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Clínica Psicodinâmica do Trabalho diálogos e possibilidades

Psychodynamics of Work Clinic dialogues and possibilities

Thiele da Costa Muller Castro


Psicóloga, doutoranda em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS
thielemuller@msn.com
Endereço: Rua Jaraguá, 145/201 – Bela Vista – Porto Alegre – Brasil
51 996102332

Paula Marques da Silva


Psicóloga, Doutora em Educação, Mestre em Psicologia Social e Institucional pela
UFRGS
paulilinha1976@yahoo.com.br

Carla Garcia Bottega


Psicóloga, Doutora e Mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS,
Professora Adjunta em Saúde Coletiva na UERGS
carla-bottega@uergs.edu.br

Jaqueline Tittoni
Psicóloga, Doutora em Sociologia com estágio Pós-doutoral na Universitat
Autônoma de Barcelona, Professora no Programa de Pós Graduação PPGPSI
UFRGS
jatittoni@gmail.com
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RESUMO

Este artigo busca apontar elementos para a construção de um diagrama teórico-


analítico para pensar os modos de trabalhar, tecnologias digitais e saúde mental
pelo viés da Psicodinâmica do Trabalho. Interessa-nos pensar a potência da clínica
do trabalho para produzir leituras analíticas e intervenções situadas sobre o trabalho
contemporâneo, focando, sobretudo, no trabalho remoto. Por este motivo, ressalta a
operação das tecnologias digitais nos modos de viver e de trabalhar, criando
espaços de diálogo entre as temáticas do trabalho remoto, tecnologias e
subjetivação com a Psicodinâmica do Trabalho. Trazemos a percepção de um
modo-corpo-trabalhador sempre conectado e a clínica do trabalho como resistência
e criação de outros modos de trabalhar. Estes diálogos reafirmam a importância da
discussão no âmbito da clínica psicodinâmica do trabalho e criam linhas de abertura
para pensar novas problematizações no âmbito da saúde mental e do trabalho.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador, Clínica do Trabalho; Tecnologias digitais,


Processos de subjetivação

ABSTRACT

This article seeks to point out elements for the construction of a theoretical-analytical
diagram to think about ways of working, digital technologies and mental health from
the perspective of Psychodynamics of Work. We are interested in thinking about the
power of the work clinic to produce analytical readings and interventions situated on
contemporary work, focusing, above all, on remote work. For this reason, it
emphasizes the operation of digital technologies in ways of living and working,
creating spaces for dialogue between the themes of remote work, technologies and
subjectivation with the Psychodynamics of Work. We bring the perception of a way-
body-worker always connected and the clinic of work as resistance and creation of
other ways of working. These dialogues reaffirm the importance of discussion in the
scope of the psychodynamic clinic of work and create opening lines for thinking about
new problematizations in the scope of mental health and work.

Keywords: Subjectivation processes; Worker's health; Work Clinic; Digital


technologies.
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Introdução

Neste artigo apontamos elementos para a construção de um diagrama teórico-


analítico para pensar os modos de trabalhar, tecnologias digitais e saúde mental
pelo viés das clínicas do trabalho, mais especificamente, pela psicodinâmica do
trabalho. Para tanto, partimos do pressuposto de que os nossos fazeres clínicos e
de pesquisa não são exteriores ao tempo histórico e geopolítico onde estão sendo
produzidos. Tal acepção nos coloca diante do desafio de formular com certa
precisão a problemática que envolve as articulações e mútuas ressonâncias
constituídas entre as esferas de trabalho, da tecnologia e da saúde mental, em
especial no Brasil. Nosso campo problemático se configura em meio aos efeitos que
o trabalho remoto vem produzindo na saúde mental de trabalhadores. A perspectiva
psicodinâmica dejouriana (Dejours, 1994) vem nos permitindo sustentar, percorrer e
analisar os processos que integram o mundo trabalho. Nesse movimento é
fundamental demarcar que a questão do corpo vem se insinuando de maneira
proeminente em nossos percursos de atuação, pesquisa e extensão. É cada vez
mais urgente a necessidade de produzir analíticas de um corpo situado, gendrado,
racializado e materializável, talvez menos psicologizado. Também um corpo
performado pela tecnologia e pelos equipamentos que compõem nossa vida
cotidiana.
A direção que adotamos aposta no diálogo com alguns autores que estabelecem as
diferentes interfaces entre as noções de corpo e de produção de subjetividade, tais
como Butler (2019), Haraway, (2009) e Guattari, (1992). Interessa-nos pensar a
potência da clínica do trabalho em construir leituras analíticas e intervenções
situadas diante dos modos como o trabalho e a tecnologia vem produzindo modos
de viver, pensar e de se reconhecer como corpo-sujeito trabalhador, em diálogo com
estes autores.
Admitimos ainda que a temática é ampla e multifacetada. As tecnologias nos são
cotidianas, produzem realidades, corpos e movimentos de desejo. Ao mesmo tempo
vivenciamos impactos não tão saudáveis deste encontro em nosso corpo, nas
relações de trabalho, sociais e familiares. Por isso, construímos uma imagem de
quem trabalha como intimidados e seduzidos, pois percebemos os trabalhadores
experienciando estes dois lugares; o pulsar do desejo pela digitalização e facilidades
que isso pressupõe, e por outro lado a tirania que se presentifica nas outras formas
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de trabalhar e de se relacionar. No texto essa discussão se desenha inicialmente


