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1-16, 2021
ISSN: 2675-343X
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TRATAMENTO DO LINFEDEMA ASSOCIADO À TERAPIA COMPLEXA


DESCONGESTIVA E SEUS EFEITOS NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES
MASTECTOMIZADAS: REVISÃO DE LITERATURA

TREATMENT OF LYMPHEDEMA ASSOCIATED WITH COMPLEX


DECONGESTIVE THERAPY AND ITS EFFECTS ON THE QUALITY OF LIFE OF
MASTECTOMIZED WOMEN: LITERATURE REVIEW

France Rocha de Pinho1; Gabriele Fonseca de Moura1; Samela dos Santos Costa1
Dra. Thaiana Bezerra Duarte 2

Envio: 04/06/2021
Aceite:08/06/2021

RESUMO: O linfedema é o acúmulo de líquidos resultantes de falhas na drenagem do sistema linfático, que
acomete mulheres no pós-cirúrgico, ocasionando aumento do volume do membro, podendo desfigurar a imagem
corporal da mulher, diminuindo a qualidade de vida física e afetando a mulher psicologicamente. O tratamento
fisioterapêutico, através da Terapia Complexa Descongestiva, surge como forma de tratamento dessas
complicações do sistema linfático, para possibilitar o retorno as capacidades de movimento do membro, práticas
de atividades diárias e melhorar a aceitação da imagem corporal. Objetivo: Verificar os impactos e resultados
da Terapia Complexa Descongestiva na qualidade de vida de mulheres mastectomizadas que apresentam
linfedema. Materiais e métodos: A pesquisa foi do tipo revisão de literatura. As buscas foram feitas nas bases de
dados Pubmed, PeDro, Scielo. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos randomizados ou não, estudos
experimentais e observacionais que utilizaram a técnica da Terapia Complexa Descongestiva no tratamento do
linfedema em mulheres mastectomizadas, e que objetivaram verificar os efeitos da técnica sobre a qualidade de
vida destas mulheres. Os critérios de exclusão foram estudos não disponíveis na íntegra e que não trouxeram
desfechos relacionados a qualidade de vida. Resultados: Foram incluídos três estudos que tratavam da Terapia
Complexa Descongestiva na qualidade de vida de mulheres pós-mastectomizadas. Esses estudos verificaram a
importância na utilização desse tratamento na melhoria da saúde física e mental das pacientes, evidenciando a
cooperação das mesmas no processo, durante a fase de manutenção, resultando na melhoria da qualidade de
vida. Tal intervenção usou de Drenagem Linfática Manual, Bandagens de Compressão e Drenagem auto linfática,
somados a orientações e cuidados de profissionais qualificados para surtir efeitos positivos na vida das pacientes.
Conclusão: A Terapia Complexa Descongestiva mostrou-se eficaz, trazendo, além de diminuição de volume, peso
e dor, uma melhora física e psicológica das pacientes afetadas pelas complicações do linfedema.
Palavras-chave: Terapia Complexa Descongestiva. Mastectomia. Qualidade de vida. Linfedema.

