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Resumo
Neste trabalho é apresentada uma formulação em que é analisado o comportamento da
interação placa-estaca-solo via combinação do MEC com o MEF. A placa é
representada pelo método dos elementos finitos utilizando os elementos de 9
parâmetros DKT (Discrete Kirchhoff Theory) e HSM (Hybrid Stress Model). O solo é
representado pelo método dos elementos de contorno. Cada estaca é representada por
um único elemento de contorno, na qual estão discretizados 4 pontos nodais. A tensão
cisalhante, que age no fuste, é assumida ter uma distribuição quadrática. A tensão
normal, que age na base da estaca, é assumida ter distribuição uniforme na área da
mesma. Ambos os métodos, MEC e MEF, promovem dois sistemas algébricos distintos,
necessitando-se que haja uma transformação em um deles, a fim de que seja possível a
representação algébrica, tanto da placa como do solo, em um único sistema global de
equações lineares.
1 INTRODUÇÃO
O solo tem sido alvo de inúmeras pesquisas, já que cumpre um papel importante
na concepção e na definição final em projetos de engenharia civil e áreas correlatas.
Um dos parâmetros relevantes do solo a ser determinado é o recalque devido ao
carregamento da estrutura. Parte deste recalque está associado à deformação elástica,
portanto, podendo ser obtido a partir da teoria da elasticidade. Dentre os vários modelos
existentes na literatura, podem-se aludir a três clássicos: modelo de Winkler, modelo de
dois parâmetros e modelo do meio contínuo. Vários trabalhos foram publicados em que
o modelo de Winkler foi usado para modelar a interação solo-estrutura: CHILTON &
WEKEVER(1990), BOLTON(1972), CALDERÓN(1991), MANZOLI(1992), YUNG
& WANG(1991).
1
Prof. Adjunto do Departamento de Estruturas do CTU/UEL, a.v.mendonca@uel.br
2
Prof. Associado do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, paiva@sc.usp.br
consideradas simultaneamente. A placa pode ser tanto rígida como flexível. As estacas
são rígidas e representadas por um elemento de contorno . As reações do solo são
admitidas variando linearmente no domínio dos elementos de contorno e as tensões na
estaca são escritas como uma tensão equivalente no topo desta, possibilitando que o
sistema final de equações seja escrito apenas em função dos nós que estão discretizados
na superfície do solo.
⎛ pi ⎞
⎜ ⎟
[
p 3 = ε1 ε 2 ]
ε3 ⎜ p j ⎟ (4)
⎜ ⎟
⎝ pk ⎠
Onde:
ε1 , ε 2 , ε 3 são coordenadas adimensionais otidas a partir de coordenadas
retangulares conforme indicados em PAIVA(1993).
pi , p j , p k são as forças de superficie nodais definidas nos nós do triângulo.
Após efetuar o cálculo das integrais indicadas em (3) para todos os elementos,
obtém-se a representação algébrica do solo dada por:
H s U s = Gs Ps (5)
~ ~ ~ ~
Onde:
P s , Us são os vetores que contêm as forças de superfície e os deslocamentos de
~ ~
todos os nós dos elementos de contorno discretizados na superfície do solo.
np ⎧⎪ ⎫⎪
u3 ( p ) = ∫ u∗33 p3 dΓ + ∑ ⎨ ∫ u33 τ i dΓpi + ∫ u33 σ i dΓbi ⎬
∗ ∗
(6)
i =1 ⎪Γpi ⎪⎭
Γ ⎩ Γbi
Onde:
u∗33 : é a solução fundamental em deslocamento para uma carga unitária aplicada
no ponto-fonte na direção vertical e com resposta no ponto-campo na direção
vertical.
p 3 : é a força de superfície externa aplicada na direção vertical.
np: é o número de estacas
Γ : é uma sub-região do contorno do semi-espaço onde p3 está definido.
Γpi e Γbi : são o contorno do fuste e da base da estaca i, respectivamente.
Como neste problema, as tensões das estacas estão aplicadas no interior
do espaço semi-infinito, portanto, a solução fundamental utilizada é a de
Mindlin.
