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Apostila Introdução a

Medicina de Combate.

TC3 Brasil

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2ºEdição
Sumário
Capa............................................................................................................................................... 1
Sumário ..................................................................................................................................... 2
Introdução ............................................................................................................................. 3
Surgimento do TCCC ..................................................................................................................... 4
Contexto histórico .................................................................................................................... 4
Surgimento e Criação do
TCCC..........................................................................................................................................5
O que é o TCCC.............................................................................................................................. 6
Aspectos legais no Brasil .............................................................................................................. 6
Fases do TCCC
Planejamento e Briefing ............................................................................................................... 7
Care Under Fire ............................................................................................................................. 7
Retorno de Fogo..........................................................................................................................8

Movimentação de feridos ......................................................................................................8

Tactical Field Care ....................................................................................................................... 12


O Mnemônico MARCH ...............................................................................................................12
M- Hemorragias Massivas..........................................................................................................12

A- Vias Aéreas.............................................................................................................................20

R- Respiração..............................................................................................................................22

C- Circulação...............................................................................................................................23

H-Hipotermia..............................................................................................................................26

H-Ferimento de Cabeça..............................................................................................................26

Tactical Evacuation Care............................................................................................................ 29


Evacuação em veículos................................................................................................................... 29

Rotas e Atalhos....................................................................................................................31

Comunicação......................................................................................................................31

Fontes......................................................................................................................................32

Parte Especial...........................................................................................................................33

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Introdução
Este material tem por objetivo a introdução ao tema da medicina de combate em
português para leigos interessados no tema, agentes de segurança pública e
profissionais de saúde. Todos nossos dados e informações são retirados e baseados
nos Comitês CoTCCC, CoTECC , no Comitê Brasileiro de APH em Combate e em nossa
experiência como instrutores.

Este material tem objetivo meramente educacional e não substitui a necessidade de


treinamento real e experiências práticas dentro dos temas abordados.
Procurem instituições de ensino de qualidade e instrutores qualificados em suas
regiões para um aprendizado mais específico de técnicas e procedimentos dentro dos
protocolos. Ao leitor recomendamos a busca insaciável por conhecimento.

Sobre a TC3 Brasil.


TC3 Brasil é uma empresa brasileira localizada no RJ, voltada para difusão das técnicas
de TC3 e protocolos de medicina de combate a nível militar , policial e civil no Brasil.
Temos por objetivo ensinar e discutir em diversos níveis as melhores e mais
atualizadas técnicas que manterão operadores e agentes vivos nas piores situações
possíveis e dar a eles e suas equipes a chance de sobrevida.
Nossas aulas e instruções são organizadas em módulos e estruturadas seguindo o que
há de mais moderno no mundo da medicina de combate e acompanhando as
atualizações feitas por diversos comitês no tema ao redor do mundo.

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Surgimento do TCCC
Contexto histórico
O atendimento pré hospitalar possui raizes históricas que acompanham a história da
humanidade através das guerras , porém apenas em 1803 durante as guerras
napoleónicas com o Cirurgião Dominique Jean Larrey, podemos dizer que temos os
primeiros registros de algo próximo ao que conhecemos hoje. Com Larrey temos os
primeiros registros de atendimento médico em campo, surgimento das triagens e
transporte de feridos através de carroças adaptadas conhecidas como ‘’ Flyig
ambulances”.
Em 1853 durante a guerra da crimeia temos o surgimento de Florence Nightingale , a
pioneira na melhoria das condições de tratamento e assistência a feridos em batalhas
através da higienização das enfermarias , separação de doentes e registro das doenças
e condições enfrentadas por estes soldados.

Em 1859 em Solferino , norte da ítália na batalha de Solferino entre franceses e


italianos contra austriacos, surge Henry Dunant, que ao testemunhar os horrores da
guerra, cria um sociedade de socorros para feridos de guerra que seria oficialmente
reconhecida pelos Estados, surge então o Comitê Internacional de Cruz Vermelha,
responsável até os dias de hoje pelas regulações de guerra , tratamento de feridos e
assistência humanitária em diversas partes do mundo.

Alguns anos depois em 1914 tem-se inicio a Primeira Grande Guerra ( 1914-1918) , a
partir deste periodo temos um avanço do tratamento cirurgico , uso de armas
quimicas (gás sarin , gás mostarda). Na Primeira guerra mundial algumas dificuldades
imperavam nos terrenos: desde as condições sanitárias precárias como o surgimento
do chamado pés de trincheira , as dificuldades alimentares e logisticas e do ponto de
vista de atendimento médico temos as longas distancias do campo de batalha até os
hospitais de campanha e o inicio do uso de torniquetes para contenção de
hemorragias.
Já a partir de 1938 com o inicio da Segunda Guerra (1938-1945) podemos observar
uma avanço nas condições medicas de guerra como os cuidados em campo através do
uso de analgesia ( grande uso de morfina) feitos pelas figuras dos paramédicos , uso
de torniquetes e carros de evacuação médica assim como hospitais de campanha.

Cinco anos após a segunda guerra mundial no periodo conhecido como Guerra fria ,
temos a Guerra do Vietnã (1955-1975) , onde algumas mudanças foram sentidas, como

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o uso de Helicopteros de resgate de feridos (MEDEVAC) , uso de drogas mais modernas
e ainda a presença de torniquetes. As dificuldades do terreno pantanoso do Vietnã era
uma das maiores dificuldades médicas para a evacuação , assim como a dificuldade de
achar LZs (landing zones-“Zonas de pouso”) seguras para a retirada desses feridos
devido os intensos ataques das forças vietcongues.

