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CONTRA AS NORMAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E DA ANVISA

QUE RESTRINGEM A DOAÇÃO DE SANGUE POR HOMOSSEXUAIS


MASCULINOS

Alexia Verneck Cavalcanti1


Ariely Braga Queiros de Oliveira2
Darleni Mariano3
Leidiane Nascimento Oliveira Ramos4
Paulo Mauricio de Avelar5
Rafael Lourenço de Souza6
Thaynah Souza Loyola7
Vitor Machado Hulle8

RESUMO

Este artigo tem o objetivo de analisar as normas que proíbem a doação de sangue
por homossexuais masculinos presentes no artigo 64, inciso IV da Portaria nº
158/2016 do Ministério da Saúde e o artigo 25, inciso XXX, alínea ‘d’ da Resolução
da Diretoria Colegiada nº 34/2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária vão
contra normas presentes em diversas esferas do direito, sendo abordados nesse
artigo as esferas do direito constitucional, do direito civil, da teoria geral do direito, do
direito e pensamento político e da esfera hermenêutica, além de como elas ainda
afetam de uma forma negativa as esferas psicológicas, econômicas e sociológicas.

Palavras-chave: Doação de sangue. Ministério da Saúde. Discriminação. ANVISA.


Homossexuais.

1
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. alexiaverneck112@gmail.com
2
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. arielyqueiros@gmail.com
3
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. darlenimariano@gmail.com
4
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. leidianeramos89@gmail.com
5
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. paulomavelar@yahoo.com.br
6
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. faelrls1010@gmail.com
7
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. thaynahsloyola@gmail.com
8
Aluno regularmente matriculado no curso de Direito da FAESA. vitor15782@hotmail.com
2

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como finalidade analisar como as normas que proíbem a
doação de sangue por homossexuais masculinos presentes no artigo 64, inciso IV
da Portaria nº 158/2016 do Ministério da Saúde e o artigo 25, inciso XXX, alínea ‘d’
da Resolução da Diretoria Colegiada nº 34/2014 da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária vão contra normas presentes em diversas disciplinas do direito, sendo
essas disciplinas o direito constitucional, o direito civil, a teoria geral do direito, o
direito e pensamento político e a esfera hermenêutica, em conjunto com os
problemas cotidianos nas esferas psicológicas, econômicas e sociais.

Este artigo foi desenvolvido com base no método dedutivo, no qual se utiliza da
reunião de vários raciocínios e premissas para apresentar uma conclusão lógica que
se fundamenta nos raciocínios e conteúdos já apresentados assim os tornando
sólidos, a finalidade durante todo artigo é representar a consequência na vida do
grupo homoafetivo e o que essa decisão representa em toda nossa sociedade.

Tal norma que proíbe a doação de sangue por homossexuais retrata a


discriminação e o preconceito para com os membros deste grupo, gerando prejuízos
sociais e psicológicos advindo da segregação proveniente de sua orientação sexual,
com o impedimento do exercício do indivíduo de fazer doação e consequentemente
de fazer parte do todo que é nossa sociedade, ocorre a violação de sua cidadania
por não terem seus direitos respeitados e protegidos. Alguns desses direitos
essenciais estabelecidos na constituição que foram desrespeitado são: o 3º artigo,
Inciso IV, que diz “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil: [...] IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, e o Princípio da igualdade
presente no Artigo 5º, assim ignorando e violando o artigo 1º do Código Civil que diz
“ Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” já que o direito de
igualdade e outros direito positivos assegurados não foram respeitados com essa
restrição.

No âmbito hermenêutico, é possível a utilização de dois métodos para a resolução


desse problema de uma forma equilibrada, um deles seria o princípio da
3

proporcionalidade onde se busca a melhor interpretação da norma com objetivo de


visar seu intuito social e o fim constitucional, neste caso concreto visaria à redução
do período de espera pós relação sexual. Outro método da hermenêutica a ser
utilizado é o da ponderação, este apresenta como propósito a mediação dos
conflitos entre os direitos fundamentais já citados com o objetivo de diminuição das
restrições dos direitos que estão se opondo. No contexto econômico, a limitação da
doação gera um gasto maior e assim um prejuízo ao cofre público já que saúde é
função do estado, previsto no artigo 196 da Constituição Federal, esse crescimento
do gasto de recursos é devido aumento do tempo de espera nos hospitais pela falta
de sangue disponível e consequentemente do gasto por manter uma pessoa no
hospital.

DESENVOLVIMENTO

Segundo o artigo 64, inciso IV, da Portaria 158/2016, do Ministério da Saúde 9, e o


artigo 25, inciso XXX, alínea ‘d’, da Resolução RCD 34/2014 da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA)10 que declaram inaptos, para fins de doação de
sangue, os “homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as
parceiras sexuais destes” nos 12 meses antecedentes, são dispositivos cujo critério
funda-se na orientação sexual do indivíduo, não em critérios científicos, o que
fomenta o preconceito e a discriminação contra os homossexuais.

Ademais, os efeitos causados pelas normas acima destacadas são prejudiciais não
só para os homossexuais, como também para toda a sociedade. Nesse sentido, é
oportuno discorrer a respeito dos estudos sobre homofobia e heterossexismo do
Livro “Rompa o Silêncio”, em especial sobre os conceitos de preconceito e
discriminação, bem como do termo heterossexismo, vistos sob a ótica da Psicologia
e da Sociologia. Segundo os autores, em uma perspectiva sociológica, preconceito
é:

9
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 158/2016 – Redefine o regulamento técnico de procedimentos
hemoterápicos. Disponível em: <http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-158-de-4-de-fevereiro-de-
2016-22301274>. Acesso em: 20 maio 2020.
10
ANVISA. RDC 34/2014 – Dispõe Sobre as Boas Práticas no Ciclo do Sangue. Disponível em:
<https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20170553/04145350-rdc-anvisa-34-2014.pdf>. Acesso
em: 20 maio 2020.
4

Definido como uma forma de relação intergrupal onde, no quadro


específico das relações de poder entre grupos, desenvolvem-se e
expressam-se atitudes negativas e depreciativas além de
comportamentos hostis e discriminatórios em relação aos membros
de um grupo por pertencerem a esse grupo. Entre os processos
cognitivos que se desenvolvem neste tipo de relações sociais,
destacam-se a categorização e a construção de estereótipos.[...]. 11

Por conseguinte, o preconceito está intimamente relacionado com o conceito de


discriminação, sendo este “(...) a materialização, no plano concreto das relações
sociais, de atitudes arbitrárias, comissivas ou omissivas, relacionadas ao
preconceito, que produzem violação de direitos dos indivíduos e dos grupos.” 12 Nota-
se, pois, que o preconceito contra os homossexuais resulta em atos discriminatórios,
os quais provocam sequelas no âmbito das relações interpessoais.

Estas sequelas, portanto, implicam em prejuízos significativos aos homossexuais,


seja com interiorização de uma perspectiva negativa e depreciativa de si mesmo, a
qual pode provocar impacto em suas relações interpessoais; ou nos demais
indivíduos da sociedade, com a manifestação de condutas hostis e discriminatórias
em relação aos homossexuais.

Ainda na esteira dos estudos do referido livro, desta vez sob uma abordagem
psicológica, ganha especial relevo a definição de heterossexismo para a elucidação
sobre a discriminação institucionalizada, a saber:

A ideia de heterossexismo (...) designando um sistema onde a


heterossexualidade é institucionalizada como norma social, política,
econômica e jurídica, não importa se de modo explícito ou implícito.
Uma vez institucionalizado, o heterossexismo manifesta-se em
instituições culturais e organizações burocráticas, tais como a
linguagem e o sistema jurídico. Daí advém, de um lado, superioridade
e privilégios a todos que se adéquam a tal parâmetro, e de outro,
opressão e prejuízos a lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
transexuais e até mesmo a heterossexuais que porventura se afastem
do padrão de heterossexualidade imposto”. 13