com um capítulo trazendo elementos conjunturais para pensarmos o mundo do
trabalho no Brasil. Na sequência apresentamos como alguns conceitos foram se
diagramando em um movimento que nos permitiu uma posição teórico-analítica,
entre os autores referidos e a psicodinâmica do trabalho.

Trabalho remoto e os modos contemporâneos de trabalhar


O trabalho constitui-se em movimentos de transformações e de conservação ao
longo da história. Na contemporaneidade, modifica-se não só em termos de sua
concepção, como das relações, organização e ambientes de trabalho, ainda que, em
muitas atividades siga operando de forma bastante tradicional. O trabalho, com a
modernidade, passou para fora dos domínios da casa e o trabalho doméstico,
mesmo tendo ficado fora do processo de assalariamento, seguiu funcionando como
importante pilar de sustentação do capitalismo. Tal fato mostra como capitalismo e
patriarcado andam juntos na desvalorização do trabalho doméstico e, na medida em
que associa-se ao trabalho feminino, segue operando desvalorização até nossos
dias, ainda que assalariado.
Na sociedade contemporânea e, sobretudo, com o advento da pandemia de Covid-
19, estes espaços voltam a co-habitar, no sentido de compartilhar um mesmo
espaço-tempo, favorecido e, até mesmo impulsionado, pelas tecnologias digitais e
de conexão. A organização do trabalho usa expressões como home office,
teletrabalho, trabalho remoto, Programa de Gestão por Demandas (PGD) que
significam a possibilidade de trabalhar fora das dependências do empregador, com a
utilização de tecnologias de informação e de comunicação.
Segundo dados do PNAD-Covid19 (IBGE, 2020a), 8,6 milhões de pessoas estavam
em trabalho remoto no mês de junho de 2020, no Brasil. As pessoas que estão ou
que puderam estar por mais tempo nesta modalidade de trabalho durante a
pandemia, em sua maioria, foram homens, com ensino superior completo e/ou pós-
graduação (Castro, 2021). Também eram brancos e, assim, mostram que este
privilégio associa os marcadores sociais de classe, raça, escolaridade e gênero
neste modo de trabalhar.
Antunes e Fisher (2020), ao se debruçar sobre os impactos da Covid-19 nas
políticas de teletrabalho do judiciário federal brasileiro, relatam que as medidas de
distanciamento social estimularam o teletrabalho, e que não havia na literatura
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registro da implementação desta modalidade como resultado de uma crise de saúde


