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ANÁLISE DE RADIÊS SIMPLES E ESTAQUEADOS

VIA COMBINAÇÃO MÉTODO DOS ELEMENTOS


FINITOS COM O MÉTODO DOS ELEMENTOS DE
CONTORNO
Ângelo Vieira Mendonça1 & João Batista de Paiva2

Resumo
Neste trabalho é apresentada uma formulação em que é analisado o comportamento da
interação placa-estaca-solo via combinação do MEC com o MEF. A placa é
representada pelo método dos elementos finitos utilizando os elementos de 9
parâmetros DKT (Discrete Kirchhoff Theory) e HSM (Hybrid Stress Model). O solo é
representado pelo método dos elementos de contorno. Cada estaca é representada por
um único elemento de contorno, na qual estão discretizados 4 pontos nodais. A tensão
cisalhante, que age no fuste, é assumida ter uma distribuição quadrática. A tensão
normal, que age na base da estaca, é assumida ter distribuição uniforme na área da
mesma. Ambos os métodos, MEC e MEF, promovem dois sistemas algébricos distintos,
necessitando-se que haja uma transformação em um deles, a fim de que seja possível a
representação algébrica, tanto da placa como do solo, em um único sistema global de
equações lineares.

Palavras-chave: Método dos elementos finitos; método dos elementos de contorno;


fundações; estacas.

1 INTRODUÇÃO

O solo tem sido alvo de inúmeras pesquisas, já que cumpre um papel importante
na concepção e na definição final em projetos de engenharia civil e áreas correlatas.
Um dos parâmetros relevantes do solo a ser determinado é o recalque devido ao
carregamento da estrutura. Parte deste recalque está associado à deformação elástica,
portanto, podendo ser obtido a partir da teoria da elasticidade. Dentre os vários modelos
existentes na literatura, podem-se aludir a três clássicos: modelo de Winkler, modelo de
dois parâmetros e modelo do meio contínuo. Vários trabalhos foram publicados em que
o modelo de Winkler foi usado para modelar a interação solo-estrutura: CHILTON &
WEKEVER(1990), BOLTON(1972), CALDERÓN(1991), MANZOLI(1992), YUNG
& WANG(1991).

1
Prof. Adjunto do Departamento de Estruturas do CTU/UEL, a.v.mendonca@uel.br
2
Prof. Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, paiva@sc.usp.br

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2 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

BADIE & SALMON(1996) apresentam um estudo em que o solo é representado


pelo modelo de dois parâmetros, assim como é levado em conta a fricção entre a base da
estrutura e o solo.
Com relação ao estudo da interação solo-estrutura, em que o solo é representado
por um meio contínuo tridimensional utilizando métodos analíticos e diferenças finitas
podem ser encontrados nos trabalhos de CHAKRATORTY & GOSH(1975), ZAMAN
et al.(1988).
Já os trabalhos de CHEUNG & NAG (1968), HEMSLEY(1990-a,b) fazem um
estudo utilizando o método dos elementos finitos para análise da interação placa-solo.
MESSAFER & COATES(1990) desenvolveram uma formulação em que o método dos
elementos finitos é associado ao método dos elementos de contorno para a análise deste
problema. FATEMI-ARDAKANI(1987), PAIVA(1993), CALDERÓN(1996)
desenvolveram formulações para a análise desse problema em que tanto o solo como a
placa são analisados pelo método dos elementos de contorno.
Em relação a interação estaca-solo alguns trabalhos podem ser mencionados
como: POULOS & DAVIS (1968) é apresenta uma formulação onde são escritas as
equações integrais para cada um desses elementos, considerando-se a influência do solo e
das outras estacas do grupo, supondo-se que apenas a tensão de cisalhamento atua ao longo
do fuste de cada estaca.
BUTTERFIELD & BANERJEE (1971) estenderam esta formulação incluindo
também o efeito da tensão radial, o que permite a compatibilização de deslocamentos nesta
direção.
O problema envolvendo a situação em que a placa-estaca-solo está trabalhando
conjuntamente podem ser encontrados em DAVIS & POULOS (1972), BUTERFILED &
BANERJEE (1971b), mas nessas formulações a placa é considerada rígida. Poucos
trabalhos foram desenvolvidos onde a placa é considerada de rigidez finita, podendo-se
citar o de BROWN & WIESNER(1975) para a análise de uma longa sapata flexível
apoiada em estacas. Nessa formulação, entretanto, são utilizadas as simplificações da
teoria de vigas e a reação do solo é suposta constante em toda largura da sapata. Em
FATEMI-ARDAKAMI(1987) é apresentada também uma formulação do método dos
elementos de contorno para o estudo deste problema. Nessa formulação, inicialmente, é
estudada a interação das estacas com o solo com o objetivo de se determinarem as
rigidezes das estacas que posteriormente são tratadas como vínculos elásticos concentrados
sobre os quais a placa está apoiada. Em POULOS & DAVIS(1980) é apresentada uma
formulação para a análise da interação entre uma placa rígida e um grupo de estacas em
que são consideradas as interações entre o solo, a placa e as estacas, sendo que a
contribuição das estacas é obtida de modo semelhante à formulação proposta POULOS &
MATES(1971) para grupo de estacas isoladas; É feito um estudo paramétrico da interação
do solo com um grupo de duas unidades placa-estaca, onde a placa é circular e
considerada rígida. A partir dos resultados obtidos o método é aplicado ao estudo da
interação de uma placa rígida apoiada sobre estacas, considerando-se a superposição
elástica da influência de todas as estacas tomadas duas a duas. Posteriormente HAIN &
LEE(1978) estenderam essa formulação para a análise da interação entre placas flexíveis e
estacas e a aplicaram à análise de problemas genéricos.
Pode-se destacar também o trabalho apresentado em POULOS(1994) à análise da
interação placa-estaca solo, no qual, como no trabalho de FATEMI, as estacas são
representadas por molas, obtidas a partir de um programa para a análise da interação
estaca-solo.
PAIVA & TRONDI(1996) apresentaram uma formulação onde o conjunto
placa-estaca-solo é modelado via MEC onde todas as interações envolvidas são

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consideradas simultaneamente. A placa pode ser tanto rígida como flexível. As estacas
são rígidas e representadas por um elemento de contorno . As reações do solo são
admitidas variando linearmente no domínio dos elementos de contorno e as tensões na
estaca são escritas como uma tensão equivalente no topo desta, possibilitando que o
sistema final de equações seja escrito apenas em função dos nós que estão discretizados
na superfície do solo.

