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SUPERFÍCIES
20 a 24 junho de 2022
.
Prefácio v
1 Grafos e superfícies 1
1.1 Noções básicas de grafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Superfícies fechadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Característica de Euler de Superfícies . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.4 Grafos associados às Superfícies com Curvas . . . . . . . . . . . 12
Referências 47
iii
Prefácio
v
vi Catarina Mendes de Jesus Sánchez
• dois vértices são adjacentes se são conectados por uma mesma aresta.
• duas ou mais arestas são adjacentes se são incidentes num mesmo vértice.
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2 Catarina Mendes de Jesus Sánchez
β1 (G) = E − (V − 1) = 1 − X (G).
Lema 1.13. Todo grafo G(V, V − 1) (árvore) com m vértices com grau dj > 2
(j = 1, · · · , m) pode ser obtido como soma horizontal de no máximo m
P
j=1 (dj )−
1 grafos do tipo Li (1 < i < V ).
1- Os subconjuntos ∅ e X estão em τ .
Example 1.34. As Figura 1.4, 1.5 e 1.6 ilustram construões de superfícies por
aplicações quociente de polígonos regulares.
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Teorema 1.40. Uma superfície é compacta se, e somente se, qualquer trian-
gulação possui um número finito de triângulos.
Teorema 1.41. Uma superfície é conexa se, e somente se, uma triangulação
pode ser arranjada na ordem T1 , ..., Tn , de modo que cada triângulo possui no
mínimo uma aresta identificada com a aresta do triângulo anterior.
χ(M ) = v − a + f,
soma conexa de n copias do toro. Então podemos afirmar que toda superfície
fechada e orientada com gênero n > 0 é homeomorfa ao n−toro.
Podemos dizer também que uma superfície M é dita orientável se não
contém uma faixa de Moebius. Caso contrário, M é não-orientável.
Teorema 1.46. Seja M uma superfície com com gênero g(M ) e k componentes
de bordo. A característica de Euler de M é dado por
2 − 2g(M ) − k, se M é orientada,
χ(M ) =
2 − g(M ) − k, se M é não orientada.
Proposição 1.51. Todo grafo G(V, E, W ) está associado a um par (M, C),
onde C é um conjunto de curvas fechadas, com E componentes, mergulhadas
e disjuntas sobre a superfície fechada M .
GRAFOS E APLICAÇÕES ENTRE SUPERFÍCIES 13
Figura 1.9: Superfície com curvas: vizinhança tubular de um grafo com peso.
4. Para realizar o grafo G com os pesos, façamos em cada uma das região
Zi de Z, correspondente ao vértice vi com peso ti > 0, uma soma conexa
de uma superfície fechada Wi com gênero ti com Z.
Esta soma conexa que resulta no par (M, C), onde M é uma superfície fechada
e orientada com o conjunto de curvas, que realiza o grafo G.
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Dado um conjunto de curvas sobre uma uma superfície fechada e não ori-
entada, pode ocorre o seguinte (ver Figura 1.10):
Teorema 1.53. Todo grafo G(V, E, T, S) pode ser associado a um par (M, C),
onde C é um conjunto com E componentes de curvas fechadas simples e mer-
gulhadas sobre a superfície fechada M . com gênero dado por
1 − V + E + W, se M é orientada
g(M ) = .
2(1 − V + E + T ) + P − S, se M é não orientada.
ii) Agora vamos realizar o grafo G(V, E − S, T, P, 0), com os pesos pj nos
vértices. Suponhamos que existem Vp vértices com pesos pj > 0. Para cada
uma das regiões Uj de Z, correspondente ao vértice vj com peso (0, pj ), façamos
uma soma conexa de Z com superfícies fechadas e não orientada Zj , com
gênero pj (i = 1, · · · , Vp ). Assim obtemos uma um par (R, C1 ) associado ao
grafo G(V, E − S, T, P, 0), onde R é uma superfície fechada não orientada com
PVp
gênero g(R) = 2g(Z) + j=1 pj = 2[1 − V + (E − S) + T ] + P.
iv) Finalmente, podemos realizar o grafo G(V, E, T, P, S), com os S laços ?-
laços. Denotamos por P o plano projetivo com uma curva fechada cuja a
vizinhaça é uma faixa de Möbius. Suponha que existe Vs vértices com ?-laços
no grafo. Para cada um dos Si ?-laços retirado no vértice vi (S = Vi=1
P s
Si ),
correspondente a região Uj (j = 1, · · · , Vs ) de R, façamos um soma conexa de
P com R, na região Uj , obtendo a superfície fechada M com gênero g(M ) =
g(R) + S = 2[1 − V + (E − S) + T ] + P + S = 2[1 − V + E + T ] + P − S.