A representação integral para o conjunto estaca-solo pode ser escrita
matricialmente como:
np ⎡ ⎤
u = ∫ U∗ P dΓ + ∑ ⎢ ∫ U∗ τ k dΓpk + ∫ U∗ σ k dΓbk ⎥ (7)
~ Γ ~ ~ k =1 ⎢Γpk ~ ~ Γb ~ ⎥
⎣ ~ ⎦
Onde:
U : é o vetor que representa os deslocamentos no contorno Γ .
~
P : é o vetor que representa as forças de superfíce no contorno Γ .
~
τ k , σ k : são os vetores que representam as tensões cisalhantes do fuste e as
~ ~
tensões normais da base da estaca k, respectivamente.
⎧1
(
2
⎛ θ ⎞ ⎪ 9η − 9η + 2 ⎪
⎜ p1 ⎟ ⎪ 2
⎫
)
⎪
⎜ θ p2 ⎟ = ⎨ − 9 η2 + 6η ⎬ (9)
⎜ ⎟ ⎪ 1 ⎪
⎝ θ p3 ⎠ ⎪
⎩ 2
(
9 η2 − 3η ⎪
⎭
)
Onde:
z
η=
L
(10)
Onde :
z : representa a cota de um ponto genérico pertencente à estaca e o
comprimento da estaca.
L: é o comprimento da estaca.
As tensões normais na base das estacas são admitidas com distribuição uniforme
na área da mesma, sendo representadas por um quarto nó.
k
h b = ∫ U∗ λT dΓbk (12)
~ Γb ~ ~
i
h cel = ∫ U∗ Φ T dΓ (13)
~ Γ ~ ~
np ⎡ k k np ⎤ n ⎡ i ⎤
np
U = ∑ ⎢h f τ k + h b σ k ⎥ + ∑ ⎢ h cel Pin ⎥ (14)
~ k =1 ⎢⎣ ~ ~ ~ ~ ⎥⎦ i =1⎢⎣ ~ ~ ⎥⎦
Ou
U = LT (15)
~ ~~
⎛ U Γ ⎞ ⎡ R Q⎤⎛ PΓ ⎞
⎜ ~ ⎟ ⎢ ~ ~ ⎥⎜ ~ ⎟
⎜ U p ⎟ = ⎢ q r ⎥⎜ τ p ⎟ (16)
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ~ ⎠ ⎢⎣ ~ ~ ⎥⎦⎝ ~ ⎠
estaca, isto é:
⎛ U Γ ⎞ ⎡ R L Q k L Q p ⎤⎛ PΓ ⎞
⎜ ~ ⎟ ⎢ 1 1 ⎥⎜ ~ ⎟
⎜ M ⎟ ⎢~ ~ ~ ⎜ M ⎟
⎜ k⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ k ⎟
⎥
⎜ U p ⎟ = ⎢q k L r kk L r kp ⎥⎜ τ p ⎟ (17)
⎜ ~ ⎟ ⎢~ ~ ~ ⎥⎜ ~ ⎟
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ p⎟ ⎢ p ⎥⎜ p ⎟
⎜ Up ⎟ ⎢ r L r pk L r pp ⎥⎜ τ p ⎟
⎝ ~ ⎠ ⎣~ ~ ~ ⎦⎝ ~ ⎠
⎛ M ⎞ ⎡ M M M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢
⎜ u mi ⎟ ⎢L b mi L b mp b m,p1 b m,p2 b m,p3 L⎥⎜⎜ p mi ⎟⎟
⎥
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ up ⎟ ⎢ b qi b qp b q , p1 b q , p2 b q , p3 ⎥ ⎜ τ1 ⎟
⎜u ⎟ = ⎢ b ri b rp b r , p1 b r , p2 b r , p3 ⎥⎜ τ ⎟
(18)
⎜ p1 ⎟ ⎢ ⎥⎜ 2 ⎟
⎜ u p2 ⎟ ⎢L b si L b sp b s, p1 b s, p2 b s, p3 L⎥⎜ τ 3 ⎟
⎜u ⎟ ⎢ b ti b tp b t , p1 b t , p2 b t , p3 ⎥⎜ σ ⎟
⎜⎜ p3 ⎟⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎝ M ⎠ ⎣⎢ M M M ⎥⎦⎝ M ⎠
− Fz
u 3, z = (19)
A pEp
Onde :
⎧⎡ 1 ⎤ ⎡1 ⎤ ⎡1 ⎤ ⎫
⎪ ⎪
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Fz = 2 πR b ⎨ ∫ θ p1 J dη τ p1 + ∫ θ p2 J dη τ p2 + ∫ θ p3 J dη τ p3 ⎬ + σ b A b (20)
⎪⎩⎢⎣ η ⎥⎦ ⎢⎣ η ⎥⎦ ⎢⎣ η ⎥⎦ ⎪⎭
Onde:
Fz: é a força de compressão que atua em uma altura z da estaca
Ap: é a área transversal da estaca
Ep: é o módulo de elasticidade longitudinal da estaca.