1
Discentes do Curso bacharel em Fisioterapia, Uninorte Ser Educacional;
2
Doutora, Docente do Curso bacharel em Fisioterapia, Uninorte Ser Educacional.
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ABSTRACT: Lymphedema is the accumulation of fluid resulting from failures in the drainage
of the lymphatic system, which affects women after surgery, causing an increase in limb volume,
which can disfigure the woman's body image, reducing the quality of physical life and affecting
the woman psychologically. The physiotherapeutic treatment, through Complex Decongestive
Therapy, emerges as a way to treat these complications of the lymphatic system, to enable the
return of the limb movement capabilities, daily activities and to improve the acceptance of body
image. Objective: To verify the impacts and results of Complex Decongestive Therapy on the
quality of life of mastectomized women who present lymphedema. Materials and methods: The
research was a literature review. Searches were made in Pubmed, PeDro, Scielo databases.
Inclusion criteria were randomized or non-randomized clinical trials, experimental and
observational studies that used the Complex Decongestive Therapy technique in the treatment
of lymphedema in mastectomized women, and that aimed to verify the effects of the technique
on the quality of life of these women. The exclusion criteria were studies which were not
available in their entirety and which did not include outcomes related to quality of life. Results:
Three studies were included that dealt with Complex Decongestive Therapy on the quality of
life of post-mastectomized women. These studies verified the importance of using this treatment
in improving the physical and mental health of patients, showing their cooperation in the
process, during the maintenance phase, resulting in improved quality of life. This intervention
used Manual Lymphatic Drainage, Compression Bandages and Auto Lymphatic Drainage,
added to the guidance and care of qualified professionals to have positive effects on the
patients' lives. Conclusion: The Complex Decongestive Therapy proved to be effective,
bringing, besides the reduction of volume, weight and pain, a physical and psychological
improvement of the patients affected by lymphedema complications.
Keywords: Complex Decongestive Therapy. Mastectomy. Quality of Life. Lymphedema.

1 INTRODUÇÃO

A cada ano surgem novas tecnologias e tratamentos de combate ao Câncer, o que gera
grande esperança e grande chance de cura para as pessoas que apresentam esta doença. O câncer
de mama vem crescendo de forma considerável em todo o país. É a neoplasia que mais acomete
mulheres no Brasil, com exceção do câncer de pele não melanoma, é comum que as pacientes
apresentem linfedema no pós-operatório como consequência da intervenção cirúrgica (ALMEIDA;
MONTEIRO, 2020).
A retirada total ou parcial das mamas constitui o principal tratamento do câncer de
mama em nosso meio, porém, na maioria das doentes, o tratamento envolve a excisão de
linfonodos axilares para estadiamento do tumor e a realização de radioterapia para erradicação
de ramificação regional do tumor. Desse modo, há interferência na drenagem linfática normal
do membro superior ipsilateral, resultando no linfedema (GUEDES, 2002)
O linfedema é a complicação de maior morbidade no pós-operatório do câncer de
mama, afetando diretamente a qualidade de vida das pacientes. É definido como o acúmulo de
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proteínas no interstício, edema, e inflamação crônica, resultando em uma manifestação clínica


de inabilidade do sistema linfático, desencadeando uma diminuição do transporte da linfa. É
uma doença crônica, progressiva e geralmente incurável (REZENDE et al., 2010).
Ainda não há tratamento curativo para o linfedema, na atualidade. Usa-se a Terapia
Complexa Descongestiva (TCD), onde duas fases se assinalam, uma fase intensiva requerendo
a educação do paciente, bandagens de compressão multicamadas, drenagem linfática manual
(DLM), cuidados com a pele e exercícios físicos. E uma segunda fase, em que se encontram a
manutenção com roupas de compressão, cuidados com a pele e exercícios físicos. Tornando-
se, assim, eficaz no tratamento do linfedema (BAHTIYARCA et al., 2018)
Neste processo, a fisioterapia é fundamental tanto no pré, como no pós-operatório,
quando se detecta complicações devido ao procedimento cirúrgico. Mesmo sabendo que o ideal
é encaminhar as pacientes na fase precoce da mastectomia, ainda que não tenha nenhuma
morbidade estabelecida, através da fisioterapia é possível prevenir e minimizar o aparecimento
de linfedema (PACHECO, 2011).
Esse tratamento pode influenciar na qualidade de vida da paciente, pois ele busca não
apenas o alívio da dor, mas melhores condições de mobilidade para realizações de tarefas
simples e cotidianas, como ir para o trabalho, tomar banho, vestir uma roupa, fazer atividades
físicas, recuperando aos poucos a independência dantes vivida, porém, afetada por um período
no qual a paciente precisou da ajuda de outra pessoa (OLIVEIRA et al., 2010).
Visto a importância da condição de saúde, o diagnóstico de um câncer certamente
causa um impacto grande na vida do paciente devido toda à representatividade histórica –
inclusive de punição e castigo - que essa doença tem culturalmente. A mama representa
importância para o corpo da mulher como parte simbólica e característica da imagem feminina,
tem relação com a sexualidade e também com a função de mulher. Ainda, a mera possibilidade
de perda (parcial ou total) do seio já é um fator impactante de estresse para a mulher que recebe
o diagnóstico (LAHOZ et al., 2010).
Vale ressaltar que há poucos estudos que abordam a qualidade de vida de mulheres no
pós-operatório de mastectomia. A TCD é um conjunto de terapias que podem melhorar a qualidade
de vida, por possuir efeito a longo prazo. Porém ainda necessita de mais investimentos em suas
pesquisas. Mas essa lacuna, não é um empecilho para esta pesquisa, ao contrário, torna-se um
desafio, por entender que, para as mulheres que superaram o câncer de mama, o pós-operatório é a
parte mais delicada, por mexer com autoestima, a vaidade e a sua independência.
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Diante do exposto, esta pesquisa tem como objetivo verificar os efeitos da Terapia
Complexa Descongestiva na qualidade de vida de mulheres mastectomizadas que se submeteram
ao tratamento do linfedema.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa fundamenta-se em uma revisão de literatura. Foram selecionados artigos,