Finalmente chegamos a 1993 , neste ano temos a conhecida batalha de Mogadiscio na


Somália , que tinha por objetivo a captura do ditador Mohamed Farrah Aidid pelas
forças militares americanas com o apoio das Nações Unidas (ONU) como parte da
Operação Serpente Gótica. A batalha de Mogadiscio marca o inicio interno das
reestrurações das forças armadas americanas no seus protocolos de atendimento
médico em combate, a época as forças militares americanas ainda utilizavam procolos
civis utilizados e adotados pelos sistemas de emergência nos EUA. A batalha de
Mogdiscio teve como infeliz saldo a morte de 18 Operadores Especiais , 75 militares
feridos e estava planejada para durar apenas 30 minutos , porém o conflito contra os
milicianos de Aidid durou dois dias, além disso dois Helicopteros Black Hawk foram
abatidos.

Surgimento e Criação do TCCC.


Em 1996 é criado e publicado o protocolo TCCC ( Tactical Combat Casualty Care) ,
primeiramente utilizado e adotado por unidades especiais como SEALs da Marinha
Americana , Army Rangers do Exército Americano e Pararescue Jumpers da Força
Aérea Americana. Suas primeiras atualizações foram publicadas em 1999 no PHTLs (
Pre Hospital Trauma life Support) e mais tarde endossado pelo Colégio de Cirurgiões
Americanos e pela NAEMT.
Sendo adotado em 2005 pelo USSOCOM ( United States Special Operations Command)
como seu protocolo de cuidados em campo padrão. Atualmente o TCCC , é utilizado
por todas forças armadas americanas , pela OTAN e seus aliados além de unidades
militares de outros países.

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O que é o TCCC?
O TCCC ( Tactical Combat Casualty Care) é um protoloco padrão de cuidados em
campo utilizado pelas forças militares americanas no atendimento de seus feridos em
campo. O Protocolo TCCC é baseado em uma medicina baseada em evidências e foi
construído através da colaboração de diversos orgãos e especialistas militares e civis
ao longo dos anos.
Atualmente pertence ao DOD-Departament of Defense (Departamento de Defesa
Americano) sendo conduzido pela junção de diversos especialistas de todas as forças
de defesa americana dentro do chamado JTS ( Joint Trauma System), suas atualizações
são publicadas anualmente através de um comitê de especialistas , CoTCCC ( Committe
on Tactical Combat Casualty Care).

Objetivos do TC3

 Tratar a vítima

 Prevenir vítimas adicionais

 Completar a missão

Aspectos legais no Brasil


 ART. 135 Código Penal – OMISSÃO DE SOCORRO
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

 PORTARIA NORMATIVA MD/GM Nº 16, 12 DE ABRIL DE 2018


Aprova a Diretriz de Atendimento Pré-Hospitalar Tático do Ministério da Defesa para regular
a atuação das classes profissionais, a capacitação, os procedimentos envolvidos e as
situações previstas para a atividade.

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Fases do TCCC
 Planejamento e Briefing
Planejamento:

Levantamento prévio das localizações em hospitais mais próximo onde a missão


será executada.
o Divisão de funções entre os operadores de acordo com suas
especialidades.
o Verificação de equipamentos.
o Verificação de mapas da região e levantamento de informações de
inteligência.
o Duplicação de alguns itens e ferramentas (especialmente itens médicos).
Rota mais rápida para o hospital mais próximo;
 Movimentação da equipe no ambiente hostil durante o atendimento ao
ferido;

 Contato com Oficial de Operações para atualização acerca do ocorrido e se


necessário a solicitação de apoio por outras equipes.
 Contato com hospital para onde o ferido será socorrido;

FASE 1: Care Under Fire – CUF


Care Under Fire- CUF ou em tradução Livre Cuidados Sob Fogo,é a fase onde o
atendimento é prestado por um operador no local do evento, enquanto ele e o ferido
ainda estão sob fogo hostil.

Neste momento a atenção deve ser redobrada e o ferido fica em segundo plano. A
primeira regra é REPELIR a ameaça ou DIMINUIR a intensidade do ataque para que
você e sua equipe possam retira-lo com o mínimo de risco possível.
Nesta fase alguns cuidados devem ser tomados e algumas regras devem ser
respeitadas para que efeitos coláterais ou indesejados não ocorram:
• Se o tiroteio está acontecendo- Não tente tratar seu ferido na zona mortal.

• Supressão de fogo inimigo e a movimentação de feridos para abrigo são as


maiores preocupações.

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• Se o ferido for capaz de se mover para se proteger, ele deve assim fazer para
evitar expor a equipe ao fogo inimigo.
• Se o ferido estiver incapaz de se mover e irresponsivo, o ferido está além da
possibilidade de ajuda e move-lo sob fogo pode não valer o risco.
• Se o ferido está responsivo mas não pode se mover, um plano de resgate deve
ser planejado se taticamente possivel.
Se tiver que mover um ferido sob fogo, considere o seguinte:
– Localização do abrigo mais proximo.
– Qual a melhor forma de move-lo para a área abrigada.
– O risco para os outros operadores.
– O peso do operador e da vitima.
– Distância a ser coberta.
– Use a supressão de fogo e a fumaça para ter vantagem.
- Recupere a arma da vitima se possível.

Movimentação de feridos em campo.


A palavra chave que resume esse momento é Simplicidade. Movimentar feridos em
uma zona quente ou morna apesar de parecer simples , sob fogo ou stress pode se
tornar um verdadeiro pesadelo caso feito de forma errada ou negligente.
Devemos levar em conta que em situações taticas não há a disponibilidade de
materiais e muito menos uma prancha rigida de transporte, por isso movimentar seu
ferido para uma cobertura deve ser feita de forma rápida e simples.
Colocamos abaixo algumas opções que utilizamos.