A formulação desenvolvida no presente trabalho incorpora todas as hipóteses


admitidas em PAIVA & TRONDI(1996), só que as estacas são admitidas serem
flexíveis. É apresentado a influência da flexibilidade axial das estacas na matriz obtida a
partir das representações algébricas descritas para o conjunto estaca-solo.
Neste trabalho apresenta-se uma formulação à análise deste problema onde
a placa é modelada pelo MEF e o solo pelo MEC, onde os elementos finitos utilizados são
o DKT (Discrete Kirchhoff Theory) e o HSM (Hybrid Stress Model). Em relação a
representação do solo e das estacas a formulação desenvolvida no presente trabalho
incorpora todas as hipóteses admitidas em PAIVA & TRONDI(1996), só que as estacas
são admitidas serem flexíveis. É apresentado a influência da flexibilidade axial das
estacas na matriz obtida a partir das representações algébricas descritas para o conjunto
estaca-solo.

2 SISTEMA DE EQUAÇÕES PARA O SOLO

A representação integral desse problema incorpora a solução fundamental de


Boussinesq-Cerruti, e para o caso em que as forças de volume são desprezadas, pode ser
escrita como:
u i = ∫ u∗ij ( p , s) p j ( s) dΓ ( s) , (i,j=1,2,3) (1)
Γ
Onde:
u∗ij ( p , s) é a solução fundamental em deslocamento devida a uma carga unitária
aplicada no ponto p na direção i e com reposta no ponto s na direção j.
p j é a força de superfície na direção j.

O problema analisado restringe-se a carregamentos aplicados normalmente à


superfíce do semi-espaço, o que necessita que apenas o deslocamento vertical seja
compatibilizado nesta formulação. Com isso, a representação integral do problema (1)
pode ser simplificada para:
u 3 = ∫ u ∗33 ( p, s) p 3 (s)dΓ (s) (2)
Γ
Implementando-se a discretização da equação integral (2), obtém-se:
n
u3 = ∑ ∫ u ∗33 ( p, s) p 3 (s)dΩ el (s) (3)
1 Ωel

Onde: Ω el é o domínio do elemento de contorno ; n: é o número de elementos


de contorno que compõem o contorno Γ.

É admitido que as forças de superfície sofrem variação linear no domínio dos


elementos de contorno triangulares, de forma que podem ser escritas como:

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⎛ pi ⎞
⎜ ⎟
[
p 3 = ε1 ε 2 ]
ε3 ⎜ p j ⎟ (4)
⎜ ⎟
⎝ pk ⎠
Onde:
ε1 , ε 2 , ε 3 são coordenadas adimensionais otidas a partir de coordenadas
retangulares conforme indicados em PAIVA(1993).
pi , p j , p k são as forças de superficie nodais definidas nos nós do triângulo.

Após efetuar o cálculo das integrais indicadas em (3) para todos os elementos,
obtém-se a representação algébrica do solo dada por:
H s U s = Gs Ps (5)
~ ~ ~ ~
Onde:
P s , Us são os vetores que contêm as forças de superfície e os deslocamentos de
~ ~
todos os nós dos elementos de contorno discretizados na superfície do solo.

3 SISTEMA DE EQUAÇÕES PARA O CONJUNTO ESTACA-SOLO

Existem diversos fatores que interferem no comportamento real do conjunto


estaca-solo, dentre eles, podem-se citar:
a) Propriedades físicas do solo e da estaca.
b) Tipo de execução da estaca.
c) Espaçamento das estacas.
d) Ordem de cravação.
e) Nível de carregamento aplicado.

A formulação apresentada, neste trabalho para análise numérica do problema,


incorpora apenas a influência de alguns fatores através de hipóteses simplificadoras, a
saber:
a) A estaca é admitida trabalhando no regime elástico linear.
b) É admitido que as estacas estão totalmente imersas em um semi-espaço,
elástico linear, homogêneo e isótropo .
c) A perturbação devido à presença das estacas no espaço semi-infinito é
desprezada.
d) O solo e as estacas estão livres de tensões iniciais decorrentes da instalação
das mesmas.
e) A superfície das estacas são admitidas rugosas, de forma que inibe o
deslizamento na região da superfície de contato estaca-solo.
f) As forças volumétricas são desprezadas.
g) As estacas estão sujeitas apenas a carregamentos verticais.

O deslocamento vertical de um ponto p pertencente ao problema elástico aqui


representado, isto é, superfície do semi-espaço interagindo com as estacas, pode ser
escrito como:

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np ⎧⎪ ⎫⎪
u3 ( p ) = ∫ u∗33 p3 dΓ + ∑ ⎨ ∫ u33 τ i dΓpi + ∫ u33 σ i dΓbi ⎬
∗ ∗
(6)
i =1 ⎪Γpi ⎪⎭
Γ ⎩ Γbi

Onde:
u∗33 : é a solução fundamental em deslocamento para uma carga unitária aplicada
no ponto-fonte na direção vertical e com resposta no ponto-campo na direção
vertical.
p 3 : é a força de superfície externa aplicada na direção vertical.
np: é o número de estacas
Γ : é uma sub-região do contorno do semi-espaço onde p3 está definido.
Γpi e Γbi : são o contorno do fuste e da base da estaca i, respectivamente.
Como neste problema, as tensões das estacas estão aplicadas no interior
do espaço semi-infinito, portanto, a solução fundamental utilizada é a de
Mindlin.
A representação integral para o conjunto estaca-solo pode ser escrita
matricialmente como:
np ⎡ ⎤
u = ∫ U∗ P dΓ + ∑ ⎢ ∫ U∗ τ k dΓpk + ∫ U∗ σ k dΓbk ⎥ (7)
~ Γ ~ ~ k =1 ⎢Γpk ~ ~ Γb ~ ⎥
⎣ ~ ⎦
Onde:
U : é o vetor que representa os deslocamentos no contorno Γ .
~
P : é o vetor que representa as forças de superfíce no contorno Γ .
~
τ k , σ k : são os vetores que representam as tensões cisalhantes do fuste e as
~ ~
tensões normais da base da estaca k, respectivamente.

Implementando-se a discretização da representação integral (7), obtém-se:


np ⎧⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎫ n⎡ ⎤
⎪⎢ ⎥ ⎪
u = ∑ ⎨ ∫ U θ dΓp τ k + ∫ U λ dΓb ⎥ σ k ⎬ + ∑ ⎢ ∫ U∗ Φ T dΓ ⎥ Pin
∗ T ∗ T
np ⎢ np
~ k =1 ⎪ ⎢ Γ ~ ~ ⎥ ~ ⎢Γ ~ ~ ⎥ ~ ⎪ i =1⎢⎣Γ ~ ~ ⎥⎦ ~
⎩⎣ p ⎦ ⎣ b ⎦ ⎭
(8)
Onde:
τ np , σ np : são os valores nodais das tensões cisalhantes e normais na estaca k,
~k ~k
respectivamente.
P n : é o vetor das forças de superfície nodais dos elementos.
~
θ , λT , Φ T : são as funções interpoladoras para as tensões cisalhantes, tensões
T
~ ~ ~
normais, forças de superfície, respectivamente.

Neste trabalho é admitido que um único elemento de contorno linear representa


cada estaca e as tensões de cisalhamento são assumidas variarem quadraticamente ao
longo do fuste, sendo definidos três nós funcionais para representá-las, de forma que
funções interpoladoras podem ser escritas como:

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⎧1
(
2
⎛ θ ⎞ ⎪ 9η − 9η + 2 ⎪
⎜ p1 ⎟ ⎪ 2

)

⎜ θ p2 ⎟ = ⎨ − 9 η2 + 6η ⎬ (9)
⎜ ⎟ ⎪ 1 ⎪
⎝ θ p3 ⎠ ⎪
⎩ 2
(
9 η2 − 3η ⎪

)
Onde:
z
η=
L
(10)
Onde :
z : representa a cota de um ponto genérico pertencente à estaca e o
comprimento da estaca.
L: é o comprimento da estaca.

As tensões normais na base das estacas são admitidas com distribuição uniforme
na área da mesma, sendo representadas por um quarto nó.

Figura 1 - Representação das funções interpoladoras na estaca.

Os resultados do cálculo das integrais na estaca K e no elemento i do contorno


do semi-espaço, podem ser representados por:
k
h f = ∫ U∗ θT dΓpk (11)
~ Γp ~ ~

k
h b = ∫ U∗ λT dΓbk (12)
~ Γb ~ ~

i
h cel = ∫ U∗ Φ T dΓ (13)
~ Γ ~ ~

O sistema algébrico, que explicita a contribuição de cada elemento do conjunto


solo-estaca, poder ser expresso por:

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np ⎡ k k np ⎤ n ⎡ i ⎤
np
U = ∑ ⎢h f τ k + h b σ k ⎥ + ∑ ⎢ h cel Pin ⎥ (14)
~ k =1 ⎢⎣ ~ ~ ~ ~ ⎥⎦ i =1⎢⎣ ~ ~ ⎥⎦

Ou

U = LT (15)
~ ~~

U : é o vetor que contém os deslocamentos nodais discretizados na superfície do


~
semi-espaço e nas estacas.
T : é o vetor que contém as forças de superfície nodais referentes à superfície do
~
semi-espaço e as tensões nodais discretizadas nas estacas.
L : é a matriz de correlação entre U e T
~ ~
~
O sistema algébrico (15) pode ser dividido em duas partes: a primeira
envolvendo os deslocamentos dos pontos discretizados na superfície do semi-espaço UΓ
~

e segunda parte contém os pontos discretizados sobre a estaca U p ,isto é:


~

⎛ U Γ ⎞ ⎡ R Q⎤⎛ PΓ ⎞
⎜ ~ ⎟ ⎢ ~ ~ ⎥⎜ ~ ⎟
⎜ U p ⎟ = ⎢ q r ⎥⎜ τ p ⎟ (16)
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ~ ⎠ ⎢⎣ ~ ~ ⎥⎦⎝ ~ ⎠

O vetor U p pode ser expandido de forma a explicitar a contribuição de cada


~

estaca, isto é:

⎛ U Γ ⎞ ⎡ R L Q k L Q p ⎤⎛ PΓ ⎞
⎜ ~ ⎟ ⎢ 1 1 ⎥⎜ ~ ⎟
⎜ M ⎟ ⎢~ ~ ~ ⎜ M ⎟
⎜ k⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ k ⎟

⎜ U p ⎟ = ⎢q k L r kk L r kp ⎥⎜ τ p ⎟ (17)
⎜ ~ ⎟ ⎢~ ~ ~ ⎥⎜ ~ ⎟
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ p⎟ ⎢ p ⎥⎜ p ⎟
⎜ Up ⎟ ⎢ r L r pk L r pp ⎥⎜ τ p ⎟
⎝ ~ ⎠ ⎣~ ~ ~ ⎦⎝ ~ ⎠

Explicitando apenas as linhas da matriz L referente à estaca k, no sistema


~

dado por (17) tem-se que:

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⎛ M ⎞ ⎡ M M M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢
⎜ u mi ⎟ ⎢L b mi L b mp b m,p1 b m,p2 b m,p3 L⎥⎜⎜ p mi ⎟⎟

⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ up ⎟ ⎢ b qi b qp b q , p1 b q , p2 b q , p3 ⎥ ⎜ τ1 ⎟
⎜u ⎟ = ⎢ b ri b rp b r , p1 b r , p2 b r , p3 ⎥⎜ τ ⎟
(18)
⎜ p1 ⎟ ⎢ ⎥⎜ 2 ⎟
⎜ u p2 ⎟ ⎢L b si L b sp b s, p1 b s, p2 b s, p3 L⎥⎜ τ 3 ⎟
⎜u ⎟ ⎢ b ti b tp b t , p1 b t , p2 b t , p3 ⎥⎜ σ ⎟
⎜⎜ p3 ⎟⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎝ M ⎠ ⎣⎢ M M M ⎥⎦⎝ M ⎠