estudos e pesquisas publicadas, que contribuíram significativamente para o embasamento
teórico do trabalho em questão.
As buscas foram feitas nas seguintes bases de dados Pubmed, PeDro, Scielo no período
de março/abril de 2021. Foram usados os seguintes descritores: linfedema (lymphedema),
mastectomia (mastectomy), câncer de mama (breast câncer), fisioterapia (physiotherapy),
sistema linfático (lymphatic system) e Terapia Complexa Descongestiva (Complex
Decongestive Therapy).
Os critérios para inclusão foram ensaios clínicos randomizados ou não, estudos
experimentais e observacionais que utilizaram a técnica da Terapia Complexa Descongestiva
(TCD) no tratamento do linfedema em mulheres mastectomizadas, e que objetivaram verificar
os efeitos da técnica sobre a qualidade de vida destas mulheres. Os critérios de exclusão foram
estudos não disponíveis na íntegra e que não trouxeram desfechos relacionados à qualidade de
vida, além de estudos duplicados.
Depois da exclusão dos duplicados, foram realizadas as leituras de títulos e resumos,
excluindo-se os que não apresentavam resultados associados à fisioterapia. Os demais que
foram lidos na íntegra e retirados foram: as revisões literárias, os estudos transversais, outros
que não trataram de Terapia Complexa Descongestiva e também os que associaram outros tipos
de tratamento do linfedema.

3 RESULTADOS

Na busca de dados, foram encontrados 130 artigos nas bases de dados Pubmed, Pedro
e Scielo, que através dos descritores, tiveram relevância para esta pesquisa. Foram excluídos
30 artigos por duplicidade. Após a leitura dos títulos e resumos, 23 artigos também foram
excluídos por apresentarem resultados não associados à fisioterapia. Foram lidos na íntegra, 77,
dentre os quais 26 artigos de revisões literárias foram excluídos, 23 estudos transversais, 9
estudos de caso por não tratarem de Terapia Complexa Descongestiva e 16 artigos de estudos
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observacionais que associaram outros tipos de tratamento do linfedema. Foram incluídos 3


artigos nesta revisão, conforme demonstra o fluxograma a seguir (Figura 1):

Figura 1: Fluxograma da Pesquisa

Número de artigos científicos identificados nas bases de dados:


N=130
Pubmed (N=50) Pedro (N=50) Scielo (N=30)

Excluídos por
duplicação (N=30)

Leitura de títulos e resumos (N=100)

Excluídos por não estarem


associados a fisioterapia (N=23)

Artigos lidos na íntegra (N= 77)


Excluídos por serem outros tipos de estudo
(N=74)
Revisões literárias: (N= 26)
Estudos transversais: (N= 23)
Estudos de caso: (N=9)
Estudos observacionais (N= 16)

Artigos incluídos na revisão de


literatura
(N=3)

Fonte: Dados das pesquisas.

