aproximadamente 3,5137 t/h de
cavaco a serem alimentados na caldeira como fonte de combustão para gerar o calor
requerido para o processo.
8 INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA
aprimoramento do desempenho (LAZARINI et al., 2016). Para se tornar cada vez mais
competitiva, utiliza-se a integração energética, uma vez que esta, além de abranger a
questão ambiental, é pensada também pelo ponto de vista econômico (DEVEQUE,
2019).
O método mais conhecido de integração energética é o chamado de Análise
Pinch, que busca alcançar a máxima recuperação de energia do processo,
apresentando a melhor forma para que as correntes quentes e frias troquem energia.
O requisito principal para desenvolver este estudo é saber as condições de
temperatura na entrada e na saída das correntes, além de conhecer as capacidades
caloríficas das taxas em questão e, também, seus respectivos valores (DEVEQUE,
2019).
Para isso, a INOGRAN realizou uma análise a respeito das correntes de saída
e entrada no processo, com a necessidade de troca térmica, respeitando as condições
de operação de cada etapa. As correntes selecionadas estão dispostas na Tabela 50,
juntamente com seus valores de temperatura e suas variações, as capacidades
caloríficas e vazões mássicas.
corrente de etanol para o tanque de extração, será aquecida pela corrente de melaço
que deixa o evaporador V (TC-3471); a corrente de água utilizada na etapa de
degomagem, será aquecida também pela água que sai da desodorização, uma vez
que esta vazão é muito alta e pode ser utilizada para aquecer as duas correntes (TC-
4110); a corrente de água utilizada no tanque de lavagem, será aquecida pela corrente
de óleo que sai do stripper (TC-4120).
O intervalo Pinch obtido resultou em uma variação de temperatura de 17,5 –
25 °C, em que esta é a faixa crítica de troca térmica entre as correntes. Para se
determinar a economia de energia, considerou-se a soma de todos os calores
encontrados nos trocadores de calor das correntes já citadas. Esta somatória resultou
em uma taxa de calor total na integração energética de 9.570 MJ/h, enquanto que
considerando todo o calor proveniente da indústria sem integração, ou seja, tudo o
que é gerado na caldeira pela queima de cavaco de eucalipto, resultou em 59.125
MJ/h.
Por meio disso, obteve-se um valor de aproximadamente 16,2% de economia
energética, comprovando então a teoria de utilização de correntes quentes e frias
como fluido de troca térmica para determinadas operações unitárias, contribuindo para
um menor custo.
9 ENVASE
10 CONTROLE DE QUALIDADE
11 TRATAMENTO DE RESÍDUOS
67 33
C17H33COONa + O2 → H2O +18 CO2 +Na+ (15)
2 2
142
Para realizar o descarte adequado da água residual no rio Tibagi a DBO deve
ser reduzida em 60%, chegando a um valor de 2,86 g/L. Para garantir que essa
redução ocorra, a lagoa de tratamento e o decantador foram dimensionados. Assim,
foram determinados o tempo de retenção (τ=6,84 dias) e a concentração de biomassa
necessária para redução da DBO e em seguida estimado o volume da lagoa e sua
área, que apresentaram valores de 1862,8 m 3 e 3725,6 m2, respectivamente. O
decantador apresenta uma área de 2,6 m 2 e um volume de 1,3 m3, com uma vazão
de lodo igual a 2,9 m3/h. Todos os cálculos realizados são apresentados no Anexo C.
Figura 73 – Tombador.
Para armazenamento dos grãos, serão utilizados seis silos planos, como
mostra a Figura 74 e, suas especificações são apresentadas no Quadro 4.
Para realizar a limpeza dos grãos será utilizada uma máquina de limpeza
provida de peneiras vibratórias e com caixa de peneira fechada, com quatro estágios,
como mostra a Figura 77 e, as especificações do equipamento são apresentadas no
Quadro 7.
Figura 78 – Secador.
Após sair do secador, os grãos são enviados para silos elevados onde são
armazenados como mostra a Figura 79. São utilizados oito silos de armazenamento,
providos de um sistema de aeração que permite a uniformização da temperatura dos
grãos no interior do equipamento, além de manter a umidade constante. As
especificações do silo são apresentadas no Quadro 9.
147
Figura 80 – Quebrador.
Figura 83 – Laminador.
Figura 84 – Laminador.
X Y
0 1,724
0,2 1,515
0,3 1,429
Fonte: TREYBAL (1980).
INOGRAN utilizará um extrator de seis estágios para garantir que não haja limitações
no processo.
Figura 87 – DTSR.