 Apenas 1 Socorrista

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 Com 2 Socorristas

 Com 4 Socorristas

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Alguns equipamentos também são utilizados por paramédicos de combate para
carregar feridos:
NAR Quiklitters

Produzidas pela North American Rescue , garantem até 500 lbs


(aproximadamente 226 kgs). Desenvolvida em tecido de polietileno e resistente a
água. Se torna uma excelente opção para transporte de feridos em diversos
ambientes.

fonte: https://www.narescue.com/all-products/evacuation/nar-quiklitters.html

Lonas de transferências ou maca alpina.

A nível Brasil , como uma opção mais barata e


mantendo o padrão de transporte. Podemos
utilizar a opção das lonas de transferências ou
conhecidas como “macas alpinas”. Sua
maleabilidade permite que seja dobrada e
transportada em mochilas em diversos teatros de
operações. Algumas marcas garantem que seus
produtos resistem entre 150 kg e 200 kg de peso
de uma vitima.

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Uma outra técnica bastante utilizada é a Técnica de Transporte Bombeiro ( Firemans
Carry) que em combate se torna uma técnica pouco prática e até mesmo perigosa.
Traduzimos aqui alguns dos motivos da sua não utilização pelo Dr Mike Simpson
(Médico e Ex Forças Especiais do US Army)
(Tradução Autorizada pelo Dr Mike Simpson)

1) Expõe a vítima a um volume maior de fogo efetivo. Essencialmente, você o


está usando como escudo humano.

2) Existe o potencial de agravar lesões, especialmente lesões pélvicas,


abdominais, torácicas e na cabeça.
3) É praticamente impossível com um paciente inconsciente. Não importa o
quanto alguém pense que está “fingindo de morto” quando você pratica, eles
estão sempre ajudando. Instintivamente, eles não querem ser descartados.

4) Você não pode correr de 3 a 5 segundos para cobrir fogo com alguém em
seus ombros. Se você ajoelha-se, está se tornando uma isca de atirador muito
atraente.
5) Se você tropeçar, você se machuca e a vítima que estava tentando salvar.
6) Acaba sendo muito mais lento que outras técnicas. Entre o incômodo de levá-
lo até lá e depois negociar o terreno, você ficará exposto ao fogo por mais
tempo e levará mais tempo para alcançar o próximo nível de atendimento.
7) Praticamente todas as leis da física e da cinestesia dizem que essa é uma
ideia momentânea. Se for apenas você, arraste a vítima. Você pode se mover
surpreendentemente rápido, parar para devolver o fogo, se abrigar, e a vítima
continuará plana no chão, que é o lugar mais seguro para se estar.

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FASE 2 : Tactical Field Care- TFC
Tactical Field Care , ou em tradução livre Cuidados em Campo é a segunda e mais
importante fase de todo o protocolo TCCC. Temos nessa fase uma mudança na
dinâmica de trauma. A zona não está mais quente e você e sua equipe poderão tratar
dos seus feridos e aplicar os procedimentos aprendidos e estudados. Manter a calma
neste momento é essencial para que os detalhes sejam percebidos e o diagnóstico seja
preciso. É nesta fase que os conhecimentos e procedimentos medicos serão aplicados
dependendo do nivel de preparo e treinamento médico do operador assim como suas
habilitações, é também nesta fase que usaremos a sequência de atendimento MARCH.

O mnêmonico MARCH
Na fase Tactical Field Care, Após retirada da vitima da zona quente e de leva-lá para
um abrigo, inicia-se de imediato o atendimento dessa vitima através da sequência do
mnemônico MARCH. Que Significa:
M- Massive Hemorrhage M- Hemorragia massiva
A- Airway A- Vias Aéreas
R- Respiration R- Respiração
C- Circulation C- Circulação
H- Hypothermia/ Head Injury H- Hipotermia / Ferimento de cabeça

Vamos agora entender cada uma de suas letras.

M- Hemorragia Massiva
Esse é o primeiro e mais importante passo na sequência de atendimento em combate.
As hemorragias massivas representam uma parte significativa das mortes preveníveis
em combate , cerca de 60% segundo o CoTCCC.
Na primeira abordagem fazemos uma avaliação primária para identificar se há um
sangramento significativo ou não, caso as roupas atrapalhem a visualização, seja por
cor ou quantidade de pano, utilizamos a tecnica de “Blood Sweeps”utilizando ambas as
mãos para “apalpar” os membros e o resto do corpo para procurar por sangramentos
escondidos.

Deixar de tratar um sangramento massivo pode levar essa vitima ao choque


hipovolêmico que falaremos mais a frente e acarretar no resultado morte. Apenas para
termos uma ideia , um sangramento arterial femural é capaz de lhe deixar inconsciente
em 3 minutos se não controlado corretamente.

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Para evitarmos tais resultados recorremos a uma antiga ferramenta , chamada
torniquete.

Torniquetes (TQ)
Os torniquetes nos últimos anos se tornaram uma das principais ferramentas em
combate depois dos fuzis e munições , essa pequena peça de polimero e plástico foi
responsável por salvar inúmeras vidas de soldados e civis no Iraque e no Afeganistão
assim como em todo mundo onde foi utilizada.

Uso do Torniquete (TQ)


 Usado em ferimentos de profundidade arterial.

 São atualmente fundamentais para parar sangramentos em ferimentos


extensos e sangramentos massivos.
 São também utilizados de forma preventiva mesmo em ferimentos por calibres
menores. (armas curtas).
Tempo ideal:
 2 Horas (Ideal)- Porém pode permanecer por mais tempo sem lesões aos
tecidos.
 Manter caso o socorro não tenha chegado.

