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Resumo
Palavras-chave
Correspondência:
Ana Claudia Balieiro Lodi
Av. Jurema, n. 888, apto 111
04079-002 – São Paulo – SP
e-mail: analodi@uol.com.br
Abstract
Keywords
Contact:
Ana Claudia Balieiro Lodi
Av. Jurema nº 888, apto 111
04079-002 – São Paulo – SP
e-mail: analodi@uol.com.br
Torna-se premente, então, que haja uma [O] falante/ouvinte não avalia a forma idêntica
modificação nas posturas educacionais, no sen- da palavra em todas as instâncias. Um falante/
tido de se considerar a linguagem em sua di- ouvinte avalia o contexto no qual o signo (for-
mensão discursiva (na concepção bakhtiniana ma da palavra) torna-se signo de acordo com
do termo) e, portanto, a língua de sinais come- um contexto específico. (Moraes, 1996, p. 72)
çar a ser utilizada efetivamente nos processos
de significação de mundo e de constituição Para a autora, não pode, então, haver
socioideológica dos sujeitos surdos, inclusive na ensino-aprendizagem de L2 sem este estar rela-
escola. Além disso, a língua portuguesa deve cionado ao contexto dos atores sociais dessa si-
ser concebida como segunda língua e assim ser tuação. Além disso, se os aspectos socioculturais
ensinada. em jogo e as diversas leituras e compreensões de
Dentre as várias abordagens desenvolvi- mundo envolvidos forem desconsiderados ou
das para o ensino-aprendizagem de uma se- negligenciados, não haverá ensino-aprendizagem
gunda língua (para ouvintes), foram destacadas de língua.
duas discutidas por Moraes (1996): a análise No caso dos surdos, apenas a língua de
contrastiva e a análise de erros . A primeira sinais pode possibilitar tal mudança. Somente por
pressupõe que o desenvolvimento da lingua- seu intermédio, os surdos podem ter acesso à
gem consiste num conjunto de hábitos linguagem escrita por meio de práticas sociais nas
lingüísticos; portanto, o aprendiz transfere seus quais a escrita é usada em sua dimensão dis-
hábitos em L 1 para a L2. Como exemplo, a au- cursiva, propiciando o estabelecimento das rela-
tora cita a manutenção da estrutura gramati- ções dialógicas dela constitutivas. Por meio dela,
cal da L1 quando na produção da L2. Na segun- os surdos podem dialogar com a escrita, fazer
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palavra
Recebido em 06.12.04
Aprovado em 09.06.05
Ana Claudia Balieiro Lodi é doutora em Lingüística Aplicada pelo Programa de Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem
– LAEL – da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Docente do Curso de Graduação e de Especialização em Linguagem
do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP.