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O livro é baseado na teoria de Bauman sobre modernidade líquida.

O autor argumenta que a


mesma explosão cultural que conectou o mundo e uniu diferentes culturas entre si, tornando
as mudanças constantes e instantâneas, também afetou o ministério.

Outra questão importante que ele levanta, é que o mundo evolui em suas questões
comerciais, as relações de consumo explodiram e se tornaram o foco dos relacionamentos.
Padrões de qualidade estão em todos os lados, presentes em todas as instituições. Nas
relações de consumo, prestar um serviço de qualidade é fundamental. Essa cultura tem
influenciado o ministério também. Até os anos 70 o que se esperava dos pastores eram que
fossem homens de Deus, sua responsabilidade era conduzir a igreja espiritualmente. Com a
mudança na sociedade, mudou-se o ministério. Hoje pastores são medidos com ênfase em
fatores comerciais, espera-se deles que sejam profissionais de alto nível, nas diferentes áreas.
Seu desempenho é medido com base em padrões numéricas.

O autor trás orientações para que no ministério os pastores se realizem e não se destruam
fisicamente e emocionalmente. Essas orientações são colocadas em tons graves, ele chega a
dizer que “na intenção de salvar o sagrado, acaba-se por destruir o ministério”.

Como o pastor também faz parte da mesma realidade, e é quem gera o próprio tipo de
ministério que o destrói, ele, em dia individualidade, tem sede por reconhecimento. Sua vida
em prol do ministério é sem descanso, com a agenda lotada de programas, cheio de atividades
para alcançar os resultados exigidos e então satisfazer as expectativas, para então gerar o
reconhecimento humano que tanto almeja. Para gerar esse reconhecimento ele terá que
satisfazer as seguintes expectativas:

“(...) que o pastor tenha um desempenho excelente em uma ampla gama de habilidades –
sendo, (...) erudito, visionário, comunicador, administrador, consolador, líder, financista,
diplomata, exemplo de perfeição, conselheiro e apaziguador. (...) que (...) produza mensagens
fascinantes, que transformem vidas, pelo menos duas vezes por semana, cinquenta e duas
semanas por ano. (Trecho extraído do livro)

Segundo o autor, mesmo que o pastor conseguisse fazer tudo isso, isso não seria garantia de
reconhecimento, pois uma das características da modernidade líquida é que o senso de
contentamento muda muito rápido.

Ponto “negativo”

O autor parece assumir uma postura pessimista em relação as redes sociais e a maneira como
esse fenômeno transformou a cultura. Ele parece ter uma tendência saudosista em relação a
esse ponto. Parece que ele sofreu com essa transição e talvez, até a época do término da
edição do livro, ainda não tinha visto os grandes benefícios que a interatividade, que a
conectividade, que essa interação cultural trás em relação ao senso de pertença. Na década de
90 as crianças cresciam achando que pertenciam a sua rua, seu bairro, seu estado, e quando
muito, seu pais. Hoje as crianças crescem com um senso de pertença muito mais expandido,
elas crescem crendo que pertencem ao mundo, se conectam e tem amigos em outros países,
conversam, interagem, se tornam sensíveis e empáticos as necessidades de seres que talvez
nunca varão pessoalmente. Essa conectividade tem um potencial muito grande de agregar
valores à humanidade e certamente ao ministério pastoral também. Parece que Kopeska não
conseguiu perceber isso e se focou apenas nos aspectos negativos em torno dessa questão.

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