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Nunca use um torniquete original para treino.

Torniquete CAT geração 7 -CAT Resources.

Recomendações acerca de torniquetes.

1-Nunca use um torniquete original para treino. Use sempre torniquetes específicos
para treinamento, pois com o tempo as tiras e o poder de compressão do torniquete
real, podem ser afetados.
2- Ao comprar seu torniquete verifique a procedência e siga a regra de apenas
comprar torniquetes homologados pelo CoTCCC, isso porque estes produtos passaram
por avaliações científicas , industriais e foram testados em combate.
3- Mantenha seu torniquete longe do sol e protegido para evitar o desgaste de sua
estrutura.
4- Seu Torniquete é de uso ÚNICO, não o reaproveite , lave ou reutilize-o.

Torniquetes em crianças
Dados
o Segundo a National Vital Statistics System 680 crianças morrem anualmente em
decorrencia de violencia armada.
o Segundo relatorio de 2016 do Colegio Americano de Cirurgiões (Trauma Data
Bank) 1067 crianças morreram em acidentes automobilistcos.
o Estatisticas do FBI entre 2016 e 2018 70% do casos de Active Shooter
aconteceram em ambientes escolares.
Assim como os adultos , crianças também são afetadas pela violencia urbana ,
conflitos armados e confrontos, e podem se tornar vitimas que necessitarão de
cuidados adicionais.
Torniquetes e Crianças.
Segundo estudos , boa parte dos torniquetes utilizados ao longo dos protocolos de
medicina de combate podem e devem ser utilizados em crianças. Alguns aspectos
porém residem ao se tratar de pacientes pediátricos como:
- Tamanho de membros - Idade

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Tipos de Torniquetes- Especificação por circunferências

CAT- Gen 7
Efetivo em membros com circunferência
entre 17,7 cm- 88,9 cm.

RMT
Efetivo em membros com circunferência
menor que 6,35 cm.

Tabela: Principais medidas de circunferência de membros pediátricos.

A aplicação de torniquetes em crianças não muda em relação a adultos.

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Aplicação do Torniquete no Protocolo TCCC
Existem duas tecnicas principais utilizadas para aplicar um torniquete de combate ,
são elas: A forma EMERGENCIAL ou DELIBERADA.
Na forma Emergencial, o torniquete é aplicado na forma “Alto e apertado”. Próximo
as axilas nos membros superiores ou próximo a virilha nos membros inferiores.

Na forma Deliberada o torniquete é aplicado 3 a 4 dedos acima do ferimento.

Atenção: Jamais posicionar o Torniquete sob


juntas ou articulações.

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Aplicação do Torniquete

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Tipos de Torniquetes Homologados

CAT Geração 7 SOFT-T RMT

Por que não improvisar o Torniquete (TQ) ?


Em diversas situações nos deparamos com a seguinte pergunta: Posso improvisar o
Torniquete ? A resposta é: Não! Por alguns motivos:
 Tempo demorado de produção (Care under Fire´TQ aplicado na cena)
 Quantidade de força a ser aplicada que precisa ser mantida
 Altas chances de quebra ou falha

 Dor- No TQ improvisado é maior que no TQ comercial por sua má distribuição de


pressão pela superfície de contato.

Gaze de Combate (Combat gauze)


As gazes de combate ou combat gauzes são gazes embebidas em agentes
hemostáticos com capacidade coagulante , algumas delas utilizam uma substância
chamada “Kaolin”, um mineral inorganico que acelera a habilidade natural de
coagulação do corpo.
Sobre as Combat gauzes:
 Possui uma eficácia melhor do que a gazes convencionais , além de um pressão
maior no ferimentos junto com a presença de um agente hemostático (Celox).
 É usado também nas áreas de troncos e juncionais , através da técnica de
tamponamento manual do ferimento, de forma a preencher a cavidade e parar
o sangramento.
 Material de substituição : Gaze em metro

 Tempo de compressão: 1 min a 5 min com agente hemostático / 5 min a 10


min caso não tenha agente coagulante.

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Àreas juncionais
São os locais do corpo em que não é possivel a instalação dos torniquetes de
extremidades (pescoço, ombros, junção pelvica) , sendo necessário nestas áreas o uso
da técnica de preenchimento da cavidade do ferimento pelas Gazes de Combate.

Exemplo de aplicação da Combat Gauze em area Juncional.

Tipos de Gazes de Combate

Bandagem Israelense
Inventadas pelo médico militar Bernard Bar-Natan como uma forma de facilitar e
modernizar as formas de contenção de hemorragias massivas são hoje uma das
opções mais conhecidas no meio militar e policial. As bandagens israelenses se
tornaram excelentes de peças de complemento aos torniquetes e gazes de combate
atualmente.

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A-Vias aéreas
Podem ser divididas em Superiores e Inferiores, sendo as Superiores o foco da letra A
do MARCH, compreendendo estruturas da face como cavidade nasal , cavidade oral
Faringe ( Nasofaringe, Orofaringe e Hipofaringe) e Laringe. As vias aéreas superiores
tem por função a adequação do ar ( aquecimento , umidificação e filtração), assim
como o olfato.

A obstrução de vias aéreas e a dificuldade respiratória por acumulo de fluidos como o


sangue da própria vitima ou mesmo fragmentos de dentes ou ossos quebrados podem
ser as maiores dificuldade na hora de avaliar uma vitima com ferimento em tais
regiões ou ainda em ocasiões adversas de intoxicação por fumaça. Para isso,
recorremos a uma avaliação fisica importante das vias aéreas após controlar as
hemorragias massivas presentes.