𝑄̇ = 𝑈. 𝐴. ∆𝑇 (16)
Em que:
𝑄̇ – taxa de calor trocado pelo evaporador;
𝑈 – coeficiente de troca térmica;
𝐴 – área de troca térmica;
Δ𝑇 – diferença de temperatura entre a corrente de aquecimento e corrente de saída
da micela.
O coeficiente de transferência de calor pode ser definido de acordo com a faixa
de temperatura de operação e considerando o fluido quente e frio utilizado. Tendo
conhecimento dessas informações, foi possível encontrar esses valores na literatura.
Dessa forma, considerando a temperatura de operação, para o primeiro evaporador o
coeficiente encontrado é de 715,5 kJ/(h.m².°C) e, para o segundo evaporador o
coeficiente é de 4087,8 kJ/(h.m².°C).
Portanto, considerando o calor calculado no balanço de energia e o coeficiente
de transferência de calor para cada evaporador, determinou-se a área de troca térmica
dos evaporadores. Os dados obtidos são apresentados no Quadro 19 juntamente com
as especificações de cada evaporador. A Figura 88 mostra uma representação real
dos evaporadores.
156
Figura 88 – Evaporador.
𝑄̇ = 𝑈 . 𝐴. ∆𝑇𝑚𝑙. 𝑓 (17)
Em que:
𝑄̇ – taxa de calor trocada no condensador;
𝑓 – fator de correção;
Para trocadores de calor do tipo casco e tubo, com um passe no casco e dois passes
no tubo, utilizou-se um fator de correção igual a 0,94 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
Os coeficientes de troca térmica podem ser encontrados na literatura e, de
acordo com Perry (2007), para o vapor de hexano e para o vapor de água, utilizando-
se como fluido frio a água, os coeficientes de troca térmica são iguais a 764 W/m2.K
e 1607 W/m2.K. Portanto, considerando esses valores, o calor e os dados de
temperatura das correntes em cada condensador, determinou-se a área necessária
para os dois condensadores utilizados na etapa de recuperação do solvente e, esses
valores são apresentados no Quadro 23.
Figura 96 – Centrífugas.
Figura 98 – Branqueador.
12.5 Caldeiraria
12.5.1 Caldeira
do combustível são enviados para dentro da caldeira através dos tubos que estão
cercados pela água. E, assim, a água é transformada em vapor, gerando energia.
Seus principais componentes são: tubulão (reservatório de água), fornalha (onde
ocorre a queima do combustível), feixes tubulares (por onde circulam os gases da
combustão) e demais aparelhos auxiliares.
A caldeira utilizada vai suprir a demanda de calor necessária de 428223984,55
kJ/h por meio da geração de 13,44 t/h de vapor superaquecido nas condições de 400
°C e 7,1 bar necessários para o processo, valores estes determinados por meio do
balanço de energia realizado na caldeira.
O combustível utilizado para a geração de calor é o cavaco de eucalipto e, para
produzir a quantidade de vapor a ser utilizada, são necessárias 3,51 t/h desse
combustível.
12.5.2 Turbinas
utilizadas três turbinas no total, para levar o vapor da caldeira para os equipamentos
que necessitam dessa fonte de energia. Dessa forma, as turbinas são responsáveis
por fornecer vapor nas seguintes condições: vapor na temperatura de 133 °C e 3 bar,
177 °C e 4 bar e 100 °C e 1 bar.
Todas as turbinas são idênticas e já possuem o gerador de energia, como
mostra a Figura 103.
12.6 Envase
12.8 Bombas
13 LAYOUT
13.2 Planta 3D
14 ANÁLISE FINANCEIRA
Os custos fixos, de acordo com Bruni (2008, p. 70), são aqueles que não
oscilam com os volumes de produção, portanto os valores permanecem fixos
independente do período e da atividade da empresa. Esses gastos estão associados
ao funcionamento básico da empresa, como equipamentos, terreno e a construção
(SILVA, 2008).
182
Segundo Silva (2008), os custos variáveis são despesas que variam de acordo
com o volume das atividades da empresa, ou seja, eles estão relacionados
diretamente com o volume de produção, quanto maior for o volume produzido maior
serão os custos variáveis. Outros itens como mão-de-obra e matéria-prima são
exemplos de custos variáveis que oscilam de acordo com a produção. A Tabela 57
apresenta os custos variáveis da INOGRAN.
183
Para realizar o cálculo do valor da saca de soja de 60 kg foi feita uma média
dos valores cotados no ano de 2020 e 2021 até agosto, baseado nos dados da
Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (2021) do Paraná, resultando um valor
de R$ 119,62. Utilizou-se este período devido à oscilação de valor em cada safra e a
quantidade de estoque que a empresa irá necessitar no momento.
14.3 FINANCIAMENTO
14.4.2 Impostos
Tabela 60 – Tributação.
