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PROJETO E CÁLCULO

DE ESTRUTURAS METÁLICAS
ESTRUTURAS METÁLICAS
FLAMBAGEM LOCAL
A flambagem local é o fenômeno de instabilidade de elementos estruturais bidimensionais, como
as chapas componentes dos pilares metálicos. Ocorre, em geral, em pilares curtos comprimidos,
fletidos ou flexo– comprimidos. Os elementos submetidos a este modo de instabilidade sofrem
translações normais ao seu plano médio, como mostra a Figura 2.11.
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Os esforços normais e os momentos fletores críticos em regime elástico linear em pilares ideais p
odem ser obtidos a partir da tensão crítica elástica de flambagem local em chapas comprimidas.
Esta tensão e o modo de deformação das chapas dependem da geometria da chapa e de suas
condições de apoio.
A tensão crítica elástica de flambagem local, obtida por Bryan (1891), para chapa apoiada –
apoiada, e por Timoshenko (1907), para chapa apoiada – livre, pode ser escrita de forma similar
à expressão de Euler (Dubas e Gehri, 1986; Galambos, 1998; Kalyanaraman et al., 1977; Rhodes,
1992; Timoshenko e Gere, 1961):
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Onde k é o coeficiente de flambagem local, que depende, basicamente, da relaçã


o a b da chapa, das condições de apoio e do tipo de solicitação. Nesta expressão,
ν é o coeficiente de Poisson, a o comprimento da chapa, b sua largura e t sua
espessura.
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São, respectivamente, sua esbeltez e seu parâmetro equivalente de esbeltez ou esbeltez reduzida.
Em regime não linear, a obtenção da tensão crítica de flambagem local não é simples, pois a substituição,
na expressão (2.31), do módulo E pelo módulo tangente Et , obtido em um ensaio de tração, não é
correto porque o estado tensional na chapa não é igual ao estado tensional a que se submete um corpo
de prova ensaiado à tração (Timoshenko e Gere, 1961).
No primeiro caso, tem-se um estado biaxial de tensão em lugar do estado simples tensão.
Bleich (1952) propôs substituir, na fórmula (2.31), o módulo E por E η , para chapas submetidas a
compressão uniforme, onde
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Sendo Et o módulo tangente obtido no ensaio à tração. Este procedimento consiste


em uma aproximação conservadora (Galambos, 1998). Outros valores de η são
sugeridos, sempre em função do módulo tangente e/ou do módulo secante
(Dubina, 1996; Rondal, 1998). A expressão (2.31) pode, portanto, ser generalizada
para placas em regime linear ou não linear, como
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As chapas têm um comportamento pós–crítico distinto do comportamento pós–
crítico das barras prismáticas. As curvas qualitativas P −δ , com e sem deformaçõe
s iniciais, são mostradas na Figura 2.12 (Dubas e Gehri, 1986). A linha contínua
indica o comportamento da chapa com deformações iniciais e a descontínua, seu
comportamento sem estas deformações.
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Como se pode observar na Figura 2.12, as chapas possuem resistência pós–crítica.
Seu comportamento pós–crítico, por outro lado, é caracterizado também por uma
perda de rigidez e por uma redistribuição de tensões. Ensaios de compressão em
materiais elástico – lineares mostram tal perda de rigidez por meio do chamado
módulo aparente de elasticidade Eap , como mostrado na Figura 2.13.
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A nova distribuição de tensões pode ser obtida do estudo da flambagem local a partir da hipótese das
grandes deformações (Timoshenko e Gere, 1961).
As tensões não mais se distribuem uniformemente na seção, podendo, inclusive, surgir tensões de
tração em alguns pontos.
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As tensões não mais se distribuem uniformemente na seção, podendo, inclusive,


surgir tensões de tração em alguns pontos. As máximas tensões de compressão
ocorrem nas bordas apoiadas. Em geral, a nova distribuição de tensões tem o
aspecto mostrado na Figura 2.14, para chapa apoiada - apoiada, e na Figura
2.15, para chapa apoiada – livre, onde b é a largura da chapa e σ y,máx é a
máxima tensão de compressão na seção, na direção da carga aplicada
(Kalyanaraman et al., 1977; Rhodes, 1992).
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Devido a esta redistribuição de tensões, uma carga aplicada P ≥ Pcr é igual à resultante
das tensões equivalentes de von Mises e maior, portanto, que a resultante da componente
de tensão σ y na sua direção.
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Logo, supondo σ y constante ao longo da espessura, a força resultante na


direção da carga aplicada, na seção crítica da chapa sob flambagem é

onde ≤ 1 βn é um fator, função de Pcr P , que representa a perda relativa de resistência à


compressão da chapa em conseqüência da flambagem local (Queiroz, 1993; Timoshenko e
Gere, 1961).
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Supondo-se a tensão σ y constante e igual ao seu máximo valor σ y,máx , medido nas bordas apoiadas da chapa,
porém atuando somente em trechos próximos a estas bordas, conforme indica a Figura 2.16, pode-se escrever
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Admitindo-se o colapso da chapa sob a ação da carga P , σ y,máx passa a ser a sua
tensão última. Situação eqüivalente se obteria se a chapa não se submetesse à
flambagem sob tensão constante e igual à tensão última σ y,máx . Nestas circunstâncias,
se teria o estado simples de tensão e
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Do conceito de largura efetiva surgiu o chamado Método da Área Efetiva, que con
siste em se determinar a resistência relativa da peça comprimida de acordo com a
expressão (2.7), χ = Pu Py , com
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é a área efetiva Aef da seção transversal, ou seja, a área calculada com base nas
larguras efetivas das chapas componentes da peça e Py = Af y . Isto é,
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Em pilares curtos submetidos somente à flambagem local, o colapso da chapa
corresponde quando y máx y = f σ , . Nestas circunstâncias, tem-se, de acordo
com a expressão (2.44), onde à plastificação da seção efetiva, isto é, se realiza
quando y máx y = f σ , . Nestas circunstâncias, tem-se, de acordo com a
expressão (2.44),

von Kármán (1932) sugeriu a seguinte fórmula para determinar a largura efetiva (Galambos,
1998; Kalyanaraman et al., 1977; Rhodes, 1992)
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Estudos posteriores foram desenvolvidos com base na teoria das grandes deformações
resultando em fórmulas mais eficientes para o dimensionamento. Jombock e Clark
(1962) enumeraram algumas delas (Galambos, 1998). Winter (1947) formulou uma
expressão para determinar a largura efetiva para chapa apoiada – apoiada, que
considera imperfeições iniciais. Após sofrer pequenas modificações para todo tipo de
chapas, tal expressão ficou uma generalização (Galambos, 1998)
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A norma brasileira NBR 8800/86 usa uma equação semelhante à (2.47) mudando
apenas os coeficientes numéricos. Outro conceito que se pode enunciar a partir
da observação da redistribuição de tensões na chapa é o conceito de tensão
média, que consiste em considerar-se a tensão
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Em geral, o dimensionamento de peças comprimidas e fletidas sujeitas à flambagem
local de seus elementos se baseia na determinação de resistências relativas

Nestas expressões, Aef é a área efetiva da seção, Wef é seu módulo resistente elástico efetivo à flexão, ambos
determinados a partir das larguras efetivas de suas chapas componentes, e Wp é seu módulo resistente
plástico à flexão (Rhodes, 1992). Nas expressões (2.49) e (2.50) se considera y y = f σ ,máx .

Curvas Q − λ , com λ definido por (2.8) ou por (2.29), poderiam ser usa
das para dimensionamento.
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• Distorção da seção

A distorção da seção é um modo de instabilidade que pode ocorrer


tanto na compressão como na flexão de perfis de paredes finas com
seções abertas (por exemplo: os perfis formados a frio usuais),
principalmente aqueles de aço de altas resistência (Galambos, 1998;
Hancock, 1998).
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Este modo de instabilidade se caracteriza por uma distorção da seção, ou seja, por
movimentos relativos entre as mesas e a alma (Davies e Jiang, 1996; Davies e Jiang,
1998). A Figura 2.17 ilustra este modo de instabilidade.
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Os primeiros estudos relativos à distorção foram desenvolvidos por Desmond, Peköz e Winter (1981), que
propuseram considerá-la, no dimensionamento, por meio da verificação da flambagem local com redução do
parâmetro k da equação (2.31).

Este método foi incorporado pela norma AISI-1986 (Galambos, 1998; Hancock, 1998). Lau e Hancock (1987), para
seções comprimidas e Hancock (1995), para seções fletidas, apresentaram fórmulas para determinação da tensão
crítica elástica de distorção, com base em modelos onde a mesa é tratada como um elemento comprimido,
restringido por molas e apoios simples que representam a rigidez da alma e submetido à flambagem por
flexo– torção (Davies e Jiang, 1996; Davies e Jiang, 1998; Galambos, 1998; Hancock, 1998).
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Estas fórmulas lhes permitiram sugerir um procedimento de dimensionamento


baseado em uma curva do tipo χ − λ , conhecida como parábola de Johnson,
e em uma expressão derivada de (2.47), que é utilizado na norma australiana (
Galambos, 1998; Hancock, 1998).

Algumas alterações às fórmulas de Hancock e Lau foram propostas por Charn


varnichbonkarn e Polyzois (1992) e por Davies e Jiang (1996), com o objetivo
de generalizá-la ou obter mais precisão nos resultados (Davies e Jiang, 1996;
Davies e Jiang, 1998; Galambos, 1998).
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As seções submetidas à distorção apresentam resistência pós–crítica, entretanto os pr
ocedimentos até agora propostos não a consideram (Galambos, 1998; Hancock,
1998).

Este tipo de instabilidade, diferente de todos os outros, pode ser analisado com mais
precisão pela Teoria Geral de Vigas (Davies, 1998; Davies e Jiang, 1996; Davies e
Jiang, 1998) mas sua utilização prática para o dimensionamento de peças com modo
s de instabilidade por distorção não foi ainda implementada (Davies e Jiang, 1996;
Davies e Jiang, 1998)
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EX:
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FLAMBAGEM LOCAL POR DISTORÇÃO

Figura 2.17. Modo de Instabilidade por distorção em perfis U enrijecidos e perfis Racks .
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FLAMBAGEM LOCAL X FLAMBAGEM GLOBAL
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FLAMBAGEM LOCAL
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FLAMBAGEM LOCAL x FLAMBAGEM GLOBAL
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FIM

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