Tratamentos
1- Manobra “Chin Lift” ou simplesmente a elevação do queixo em conjunto a
imobilização da testa. Mantém uma via aérea pervea e permite um maior
aporte de oxigenio a nosso pacientes.

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2- Posição Lateral de segurança , uma das manobras mais rápidas e simples de se
aplicar a vitimas incoscientes e conscientes mas que não consigam se
movimentar no momento ou estejam com dificuldade respiratória,
especialmente em incidentes com multiplas vitimas, A posição lateral de
segurança nos permite ganhar tempo e ao mesmo tempo ajudar a melhorar a
oxigenação de nossa vitima.

3- Canula Nasofaríngea trata-se de um simples tubo pequeno de borracha que é


introduzido na via aérea pela cavidade nasal. Tem por objetivo a melhora da
entrada de oxigênio quando o paciente está inconsciente.

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R- Respiração
Falemos agora sobre as vias aéreas inferiores. Compreendem as seguintes estruturas:
Laringe,Traqueia, Pulmões e Diafragma. Nesta etapa devemos garantir o funcionamento
adequado do sistema respiratório de acordo com o tipo de apresentação clinica do
paciente e cenário ao qual nos encontramos.

Os problemas mais comuns em combate na respiração ou na caixa toracica sãos os


disparos por armas de fogo que acarretam no chamado pneumotórax.

Pneumotórax
Pode ser divido de duas formas: Aberto ou fechado. Os pneumotórax fechados podem
ser produzidos por fraturas de costelas ou impactos na caixa toràcica como em
acidentes automobilísticos.

Os pneumotorax abertos são aqueles produzidos por ferimento por armas de fogo ,
lâminas ou objetos perfuro cortantes que penetram o tórax e causam uma abertura
nos tecidos , danificando uma das estrututuras do pulmão chamada de pleura,
membrana serosa que reveste o pulmão , sendo sua camada externa chamada de
pleura parietal , aderida a cavidade tóracica e sua parte interna denominada pleura
visceral que reveste a superficie do pulmão. Quando essa estrutura é rompida , ocorre
então uma entrada de ar atmosférico que começa a se alojar no espaço pleural ,
causando uma redução do pulmão da parte afetada e dificultando a expansão da caixa
torácica do lado afetado.

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Tratamentos

Como formas de tratamento utilizamos algumas técnica e tecnologias em


campo para que este quadro seja estabilizado.

1- Chest Seal- Um dos principais produtos no tratamento de ferimento


penetrantes na caixa torácica. Um dispositivo com canais que impedem a
entrada do ar atmosferico na caixa torácica durante a inspiração enquanto
permite a saida do ar durante a expiração.
Os Chest seals podem vir em diversos tamanho com diferentes
tecnologias dependendo dos tipos de fabricantes. Podem ser valvulados ou
não valvulados. O comite do CoTCCC recomenda que a preferência seja
dada a Chest seals valvulados e depois aos Chest Seals não valvulados , por
sua eficácia em prevenir o pneumotórax segundo estudos clinicos em
animais.

C-Circulação
Na letra C , tratamos sobre a circulação. Por estarmos inseridos em um contexto
mais básico falaremos apenas de alguns mecanismos fisiológicos circulatórios e
pularemos tratamentos mais complexos como o uso de técnicas de punção venosa e
uso de medicações, por serem no Brasil um conhecimento técnico restrito a
profissionais da área da saúde.
Nos mecanismos de circulação as hemorragias serão nosso foco principal de análise
visto que alguns mecanismos são capazes de agravar o quadro de nossos pacientes e
levar a morte.
Um dos principais mecanismos abordados em aulas e instruções referentes a perda
sanguínea é o "Choque hipovolêmico " mas para muitos fora da comunidade de saúde

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o conceito e as definições acerca deste fenômeno acabam se tornando um pouco
complexos ou específicos demais.
Como muitos sabem nosso corpo possui uma quantidade média de litros de sangue
para o funcionamento de nossa circulação sanguínea e oxigenação tecidual. Algumas
literaturas nos trazem de 6% a 8% do nosso peso corporal , dando uma média de 5-6
litros de sangue totais em indivíduos com uma média de peso de 70-75 kgs variando
sempre de individuo para individuo.
Essa quantidade sanguínea total é responsável pelo bom funcionamento dos nossos
órgãos e células além de manter todo um equilíbrio vital para vida humana. sendo
levado através de pequenos e grandes "tubos" chamados de veias e artérias. Quando
ocorre um grande trauma ou ferimento capaz de danificar essas estruturas
responsáveis por transportar este fluxo sanguíneo, temos então um extravasamento
desse conteúdo para o meio externo, a isso damos o nome de hemorragia, que
acarreta a chamada hipovolemia.

Hipovolemia: Redução do volume sanguineo. A hemorragia é a causa mais comum do


Choque Hipovolêmico, pois dimiui a pressão de enchimento da circulação e como
conseguência diminui o retorno venoso.

E a partir de que ponto uma Hemorragia pode se transformar


no Choque Hipovolêmico?

O principal fator a ser considerado reside na quantidade de volume sanguíneo


perdido, tendo como variante o tempo em que aquela vitima tem seu conteúdo
sanguíneo extravasado de seu corpo junto a extensão ou gravidade dos ferimentos. De
forma didática:
Choque (conceito)- Fluxo sanguíneo inadequado generalizado pelo corpo, na
extensão em que tecidos corporais são danificados, especialmente em decorrência do
suprimento deficiente de oxigênio e de outros nutrientes para as células teciduais.
( Guyton & Hall 12 edição).