Assim, obtemos o par (M, C) associado a G(V, E, T, P, S), onde o gênero da
superfície não orientada M é dado por g(M ) = 2[1 − V + E + T ] + P − S.
Corolário 1.54. [20] Seja G(V, E, T, P, S) o grafo associado ao par (M, C),
onde M é uma superfície fechada e C um conjunto de curvas fechadas simples
e disjuntas sobre M . Então a característica de Euler de M é dado por
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φ↓ ↓ψ
h
M −→ N
GRAFOS E APLICAÇÕES ENTRE SUPERFÍCIES 19
Example 2.6. A Figura 2.1 ilustra três aplicações não equivalentes da esfera
no plano. Note que não existe difeomorfismo entre o contorno aparente da
aplicação do meio e o da aplicação à esquerda, assim como não existe difeo-
morfismo entre o conjunto singular da aplicação do meio e o da aplicação à
direita.
- -
-
-
Example 2.24. A Figure 2.5 ilustra: a direita uma aplicação do toro no toro
com grau 2 e sem pontos singulares; a esquerda uma aplicação do bitoro no
toro com grau 2 e uma curva singular com 4 pontos de cúspides.
Example 2.25. A Figure 2.6 ilustra uma aplicação p : 7T2 → 3T2 com grau 3
e Σf = ∅. A esquerda está a decomposição do 7-toro em superfícies A, B, C,
sendo que A tem dois bordos e g(A) = 2, B tem quatro bordos e g(B) = 1, C
tem dois bordos e g(C) = 2.
Figura 2.6: Aplicação do 7-toro no 3-toro com grau 3 e conjunto singular vazio.
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Está claro que a incide no vértice v se, e somente se, a curva singular corres-
pondente a a está no bordo da região regular correspondente a v.
Example 3.2. A Figura 3.1 ilustra uma sequência com três diferentes apli-
cações estáveis da esfera no plano, ao longo de um caminho no espaço das
aplicações suaves C ∞ (S2 , R2 ), que realizam as árvores L1 , L2 e L3 com peso
total zero: (a) a projeção trivial da esfera no plano, com única curva singular
realiza L1 ; (b) o grafo tem duas arestas, com a transição lips (ou lábios) L
que criou uma nova curva singular com duas cúspides; (c) o grafo aumentou
mais uma aresta, com a trasição beaks (ou bicos) B, que identifificou as duas
cúspides decompondo a curva singular em duas.
Figura 3.3: Construção de aplicação do toro no plano com única curva singular.
Example 3.5. A Figura 3.3 ilustra duas aplicações da esfera no plano com 5
curvas singulares e sem pontos de cúspides. As duas aplicações tem o mesmo
contorno aparente mas os grafos não são isomorfos, pois o grafo à esquerda
tem um vértice com grau 3, diferente do grafo à direita.
A Figura 3.4 ilustra duas aplicações do toro no toro com grafu e 4 curvas
singulares e sem pontos de cúspides. As duas aplicações também tem o mesmo
contorno aparente mas os grafos não são isomorfos, pois o grafo à esquerda tem
o vértice do meio com peso 1, diferente do grafo à direita que o peso está no
vértice extremo.
As Figuras 3.3 e 3.4 mostra que o grafo dual é um invariante global das
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Figura 3.4: Exemplos de aplicações do toro no toro sem pontos com grau 1.
...
... ...
Example 3.14. A Figura 3.8 a direita ilustra uma aplicação do bitoro no plano
com única curva singular com 6 pontodos duplos. A direita ilustra uma uma
aplicação do 3-toros no plano, com duas curvas singulares, que pode ser obtida
por uma cirurgia vertical sobre a aplicação da esquerda, conectando as duas
diferentes regiões regulares. Obserque que a imersão pode ser “estirada´´ de
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forma que altera o contorno aparente mas não alterar o número de componentes
singulares.
Example 3.15. A Figura 3.9 à direita pode ser vista como uma aplicação da
esfera na esfera com grau 1 e o contorno aparente com duas cúspides. Esta
aplicação pode ser obtida por uma transição lips sobre a aplicação identidade
do esfera.
A aplicação à direita pode ser obtidas por d − 1 cirurgias horizontais entre
d copias da aplicação à esquerda da esfera com grau um, obtendo assim uma
aplicação da esfera na esfera com única curva singular, grau d e com 2d cúspi-
des. Pode verficar que 2d é o menor número de cúspides para uma aplicação
para uma aplicação da esfera na esfera com grau d, conjunto singular conexo
e contorno aparente sem pontos duplos (ver [1]).