até então. O teletrabalho como medida compulsória nos tribunais federais do Brasil
foi uma solução rápida, mas com inúmeros desafios.
Durante a pandemia, o trabalho entrou ainda mais na intimidade, não só invadindo
os momentos de ócio criativo (De Masi, 2000), mas trouxe com ele todas as equipes
de trabalho, chefias, pautas e produções para dentro das casas. A pandemia provou
que a classe trabalhadora pode aumentar a produção quando está dentro de suas
casas, e que quem emprega, seja ente público ou privado, economiza em luz, café,
água, limpeza, auxílio transporte, entre outros.
O momento atual de mudanças na legislação em diversas áreas acontece em um
contexto desfavorável, com retroação de conquistas importantíssimas da classe
trabalhadora no Brasil, ameaçando também suas formas próprias de organização, a
exemplo da Reforma Trabalhista sancionada pelo Governo Temer em 2017,
fundamentalmente com a aprovação da Lei 13.467/2017 (Brasil, 2017). Isso não é o
começo, mas também não é o fim da história.
De acordo com pesquisas do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho,
CESIT, a regulamentação do trabalho temporário, autônomo e terceirizado e da
jornada parcial, além da criação de uma nova forma de contrato, a do trabalho
intermitente, "legaliza a transformação do trabalhador em um empreendedor de si
próprio, responsável por garantir e gerenciar sua sobrevivência em um mundo de
trabalho que retirará a já frágil rede de proteção social existente." (CESIT, 2017, p.
52).
As mudanças geram impactos na vida social e profissional das pessoas que
trabalham. As jornadas maiores e a intensificação do ritmo podem levar ao aumento
do número de acidentes de trabalho e adoecimentos ocupacionais. A possibilidade
de terceirização em massa, onde muitos direitos não serão garantidos devido à
precarização das relações estabelecidas neste tipo de contrato; e a negociação
direta do empregador com trabalhador também traz uma grande pressão para quem
trabalha, no sentido que se sente coagido pela possível perda do emprego.
Além disso, há um acirramento da competitividade entre quem trabalha pela
exigência de uma maior produtividade e o aumento da jornada, com a diminuição da
entre jornada. Isto em um país onde a taxa de desemprego aumenta a cada dia. De
acordo com dados da PNAD Contínua do IBGE (2020b), em fevereiro de 2020 o
número de pessoas desocupadas era de 12,3 milhões, hoje com a crise sanitária,
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são 14,1 milhões. Estes dados são resultados de reformas de matriz neoliberais que
não acabam por aqui. Está em processo também, a Reforma Administrativa,
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, que precariza a base dos
serviços públicos. Entre as mudanças propostas estão os critérios de definição das
carreiras típicas de Estado, o ingresso por meio de um vínculo de experiência, a
criação de cargos de liderança e assessoramento e a fragilização da estabilidade
dos atuais servidores.
De acordo com Orejuela et al (2020, p.113):
An analysis of the actual situation of work allows recognizing a set of
determinant conditions of the experience of subjective discomfort and suffering
as intensification, disregard, individualization, deregulation, and the regimens
of contradiction and indifference
Dardot e Laval (2016) afirmam que compreender o neoliberalismo é compreender o
projeto social e político que ele representa, com suas dimensões políticas,
econômicas, sociais e subjetivas. Os autores afirmam que o “neoliberalismo
transformou profundamente o capitalismo, transformando profundamente as
sociedades” (p.8). Caracteriza-se por um sistema normativo, que estende a lógica do
capital para todas as esferas da vida, e aponta que estamos entrando em uma era
pós-democrática, onde as ações coletivas se tornam mais difíceis. Depois de
olharmos os acontecimentos sociais, políticos e econômicos do Brasil e seus
impactos no trabalho, miramos para como se dá a relação destas experiências a
partir do encontro do trabalho com as tecnologias.
Agora, mais do que nunca, os aparelhos celulares e os computadores de mão,
tablets e outros similares estão na rotina de vida e de trabalho de todos, e não só
dos mais aficcionados pela virtualidade. As janelas se atualizaram, delas vemos a
vida passar, vemos o mundo lá fora, aplaudimos os profissionais de saúde nos
meses de março e abril de 2020; mas também começamos a habitar muito mais as
janelas do windows, que viraram nossa realidade a cada dia mais digitalizada. Não é
incomum encontrar reportagens expondo o quanto a Microsoft lucrou nos últimos
três anos, de acordo com a Revista Forbes Money (2022) a empresa superou as
expectativas e o resultado alcançado foi impulsionado por modelos de trabalhos
híbridos.
As vivências de trabalho que estamos experienciando denota a aproximação real da
conectividade do corpo. O resultado é a exposição à tecnologia como forma de
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prosseguimento da produção do seu próprio trabalho. Mas como se dá esse


encontro de quem trabalha com o trabalho mediado pelas tecnologias de informação
e comunicação via redes? É sabido que já existia uma proposta sedutora sobre a
possibilidade de se trabalhar remotamente, como se isso fosse sinônimo de
liberdade e felicidade. No entanto percebemos que, longe de ser uma constatação
simples, entender as novas formas de trabalhar como mais saudáveis ou mais
adoecedoras é algo bastante complexo, abrindo muitas linhas para serem pensadas
e colocadas em análise.