Segundo o PHTLS a perda sanguínea pode ser divida em classes:

 Classe I- até 750 ml (15% do total de sangue no corpo) Ex: Doação de Sangue

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 Classe II- 750 a 1.500 ml (15%-30% do total de sangue no corpo)

 Classe III- 1.500 a 2.000 ml (30%-40% do total de sangue no corpo)

 Classe IV - Acima de 2.000 ml (Acima de 40% do total de sangue no corpo)

A partir da classe II temos um risco maior da instalação do Choque , sendo a fase IV sua
fase irreversível que consequentemente leva o organismo humano a morte. O fluxo
sanguíneo inadequado faz com que os tecidos corporais, comecem a se deteriorar,
incluindo o coração e o próprio sistema circulatório: "O próprio Choque produz mais
Choque".

Triade Letal
Junto a progressão do Choque Hipovolêmico um segundo e complexo fenômeno
começa a instaurar-se nesta vitima com perda sanguínea excessiva, é a chamada
Tríade Letal, composta por três principais elementos: Coagulopatia, Acidose e
Hipotermia.

-Acidose: PH menor que o normal por conta do aumento de concentração de ions de


hidrogênio.

-Coagulopatia: Qualquer desordem no sangue que dificulte a coagulação sanguínea.

-Hipotermia: Diminuição da temperatura corporal.

-Triade letal: A combinação de acidose , coagulopatia e hipotermia que geralmente


leva a morte em um paciente traumático.

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H-Hipotermia e Ferimento de cabeça

Hipotermia
No trauma possui um significado diferente do usual. A hipotermia nesse caso continua
sendo o mecanismo de perda de calor, porém decorrente da perda sanguínea e uma
parte para o ambiente.( Condução)

 O tratamento apesar de simples é fundamental para a manutenção do sistema


coagulante.
 Prevenir a hipotermia é muito mais fácil do que trata-lá.
 Material de substituição: Cobertores de lã, Cobertores de algodão , cobertores
de poliéster.

Manta aluminizada- Principal item de um ifak contra a instalação da


hipotermia e conservação de calor.

Ferimento de cabeça
Os ferimentos de cabeça em combate constituem uma tarefa complexa de se
diagnosticar previamente. Representam a nivel civil uma grande porcentagem
das mortes em acidentes automobilisticos e 6% das mortes em geral em
combate , adicionando-se ainda a preocupação com o uso de IEDs ( Dispositivos
explosivos improvisados ) que podem ter resultados semelhantes a impactos na
região cranioencefálica.

Em niveis básicos poucos procedimento nos restam além da rapida evacuação.


A preocupação com os sangramentos e hemorragias continuam sendo nossa
primeira prioridade. Alguns sinais e sintomas nos mostram evidencias de como
proceder com alguns tipos e formas de ferimentos de cabeça.

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Sinais Clinicos

1- Sinal de Battle

Descoberto pelo Cirurgião William Henry Battle ( 1855-1936) em suas pesquisas


sobre concussão e neurite óptica, descobriu que um arroxeado no processo
mastoide (região atras da orelha) , é o resultado do extravasamento de sangue
pelo caminho da arteria auricular posterior, indicando um trauma carebral da
base do cranio.

2- Sinal de guaxinim

Um dos sinais mais faceis de serem reconhecidos , apresenta-se como um


arroxeado em volta das orbitas oculares. Tem por nome cientifico Bléfaro-
Hematoma e pode vir a se apresentar também como um forte indicativo de
lesão de base de crânio.

Alguns outros sinais e sintomas podem aparecer em uma vitima que apresente
um ferimento de cabeça:
 Perda de memória recente
 Incapacidade de manter um fluxo de pensamento coerente
 Confusão e dificuldade de concentração

 Dor de cabeça prolongada


 Problemas na visão
 Tontura
 Náusea e vômito
 Desequilíbrio

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 Zumbido no ouvido
 Fotofobia
 Perda de audição e/ou olfato.

Dispositivos de tratamento.
Bandagem Israelense

Nos ajudam a controlar essas hemorragias de cabeça e


manter nossas mãos livres.
Eye shields
O mesmo vale para os ferimentos oculares com o uso de bandagens israelenses
adaptadas com “Eye shields” ou protetores oculares.Usados em traumas
oculares de rapida aplicação.

Eye Shield

Agentes Hemostáticos
Como falados anteriormente , estes agentes hemostáticos trabalham como
aceleradores da hemostase sanguinea em qualquer região do corpo, podendo ser
utilizados também em ferimentos de cabeça. Exercendo sua função de hemostasia na
area afetada que apresente algum tipo de sangramento.

Como recomendação em região de cabeça para corte não muito


profundos o formato em pó granulado dos agente hemostáticos também pode ser
utilizado para contenção de hemorragias nessa região.

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IT Clamp

Dispositivo utilizado para ferimentos de cabeça , pescoço, axila , genitais e couro


cabeludo. O dispositivo faz a junção de extremidades e contenção de hemorragias.
Uma das tecnologias mais recentes ainda em ampla utilização mundo a fora.

Fase 3: Tactical Evacuation Care-TEC


Neste momento ocorre a retirada definitiva dos feridos da cena.Eles (os feridos) são
transportados através de viaturas, ou carros civis (CASEVAC) ou por aeronaves e
ambulâncias (MEDEVAC) que foram solicitadas pela equipe em solo.
Alguns aspectos se fazem importantes na retirada das vitimas do teatro de
operações.