...
... ...
...
...
...
... ...
...
Example 3.17. A Figura 3.11 apresenta uma sequência (da esquerda para a
direita) de aplicações com d = 1. A primeira corresponde a aplicação identidade
da esfera na esfera com E = 0, V = 1, W = 0 (única componente regular que
é a esfera). A segunda, também da esfera na esfera, tem E = 5, V = 6 e
W = 0. Cada uma das curvas singulares pode ser obtida pela transição lábios.
A terceira com E = 1, V = 2 e W = 4, pode ser obtida fazendo 4 cirurgias
horizontais sobre a segunda aplicação. A última com E = 3, V = 2 e W = 4
pode ser obtida fazendo duas cirurgias vérticais sobre a terceira (“olhos do
morcego”).
Example 3.19. A Figura 3.13 ilustra duas aplicações sem cúspides: à es-
querda a aplicação dobra tem grau 1 e grafo L2 tem peso zero. A direita uma
aplicação com grau 2, que pode ser obtida por cirurgia horizontal entre duas
copias da primeira, tem o grafo tipo estrela com 3 arestas e peso zero.
Dizemos que um grafo realiza quando existe alguma aplicaçã̃o estável que
pode ser associada a ele.
Lema 4.1. Toda grafo Ln (n > 0) pode ser realizdo por alguma aplicação
p : S2 −→ R2 .
Teorema 4.2. Toda grafo G(V, V −1, 0) (árvore) pode ser realizado por alguma
aplicação estável f : S2 −→ R2 .
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de forma que G(V, V − 1, 0) pode ser obtido por cirurgias horizontais destes r
grafos, como no Lema 1.13. Uma vez decomposto G(V, V − 1, 0) nos r grafos
tipo Li , pode realizar os grafos Li , como no Lema 4.1, por aplicações fi . Por
cirurgias horizontais entre as aplicações, respeitando a decomposição do grafo,
obtemos a aplicação f : S2 −→ R2 que realiza G(V, V − 1, 0).
Teorema 4.3. Todo grafo bipartido G(V, E, 0) pode ser realizado por uma apli-
cação estável g : m T2 −→ R2 , onde m = β1 (G).
Lema 4.4. Toda árvore L1 com peso w pode ser realizada por alguma aplicação
estável h : wT2 −→ R2 .
Teorema 4.5. Toda árvore G(V, V − 1, W ) pode ser realizada por alguma
aplicação estável r : W T2 −→ R2
vértice vi . Para W = 0, a árvore G(V, V − 1, 0), pode ser realizada por uma
aplicação f : S2 −→ R2 , como no Teorema 4.2.
Fazendo, para cada vértice com peso wi > 0, uma cirurgia horizontal entre
a aplicação f e uma aplicação tipo h : wi T2 −→ R2 , no Lema 4.4, obtemos a
aplicação estável r : W T2 −→ R2 .
GRAFOS E APLICAÇÕES ENTRE SUPERFÍCIES 43
Teorema 4.6. Todo grafo bipartido G(V, E, W ) pode ser realizado por uma
aplicação estável s : M −→ R2 , onde M é uma superfície fehada e orientada
com gênero g(M ) = 1 − V + E + W .
Lema 4.7. Todo grafo G(V, E, W ) que é realizável por uma aplicação estável
f : M −→ R2 pode ser realizado por uma aplicação h : M −→ N com grau
zero, onde M e N são superfícies fechadas.
Teorema 4.8. Todo grafo G(V, E, W ) que é realizável por uma aplicação está-
vel f : M −→ R2 pode ser também realizável por uma aplicação h : M −→ S2
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com grau d, onde M é uma superfície fechada e orientada com gênero g(M ) =
1 − V + E + W.
Teorema 4.9. [14] Todo grafo bipartido G(V, E, W ) pode ser realizado por
alguma aplicação estável f : M −→ N entre duas superfícies fechadas e ori-
entadas com grau | d |≤ (W − 1)/(n − 1).
Algoritmo de Realização: Todo grafo pode ser realizado por uma aplicação
com grau zero entre duas superfícies fechadas e orientadas, pelo Lema 4.7.
Agora vamos ver como construir aplicações com grau d > 0.
Dado um grafo bipartido G(V, E, W ), para construir uma aplicação f com
grau d, entre duas superfícies fechadas e orientadas, que realiza G, primeiro
devemos supor que a bipartição de G, com sinais “ + ” e “ − ” nos vértices,
satisfaz:
(a) W + − W − ≥ dn,
di .
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[1] Demoto. S. (2005). Stable maps between 2-spheres with a connected fold
curve. Hiroshima Math. J.
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