As características dos 3 (três) artigos incluídos nesta revisão estão descritas no quadro
1.
Quadro 1: Síntese dos Artigos Selecionados para esta Revisão
Autor/Ano Tipo de Objetivo do Estudo Intervenção Resultados
Estudo
Bahtiyarca; Ensaio Investigar os efeitos da O edema do braço foi Uma diminuição
Can; Clínico adição de drenagem auto avaliado pelo cálculo do significativa do
Ekşioğlu; Randomizado. linfática (DAL) à terapia volume com base nas volume foi
Çakci/ 2018 com bandagem de medidas da observada no
compressão (BC) em vez circunferência. braço afetado em
de drenagem linfática O Questionário de ambos os grupos
manual (DLM) na Desabilidades Rápidas do ao final do
primeira fase da terapia Braço, Ombro e a Mão tratamento.
complexa descongestiva (Q-DASH) para funções
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(TCD) no edema do dos membros superiores, Melhorias


braço, verificar a a pesquisa de saúde Short estatisticamente
qualidade de vida Form-36 (SF-36) para a significativas nos
avaliada pelo qualidade de vida e a escores SF-36 e
questionário Short Form- Escala Hospitalar de Q-DASH foram
36 (SF-36), verificar a Ansiedade-Depressão observadas em
função dos membros (HADS) para ansiedade e ambos os grupos;
superiores e sinais de depressão. A terapia no entanto, não
ansiedade-depressão em descongestiva complexa houve mudança
pacientes com linfedema (TCD) foi realizada em significativa nas
relacionado ao câncer de dois grupos de mulheres, pontuações das
mama (LRCM). o primeiro usando BC, e subescalas de
o segundo usando ansiedade e
BC/DAL Esta foi depressão da
composta por duas fases: HADS.
uma fase intensiva que
incluiu educação do
paciente, bandagens de
compressão
multicamadas, drenagem
linfática manual (DLM),
cuidados com a pele e
aspectos físicos com
exercícios e uma fase de
manutenção que incluiu
drenagem auto linfática
(DAL), roupas de
compressão, cuidados
com a pele e exercícios.
Os pacientes foram
avaliados antes e ao final
do tratamento, seis meses
depois.
Kim; Yi; Estudo Verificar se a terapia PCEV e volume do PCEV diminuiu
Kwon/ 2007 observacional descongestiva complexa linfedema foram significativamente
longitudinal (TCD) registrados (p <0,05) em 1
para linfedema de antes e 1 mês após a mês, mas
membro superior resulta TCD, e em uma visita de aumentou
em acompanhamento de 6 significativamente
alterações de longo prazo meses. (p <0,05) em 6
no linfedema e na O SF-36 (Medical meses
Qualidade de Vida, e Outcome Study 36 – em comparação
determinar se a alteração Short Form) foi usado com 1 mês [mas
induzida pelo tratamento para avaliar a qualidade ainda
no excesso de volume de vida. significativamente
percentual (PCEV) está Cada paciente recebeu reduzido (p <0,05)
correlacionada com tratamento de um desde o início. A
quaisquer mudanças no fisioterapeuta, que QV melhorou
linfedema. consistiu em significativamente
uma “fase descongestiva” com linfedema de
que durou de 2 a 4 membro
semanas dependendo da superior durante a
condição do linfedema e fase de
da situação econômica do manutenção, o que
paciente, durante a qual foi
os pacientes recebiam necessariamente
tratamento diariamente. correlacionado
Os com a redução do
pacientes então seguiram volume do
uma “fase de membro.
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manutenção” de
autocuidado. Os
programas da
fase descongestiva
consistiam em DLM,
bandagem
de compressão,
exercícios corretivos e
cuidados
com a pele, com cada
sessão de DLM com
duração
de 45-60 minutos.
Gradalski; Ensaio O objetivo deste estudo 51 mulheres (26 dentro Uma diminuição
Ochalec; Clínico foi comparar a redução no do grupo C do volume do
Kurpiewska/ Randomizado volume do edema em BC) completaram 26 membro (15,6%
2015 pacientes mais avançados semanas de terapia (duas no grupo BC e
(≥20% semanas de 13,8% no grupo
diferença de volume do fase intensiva e seis (TCD), volume do
membro) com linfedema meses da fase de edema
de braço pós-mastectomia manutenção). (47,2% e 47,4%,
obtido por bandagem de Os pacientes avaliaram respectivamente),
compressão sua QV em uma escala de e alteração de
(BC) e exercícios físicos avaliação numérica volume
vs. o mesmo (NRS; 0 = sem queixas, a relacionada ao
gerenciamento incluído melhor QV; 10 = a maior membro (14,7% e
com mais 30 minutos de intensidade, a pior QV). 12,5%) durante a
DLM (método Vodder II). fase intensiva
Sendo a terapia linfática foram observados.
descongestiva (TCD) Esta melhora
complexa (ou completa). permaneceu
constante em
ambos os grupos
após seis
meses de terapia
de manutenção. A
qualidade de vida
relacionada à
saúde medida pelo
Lymphedema
questionnaire,
antes da fase
intensiva de TCD
e após 3 meses de
tratamento de
manutenção
de forma
semelhante
mostrou melhora
em ambos os
grupos, com um
alto nível de
satisfação.
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Essa revisão incluiu um total de 128 mulheres submetidas a Terapia Complexa