11
RIOS, Roger Raupp. O Conceito de Homofobia na Perspectiva dos Direitos Humanos e no
Contexto dos Estudos sobre Preconceito e Discriminação. In: POCAHY, Fernando. Rompendo o
Silêncio, Homofobia e Heterossexismo na Sociedade Contemporânea, Políticas, Teoria e
Atuação. Porto Alegre: Nuances, 2007. p. 29.
12
RIOS, Roger Raupp. O Conceito de Homofobia na Perspectiva dos Direitos Humanos e no
Contexto dos Estudos sobre Preconceito e Discriminação. In: POCAHY, Fernando. Rompendo o
Silêncio, Homofobia e Heterossexismo na Sociedade Contemporânea, Políticas, Teoria e
Atuação. Porto Alegre, Nuances, 2007. p. 27.
13
RIOS, Roger Raupp. O Conceito de Homofobia na Perspectiva dos Direitos Humanos e no
Contexto dos Estudos sobre Preconceito e Discriminação. In: POCAHY, Fernando. Rompendo o
Silêncio, Homofobia e Heterossexismo na Sociedade Contemporânea, Políticas, Teoria e
Atuação. Porto Alegre, Nuances, 2007. p. 33.
5

Dessa forma, depreende-se que a ideia de heterossexismo está presente nas


normas acima questionadas, pois ao institucionalizar juridicamente um critério
baseado na orientação sexual para a doação de sangue, promove, ainda que de
modo não intencional, opressão e sequelas psicológicas aos homossexuais.

Nesse sentido ainda temos que doar sangue é um exercício de cidadania. Não
podemos falar sobre, se não destrincharmos um pouco sobre tal assunto.
Etimologicamente, o termo cidadão é entendido como um habitante de uma
determinada cidade. Assim como cidadania é o exercício indistinto daquele que
habita a cidade, no caso, O cidadão.14

Entendemos que doar sangue faz parte de um ato cidadão que o mesmo é vetado
pelo Ministério da Saúde. Pelas regras vigentes, determinada por essa portaria
“Homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos 12 meses anteriores
à doação não podem doar sangue” 15 ,ficando evidente que se refere a orientação
sexual, tirando seu direito de exercer a sua cidadania.

Levando ainda em consideração as normas anteriormente citadas da Portaria


158/2016 e Resolução RCD 34/2014, passa-se a analisar se há
inconstitucionalidade ou não nas referidas normas. 16

Na Constituição Federal (CF) de 1988 em seu 3º artigo, Inciso IV, podemos observar
o princípio da dignidade humana: “Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil: [...] IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. 17

Ademais, essas normas supracitadas ainda colidem com o princípio da igualdade,


presente no caput do artigo 5º e inciso I da Constituição, que diz:

14
MANZINI COVRE, Maria de Lourdes. O que é Cidadania. 3. ed. 11ª reimpressão. São Paulo:
Brasiliense, 2003, 78p.
15
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 158/2016 – Redefine o regulamento técnico de procedimentos
hemoterápicos. Disponível em: <http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-158-de-4-de-fevereiro-de-
2016-22301274>. Acesso em: 20 maio 2020.
16
COSTA, Fabricio Veiga. Institucionalização Da Homofobia No Brasil: Proibição De Gays Doarem De
Sangue, A (In) Constitucionalidade Do Artigo 64, Inciso Iv Da Portaria 158/2016 E Resolução 34 Da
Anvisa. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, v. 5, n. 2, p. 33-54, 2019. Disponível em:
<https://indexlaw.org/index.php/revistagsd/article/view/5815/pdf>. Acesso em 09 maio 2020.
17
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 09
maio 2020.
6