Rp: é o raio da estaca.
J: é o jacobiano
⎛ u p ⎞ ⎛ f1 ⎞ ⎛ u p ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ u p1 ⎟ ⎜ f2 ⎟ ⎜ u p ⎟
⎜ u p2 ⎟ = ⎜ f ⎟ + ⎜ u p ⎟
⎜ ⎟ ⎜ 3⎟ ⎜ ⎟
⎝ p3 ⎠ ⎝ f4 ⎠ ⎝ u p ⎠
u
(22)
Onde:
⎛1 3 3 1 ⎞
f1 = K f ⎜ η − η4 + η3 − η2 ⎟ (23)
⎝4 8 4 2 ⎠
⎛3 ⎞
f 2 = K f ⎜ η4 − η3 ⎟ (24)
⎝4 ⎠
⎛3 3 1 ⎞
f 3 = K f ⎜ η − η4 + η3 ⎟ (25)
⎝4 8 4 ⎠
f4 = K b η (26)
2 L2
Kf = (27)
EpRb
L
Kb = (28)
Ep
η assume os valores 0, 1/3, 2/3, 1 quando o ponto fonte estiver sobre os 3 nós do
fuste e sobre o nó da base, respectivamente.
⎛ M ⎞ ⎡ M M M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢ ⎥
⎜ u mi ⎟ ⎢L b mi L b mp b m , p1 b m,p2 b m, p 3 L ⎜p ⎟
⎥⎜ m i ⎟
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ up ⎟ ⎢ b qi α1 b q , p1 b q ,p2 b q ,p3 ⎥⎜ τ1 ⎟ (29)
⎜ u ⎟ = ⎢ b ri b rp α2 b r,p2 b r ,p3 ⎥⎜ τ ⎟
⎜ p ⎟ ⎢ ⎥⎜ 2 ⎟
⎜ u p ⎟ ⎢L b si L b sp b s , p1 α3 b s, p 3 L⎥⎜ τ 3 ⎟
⎜ u ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜⎜ p ⎟⎟ ⎢ b ti b tp b t , p1 b t,p2 α4 ⎥⎜ σ ⎟
⎝ M ⎠ ⎢⎣ M M M ⎥⎦ ⎝ M ⎠
Onde:
α1 = b q , p − f1 (29a)
α 2 = b r , p1 − f2 (29b)
α 3 = b s, p2 − f3 (29c)
α 4 = b t , p3 − f4 (29 d)
−1
Escrevendo-se (29) na forma inversa, as linhas da matriz L , referentes à
~
estaca k , pode ser expressa por:
⎛ M ⎞ ⎡M M M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢ ⎜ ⎟
⎜ p mi ⎟ ⎢L a mi L a mp a m ,p1 a m ,p2 a m , p3 L⎥⎜ u mi ⎟
⎥
⎜ M ⎟ ⎢ M M M ⎥⎜ M ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ τ1 ⎟ = ⎢ a qi a qp a q ,p1 a q ,p2 a q , p3 ⎥ ⎜ u p ⎟
⎜τ ⎟ ⎢ a ri a rp a r ,p1 a r ,p 2 a r , p3 ⎥⎜ u p ⎟
⎜ 2⎟ ⎢ ⎥⎜ ⎟
⎜ τ 3 ⎟ ⎢L a si L a sp a s,p1 a s, p 2 a s , p3 L⎥⎜ u p ⎟
⎜ σ ⎟ ⎢ a ti a tp a t ,p1 a t ,p 2 a t , p3 ⎥⎜ u ⎟
⎜ ⎟ ⎢ ⎥⎜ p ⎟
⎝ M ⎠ ⎣⎢ M M M ⎥⎦⎝ M ⎠
(30)
A tensão no topo da estaca pode ser obtida pela divisão de (31) pela área da base
da mesma:
σ E = C1τ I + C 2 τ j + C 3τ k + C 4 σ b (32)
Onde:
πR b 1 L
C1 =
Ab 0
∫ θ p1 J d η =
2R b
(32a)
2 πR b 1
C2 =
Ab 0
∫ θ p 2 J dη = 0 (32b)
πR b 1 3L
C3 =
Ab 0
∫ θ p 3 J dη =
2R b
(32c)
C4 = 1 (32d)
−1
As linhas da matriz L , correspondentes à estaca k, podem ser multiplicadas
~
respectivamente por constantes c1,c2,c3,c4 assim como as linhas do vetor τ . Quando for
~
feita a soma das linhas correspondentes à estaca k , e ainda substituindo a equação (30)
no vetor τ , obtém-se:
~
⎛ M ⎞ ⎡ M ⎤⎛ M ⎞
⎜ ⎟ ⎢ ∗ ⎥⎜ ⎟
⎜ σ E ⎟ = ⎢L a qp L⎥⎜ u p ⎟ (33)
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ M ⎠ ⎢⎣ M ⎥⎦⎝ M ⎠
Com isso, as equações que eram escritas para os pontos nodais localizados ao