 Reavaliação
Reavaliar o que foi feito ao longo de todo mnemonico para buscar erros e avaliação
das condutas aplicadas.
 Compartilhamento de informações a equipes médicas.
Ao entregar sua vitima a equipes medicas em um hospital ou de resgate comunique
algumas minimas informações para poder orientar as equipes sobre o que foi feito ou
o que procurar.Se possivel e viável dê a eles um relatório completo do que foi
identificado com mais detalhes.
 Paciente estável/ Instável
 Ferimentos Identificados.......... Ex: PAF Perna direita e ombro esquerdo
 Tratamentos realizados......... Ex:Torniquete perna direita , uso de selo de torax

Monitoramento
Mesmo que a evacuação médica seja feita pela própria equipe , mantenha um
monitoramento minimo sob sua vitima. Importante a niveis básicos entender os
padrões de sinais vitais e saber reconhecer variações importante que mereçam

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atenção. Mantenha também contato constante com sua vitima , encorajando-a ,
reafirmando e explicando o que está sendo feito.

Evacuações em veiculos.
Diante da realidade brasileira a maioria das evacuações de feridos em operações
policiais e militares e mesmo em casos de feridos civis são feitas utilizando veiculos,
sendo viaturas ou carros de passeio quando não houve tempo de uma ambulancia
chegar ao local. Na evacuação veicular os mesmos principios anteriores serão
aplicados, porém algumas adaptações podem ser feitas para facilitar o atendimento
pré hospitalar em questão.
Adaptações
Em veiculos algumas adaptações podem ser feitas para ganhar tempo e agilidade no
tratamento de feridos.
- Uso de Lanternas acoplacadas ao teto.
- Confecção de um Ifak veicular acoplado ao banco do motorista ou carona.
- Uso de uma segunda Lona de transferência/ Maca alpina disponivel sob o banco
esticada ou em um canto acessível para retirada facil da vitima.
Ifaks Veiculares
Ifaks veiculares (Ver parte especial dessa apostila) podem se apresentar de diversos
formatos e tipos de configurações. Podem ser acoplados ifaks comuns na cabeceira do
banco do motorista ou carona com paines destacáveis ou paineis maiores com
diversos itens de um IFAk duplicados ou organizados em consonacia com o mnemonico
MARCH e sua sequência de atendimento.
Alguns exemplos: Fonte: imagens da internet

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Rotas e atalhos
- Ainda na fase de preparação da missão (briefing) , organize e sistematize as
melhores rotas , saídas e caminhos caso o pior aconteça.
- Dê preferência de condução ao operador mais experiente ou que já tenha
atuado em tal área.(Casevac).
- Mapeie hospitais de referencia da área.
- Procupe por centros cirúrgicos para levar seu ferido.Avalie as UPAs ( unidades
de pronto atendimento) de sua região para saber se possuem capacidade de
estabilização do seu paciente até chegar a um nivel mais avançado de
atendimento.

Comunicação
- Comunicação com sua equipe e a central de seu órgão/unidade é fundamental
para a transmissão da mensagem e sobrevida da vitima.
- Opte por opções de equipamentos e sistemas confiáveis e de bom alcance.
- Se possível deixe sob avisos as equipes medicas dos hospitais de área daquela
região , caso seja uma patrulha ou batalhão de área.

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Fontes Utilizadas
1- Deployed Medicine
2- PHTLs Military- 6ªEdição
3- PHTls- 8ª Edição
4- Pararescue Medical Operations Handbook- October 2018
5- Artigo: High velocity gunshot injuries to the extremities:
management on and off the battlefield-Jowan G. Penn-Barwell &
Kate V. Brown & C. Anton Fries
6- Artigo: The profile of wounding in civilian public mass shooting
fatalities- Howard R. Champion, FRCS(Edin), FACS, Ronald F. Bellamy,
MD, FACS, COL, US Army, Ret.,
Colonel P. Roberts, MBE, QHS, MS, FRCS, L/RAMC, and Ari Leppaniemi,
MD, PhD
7- Prolongedfieldcare.org
8- TacMed Australia
9- Guyton & Hall- 12ª Edição
10- TECC- Tactical Emergency Casualty Care-2ª Edição (Course manual)
11- Anatomia e Fisiologia Humana- Elaine Cristina Mendes Marques
12- Basic Trauma Life Support- 2ª Edição em Espanhol- Editores: John
Emory Campbell e Eduardo Romero Hicks
13- Artigo: Improvised tourniquets: Obsolete or obligatory?
Sarah K. Stewart, MBChB, Juan C. Duchesne, MD, and Mansoor A. Khan,
MBBS, FRCS(GenSurg), London, United Kingdom
14- Artigo: Eliminating preventable death on the battlefield-
Russ S Kotwal , Harold R Montgomery, Bari M Kotwal, Howard R
Champion, Frank K Butler Jr, Robert L Mabry, Jeffrey S Cain, Lorne H
Blackbourne, Kathy K Mechler, John B Holcomb
15- Artigo: Survival With Emergency Tourniquet use to stop
bleeding in Major LImb Trauma
John F Kragh Jr 1, Thomas J Walters, David G Baer, Charles J Fox, Charles E
Wade, Jose Salinas, John B Holcomb

16- https://bulletproofzone.com/blogs/bullet-proof-blog/the-
difference-between-ifak-and-afak