Como é assumido que a estaca está sujeita a apenas carregamentos


verticais, a deformação axial de um ponto genérico, situado numa altura z da estaca, é
dada por:

− Fz
u 3, z = (19)
A pEp

Onde :
⎧⎡ 1 ⎤ ⎡1 ⎤ ⎡1 ⎤ ⎫
⎪ ⎪
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Fz = 2 πR b ⎨ ∫ θ p1 J dη τ p1 + ∫ θ p2 J dη τ p2 + ∫ θ p3 J dη τ p3 ⎬ + σ b A b (20)
⎪⎩⎢⎣ η ⎥⎦ ⎢⎣ η ⎥⎦ ⎢⎣ η ⎥⎦ ⎪⎭

Onde:
Fz: é a força de compressão que atua em uma altura z da estaca
Ap: é a área transversal da estaca
Ep: é o módulo de elasticidade longitudinal da estaca.
Rp: é o raio da estaca.
J: é o jacobiano

Os deslocamentos dos pontos discretizados sobre a estaca podem ser


representados:
− Fz
u3 = ∫ dz (21)
z E pA p

Integrando (21) e impondo-se a condição de contorno u3 = up quando z = 0 ,


obtém-se a expressão do deslocamento axial da estaca. Escrevendo então esta expressão
para os quatro pontos nodais localizados na estaca obtém-se:

⎛ u p ⎞ ⎛ f1 ⎞ ⎛ u p ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ u p1 ⎟ ⎜ f2 ⎟ ⎜ u p ⎟
⎜ u p2 ⎟ = ⎜ f ⎟ + ⎜ u p ⎟
⎜ ⎟ ⎜ 3⎟ ⎜ ⎟
⎝ p3 ⎠ ⎝ f4 ⎠ ⎝ u p ⎠
u
(22)

Onde:

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u p , u p1 , u p 2 , u p3 : são os deslocamentos no topo, no fuste e na base da estaca.


As funções fi são dadas por:

⎛1 3 3 1 ⎞
f1 = K f ⎜ η − η4 + η3 − η2 ⎟ (23)
⎝4 8 4 2 ⎠

⎛3 ⎞
f 2 = K f ⎜ η4 − η3 ⎟ (24)
⎝4 ⎠

⎛3 3 1 ⎞
f 3 = K f ⎜ η − η4 + η3 ⎟ (25)
⎝4 8 4 ⎠

f4 = K b η (26)

2 L2
Kf = (27)
EpRb

L
Kb = (28)
Ep

η assume os valores 0, 1/3, 2/3, 1 quando o ponto fonte estiver sobre os 3 nós do
fuste e sobre o nó da base, respectivamente.

Ao incorporar-se o sistema dado em (22) ao sistema (18), tem-se um novo


sistema algébrico, isto é:

⎛ M ⎞ ⎡ M M M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢ ⎥
⎜ u mi ⎟ ⎢L b mi L b mp b m , p1 b m,p2 b m, p 3 L ⎜p ⎟
⎥⎜ m i ⎟
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ up ⎟ ⎢ b qi α1 b q , p1 b q ,p2 b q ,p3 ⎥⎜ τ1 ⎟ (29)
⎜ u ⎟ = ⎢ b ri b rp α2 b r,p2 b r ,p3 ⎥⎜ τ ⎟
⎜ p ⎟ ⎢ ⎥⎜ 2 ⎟
⎜ u p ⎟ ⎢L b si L b sp b s , p1 α3 b s, p 3 L⎥⎜ τ 3 ⎟
⎜ u ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜⎜ p ⎟⎟ ⎢ b ti b tp b t , p1 b t,p2 α4 ⎥⎜ σ ⎟
⎝ M ⎠ ⎢⎣ M M M ⎥⎦ ⎝ M ⎠

Onde:

α1 = b q , p − f1 (29a)

α 2 = b r , p1 − f2 (29b)

α 3 = b s, p2 − f3 (29c)

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10 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

α 4 = b t , p3 − f4 (29 d)

−1
Escrevendo-se (29) na forma inversa, as linhas da matriz L , referentes à
~
estaca k , pode ser expressa por:

⎛ M ⎞ ⎡M M M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢ ⎜ ⎟
⎜ p mi ⎟ ⎢L a mi L a mp a m ,p1 a m ,p2 a m , p3 L⎥⎜ u mi ⎟

⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ τ1 ⎟ = ⎢ a qi a qp a q ,p1 a q ,p2 a q , p3 ⎥ ⎜ u p ⎟
⎜τ ⎟ ⎢ a ri a rp a r ,p1 a r ,p 2 a r , p3 ⎥⎜ u p ⎟
⎜ 2⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ τ 3 ⎟ ⎢L a si L a sp a s,p1 a s, p 2 a s , p3 L⎥⎜ u p ⎟
⎜ σ ⎟ ⎢ a ti a tp a t ,p1 a t ,p 2 a t , p3 ⎥⎜ u ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ p ⎟
⎝ M ⎠ ⎣⎢ M M M ⎥⎦⎝ M ⎠
(30)

A representação integral da carga transmitida à estaca é dada por:

PE = ∫ u 33τ p dΓp + ∫ u 33σ b dΓb


* *
(31)
Γp Γb

A tensão no topo da estaca pode ser obtida pela divisão de (31) pela área da base
da mesma:

σ E = C1τ I + C 2 τ j + C 3τ k + C 4 σ b (32)

Onde:
πR b 1 L
C1 =
Ab 0
∫ θ p1 J d η =
2R b
(32a)

2 πR b 1
C2 =
Ab 0
∫ θ p 2 J dη = 0 (32b)

πR b 1 3L
C3 =
Ab 0
∫ θ p 3 J dη =
2R b
(32c)

C4 = 1 (32d)

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Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 11

−1
As linhas da matriz L , correspondentes à estaca k, podem ser multiplicadas
~
respectivamente por constantes c1,c2,c3,c4 assim como as linhas do vetor τ . Quando for
~
feita a soma das linhas correspondentes à estaca k , e ainda substituindo a equação (30)
no vetor τ , obtém-se:
~
⎛ M ⎞ ⎡ M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢ ∗ ⎥⎜ ⎟
⎜ σ E ⎟ = ⎢L a qp L⎥⎜ u p ⎟ (33)
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ M ⎠ ⎢⎣ M ⎥⎦⎝ M ⎠