Imposto Porcentagem
PIS 1,65%
COFINS 7,60%
ICMS 17%
IRPJ 15%
CSLL 15%
ISS 5%
IPI 0%
Fonte: Autoria própria (2021).
186
14.4.3 Depreciação
Segundo o SEBRAE (2021), o fluxo de caixa é uma ferramenta que tem por
objetivo projetar o saldo disponível da empresa para que exista sempre capital de giro
187
R$3.000.000.000,00
R$2.000.000.000,00
R$1.000.000.000,00
R$-
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
R$(1.000.000.000,00)
R$(2.000.000.000,00)
R$(3.000.000.000,00)
Entrada Saida
Com base nas entradas e saídas da empresa, gerou-se a Figura 122, que
demonstra o fluxo de caixa da INOGRAN, no qual, a partir do segundo ano iniciou-se
os lucros.
188
R$500.000.000,00
R$400.000.000,00
R$300.000.000,00
R$200.000.000,00
R$100.000.000,00
R$-
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
R$(100.000.000,00)
R$(200.000.000,00)
R$(300.000.000,00)
Tabela 63 – Payback.
15 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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2015. Disponível em: < http://www.abnt.org.br/publicacoes2/category/145-abnt-nbr-
iso-9001>. Acessado em: março, 2020.
ABNT. Introdução à ABNT NBR ISO 14001: 2015. Disponível em: <
http://www.abnt.org.br/publicacoes2/category/146-abnt-nbr-iso-14001f>. Acessado
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ALLIANCE. Catálogo: Extração contínua com fundo fixo. Disponível em: <
https://alliance.ind.br/catalogos/Extrator-Fundo-Fixo.pdf >. Acessado em 17 ago.
2021.
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56, 2014. Disponível em: < https://revista-
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Engenharia Química, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2018, Ponta
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Disponível em:< http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do113_2.htm>. Acessado
em: 09, abril, 2020.
www.LeisMunicipais.com.br
na forma da lei;
Parágrafo Único. Concluídas as obras de que trata o inciso II, deste artigo, a
empresa beneficiada terá o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para iniciar a
construção de suas instalações, sob pena de responsabilizar-se pelas despesas
efetuadas pelo Município.
Parágrafo Único. Os membros referidos nas alíneas "d" e "g", deste artigo, serão
designados pelo Prefeito Municipal, dentre os servidores municipais.
- definir a aplicação dos incentivos previstos no inciso II, do art. 4º, desta lei,
VIII
às empresas industriais, comerciais e prestadoras de serviços não enquadradas
no PRODESI e no PRODICT.
Parágrafo único. A sala de apoio à amamentação de que trata este artigo deverá
ser instalada em área apropriada, com os equipamentos necessários, dotadas de
assistência adequada, observadas as normas técnicas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. (Redação acrescida pela Lei nº
12.558/2016)
216
Art. 13 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as leis nós.
3.947, de 14/10/1986; 4.023, de 29/06/1987; 5.200, de 22/05/1995.
𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝑀𝑀 .𝐹̇ 40( ).185,7722(
𝐹̇𝑁𝑎𝑂𝐻(100%) = 𝑁𝑎𝑂𝐻 á𝑐 = 𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑘𝑔
ℎ )= 26,3068 𝑘𝑔/ℎ (20)
𝑀𝑀á𝑐 282,47( )
𝑘𝑚𝑜𝑙
𝑘𝑔
𝑀𝑀 .𝐹̇ 18( 𝑘𝑚𝑜𝑙 ).185,7722( 𝑘𝑔 )
𝐹̇𝐻2𝑂 = 𝐻2𝑂 á𝑐 = ℎ = 11,8381 𝑘𝑔/ℎ (22)
𝑘𝑔
𝑀𝑀á𝑐 282,47( )
𝑘𝑚𝑜𝑙
218
𝑘𝑔
𝑀𝑀 .𝐹̇ 304,4614( 𝑘𝑚𝑜𝑙 ).185,7722( 𝑘𝑔 )
𝐹̇𝑆𝑎𝑏ã𝑜 =
𝑆𝑎𝑏ã𝑜 á𝑐 = ℎ = 200,2354 𝑘𝑔/ℎ (23)
𝑀𝑀á𝑐 282,47( 𝑘𝑔 )
𝑘𝑚𝑜𝑙
219
1 𝜇 𝑚. 𝑆 𝑒
= −𝑏 (24)
𝑟 𝐾 𝑠 + 𝑆𝑒
𝑡 𝐿
𝑚 á𝑔𝑢𝑎 = 3,2864 = 3353,5
ℎ ℎ
𝑘𝑔 𝑔
17 ℎ
𝐶𝑠𝑎𝑏ã𝑜 = = 5,0693
𝐿 𝐿
3353,5
ℎ
Pela reação de oxidação abaixo e sabendo que a massa molar do sabão é 304
g/mol e que a do oxigênio é 32 g/mol, podemos encontrar o valor da concentração de
oxigênio e, consequentemente a de Se.