longo da estaca foram transformadas em equações equivalentes escritas apenas em
função do ponto nodal do topo das estacas. Após este rearranjo no sistema de equações,
a representação algébrica do conjunto estaca-solo pode expressa num sistema de
equações semelhante ao do solo dado em (5).
Convém ressaltar que tanto para a placa quanto para a superfície do solo, utiliza-
se a mesma discretização, de maneira que os elementos finitos e os elementos de
contorno são idênticos em número e na geometria.
Computando a contribuição de um elemento finito, pode-se escrever (36),
matricialmente, como:
1 T
Π 1 = U Tc K c U c − U Tc Fc + U c Q P c (37)
2 ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Onde:
U c : é o vetor dos deslocamentos de um elemento finito contendo tanto os
~
provenientes de rotação, quanto os de translação .
K c : é a matriz de rigidez de placa referida à um elemento finito
~
Fc : é o vetor das forças nodais equivalentes em um elemento finito proveniente
~
do carregamento transversal externo.
qualquer força associada à rotação em P c , fazem com que esses vetores tenham ordem
~
U Tc
~
{
= Wi φ x1i φ x2i Wj φ x1 j φ x2 j Wk φ x1k φ x2 k } (38)
PcT = {p i 0 0 pj 0 0 pk 0 0 } (39)
~
Após as expansões, acima mencionadas, pode-se escrever (37) como:
1 T T
π1 = U c K c U c − U Tc Fc + U c Q Pc (40)
2 ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~
Fazendo-se a somatória da contribuição de todas as células, seguida da
minimização do funcional de energia, obtém-se:
K U = F− Q P (41)
~ ~ ~ ~ ~
Onde:
U : é o vetor dos deslocamentos composto por todos os nós dos elementos
~
finitos.
F : é o vetor das cargas nodais equivalentes oriundo do carregamento externo e
~
composto por todos os nós dos elementos finitos.
P : é o vetor expandido das forças de superfície devido à reação do solo e
~
composto por todos os nós dos elementos de contorno
K : é a matriz de rigidez global da placa.
~
5 DETERMINAÇÃO DE Q
~
•Conjunto placa-solo
O trabalho das cargas externas, para um único elemento finito, pode ser
expresso em coordenadas adimensionais como:
Te = ∫ g( ε1 , ε 2 , ε 3 ) w ( ε1 , ε 2 , ε 3 )dA (42)
A
Onde:
w(ε1 , ε 2 , ε 3 ), g(ε1 , ε 2 , ε 3 ) são as funções interpoladoras do
deslocamento e do carregamento externo distribuído no domínio do elemento ,
respectivamente; e A é a área do elemento
g = g i ξ1 + g jξ 2 + g k ξ 3 (44)
η η η η1 ! η 2 ! η 3 !
∫ ξ 1 1 ξ 2 2 ξ 3 3 dA = 2A
(η1 + η2 + η3 + 2)!