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos


termos desta Constituição;18

Sendo assim ao ser negado os direitos dos homens homossexuais de doarem


sangue, apenas devido a sua orientação sexual, conforme o artigo 24 inciso XXX,
alínea ‘d’, da Resolução RCD 34/2014 da ANVISA, interfere no exercício efetivo de
cidadania dessa classe, criando um meio ilegítimo de utilização das normas jurídicas
para que seja usada como uma ferramenta de discriminação, sendo que
obedecendo aos princípios citados, o homem é livre e igual, não podendo ser
prejudicado devido a sua orientação sexual que é considerada uma questão
subjetiva.19

Conforme citado anteriormente no art. 64 inciso IV da Portaria 158/2016 do


Ministério da Saúde, estão sendo utilizados regulamentos com um pensamento
anacrônico e discriminatório, quando se trata do conceito de grupo de risco,
discriminatório pelo motivo da norma está apresentando que apenas pessoas cuja
orientação sexual seja diferente dos padrões impostos pela sociedade corre risco de
ter o sangue contaminado. Segundo o Dr. Dráuzio Varela:

O conceito de grupo de risco ficou para trás se um homossexual tem


apenas um parceiro sexual a chance de ele pegar AIDS é 0 (zero), já
uma pessoa hetero sexual com vários parceiros a chance de pegar é
mais de 0, portanto a frase “grupo de risco” deve ser mudada para
“comportamento de risco”.20

Nesta perspectiva, o risco de contaminação do sangue vale tanto para os


heterossexuais quanto para os homossexuais. O que ambos não devem ter refere-
se a comportamentos de risco, quer dizer devem manter os seus cuidados e tomar
18
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 09
maio 2020.
19
COSTA, Fabricio Veiga. Institucionalização Da Homofobia No Brasil: Proibição De Gays Doarem De
Sangue, A (In) Constitucionalidade Do Artigo 64, Inciso Iv Da Portaria 158/2016 E Resolução 34 Da
Anvisa. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, v. 5, n. 2, p. 33-54, 2019. Disponível em:
<https://indexlaw.org/index.php/revistagsd/article/view/5815/pdf>. Acesso em 09 maio 2020.
20
VARELLA, Drauzio. Homossexuais e doação de sangue| Dráuzio comenta #02. Disponível em:
<https://drauziovarella.uol.com.br/videos/drauzio-comenta/homossexuais-e-doacao-de-sangue-
comenta-02/>. Acesso em: 20 maio 2020.
7

medidas de precauções para evitar o contagio de doenças, pois todos estão sujeitos
à contaminação.21 Portanto, não se deve tratar com desigualdade e discriminação
qualquer ser humano, independentemente da sua orientação sexual, pois todos são
iguais perante a lei, conforme diz o art.5° da Constituição Federal de 1988 que foi
previamente abordado.22

Essa forma de tratamento desigual, impede o exercício de cidadania plena e o


desenvolvimento de sua solidariedade, indo contra a CF que impõe o objetivo de
fornecer uma sociedade livre, justa e igualitária afirmando que homens
homossexuais fazem parte do grupo de risco é um forma preconceituosa de se
expressar, o que é um crime com reclusão, como é indicado no art. 20 da lei n°
9459/97:

Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor,


etnia, religião ou procedência nacional. “Pena: reclusão de um a três
anos e multa”. 23

Expressando- se dessa forma causa danos à honra subjetiva do indivíduo, que tem
como significado aquilo que o próprio indivíduo pensa de si mesmo, privando-os de
exercer seus direitos e deveres da vida civil, de acordo com o art. 1° do Código Civil
(CC) no qual afirma que todos são capazes de direitos e deveres: ”Toda pessoa é
capaz de direitos e deveres na ordem civil.” 24

Ainda sobre a forma em que a norma esta expressada em seu texto, causa danos à
dignidade da pessoa humana que por sua vez, é algo que tem presente um valor
fundamental e estrutura constitucional, conforme diz Luís Roberto Barroso:

A dignidade humana, então, é um valor fundamental que se viu


convertido em princípio jurídico de estatura constitucional, seja por
sua positivação em norma expressa seja por sua aceitação como um
mandamento jurídico extraído do sistema. 25

21
VARELLA, Drauzio. Homossexuais e doação de sangue| Drauzio comenta #02. Disponível em:
<https://drauziovarella.uol.com.br/videos/drauzio-comenta/homossexuais-e-doacao-de-sangue-
comenta-02/>. Acesso em: 20 maio 2020.
22
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20
maio 2020.
23
BRASIL. Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997. Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 05 de
janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e acrescenta
parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9459.htm>. Acesso em: 20 maio 2020.
24
BRASIL. Lei n.º 10. 406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 20 maio 2020.
8

Servindo assim como fundamentos normativos para os direitos fundamentais do


indivíduo.26

Através de uma abordagem hermenêutica, é possível constatar que o Princípio da


Proporcionalidade não está sendo observado pelo Ministério da Saúde e pela
ANVISA no momento em que consideram homossexuais inaptos para a doação de
sangue pelo período de 12 meses a partir da última relação sexual.

O Princípio da proporcionalidade trata-se de um valioso instrumento


de proteção dos direitos fundamentais e do interesse público, por
permitir o controle da discricionariedade dos atos do Poder Público e
por funcionar como a medida com que uma norma deve ser
interpretada no caso concreto para a melhor realização do fim
constitucional nela embutido ou decorrente do sistema. 27

Relacionando o princípio da proporcionalidade com o presente tema, ou seja, com a


restrição de 12 meses para que um indivíduo que se relacionou sexualmente com
outro do mesmo sexo possa doar sangue, surge o questionamento se tal período de
tempo é proporcional. É necessário analisar se o período de 12 meses é obrigatório,
se não poderia ocorrer uma mudança redutiva do tempo de abstinência de 12 para 3
meses, levando em conta a janela imunológica 28 dos testes sorológicos para o HIV
realizados no doador, o que aumenta consideravelmente o número de possíveis
doadores.29 E também se essa restrição é razoável, necessária e proporcional diante
de todos os direitos fundamentais que são ignorados, como o direito a igualdade,
direito de liberdade e a dignidade humana.

25
BARROSO, Luís Roberto. A Dignidade da Pessoa Humana no Direito Constitucional
Contemporâneo: Natureza Jurídica, Conteúdos Mínimos e Critérios de Aplicação. Versão
provisória para debate público. Mimeografado, dezembro de 2010. Disponível em:
<https://www.luisrobertobarroso.com.br/wp-content/uploads/2010/12/Dignidade_texto-
base_11dez2010.pdf>. Acesso em: 13 jun 2020.
26
BARROSO, Luís Roberto. A Dignidade da Pessoa Humana no Direito Constitucional
Contemporâneo: Natureza Jurídica, Conteúdos Mínimos e Critérios de Aplicação. Versão
provisória para debate público. Mimeografado, dezembro de 2010. Disponível em:
<https://www.luisrobertobarroso.com.br/wp-content/uploads/2010/12/Dignidade_texto-
base_11dez2010.pdf>. Acesso em: 13 jun 2020.
27
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição. 7ª ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
28
MINISTÉRIO DA SAÚDE. O que é sistema Imunológico. Departamento de doenças de condições
crônicas e infecções sexualmente transmissíveis. Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-e-hiv/o-que-e-sistema-imunologico>. Acesso em: 27
maio 2020.
29
LACERDA, Vinicius. Por que homens gays são impedidos de doar sangue no Brasil e o que deve
mudar. Revista CartaCapital. São Paulo. 04 de maio de 2020. Disponível em:
<https://www.cartacapital.com.br/blogs/saudelgbt/por-que-homens-gays-sao-impedidos-de-doar-
sangue-no-brasil-e-o-que-deve-mudar/>. Acesso em: 27 maio 2020.
9