TRABALHO e a clínica psicodinâmica do trabalho


Com base nos estudos de Dejours (1992), trabalhar é uma experiência mobilizadora,
que articula o psíquico e o social como dimensões inseparáveis. Ao mesmo tempo,
individual e coletiva, é construída no cotidiano de trabalho e depende do espaço
oferecido pela organização do trabalho para o uso da inteligência prática,
cooperação e reconhecimento moral e simbólico. É uma mobilização constituída por
vivência permanente de sofrimento criativo, que é positivo para o trabalhador, na
medida em que permite colocá-lo em ação. Ao contrário, quando este espaço não
existe, impera a desmobilização, o sofrimento criativo é transformado em
patogênico, gerando uma paralisia frente ao real, anestesiando a ação e colocando
em risco a saúde, o desempenho e a produção.
O sofrimento patológico caracteriza-se pela vivência de angústia, medo e
insegurança diante das contradições da organização do trabalho (Poersch e Merlo,
2017). Estas vivências expressam-se nos sentimentos de indignidade,
desqualificação, inutilidade, falta de reconhecimento e desgaste. A presença deste
sofrimento caracteriza um processo de falhas das estratégias para enfrentar as
adversidades da organização do trabalho, indicando a existência de riscos
psicossociais que levam ao adoecimento no trabalho.
Desde este ponto de vista, o trabalho é, ao mesmo tempo, produto e produtor do
contexto sócio-político e histórico que constitui o cenário de onde podem constituir-
se sujeitos na condição de trabalhadores e trabalhadoras. Ou seja, os modos como
o trabalho se organiza e se estrutura está nas relações produzidas neste contexto,
assim como nossas vivências como quem trabalha, a saúde e o adoecimento. Para
Mendes e Wünsch (2007) os modelos de gestão e a organização do trabalho
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refletem diretamente na saúde dos trabalhadores e como estes vivenciam sua


inserção no trabalho
Tomando como base conceitual a teoria da Psicodinâmica do Trabalho, ela nos
instrumentaliza para olhar como as pessoas se organizam em relação ao seu
trabalho, como essa organização opera no seu cotidiano e no fazer do coletivo de
trabalho, e como, coletivamente, vão se engendrando formas de trabalhar.
A noção de mobilização subjetiva, no campo da psicodinâmica do trabalho, é um
importante referente para pensar os modos como sujeito e trabalho se interconectam
em processos de co-produção. A mobilização subjetiva enquanto um processo que
articula os recursos psicológicos de quem trabalha com as possibilidades de troca e
deliberação em espaços coletivos, (Dejours, 1999) explicita a tensão entre trabalho
prescrito e o trabalho efetivamente realizado. Justamente nesta tensão, que resiste
aos modos prescritivos de trabalhar, podem ser colocados em questão, dando
evidência aos modos cotidianos de trabalhar. Este tensionamento mostra,
justamente, a potência dos arranjos cotidianos que, efetivamente, constituem estes
modos. Modos estes, produzidos, compartilhados e reconhecidos coletivamente,
permitem o uso da inteligência astuciosa e de seus desdobramentos no campo
institucional e político, assim como no plano ético, político e estético.
Importante considerar que os modos de trabalhar são diferentes de trabalho.
Trabalho é algo que nos remete à concepção, criação, produção do novo. Diz
respeito ao sentido que damos ao que fazemos. Modos de trabalhar são as formas
como nos inserimos ou não no mercado de trabalho, através do emprego e do
desemprego. Como nos relacionamos com os colegas, com os gestores, com as
instituições e com a organização do trabalho que encontramos no nosso cotidiano.
Os pressupostos da clínica psicodinâmica do trabalho afirmam a construção de um
espaço coletivo e ético de fala e escuta sobre o trabalho e é, através deste
movimento de fala e escuta, que surge a possibilidade de pensar criticamente o
trabalho, os deslocamentos, os modos como se produzem visibilidades e
invisibilidades sobre os modos de fazer e sobre os sentidos do trabalho. A clínica
também é o momento de partilhar e criar outras formas de trabalhar, além de
reafirmar o senso da coletividade e potencializando a cooperação.
Pensando na importância dos coletivos de trabalho, Dias, Zanella e Tittoni (2017)
afirmam que, em se tratando de trabalho, “cada uma [trabalhadora] deixa uma marca
singular e inigualável, mas que esta compõe uma trama maior, somente possível
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coletivamente” (p.169). Assim, a possibilidade de construir ou não coletivos no


