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O versículo 13 indaga a respeito de uma visão que Daniel está tendo, o texto segue
uma narrativa coesa, o versículo 13 introduz a questão central, o 14 é a responde. O autor coloca
no diálogo dos “dois anjos” a pergunta que ele mesmo quer fazer. O foco está em saber por
quanto tempo duraria toda aquela tragédia causada pelo “chifre pequeno”:
Perceba, Daniel tem uma visão (Daniel 8:11-12) que em partes transcreve exatamente
o contexto que ele experimenta. Desde o primeiro capítulo fica claro que Daniel e seu povo
estão em situação de maldição.
A mesma pergunta feita em relação ao chifre pequeno: “até quando será suprimido o
sacrifício diário e a rebelião devastadora prevalecerá?” Poderia ser feita visando as ações de
Nabucodonosor. Não estamos insinuando que é Nabucodonosor o “chifre pequeno” (sua
identificação para essa análise não é relevante), o que chamo atenção é para o paralelo entre as
ações e os motivos. As ações são sempre de um inimigo (Nabucodonosor/Chifre Pequeno), os
motivos são as transgressões do povo de Deus.
Dos versículos 16 ao 25 Daniel vai receber orientações sobre a visão das “2300 tardes e
manhas”. O mensageiro explica que o carneiro e o bode representam os reis da Média Pérsia e
Grécia e menciona o “chifre pequeno” de forma indiretamente:
Passemos a Daniel 9 para lermos mais um pouco sobre como o autor apresenta suas
reações à visão. Depois de alguns anos Daniel volta a estudar os livros em busca de saber quanto
tempo duraria a desolação:
Perceba que Daniel termina o capítulo 8 sem entender a visão das “2300 tardes e
manhãs”, agora no capítulo 9 ele está compreendendo por meio das profecias de Jeremias
“quanto tempo” duraria a visão sobre o cativeiro e a destruição do Templo. Lembre-se também
que o anjo disse que ele não entenderia a visão porque ela era para um tempo futuro, “tempo
do fim”, e que para aquele momento ela estava selada, agora já se passaram por volta de uma
década e Daniel está estudando. Quando ele “entende” o tempo da desolação, ele fica
extremamente contrito e começa uma oração:
[obs. Leia detalhadamente, preste atenção nos negritos].
• “confessei”: Perceba que Daniel ao entender a visão vai “se confessar” a Deus, ou seja,
ele lembra de seus pecados e do pecado de seu povo.
• “somos culpados”: A oração é uma confissão de culpa do autor e ele inclui seu povo
• “justo”: Ele chama Deus de justo, o que implica que ele se entende diante da justiça.
Daniel e seu povo estão sendo julgados.
• “perdoador”: Daniel chama Deus de perdoador, o que implica que mesmo sendo
julgados e sofrendo juízo, Daniel e seu povo tem esperança de misericórdia e perdão.
• Quem é purificado?
Note, Daniel não compreende totalmente a visão, vive a situação que testemunhou na
visão do capítulo 8, e agora está clamando por justiça, confessando seu pecado, pedindo
purificação, mas em nenhum momento ele confessa os pecados do “chifre pequeno” e pede por
ele purificação, justiça ou restauração. Com esse paralelo entre a visão do capítulo 8 e a própria
vida de Daniel e seu povo, podemos concluir que em última análise, o motivo de que o “chifre
pequeno”, ou qualquer outro poder, domine sobre o povo de Deus, são os pecados do próprio
povo de Deus, esses é que passam por julgamento, são perdoados e por fim restaurados.
• Os pecados julgados são os do povo de Deus. Sim, Egito, Babilônia, Chifre Pequeno, são
apenas instrumentos de Deus para trazer juízo sobre seu povo.
• Os pecados que contaminam o Santuário são os do povo de Deus. Sim, são eles a razão,
se eles se arrependem, são purificados e restaurados (ex.: ver Levítico 16, Yom Kippur).
• É desses pecados que o Santuário é purificado. Sim, o perdão do pecado do povo de
Deus gera a restauração, o que inclui o local de “morada do Senhor”, seja o Templo em
Jerusalém, seja um Ser Humano em qualquer lugar.
Alexandre Roza