(47)
A
⎛ Fi ⎞ ⎛ gi ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ Fj ⎟ = Q⎜ g j ⎟ (48)
⎜ ⎟ ~⎜ ⎟
⎝ Fk ⎠ ⎝gk ⎠
Onde:
⎡2 1 1 ⎤
A⎢ ⎥
Q= ⎢ 1 2 1⎥ (49)
12
~
⎢⎣1 1 2⎥⎦
• Sistema placa-estaca-solo
⎛ Rb2 ⎞
⎜ 6φ 1 1⎟
A⎜ A ⎟ (50)
Q= ⎜ 0 2 1⎟
2⎜
0 1 2⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
Onde:
A: Área do elemento de contorno
Rb: Raio da estaca
φ: Ângulo central do setor de círculo
6 ACOPLAMENTO MEF-MEC
Onde:
−1
M=G H (52)
~ ~ ~
A matriz H é igual a matriz identidade, já que a superfície é suposta livre de
~
forças de superfície, portanto, (52) pode ainda ser escrita como:
−1
M=G (53)
~ ~
−1
Adicionando-se linhas e colunas de zeros em G , U s pode ser escrito como
~ ~
U . Com isso, a partir de (51) e (53), obtém-se:
~
P = G −1 U (54)
~ ~ ~
Onde:
−1
G −1 : é a matriz G após a expansão.
~ ~
Substituindo-se (21) em (17), obtém-se:
K U = F− Q G −1 U (55)
~ ~ ~ ~ ~ ~
Reagrupando-se a representação algébrica (55), tem-se que:
K2 U = F (56)
~ ~ ~
Com:
K 2 = K+ Q G −1 (57)
~ ~ ~ ~
Onde K 2 é a matriz de rigidez do sistema placa-solo após combinação do MEC
~
com o MEF.
7 AVALIAÇÃO NUMÉRICA
• Interação placa-solo
2,5
2
[Mx/g] (m²)
1,5
DKT-MEC
1
HSM-MEC
Paiva (1993)
0,5
M. & C. (1990)
0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
-0,5
D (m)
3,5
2,5
[My/g] (m²)
1,5
DKT-MEC
1 HSM-MEC
Paiva (1993)
0,5 M. & C. (1990)
0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D (m)
3,5
3
[w/g]* 1.0E+6 (m³/ kN)
2,5
1,5
DKT-MEC
1 HSM-MEC
Paiva (1993)
0,5 M. & C. (1990)
0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D (m)
3,5
3
DKT-MEC
2,5 HSM-MEC
Paiva (1993)
2 M. & C. (1990)
p/g
1,5
0,5
0
0 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D (m)
solo. Nas figuras 13 e 15 são indicados os resultados obtidos por esta formulação assim
como os obtidos a BUTTERFIELD & BANERJEE(1971a) cuja formulação considera a
tensão de cisalhamento ao longo do fuste constante para cada 1 dos 16 elementos de
contorno discretizados na estaca. Convém antes da apresentação das figuras, que
ilustram o comportamento de 1 e 2 estacas isoladas, definir um fator Kp que relaciona a
carga aplicada sobre as estacas e o deslocamentos de seus respectivos topos, isto é:
P
Kp = (60)
G s wD
Onde:
P: é a carga aplicada sobre a estaca.
D: é o diâmetro da estaca.
Gs:é o módulo de elasticidade transversal do solo.
80
Ep/Gs=6000
70
60
50
P/(GWD)
40
30
20 DKT-MEC
10 B. & B. (1971)
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
L/D
35
Ep/Gs=6000
30
25
P/(GWD)
20
15
DKT-MEC
10 B. & B. (1971)
5
0
10 20 30 40
L/D
Figura 16 - Malha utilizada na placa rígida em contato com o solo e apoiada sobre 2 estacas.
120
Ep/Gs=6000
100
80
P/(GWD)
60
40
DKT-MEC
20 B. & B. (1971 b)
0
20 40 60 80 100
L/D
.
Figura 17 - Relação carga-deslocamento para um bloco rígido apoiado sobre estacas
flexíveis.
• Interação placa-estaca-solo
2
1,8
1,6
[w/g]*1.0E+6 (m³/kN)
1,4
1,2
1
0,8
DKT-MEC
0,6 HSM-MEC
0,4 Paiva (1993)
0,2
D (m)
0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5
Figura 19 - Desloc. ao longo da linha A-B em uma sapata longa sobre 4 estacas rígidas.