Observando a ideia de necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido


estrito, que sãos os subprincípios da proporcionalidade revela que os direitos
fundamentais são tão importantes quanto o interesse público, por isso a
interpretação constitucional é uma atividade bastante complexa, justamente por
necessitar de ponderação de valores e princípios, já que para concretizar os direitos
fundamentais, ocorrem colisões entre os princípios fundamentais. 30

A ponderação consiste, portanto, em uma técnica de decisão jurídica


aplicável a casos difíceis, em relação aos quais a subsunção se
mostrou insuficiente, especialmente quando uma situação concreta
dá ensejo à aplicação de normas de mesma hierarquia que indicam
soluções diferenciadas.31

Diante de todo exposto, deve-se buscar a melhor interpretação para se obter um


melhor resultado definindo a violação dos princípios constitucionais que asseguram
a igualdade, liberdade e dignidade humana ao grupo homossexual, além da ofensa
ao princípio da proporcionalidade.32

O caput do art. 5º da CF citado anteriormente menciona a inviolabilidade do direito à


vida.33 Deste modo, é obrigação legal do Estado a proteção do direito à vida, direito
este que se desdobra no direto de continuar vivo. 34 O Estado deverá então promover
a assistência médica aos cidadãos através de políticas sociais consoante com o

30
ARNONI, Giovanni Dozzi Tezza. Restrição da doação de sangue por homossexuais e o
julgamento da ADI 5543 pelo Supremo Tribunal Federal. 2018. 50 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Direito) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. Disponível
em: <https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/23391>. Acesso em: 27 maio 2020.
31
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição. 7ª ed. São Paulo: Saraiva,
2012.
32
ARNONI, Giovanni Dozzi Tezza. Restrição da doação de sangue por homossexuais e o
julgamento da ADI 5543 pelo Supremo Tribunal Federal. 2018. 50 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Direito) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. Disponível
em: <https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/23391>. Acesso em: 27 maio 2020.
33
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31
maio 2020.
34
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional: Direitos e garantias fundamentais, 35ª edição.
São Paulo; Grupo GEN, 2019. 9788597020915. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597020915/. Acesso em: 31 maio 2020.
10

caput do art. 196 da CF, política esta que é parte integrante das políticas públicas. 35
36 37

Dentre as definições de políticas públicas, podemos conceituar como “a


coordenação dos meios à disposição do Estado, harmonizando as atividades
estatais e privadas para a realização de objetivos socialmente relevantes e
politicamente determinados”.38

O Estado por meio dos Gastos Públicos, que “[...] são pagamentos realizados a
indivíduos e empresas por produtos e serviços adquiridos pelo Estado, que serão
utilizados para produzir os bens e serviços à sociedade”, irá direcionar recursos para
o financiamento da saúde pública. Esse financiamento chega através dos tributos
recolhidos da população sobre o consumo, renda e produção 39.

Como uma forma de atender essa exigência legal de atendimento médico o Governo
Federal estabeleceu o Sistema Único de Saúde (SUS) através do art.198 da CF 40.

O Brasil possui um financiamento reduzido para seu sistema de saúde, bem como a
gestão ineficiente dos recursos recebidos para a saúde 41. Consideraremos para o
objeto deste trabalho uma destas vertentes que é a gestão ineficiente dos recursos.