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Parte Especial

TC3 Brasil

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Ifaks (Individual First Aid Kit)
Muitas pessoas nos mandam mensagem acerca de materiais e equipamentos voltados
a parte médica tática, a pergunta sempre é se esse ou aquele equipamento pode ou
não pode ser utilizado. Dependendo do caso a resposta sempre será: Depende!
O ideal é estabelecer uma lista de prioridades e de observação pessoal, seja da sua
rotina ou trabalho caso seja um policial ou um militar. A primeira coisa que se deve
perguntar é: Eu tenho treinamento especifico para o que estou procurando me
equipar ? Se a resposta for "sim", meio caminho já foi alcançado. Se a resposta for
"não" sugiro procurar nossa agenda de módulos para poder aprender o básico.
A segunda pergunta que se deve ter em mente é: O quanto estou disposto a pagar ?
lembrando que essa é uma das barganhas mais difíceis de se fazer , pois quanto pior a
qualidade do seu equipamento maiores são as chances de complicações e até mesmo
agravamentos. Não estamos dizendo aqui para gastar rios de dinheiro mas tenha em
mente que bons equipamentos são bons pois passaram por uma série de exames e
testes até serem aprovados pelos comitês de trauma.
A terceira observação é: O meu Kit básico servirá apenas para mim ? ou tenho
condições de guarnecer outras pessoas ao meu redor ? Familiares, amigos , colegas de
trabalho? Sua equipe ?
Todas essas ponderações devem ser feitas com cautela e atenção para então começar
a montar o seu próprio Kit.
O que é ?
IFAK significa Individual First Aid Kit ou em português “kit de primeiros socorros
individual”. Na doutrina americana os IFAKs concentram-se especialmente na função
de controle de hemorragias, são elas que acontecem em maior porcentagem , tanto
em campo, ambiente militar quanto no ambiente civil. Além de serem mais facilmente
identificáveis a olhares leigos e serem prioridade de ação em boa parte das siglas e
acrônimos de protocolos.Então vamos as ferramentas indispensáveis desse tipo de kit.

Como montar ?
Ao montarmos nosso IFAk devemos ter em mente que mesmo a niveis mais simples
ou básico, ele deve contemplar todas as letras de nosso mnemonico utilizado. Neste
caso o MARCH. Um IFAk Básico pode ser montado de diversas formas com diversos
produtos de diversas marcas, porém o padrão que adotamos é bem simples:
1- Torniquete
2- Gaze ( Com ou sem agente hemostático)
3- Bandagem Israelense
4- Luva
5- Chest Seal ( selo de torax)
6- Manta termica Alumizada

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Diferenças entre IFAK , AFAK e MFAK?
IFAk- Como definido anteriormente , IFAks podem ser traduzidos como “Kit de
primeiros socorros individual”, é utilizado no momento do evento em que você é uma
vitima. Em sua maioria tem por objetivo o controle de sangramentos massivos e
equipamentos mais básicos.
AFAk- Advance First Aid Kit pode ser traduzido como Kit de Primeiros Socorros
avançado. Possui os mesmos materiais de um IFAK porém com itens adicionais de
socorro de nível intermediário ou avançado como medicações , talas para
imobilizações de fraturas e kits de via aérea avançada.
MFAk- Multiple First Aid Kit, diferente dos IFAks que tem um proposito
individualizado, os MFAKs tem por objetivo o uso direcionado a multiplas vitimas ou
diversas pessoas além de não ser acoplado ao seu colete ou cinto. Geralmente são
transportados em grande mochilas ou bolsas, o objetivo é poder prover atendimento
médico de emergencia ao máximo de pessoas.

Como Levar ?
Transportar o Ifak para muitos se torna uma tarefa logistica um pouco complicada em
seus dias cotidianos ou em serviço. Para isso alem do bolsos de transporte
convencionais , que podem ser um pouco grandes demais para o dia a dia colocaremos
algumas opções mais discretas de transporte de seus equipamentos. É importante que
seus equipamentos fiquem bem acondicionados e juntos entre si , para que em uma
necessidade de intervenção todos os itens estejam proximos entre si e não haja
confusão no momento de aplicação do mnemonico.

1- Porta ifak da First Responder (@firstresponderbr).

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Possui um tamanho reduzido quando fechado, mais ou menos o tamanho de uma
carteira. Facil de transportar em bolsos de calças jeans , bolsos cargos de bermudas e
mochilas. Além de compacto é extremamente leve e produzido no Brasil tendo
facilidade de compra e acesso.

2-Porta Ifak de tornozelo da Strike Tactical

Uma excelente opção para o porte velado do seu IFAK em ambientes urbanos
principalmente. Além poder carregar todos os itens do IFAk é possivel anexar
diversos tipo de torniquetes e também transporta-los de forma velada. Na
imagem nosso ifak está composta por um torniquete CAT geração , Selos de
Torax Hyfin e um Combat Gauze Quickclot.

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Autores
Matheus Oliveira Lisboa Lima
Diretor e Instrutor TC3 Brasil

 Bacharelando Segurança Pública-UFF


 Estudante Técnico Enfermagem-Bezerra de Araujo.
 Socorrista- Cruz Vermelha Brasileira
 Escola Superior de Policia Civil do Paraná-ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM
COMBATE -MARC 1
 Conflitos contemporâneos: da Guerra Industrial as Guerras Assimétricas- Escola
de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).
 VII Ciclo de Estudos de Capacitação na prevenção e enfrentamento das
ameaças assimétricas e NBQRE (IBDC/ADPF)
 Stop The Bleed Course, ID #83076
 Instrutor Stop The Bleed,#Instructor ID 78548
Marlon Coutinho Moreno
Instrutor TC3 Brasil

 Graduado Educação Fisica- Estacio de sá


 Pós Graduado em Treinamento de Força e Personal Trainning- Celso Lisboa
 Certificado em primeiros socorros pela Cruz Vermelha Brasileira.
 Certificado em BLS pela American Heart Association.
 Escola Superior de Policia Civil do Paraná-ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM
COMBATE -MARC 1
 Instrutor Stop the Bleed, #Instructor ID 79137

Contatos:
Site:www.tc3brasil.com.br / Instagram: @tc3_brasil/email: tc3brasil@gmail.com

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