𝑔
𝐶𝑂2 = 17,88
𝐿
221
𝑔 𝑔
𝑆𝑒 = 0,4. 17,88 = 7,152 𝑑𝑒 𝑂2
𝐿 𝐿
𝑔
1 6,9 𝑑−1. 7,152
= 𝐿 − 0,06 𝑑−1
𝑔 𝑔
𝑟 60. 10−3 + 7,152
𝐿 𝐿
𝑟 = 6,84 𝑑
𝑔 𝑔
(17,88 −3 𝑔 𝑔
6,84 𝑑 = 𝐿 − 7,152 𝐿) . 0,565. (60. 10
𝑔 𝐿 + 7,152 𝐿)
6,9 𝑑−1. 𝑋 . 7,152
𝑒 𝐿
𝑚𝑔
𝑋𝑒 = 130
𝐿
𝑉 = 𝑞𝑡 . 𝑟 (26)
𝑘𝑔
11120
𝑉= ℎ . 6,84 𝑑 . 24ℎ
𝑚3 1𝑑
980
ℎ
222
𝑉 = 1862,8 𝑚3
𝑉
𝐴= (27)
𝑇𝐴𝑆
𝑘𝑔
11120
𝐴= ℎ
105 𝑚3 𝑚−2𝑑−1
𝐴 = 2,6 𝑚2
Logo após, deve-se obter o diâmetro do decantador, sendo que segundo a NBR
12209 (2011) esse deve conter um valor máximo de 7m. Diante disso, a INOGRAN
considera o diâmetro do decantador igual a 1,82 m. A norma ainda estabelece que a
altura máxima da água (Hágua) deve ser igual a 0,5 m. Com esses dados pode-se
calcular o volume de decantação de acordo com a Equação (28).
𝜋. 𝐷2
𝑉𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑎çã𝑜 = . 𝐻á𝑔𝑢𝑎 (28)
4
𝑉𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑎çã𝑜 = 1,3 𝑚3
223
𝑉ú𝑡𝑖𝑙
𝑇𝐷𝐻 = (29)
𝑞
1,75 𝑚3
𝑇𝐷𝐻 =
𝑚3
11,35 ℎ
𝑇𝐷𝐻 = 0,154 ℎ
0,445 𝑚3
𝑣̇𝑙𝑜𝑑𝑜 =
0,154 ℎ
𝑚3
𝑣̇𝑙𝑜𝑑𝑜 = 2,9
ℎ
224
ANEXO G – CUSTOS
Silo Elevado
Caixa d'água
10.000L
Silo Plano
Tombador Ambientes
02 03
04 07 08
10
11 13 Cascas
BL-1100 BL-2200
a21
BC-3470
C-3460 a10 a8
M-3450 DTSR-3200
EX-3100 14 14
SR-2700 CD-2500
TC-3470 31 30 29 BL-2500
19 16
a17 DF-3430 M-3420
L-2600
29 a11
a20 15
a9
DF-3440 a7
33
BC-3460
24 22
a17 20
EV-3320 EV-3310
SP-3330
a16 18
a14 a12
a17
a15
25
DC-3470
Efluente 34
BC-3100
23 21
BP-3330
BP-3320 BP-3310
TP-3340
CG-4120 CG-4230 TL-4240
BP-3400 SF-3400 a13 TAB-4220 CG-4250
32
26
38 43 45 47
a19
BP-4120 BP-4220 BP-4230 BP-4240
C-3410
TC-3340 28 27
39 Lecitina
48
BP-3410
M-4110
35
a18
37
44 Borra
BP-4110
BQ-4310
FP-4320
46 Efluente
TC-4240 BC-4240
53 51 49 50
a37 42
DZ-4410
BC-3471 DTSR-3201 BC-4212
C-3461
M-3451
M-4210 a22 a23
EX-3101
73 72 71
DF-3431 60
67 M-3421
TC -3471 a36 71
a27 55 Óleo
DF-3441
BC-3461 65 63
61
67
M-3481 EV-3331 EV-3321 EV-3311 59
76
a32
Concentrado proteico
74
a33 a30
a31
a28
de soja (SPC)
66
BC-3101
64 62
70
TR-5202
Etanol 75 BP-3411
CR- 5102 79
a34
77 TR-5203
Energia elétrica
80
CE
SETOR 1000 - RECEBIMENTO SETOR 2000 - PREPARO