trabalho configura formas de vivenciar e produzir saúde nas formas de vivenciar e
produzir saúde. De acordo com Benevides Barros e Barros de Barros (2007), a
tríade dor-desprazer-trabalho tem relação com os fracos vínculos que os
trabalhadores estabelecem nos e com os seus espaços/processos de trabalho.
Uma discussão importante, levantada por De Masi (2000), é em relação ao overtime
e a criatividade. O autor afirma que trabalhar além do tempo destrói a criatividade,
afetando a vida familiar e o crescimento pessoal. Dejours (1992), quando trata das
possibilidades de saúde mental no trabalho, afirma que um dos fatores fundamentais
é a possibilidade de ser criativo no trabalho, o que resulta de uma mobilização
subjetiva, como já referido. Mesmo partindo de referências distintas em vários
aspectos, os autores convergem no entendimento de que, se o sujeito se sente
cansado e trabalha por pressão, tem dificuldade para colocar sua inteligência
prática em ação, não sendo mais criativo, alimentando um ciclo de sofrimento, senso
de inutilidade e culpa. Quando quem trabalha está dentro de casa, diminui a
intensidade de estímulos criativos e, se não houver um investimento sócio cultural,
aumenta o prejuízo psíquico.
Diferentes estudos mostram que as principais queixas das pessoas que trabalham
remotamente são: excesso de trabalho; convivência familiar; dificuldade de
concentração, dificuldade de cumprir a carga horária de trabalho, pois há sempre
horas extras trabalhadas; ansiedade; cansaço; falta de motivação; dificuldade com
sinal de internet e com aparelhos eletrônicos; excesso de reuniões e reuniões muito
estendidas.
O home office na pandemia abriu caminho para um crescimento significativo desta
modalidade para todas as categorias que puder ser implantado. O risco deste
crescimento é a fragmentação dos coletivos de trabalho e o aumento das patologias
da solidão e do assédio moral, pois fragilizam os laços entre os trabalhadores e
individualizam questões que são coletivas. Esse modo de trabalhar já era uma
tendência mesmo antes da pandemia, esse acontecimento apenas acelerou esse
processo.
A noção de espaço ganha outra contribuição de Sibilia (2010), que traz para a
discussão as formas de construção institucional e as formas de controle na
configuração social contemporânea. A autora usa como pano de fundo a escola,
para falar sobre as paredes e as redes, fazendo um paralelo de como as paredes
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eram mecanismos de controle, e como, hoje, as redes controlam e são controladas


pelos sujeitos contemporâneos.

Cada vez mais, todos conhecemos tanto o prazer como a asfixia de estarmos
sempre conectados e disponíveis, reportando-nos e nos mantendo
atualizados quanto a tudo o que ocorre na virtualidade das redes, respon-
dendo e alimentando os suaves mandatos da interação permanente com uma
infinidade de contatos, o tempo todo e em todo lugar. Desse modo, dia após
dia, sintonizamos nossos órgãos vitais com as alegrias e as aflições da
atualidade. (Sibilia, 2010, p.7)
O encontro do trabalho com as tecnologias digitais produzem experiências distintas
na história do trabalho. Fazendo o paralelo do advento das tecnologias com as
formas de trabalhar, Tanure, Carvalho Neto e Andrade (2007) identificam que dentre
os fatores de sofrimento, está a sobrecarga, o excesso de tempo e energia
dedicados ao trabalho. Segundo os autores, as novas tecnologias sequestram o
tempo de “não-trabalho” (além de dificultar o próprio tempo “no” trabalho). Ao
contrário do que se imaginava, as inovações não pouparam trabalho, mas se
expandiram para outras esferas da vida. Alguns executivos, revela a pesquisa,
consideram-se escravos da tecnologia, outros utilizam-na como facilitadora.
Gilberto Dupás (2006, p.7) afirma que é preciso estar sempre acessível e conectado,
lema da era da tecnologia da informação. “Sentimo-nos culpados e temos de
justificar quando não estamos ‘ligados’. Até nossas casas, última zona teórica de
intimidade, são invadidas [...]”. O movimento constante é meta do capitalismo e as
tecnologias são inseridas para auxiliar neste processo.
Os processos de subjetivação como se dando entre arranjos que produzem não só
modos de viver (e, neste caso, de trabalhar), mas expandem-se para a produção e
captura do próprio desejo. O home office vem colado a narrativas que convocam o
desejo, tais como "trabalhe onde quiser, na beira do mar, na casa de campo, do
outro lado do planeta", mas, esta narrativa esconde o caráter essencialmente
coletivo do trabalho e seus desdobramentos na saúde de quem trabalha, podendo
acentuar sentimentos de solidão e de não reconhecimento, como já referido.
O trabalho em home office e o trabalho remoto produzem, assim, estilos de vida que
engendram novas formas de controle. Ainda que a narrativa de um trabalho
autônomo seja um importante referente para sua ampliação e aceitação, o que se
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observa são outras formas de controle. Observando nosso próprio cotidiano de