Repetindo o processo para todas as estacas, o sistema de equações pode ser


escrito como:

⎛ p1 ⎞ ⎡ a11 a12 L a1n a1∗k L a1∗p ⎤⎛ u1 ⎞


⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ p 2 ⎟ ⎢a 21 a 22 a 2n a ∗2 k a ∗2 k ⎥⎜ u 2 ⎟
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ p n ⎟ = ⎢a n1 a n 2 L a nn a ∗nk L a ∗pk ⎥⎜ u n ⎟
(34)
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ k⎟ ⎢ ∗ ∗
⎥⎜ k ⎟
⎜ σ E ⎟ ⎢a k1 a k 2 a ∗kn a ∗kk a ∗kp ⎥⎜ u p ⎟
⎜ M ⎟ ⎢ ⎥⎜ M ⎟
⎜ p⎟ ⎢ ∗ ⎥⎜ ⎟
∗ ⎜up⎟
⎝ σ E ⎠ ⎢⎣a p1 a ∗p 2 L a ∗pn a ∗pk L a pp ⎦⎥⎝ p ⎠

Com isso, as equações que eram escritas para os pontos nodais localizados ao
longo da estaca foram transformadas em equações equivalentes escritas apenas em
função do ponto nodal do topo das estacas. Após este rearranjo no sistema de equações,
a representação algébrica do conjunto estaca-solo pode expressa num sistema de
equações semelhante ao do solo dado em (5).

4 SISTEMA DE EQUAÇÕES PARA A PLACA

A placa é analisada pelo método dos elementos finitos utilizando os elementos


DKT( Discrete Kirchhoff Theory) e o HSM( Hybrid Stress Model), cujas formulações
podem ser encontradas em BATOZ et al. (1980). Os parâmetros nodais finais
envolvidos na formulação de ambos elementos finitos são representados por duas
rotações e uma translação em cada vértice do triângulo conforme indicados na figura 2.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


12 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

Figura 2 - Parâmetros nodais finais do elementos finitos DKT e HSM

As forças presentes no sistema placa-solo são mostrados na figura 3

Figura 3 - Forças presentes na interação placa-solo.

O funcional da placa, com a contribuição do carregamento transversal externo e


da reação do solo, pode ser escrito como:
π = π p − ∫ g ( x , y ) w ( x , y ) dΩ + ∫ p ( x , y ) w ( x , y ) d Ω
Ω Ω
(35)
Ou na forma discretizada como:
nel nel
π = πp − ∑ ∫ g( x, y) w( x, y)dΩ el + ∑ ∫ p( x, y) w( x, y)dΩel (36)
1 Ω el 1 Ω el

Onde nel é o numero de elementos de contorno e Ω el é o domínio de um


elemento de contorno, respectivamente.

Convém ressaltar que tanto para a placa quanto para a superfície do solo, utiliza-
se a mesma discretização, de maneira que os elementos finitos e os elementos de
contorno são idênticos em número e na geometria.
Computando a contribuição de um elemento finito, pode-se escrever (36),
matricialmente, como:
1 T
Π 1 = U Tc K c U c − U Tc Fc + U c Q P c (37)
2 ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Onde:
U c : é o vetor dos deslocamentos de um elemento finito contendo tanto os
~
provenientes de rotação, quanto os de translação .
K c : é a matriz de rigidez de placa referida à um elemento finito
~
Fc : é o vetor das forças nodais equivalentes em um elemento finito proveniente
~
do carregamento transversal externo.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 13

U c : é o vetor dos deslocamentos de um elemento de contorno contendo apenas


~
deslocamentos de translação.
P c : é o vetor das forças de superfície da interface placa-solo de um elemento de
~
contorno.
Q : é a matriz de transformação.
~

Devido à ausência dos deslocamentos de rotação em U c e a inexistência


~

qualquer força associada à rotação em P c , fazem com que esses vetores tenham ordem
~

menor que Pc e Fc . Com a finalidade de compatibilizar a ordem dos vetores U c e P c


~ ~ ~ ~
com U c e Fc , respectivamente., inserem-se zeros em Q , que passa a ser denominada
~ ~ ~

Q . Com isso, pode-se escrever Uc como um vetor igual a U c , e P c como Pc , isto é:


~ ~ ~ ~ ~

U Tc
~
{
= Wi φ x1i φ x2i Wj φ x1 j φ x2 j Wk φ x1k φ x2 k } (38)

PcT = {p i 0 0 pj 0 0 pk 0 0 } (39)
~
Após as expansões, acima mencionadas, pode-se escrever (37) como:
1 T T
π1 = U c K c U c − U Tc Fc + U c Q Pc (40)
2 ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Fazendo-se a somatória da contribuição de todas as células, seguida da
minimização do funcional de energia, obtém-se:
K U = F− Q P (41)
~ ~ ~ ~ ~
Onde:
U : é o vetor dos deslocamentos composto por todos os nós dos elementos
~
finitos.
F : é o vetor das cargas nodais equivalentes oriundo do carregamento externo e
~
composto por todos os nós dos elementos finitos.
P : é o vetor expandido das forças de superfície devido à reação do solo e
~
composto por todos os nós dos elementos de contorno
K : é a matriz de rigidez global da placa.
~

Q : é a matriz de transformação expandida relativa à contribuição de todos os


~
elementos de contorno.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


14 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

5 DETERMINAÇÃO DE Q
~

•Conjunto placa-solo
O trabalho das cargas externas, para um único elemento finito, pode ser
expresso em coordenadas adimensionais como:
Te = ∫ g( ε1 , ε 2 , ε 3 ) w ( ε1 , ε 2 , ε 3 )dA (42)
A
Onde:
w(ε1 , ε 2 , ε 3 ), g(ε1 , ε 2 , ε 3 ) são as funções interpoladoras do
deslocamento e do carregamento externo distribuído no domínio do elemento ,
respectivamente; e A é a área do elemento

Em ambos elementos, isto é, DKT e HSM, para efeito de cálculo do vetor


de cargas nodais, a função interpoladora dos deslocamentos, assim como para as forças
de superfície será admitida variando linearmente no domínio, conforme indicada na
figura 4 e podendo ser expressa por:
w = w i ξ1 + w jξ 2 + w k ξ 3 (43)

Analogamente, as forças de superfície podem ser expressas por:

g = g i ξ1 + g jξ 2 + g k ξ 3 (44)

Figura 4 - Variação linear do deslocamento transversal e da força de superfície


no interior do elemento finito.