35
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31
maio 2020.
36
MORAES, Alexandre de. Apud ALENCAR, Paula Gabriella Ribeiro Dorigatti de. Direito à vida.
Revista Âmbito jurídico São Paulo, n. 151, 01 ago. 2016. Disponível em: <
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-direito-a-vida/#_ftnref8>. Acesso em: 31
maio 2020.
37
RODRIGUEZ, Adebiano. Políticas Sociais e Políticas de Saúde. Revista Discente do Programa
de Pós-Graduação em História. v. 2, n. 3, p. 228, jan. 2016/jun. 2016 Disponível em: <
http://www.ufjf.br/facesdeclio/files/2014/09/3.Artigo-D9.Adebiano.pdf>. Acesso em 31 maio 2020.
38
BUCCI, M. P. apud HERINGER, Flávio Roberto de Almeida Heringer. Quantas políticas públicas
há no Brasil?: O problema da imprecisão conceitual para a avaliação de políticas públicas. 73 p.
Trabalho final (Especialista em Avaliação de Políticas Públicas), Instituto Legislativo Brasileiro (ILB),
Brasília, 2018. Disponível em: <
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/555174/ILB2018_HERINGER.pdf?
sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 31 maio 2020.
39
ALBERGONI, Leide. Introdução à Economia: Aplicações no Cotidiano. São Paulo: Atlas, Grupo
GEN, 2015. Disponível em: < https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522499526/ >.
Acesso em: 31 maio 2020.
40
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31
maio 2020.
41
SALDIVA, Paulo Hilário Nascimento; VERAS, Mariana. Gastos públicos com saúde: breve histórico,
situação atual e perspectivas futuras. Estudos Avançados, São Paulo, v. 32, n. 92 jan. 2018/abr.
2018. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142018000100047#fn7>. Acesso em: 31 maio 2020.
11

O SUS será financiado através de recursos recebidos de várias fontes, de acordo


com o §1 do artigo 198 da Constituição Federal:

Art. 198. [...]


[...]
§1° O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art.
195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
fontes42.

Além da previsão constitucional do artigo supra citado, inciso I: “no caso da União, a
receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a
15% (quinze por cento) ”, Lei Complementar garante um reajuste anual verba
mínima para a saúde, que no caso da União vinculada ao Produto Interno Bruto
(PIB) 43 44.

A receita corrente líquida corresponde ao “[...]somatório das receitas tributárias de


um Governo, referentes a contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias e de
serviços, deduzidos os valores das transferências constitucionais” e o PIB
corresponde ao somatório de toda produção e renda gerada no país 45 46. Tal verba é
parte do gasto público direcionado à saúde conforme citado anteriormente na
definição de políticas públicas.

42
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31
maio 2020.
43
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31
maio 2020.
44
BRASIL. Lei Complementar, n° 141 de 13 de janeiro de 2012; Regulamenta o § 3o do art. 198 da
Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios
de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e
controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nos
8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp141.htm >. Acesso: 31 maio 2020.
45
CÂMARA DOS DEPUTADOS. ENTENDA o que é receita corrente líquida. Brasília, 13 jul. 2004.
Disponível em: < https://www.camara.leg.br/noticias/51956-entenda-o-que-e-receita-corrente-liquida/
>. Acesso em 31 maio 2020.
46
ALBERGONI, Leide. Introdução à Economia: Aplicações no Cotidiano. São Paulo: Atlas, Grupo
GEN, 2015. Disponível em: < https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522499526/ >.
Acesso em: 31 maio 2020. p. 81
12

De acordo com o artigo 37 da CF, o Governo deverá agir, dentre outros princípios,
com eficiência47. Um dos aspectos desse princípio, de acordo com a doutrina, é a
prestação de serviços públicos objetivando melhores resultados 48.

A falta de doadores de sangue faz com que cirurgias sejam adiadas, aumentando o
tempo de permanência do paciente no hospital 49.

De acordo com dados extraídos do SUS numa pesquisa realizada no estado de São
Paulo, em 2000, o gasto médio com internação de pacientes era em torno de R$
120,0050. Esse gasto poderia ser utilizado para a internação de novos pacientes se
houvesse mais sangue disponível para atender aos procedimentos cirúrgicos que
necessitam de doação, sem contar que mais leitos ficariam disponíveis para os
demais atendimentos.