trabalho e nas conversas que estabelecemos com nossos pares, ouvimos relatos de
que estão (e estamos) disponíveis para o trabalho 24 horas por dia. E se não se
colocam nesta posição, o gestor ou os colegas os colocam, enviando mensagens a
qualquer hora. Isto se apresenta como um problema porque a forma com que
trabalhamos cria a forma de trabalhar de todos, não vem de uma entidade ou
sistema. Somos nós mesmos que criamos, confirmamos e reproduzimos.
Outro elemento, que está combinado ao incremento da individualização do trabalho
e às novas estratégias de controle, é a velocidade que a tecnologia digital imprime
às ações e ao pensamento. Deste modo, coloca em ação a relação que se
estabelece com o tempo, onde se destaca a sensação de "não ter tempo para
nada", na medida em que a demanda produzida pela tecnologia é infinita e veloz.
Precisamos de máquinas cada vez mais velozes, e nos olhamos, nos enxergamos e
nos tratamos como máquinas. Dessa forma, nós também teremos um bug em
relação a nossa noção de tempo; e daí temos mais um problema, que é o espaço,
porque a rapidez muda situações, mas permanecemos com o mesmo pano de
fundo.
Todos estes elementos conduzem para pensar a tecnologia no plano político, na
medida em que se impõe um modo de viver onde a digitalização da vida impera,
sendo cada vez menos possível escolher entre fazer ou não o uso de tecnologias
digitais. A digitalização dos modos de viver foi se impondo através de processos
essenciais para a vida cotidiana, como o acesso aos recursos financeiros,
cadastramento para acesso a políticas públicas, os relacionamentos interpessoais (e
amorosos) levou a sua expansão vertical e horizontal impondo-se de forma intensa.
Assim, quando falamos em tecnologia, falamos da pena usada para escrita, fala na
caneta, fala no lápis, fala no celular, do computador, da folha de papel, tudo isso é
tecnologia e precisamos disso para produzirmos, não só uma produção do trabalho
ligada a remuneração, mas para outras produções que feitas no nosso dia a dia. E
existe uma exigência de tecnologia para nossa saúde, e que daí tem a ver com outra
coisa que é ausência da tecnologia que nos faria ficar melhor acomodados,
exemplo: cadeira ergonômica, mesa ergonômica, teclado e monitor na altura correta
e apoio para os pés.
Muitas questões se colocam a partir destas considerações, mas destacamos uma,
que remete à modernidade e aos pontos considerados como origens do capitalismo,
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ou seja, estamos trabalhando como máquinas, estamos tentando subverter, ou


estamos "nos adaptando"? Esta questão está calcada em diferentes dualismos
situados no pensamento moderno, como homem e máquina, masculino e feminino,
humano e animal, sujeito e objeto, somente para citar alguns. Esta forma de pensar
a tecnologia parece deixar muitos pontos em aberto para pensar nossa experiência
contemporânea e coloca o desafio de pensar os modos como tecnologia e modos de
viver se co-engendram através de diferentes acoplamentos. Este desafio coloca-se
também para pensar saúde mental e trabalho e os modos como se configuram
vivências de prazer e sofrimento no trabalho, talvez exigindo a produção de outro
parâmetros de análise