Substituindo-se (44) ,(43) em (42), obtém-se:


Te = ∫ (g i ξ 1 + g j ξ 2 + g k ξ 3 )( w i ξ 1 + w j ξ 2 + w k ξ 3 )dA (45)
A
Ao minimizar-se a energia potencial devida às cargas externas, pode-se
escrever:
⎛ ∂Te ⎞
⎜ ⎟
⎛ Fi ⎞ ⎜ ∂w i ⎟ ⎛ ξ 12 ξ 1ξ 2 ξ 1ξ 3 ⎞ ⎛ g i ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ∂Te ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ Fj ⎟ =⎜ ⎟ = ∫ ⎜ ξ 1ξ 2 ξ 22 ξ 2 ξ 3 ⎟ dA ⎜ g j ⎟ (46)
⎜ ⎟
⎝ Fk ⎠ ⎜ ∂w j ⎟ A ⎜⎝ ξ ξ ξ2ξ3
⎟ ⎜ ⎟
ξ 23 ⎠ ⎝ g k ⎠
⎜ ∂Te ⎟ 1 3
⎜ ⎟
⎝ ∂w k ⎠
A integral do tipo ∫ f (ξ 1 , ξ 2 , ξ 3 )dA , pode ser calculada como:
A

η η η η1 ! η 2 ! η 3 !
∫ ξ 1 1 ξ 2 2 ξ 3 3 dA = 2A
(η1 + η2 + η3 + 2)!
(47)
A

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 15

Com isso, o vetor de cargas nodais pode ser dado por:

⎛ Fi ⎞ ⎛ gi ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ Fj ⎟ = Q⎜ g j ⎟ (48)
⎜ ⎟ ~⎜ ⎟
⎝ Fk ⎠ ⎝gk ⎠

Onde:
⎡2 1 1 ⎤
A⎢ ⎥
Q= ⎢ 1 2 1⎥ (49)
12
~
⎢⎣1 1 2⎥⎦

• Sistema placa-estaca-solo

No sistema placa-estaca-solo pode ser adotado o mesmo procedimento de


combinação utilizado no sistema placa-solo, diferindo-se apenas nos valores dos
elementos da matriz de transformação. Quando uma estaca está presente na célula
algumas regiões da mesma deixa de desenvolver forças de superfície.
Supondo que a estaca esteja locada no nó 1 da célula j, uma alternativa consiste
em eliminar os elementos da matriz que contribuem com o nó 1. O setor de círculo do
topo da estaca que está em contato com a célula j, mostrado na figura 5, contribui na
matriz de transformação na diagonal principal na posição Q 11 .
Com isso, a matriz de transformação , quando há presença de estaca na célula,
pode ser escrita como:

⎛ Rb2 ⎞
⎜ 6φ 1 1⎟
A⎜ A ⎟ (50)
Q= ⎜ 0 2 1⎟
2⎜
0 1 2⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠

Figura 5 - Nó com presença de estaca.

Onde:
A: Área do elemento de contorno
Rb: Raio da estaca
φ: Ângulo central do setor de círculo

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


16 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

6 ACOPLAMENTO MEF-MEC

As representações algébricas obtidas , mediante a discretização da placa


pelo MEF e da discretização do solo pelo MEC, requerem que sejam acopladas , de
forma a eliminar as incógnitas devido as forças de superfície de contato placa-solo,
permitindo que o sistema algébrico do conjunto seja resolvido, uma vez que as
incógnitas remanescentes são apenas as referentes aos deslocamentos dos nós
funcionais.
A combinação entre o MEF e o MEC podem ser obtidas de algumas maneiras,
dentre elas, podem-se citar:
a) Tratar a região discretizada em elementos de contorno como elemento finito
equivalente. Esta técnica consiste em montar uma matriz de rigidez equivalente advinda
da região discretizada em MEC.
b) Tratar a região discretizada em elementos finitos como elemento de contorno
equivalente.
Como um dos objetivos deste trabalho é a influência do solo na matriz de rigidez
da estrutura, a primeira técnica é a que será implementada na formulação.
Seja Ω1 a superfície de uma placa discretizada em elementos finitos e Ω2 a
superfície do solo discretizada em elementos de contorno, figura 6.

Figura 6 - Regiões discretizadas em MEC e MEF

O sistema algébrico (5) pode ser escrito como:


Ps = M Us (51)
~ ~

Onde:
−1
M=G H (52)
~ ~ ~
A matriz H é igual a matriz identidade, já que a superfície é suposta livre de
~
forças de superfície, portanto, (52) pode ainda ser escrita como:
−1
M=G (53)
~ ~
−1
Adicionando-se linhas e colunas de zeros em G , U s pode ser escrito como
~ ~
U . Com isso, a partir de (51) e (53), obtém-se:
~

P = G −1 U (54)
~ ~ ~
Onde:

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 17

−1
G −1 : é a matriz G após a expansão.
~ ~
Substituindo-se (21) em (17), obtém-se:
K U = F− Q G −1 U (55)
~ ~ ~ ~ ~ ~
Reagrupando-se a representação algébrica (55), tem-se que:

K2 U = F (56)
~ ~ ~
Com:

K 2 = K+ Q G −1 (57)
~ ~ ~ ~
Onde K 2 é a matriz de rigidez do sistema placa-solo após combinação do MEC
~
com o MEF.

7 AVALIAÇÃO NUMÉRICA

• Interação placa-solo

Neste problema admite-se uma placa apoiada sobre o meio semi-infinito


elástico linear, contínuo, homogêneo e isótropo.
A geometria da placa é quadrada, cujos lados medem L= 12m e com espessura
t=0.1 m, está apoiada sobre o solo, que possui módulo de elasticidade Es=0,26∗106
kN/m2 e módulo de Poisson νs=0,3. Um fator de rigidez relativa entre a placa e o solo é
apresentado em CHEUNG & ZIENKIEWICZ(1965), a saber:
⎛ Es ⎞ ⎛ a ⎞ 3 ⎛ L⎞
X = 180π⎜⎜ ⎟⎟ ⎜ ⎟ ; a = ⎜ ⎟ (58)
⎝ Ep ⎠ ⎝ t ⎠ ⎝ 6⎠
A placa quadrada foi analisada assumindo três valores para o fator de rigidez
relativa X , de forma que placas com diferentes rigidezes podem ser representadas. A
malha utilizada para discretizar a placa e a superfície do solo contém 128 elementos
triangulares, conforme ilustrado pela figura 7.