Não é proporcional nem eficiente que se tenha leitos sendo utilizados com pacientes
que aguardam cirurgias por falta de sangue enquanto há um grande contingente de
pessoas que necessitam de atendimento médico pelo SUS. 51

CONCLUSÃO

A partir deste artigo foi demonstrado como as normas de doação de sangue


presentes no artigo 64, inciso IV da Portaria nº 158/2016 do Ministério da Saúde e
no artigo 25, inciso XXX, alínea ‘d’ da Resolução da Diretoria Colegiada nº 34/2014
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária institucionalizam a homofobia legal em
nosso país, a partir do momento que proíbem a doção de sangue por homens gays,

47
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 5 out. 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31
maio 2020.
48
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 32ª ed. Rio de Janeiro: Forense, Grupo
GEN, 2019. Disponível em: < https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530984830/ >.
Acesso em: 31 maio 2020.
49
SANTOS, Marta. Falta de doadores de sangue faz médicos adiarem cirurgias e aumenta custo e
lotação em hospitais. Portal R7, 15 jun. 2015. Disponível em: < https://noticias.r7.com/saude/falta-de-
doadores-de-sangue-faz-medicos-adiarem-cirurgias-e-aumenta-custo-e-lotacao-em-hospitais-
15062015 >. Acesso em: 31 maio 2020.
50
JORGE, Maria Helena Prado de Mello; KOIZUMI, Maria Sumie. Gastos governamentais do SUS
com internações hospitalares por causas externas: análise no Estado de São Paulo, 2000. Revista
Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, maio 2004. Disponível em: <
https://www.scielosp.org/article/rbepid/2004.v7n2/228-238/pt/ >. Acesso em: 31 maio 2020.
51
BRITO, Débora. SUS tem 904 mil cirurgias eletivas na lista de espera aponta CFM. Agência Brasil,
Brasília. 04 dez. 2017. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/sus-
tem-904-mil-cirurgias-eletivas-na-lista-de-espera-aponta-cfm >. Acesso em 31 maio 2020.
13

sendo que para que este grupo possa exercer seu direito em doar sangue, eles
devem ficar um período de doze meses sem terem relações sexuais com outros
homens.

A restrição dos homossexuais masculinos em relação a doação de Sangue se torna


irrelevante visto que a própria Constituição cita em seu artigo 5 que todos os
indivíduos são iguais perante a lei, sendo assim entende-se que todos podem
exercer sua cidadania e dor sangue e doar sangue é um ato cidadã. Além disso o
Código Civil também afirma em seu 1º artigo que todas as pessoas são capazes de
direitos e deveres civis, entendemos assim que todos são capazes de exercer tal
ato.

Além disso, como diz o Dr. Drauzio, existia um conceito de grupo de risco no qual os
homossexuais faziam parte, porém com o tempo esse conceito ficou para trás sendo
substituído pelo termo de comportamento de risco no qual é levado em conta o
número de parceiros sexuais e o estado de infeção ou não deles,
independentemente de sua orientação sexual.

Hoje em dia, os fundamentos que criaram essa restrição não se valem mais, visto
que existem testes que conseguem identificar se a pessoa possui ou não HIV, além
do que para que ocorra a infecção apenas é necessário que o vírus do HIV entre na
corrente sanguínea da pessoa ou no seu organismo, ou seja, qualquer pessoa pode
contrair AIDS independentemente de qualquer fator.

Sendo assim essa restrição se torna uma discriminação que fere o direito a
igualdade firmada no art. 5º da constituição, sendo ele um direito positivo. Torna-se
então um ato de discriminação contra homossexuais, o que hoje no Brasil é
considerado um crime sob pena de punição pela lei do racismo N o 7716/89 que diz
em seu primeiro artigo que os crimes resultantes de discriminação ou preconceito
serão punidos na forma da lei.

Concluímos assim que após várias citações nesse artigo, em âmbitos do direito,
econômico, sociológicos e psicológicos que não tem menor relevância a proibição do
Ministério da Saúde. Na Constituição de 1988 em seu 3º artigo e IV inciso diz que a
República Federativa do brasil possui como um de seus objetivos fundamentais
promover o bem de todos, sem que haja qualquer tipo de preconceitos e
discriminação. Portanto o homossexual masculino pode por direito doar sangue.
14

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