Processos de subjetivação e a produção de tecno-corpos


A tecnologia produz subjetividade, inteligência, modos de trabalhar e se relacionar,
conforme Queiroz e Melo e Moraes (2016, p. 190) “tecnologia como um conjunto de
estratégias que emergem na vida coletiva, co-engendradas com a evolução do ser”.
Do ponto de vista semântico, ouvimos expressões como “tenho dificuldade de
rendimento no trabalho, em desligar do trabalho de sair do piloto automático” e elas
apontam para um modo de viver como máquina, pois humanos não rendem, nem
ligam e desligam, não se programam ou reprogramam.
Sibilia (2012) afirma que nós, sujeitos contemporâneos, temos corpos compatíveis
com as tecnologias: “Esses artefatos de uso cotidiano não só suscitam velozes
adaptações corporais e subjetivas aos novos ritmos e experiências, mas também
acabam surgindo e se popularizando em virtude dessas mudanças.” (p. 204).
A perspectiva da autora nos convida a pensar nos processos de subjetivação
contemporâneos. Nesse caso, ganha relevância o diálogo com Guattari (1992) para
quem as máquinas e signos formam redes e dispositivos que concorrem para o
engendramento da subjetividade. As condições de produção evocadas nesse
processo:
implicam conjuntamente instâncias humanas, intersubjetivas manifestadas
pela linguagem e instâncias sugestivas ou identificatórias concernentes à
etologia, interações institucionais de diferentes naturezas, dispositivos
maquínicos, tais como aqueles que recorrem ao trabalho com o computador.
(Guattari, 1992, p. 21)
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Nessa linha de pensamento podemos colocar em movimento a noção de um corpo


pós-orgânico, moldado para e pelo capitalismo. Com seus acoplamentos
tecnológicos o que nos leva ao conceito de ciborgue, de Donna Haraway (2009). De
acordo com a autora, ser ciborgue não quer dizer ser uma máquina ou ter próteses
de silício pelo corpo, mas sim estar em relação a, e termos novas formas de
funcionar incorporadas. Desta forma, nosso relacionamento com o celular, rede de
computadores, energéticos, pílulas para acordar e dormir, alimentos industrializados,
procedimentos médicos nos faz, a todos, ciborgues. Haraway sustenta a ideia de
que não somos seres naturais, mas sim construídos e reconstruídos, a partir das
redes. “A tecnologia não é neutra. Estamos dentro daquilo que fazemos e aquilo que
fazemos está dentro de nós. Vivemos em um mundo de conexões – e é importante
saber quem é que é feito e desfeito”. (Haraway, 2009, p.32)
Disso resulta a acepção de que corpo, tecnologia e subjetividade co-emergem em
um processo de feitura incessante. Butler (1996; 2018; 2019), refere a
perfomatividade dos corpos, destacando alguns elementos. O primeiro é de que o
corpo é materialização contínua e incessante de possibilidades. Fazemo-nos corpo e
isso é diferente da acepção de que “somos um corpo”. Aqui, em especial, a autora
nos convoca a destituir da ideia de que há um “eu” anterior e desencarnado que faz,
ou mesmo dirige o corpo que lhe é próprio. O “eu” é, pelo contrário, incorporado,
tornando-se um modo de incorporação de possiblidades, paradoxalmente,
circunscritas e condicionadas em convenções históricas. Em segundo lugar, o corpo
é feitura, um ato de reiteração e de reprodução das mesmas condições históricas
que produzem efeitos de regulação no seu campo de possibilidades. O corpo como
ato performativo, sempre em movimento. Nesse processo “os atores estão sempre
no palco” (Butler, 2019) lá onde ensaio, interpretação e texto são performados, sem
que o roteiro deixe de operar em todas as direções possíveis.
Butler (2019) enfatiza que a matéria dos corpos é efeito de dinâmicas de poder e
normas regulatórias que integram determinadas formas de governo nas quais esse
processo de materialização ganha sentido e inteligibilidade. A tensão entre um
campo de possíveis e as regulações que nele operam mostra que um corpo
trabalhador é o efeito daquilo que lhe é atribuído nos meandros dos poderes
institucionais, sem os quais sua própria condição de materialização seria impossível.
Butler (2019) nos indica que nesse campo de possíveis, um corpo trabalhador
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também pode ser convocado pela possibilidade de reivindicar outros modos de


existir.