2
1,8
1,6
[w/g]*1.0E+06 (m³/kN)
1,4
1,2
1
0,8 DKT-MEC
0,6 HSM-MEC
0,4 Paiva(1993)
0,2
0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5
D(m )
e
Figura 20 - Deslocamentos ao longo da linha C-D em uma sapata longa sobre quatro estacas
rígidas.
1,8
1,6
Ep/Gs=6000
1,4
[w/g]*10E+6 (m³/kN)
1,2
0,8
0,6 DKT-MEC
HSM-MEC
0,4
0,2
0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5
D(m)
Figura 21 - Deslocamentos ao longo da linha A-B, em uma sapata longa sobre quatro estacas
flexíveis.
1,8
1,6
Ep/Gs=6000
1,4
[w/g]*1.0E+6 (m³/kN)
1,2
0,8
0,6
DKT-MEC
0,4 HSM-MEC
0,2
0
0 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5
D(m)
Figura 22 - Deslocamentos ao longo da linha C-D, em uma sapata longa sobre quatro estacas
flexíveis.
5,5
5
w* 1.0E+6 (m)
4,5
4
DKT-MEC
HSM-MEC
3,5 DKT-MEC (flex.)
HSM_MEC (flex.)
D (m)
3
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0
Figura 25 - Deslocamentos ao longo da linha A-B em uma placa circular apoiada sobre 4 estacas
rígidas e flexíveis.
8 CONCLUSÕES
Neste trabalho foi apresentada uma formulação híbrida utilizando o método dos
elementos de contorno/método dos elementos finitos para análise da interação placa-
estaca-solo. A placa é modelada pelo MEF utilizando os elementos finitos DKT(
Discrete Kirchhoff Theory) e HSM( Hybrid Stress Model) e o solo é modelado pelo
MEC como um meio elástico semi-infinito. A interface placa-solo é dividida em
elementos de contorno triangulares coincidentes com a malha de elementos finitos e
admite-se que a tensão de contato desenvolvidas na interface placa-solo varie
linearmente no domínio de cada elemento. Cada estaca é representada por um único
elemento de contorno, no qual estão discretizados 4 pontos nodais. A tensão cisalhante
que age no fuste é assumida ter uma distribuição quadrática. A tensão normal que age
na base da estaca é assumida ter distribuição uniforme na área da mesma.
As tensões de contato são eliminadas nos dois sistemas de equações, obtidos
com o MEC e o MEF, com o objetivo de escrever um sistema final de equações
governantes do problema. Após a resolução deste sistema são obtidos os deslocamentos
nos nós , a partir dos quais, as tensões de contato placa-solo e a carga absorvida por
cada estaca são determinados. A simulação numérica da interação placa-solo, estaca-
solo, placa-estaca-solo. Os resultados obtidos pela formulação proposta são mais
concordante com PAIVA(1993), que analisou o conjunto unicamente pelo MEC.
Quanto à a maior dispersão obtida em relação aos resultados encontrados em
MESSAFER & COATES(1990), que utilizaram uma combinação MEF/MEC pode ser
atribuído os resultados menos precisos fornecidos pelo elemento ACM quando
comparados ao DKT e HSM.
No caso da interação estaca-solo, a flexibilidade axial das estacas afeta apenas
os termos da matriz L associados aos nós discretizados ao longo do fuste e da base da
~
estacas. Uma das vantagens dessa formulação é que ela utiliza um único elemento para
representar satisfatoriamente a influência da flexibilidade axial das estacas no
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATOZ, J. L.; BATHE, K. J.; HO, L.W. (1980). A study of three-node triangular
platebending elements. Journal for Numerical Methods in Engineering, v.15.
KUKRETI, A. R.; ZAMAN M. M.; ISSA, A. (1993). Analysis of fluids storage tanks
including foundation-superstructure interaction. Applied Math. Modelling, v.17, Dec.
PAIVA, J. B.; TRONDI (1996). A simplified BEM analysis of pile groups. In:
INTERNACIONAL CONFERENCE ON COMPUTATIONAL STRUCTURES, 3rd,
Budapest. Proc.