Figura 7 - Malha utilizada na modelagem e os tipos de carregamentos analisados.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


18 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

A análise envolvendo uma placa quadrada apoiada sobre o solo simula o


problema de um carregamento uniformemente distribuído aplicado sobre uma placa
com rigidez intermediária com módulo de elasticidade correspondente a
Log X = 1.08 . As figuras 8 a 11 ilustram o desempenho obtido por esta formulação
representando os momentos fletores, deslocamentos, reação do solo.
3,5

2,5

2
[Mx/g] (m²)

1,5

DKT-MEC
1
HSM-MEC
Paiva (1993)
0,5
M. & C. (1990)

0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
-0,5
D (m)

Figura 8 - Momentos na direção x ao longo de A-B em uma placa com rigidez


intermediária sujeita a um carregamento uniformemente distribuído.

3,5

2,5
[My/g] (m²)

1,5
DKT-MEC
1 HSM-MEC
Paiva (1993)
0,5 M. & C. (1990)

0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D (m)

Figura 9 - Momentos na direção y ao longo de A-B em uma placa com rigidez


intermediária sujeita ao carregamento uniformemente distribuído.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 19

3,5

3
[w/g]* 1.0E+6 (m³/ kN)

2,5

1,5
DKT-MEC
1 HSM-MEC
Paiva (1993)
0,5 M. & C. (1990)

0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D (m)

Figura 10 - Deslocamentos verticais ao longo de A-B em uma placa com rigidez


intermediária sujeita a um carregamento uniformemente distribuído.

3,5

3
DKT-MEC
2,5 HSM-MEC
Paiva (1993)
2 M. & C. (1990)
p/g

1,5

0,5

0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D (m)

Figura 11 - Reação do solo ao longo de A-B em uma placa flexível sujeita a um


carregamento uniformemente distribuído.

• Interação entre um grupo de estacas e o solo

A análise estaca-solo consiste em problemas que apenas as estacas estão em


contato com o solo. Para simular os casos em que ocorrem tais problemas, é admitido
que as estacas, pertencentes a um mesmo grupo de estacas, estão ligadas entre si por
um bloco rígido, que por sua vez, não tem contato com a superfície do solo. As figuras
12 e 14 ilustram a existência de uma altura livre entre bloco rígido e a superfície do

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


20 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

solo. Nas figuras 13 e 15 são indicados os resultados obtidos por esta formulação assim
como os obtidos a BUTTERFIELD & BANERJEE(1971a) cuja formulação considera a
tensão de cisalhamento ao longo do fuste constante para cada 1 dos 16 elementos de
contorno discretizados na estaca. Convém antes da apresentação das figuras, que
ilustram o comportamento de 1 e 2 estacas isoladas, definir um fator Kp que relaciona a
carga aplicada sobre as estacas e o deslocamentos de seus respectivos topos, isto é:
P
Kp = (60)
G s wD

Onde:
P: é a carga aplicada sobre a estaca.
D: é o diâmetro da estaca.
Gs:é o módulo de elasticidade transversal do solo.

A relação entre o módulo de elasticidade longitudinal da estaca e o módulo de


Ep
elasticidade transversal do solo é assumida igual a 6000.
Gs

Figura 12 - Esquema representativo de uma estaca isolada no semi-espaço.

80
Ep/Gs=6000
70
60
50
P/(GWD)

40
30
20 DKT-MEC
10 B. & B. (1971)

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
L/D

Figura 13 - Relação carga-deslocamento de uma estaca flexível isolada em função de


seu comprimento.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 21

Figura 14 - Esquema representativa de duas estacas isoladas no semi-espaço.

35
Ep/Gs=6000
30

25
P/(GWD)

20

15
DKT-MEC
10 B. & B. (1971)
5

0
10 20 30 40
L/D

Figura 15 - Relação carga-deslocamento de duas estacas flexíveis isoladas em função de


seus comprimentos.

Este mesmo exemplo de duas estacas foi analisado considerando-se o contato


entre a placa rígida e o solo. Com isso, o módulo da placa é admitido assumir um valor
infinito. Nas figuras16 e 17 estão indicadas a malha e a relação carga-deslocamento.
Nesta última figura K p é dado pela expressão (60). Pode-se observar concordância dos
resultados da formulação proposta com os fornecidos por BUTTERFIELD &
BANERJEE(1971b).

Figura 16 - Malha utilizada na placa rígida em contato com o solo e apoiada sobre 2 estacas.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


22 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

120
Ep/Gs=6000
100

80
P/(GWD)

60

40
DKT-MEC
20 B. & B. (1971 b)

0
20 40 60 80 100
L/D

.
Figura 17 - Relação carga-deslocamento para um bloco rígido apoiado sobre estacas
flexíveis.

• Interação placa-estaca-solo

A análise da interação placa-estaca-solo engloba as demais interações discutidas


até aqui. Dois tipos de problemas foram analisados: o primeiro considera um dos lados
da placa muito maior que o outro. O caso que representa esta situação é uma sapata
longa apoiada sobre 4 estacas.. O terceiro tipo envolve a análise de placa circulares com
geometria aproximadas por segmentos de reta. O exemplo analisado foi uma placa
circular apoiada sobre 4 estacas.
A sapata longa tem dimensões 25X2.5X0.079 m, módulo de elasticidade
longitudinal Ep=2X1010 N/m2, coeficiente de Poisson νp=0.3. O solo tem coeficiente de
deformação longitudinal E=2X106 N/m2 e coeficiente de Poisson ν=0.5 . A malha
utilizada na discretização do problema possui 96 elementos finitos modelando a sapata e
outro igual número de elementos de contorno modelando a interface placa-solo e estão
ilustrados na figura 18. Um carregamento unitário uniformemente distribuído está
aplicado em toda superfície da sapata. Nas figuras 19 e 20 constam os resultados
obtidos por esta formulação assim como os contidos em PAIVA (1993) que discretizou
a interface sapata-solo em 96 elementos de contorno. Pode-se observar uma boa
concordância entre os resultados obtidos.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 23

Figura 18 - Esquema representativo da sapata longa apoiada sobre quatro estacas.

2
1,8
1,6
[w/g]*1.0E+6 (m³/kN)

1,4
1,2
1
0,8
DKT-MEC
0,6 HSM-MEC
0,4 Paiva (1993)

0,2
D (m)
0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5

Figura 19 - Desloc. ao longo da linha A-B em uma sapata longa sobre 4 estacas rígidas.

2
1,8
1,6
[w/g]*1.0E+06 (m³/kN)

1,4
1,2
1
0,8 DKT-MEC
0,6 HSM-MEC
0,4 Paiva(1993)
0,2
0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5
D(m )
e
Figura 20 - Deslocamentos ao longo da linha C-D em uma sapata longa sobre quatro estacas
rígidas.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


24 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

Nas figuras 21 e 22 são indicados resultados obtidos considerando-se as estacas


flexíveis.
2

1,8

1,6
Ep/Gs=6000
1,4
[w/g]*10E+6 (m³/kN)

1,2

0,8

0,6 DKT-MEC
HSM-MEC
0,4

0,2

0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5
D(m)

Figura 21 - Deslocamentos ao longo da linha A-B, em uma sapata longa sobre quatro estacas
flexíveis.

1,8

1,6
Ep/Gs=6000
1,4
[w/g]*1.0E+6 (m³/kN)

1,2

0,8

0,6
DKT-MEC
0,4 HSM-MEC

0,2

0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5
D(m)

Figura 22 - Deslocamentos ao longo da linha C-D, em uma sapata longa sobre quatro estacas
flexíveis.

A placa circular com diâmetro 16.0 m e espessura (0.10 m). Suas


propriedades consistem de um módulo de elasticidade E=2.0 1010 kN/ m2 e de um
coeficiente de Poisson υ =0.2. As propriedades físicas do solo apresenta um módulo de
elasticidade Es=2.0 106 kN/m2 e um coeficiente de Poisson υs=0.5. As estacas possuem

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 25

comprimentos iguais a 15.0 m e diâmetros iguais a 0.30 m. Quando analisadas como


flexíveis, as estacas foram admitidas terem um módulo de elasticidade Ep=4.0 109
kN/m2. A malha utilizada possui 184 elementos finitos triangulares modelando a placa e
outro igual número de elementos de contorno triangulares modelando a interface placa-
solo mostrada na figura 23 e 24.Os resultados da análise estão indicados na figura 25.

Figura 23 - Dimensões e esquema representativo da placa circular apoiada sobre 4


estacas.

Figura 24 - Malha de elementos finitos e de contorno utilizada na modelagem placa


circular apoiada sobre quatro estacas.

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.7, n. 22, p. 1-28, 2005


26 Ângelo Vieira Mendonça & João Batista de Paiva

5,5

5
w* 1.0E+6 (m)

4,5

4
DKT-MEC
HSM-MEC
3,5 DKT-MEC (flex.)
HSM_MEC (flex.)
D (m)
3
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0

Figura 25 - Deslocamentos ao longo da linha A-B em uma placa circular apoiada sobre 4 estacas
rígidas e flexíveis.

8 CONCLUSÕES

Neste trabalho foi apresentada uma formulação híbrida utilizando o método dos
elementos de contorno/método dos elementos finitos para análise da interação placa-
estaca-solo. A placa é modelada pelo MEF utilizando os elementos finitos DKT(
Discrete Kirchhoff Theory) e HSM( Hybrid Stress Model) e o solo é modelado pelo
MEC como um meio elástico semi-infinito. A interface placa-solo é dividida em
elementos de contorno triangulares coincidentes com a malha de elementos finitos e
admite-se que a tensão de contato desenvolvidas na interface placa-solo varie
linearmente no domínio de cada elemento. Cada estaca é representada por um único
elemento de contorno, no qual estão discretizados 4 pontos nodais. A tensão cisalhante
que age no fuste é assumida ter uma distribuição quadrática. A tensão normal que age
na base da estaca é assumida ter distribuição uniforme na área da mesma.
As tensões de contato são eliminadas nos dois sistemas de equações, obtidos
com o MEC e o MEF, com o objetivo de escrever um sistema final de equações
governantes do problema. Após a resolução deste sistema são obtidos os deslocamentos
nos nós , a partir dos quais, as tensões de contato placa-solo e a carga absorvida por
cada estaca são determinados. A simulação numérica da interação placa-solo, estaca-
solo, placa-estaca-solo. Os resultados obtidos pela formulação proposta são mais
concordante com PAIVA(1993), que analisou o conjunto unicamente pelo MEC.
Quanto à a maior dispersão obtida em relação aos resultados encontrados em
MESSAFER & COATES(1990), que utilizaram uma combinação MEF/MEC pode ser
atribuído os resultados menos precisos fornecidos pelo elemento ACM quando
comparados ao DKT e HSM.
No caso da interação estaca-solo, a flexibilidade axial das estacas afeta apenas
os termos da matriz L associados aos nós discretizados ao longo do fuste e da base da
~
estacas. Uma das vantagens dessa formulação é que ela utiliza um único elemento para
representar satisfatoriamente a influência da flexibilidade axial das estacas no

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 22, p. 1-28, 2005


Análise de radiês simples e estaqueados via combinação método dos elementos finitos ... 27

comportamento estaca-solo. Os exemplos numéricos apresentados indicam uma boa


coerência com os resultados publicados por BUTTERFIELD & BUNERJEE (1971).

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATOZ, J. L.; BATHE, K. J.; HO, L.W. (1980). A study of three-node triangular
platebending elements. Journal for Numerical Methods in Engineering, v.15.

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BUTTERFIELD, R.; BANERJEE, P. K. (1971). The elastic analysis of compressible piles


and piles groups. Geotechnique, v.21, n.1.

BUTTERFIELD, R.; BANERJEE, P. K. (1971b). The problem of pile group-pile cap


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