A clínica do trabalho e as derivas de um modo corpo-(des)conexão: entre o


esgotamento e a resistência
O percurso deste texto resulta de indagações que são próprias aos nossos campos
de atuação como docentes, pesquisadoras e psicólogas. Nosso encontro é
demarcado pelo efeito mobilizador que o exercício da escuta analítica das narrativas
de trabalhadores vem nos provocando nos tempos atuais. Apostamos no campo da
clínica do trabalho como um território que exige a ruptura constante com práticas
estanques, muitas vezes colonizadoras. Nesse movimento não podemos ignorar a
aliança das forças neoliberais e conservadoras da qual se nutrem as atuais formas
de governo no Brasil (2016-2022).
Passamos a viver o efeito de formas de governo que instituem o medo e a crise
como horizontes insuperáveis. As palavras de ordem são austeridade, dívida de
Estado e crise. Lazzarato (2017) nos alerta que, na contemporaneidade, Estado e
capital financeiro se articulam na produção de dívidas estatais. Ao Estado é atribuída
a manutenção da engrenagem financeirizada e a gestão da cobrança. O endividado
aqui é um só, a população. Todo esse processo deve gerar uma população que se
sinta culpada e responsável por esse endividamento, mesmo sendo uma dívida que
por ela não foi contraída. Entram em cena as atuais políticas de austeridade que
são, na perspectiva do autor, políticas coercitivas de confisco. Isso vale para os
impostos propriamente ditos, mas não somente. Há simultaneamente o confisco de
salários por meio da redução do salário mínimo. Despesas sociais do estado
providência também sofrem efeitos desse processo, em especial nas
aposentadorias. Ainda segundo o autor, a máquina do confisco gera e se justifica na
necessidade de privatizações. No Brasil isso se traduz em fome, sucateamento das
políticas públicas, desemprego, supressão de direitos do trabalho, trabalho precário,
incluindo aí, muitas vezes, o chamado home office.
Se o tal trabalho remoto um dia prometeu a possibilidade de um modo de trabalhar
nômade, autônomo, livre de pesadas arquitetônicas, não foi aqui que o
encontramos, pelo menos, não de forma geral. Deparamo-nos, sim, com corpos
esgotados, trabalhadores vivendo em cubículos, alguns contando com
equipamentos precários, a maioria deles pouco podendo se deslocar espacialmente
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em função de restrição financeira ou mesmo de tempo. Já as forças conservadoras


se insinuam na cristalização de formas de governo autoritárias que investem na
criminalização de movimentos coletivos, sindicatos, sustentando também práticas
sexistas, racistas e lgbtifobicas.
Daí a importância de salientarmos que as interfaces entre corpo, produção de
subjetividades e tecnologias tornaram-se um campo aberto, um território lacunar, um
hiato que nos exigiu outras maneiras de colocar em jogo o problema da saúde
mental no trabalho contemporâneo. Chama-nos atenção a forma como as
expressões esgotamento, medo, crise, culpa, celular e computador se tornaram
recorrentes em nossos campos de atuação. Não à toa o diálogo com Haraway e
Butler foi-nos necessário e porque não dizer vital.
Nesse exercício teórico-analítico é impossível compreender a produção de um modo
de fazer-se corpo-trabalhador sem percorrermos as linhas que constituem as
dinâmicas de poder neoliberais em aliança com normas regulatórias conservadoras.
Lá onde buscávamos o fluido, o líquido, o veloz, encontramos a restrição, a
obstrução transitiva. Corpos, muitas vezes, em asfixia diante de instituições tais
como a Família, a Nação, a Pátria, O Deus, o Estado em sua forma Financeirizada.
Ganham maior inteligibilidade e legitimidade os corpos brancos, de preferência os
reconhecidamente homens Cis e heterosexuais, aqueles que performam um corpo
trabalhador seguindo os regimes da boa conduta, dos bons costumes, mas não sem
antes fazerem-se corpo- trabalhador empresário de si, mesmo em situações de
trabalho absolutamente degradantes.
Corpo e tecnologia se constituem aqui por meio das mais variadas conexões. Para
percorrer a multiplicidade de maneiras como essas conexões se desenham e se
arranjam, foi-nos necessário a superação das velhas dicotomias corpo x máquina,
natureza x cultura, corporeidade x subjetividade. Emerge daí a percepção de um
modo-corpo-trabalhador sempre conectado, mas não menos esgotado, em franca
desconexão com as forças vitais e de afectibilidade que produzem sentido no
trabalho. Daí resulta a ideia de que a clínica do trabalho aposta na produção de
sentido como resistência e criação de outros modos de trabalhar.
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