Descongestiva.
Os três estudos usaram a Terapia Complexa Descongestiva, dois com adição de
drenagem auto linfática (DAL) à terapia com bandagem de compressão (BC); observações a
longo prazo no tratamento do linfedema e qualidade de vida; e comparações na redução de
edemas em pacientes avançados através de bandagem de compressão e exercícios físicos.
No estudo de Bahtiyarca et al. (2018), durante dois anos, quarenta pacientes foram
designadas aleatoriamente após procedimentos de randomização simples (números aleatórios
computados) para receber terapia de bandagem de compressão sozinha (grupo BC) ou terapia
de bandagem de compressão mais drenagem auto linfática (grupo BC / DAL). Quatorze
pacientes no grupo BC e 10 pacientes no grupo BC / DAL completaram o estudo. Inicialmente,
usaram o Questionário de Disfunções do braço, ombro e a mão (Q-DASH) para funções dos
membros superiores, a pesquisa de saúde Short Form-36 (SF-36) para a qualidade de vida e a
Escala Hospitalar de Ansiedade- Depressão (HADS) para ansiedade e depressão.
Foram avaliados os efeitos da adição de drenagem auto linfática (DAL) à terapia com
bandagem de compressão (BC), em vez de drenagem linfática manual (DLM), na primeira fase
da terapia complexa descongestiva no edema do braço. Verificou-se o efeito sobre a qualidade
de vida, função dos membros superiores e ansiedade-depressão. O clínico aplicou todas as
bandagens de compressão durante cinco dias por semana. A duração mediana da fase de
tratamento foi de cinco semanas (intervalo de 4 a 8) no grupo BC e seis semanas (intervalo de
4-20) no grupo BC / DAL. Os sinais de sensibilidade prejudicados, tais como dor, peso e
distúrbio do sono diminuíram e a qualidade de vida melhorou significativamente
(BAHTIYARCA et al.,2015).
No estudo de Kim, Yi e Kwon (2007), PCEV foram registrados antes e 1 mês após a
TCD, em 53 mulheres, durante visita de acompanhamento de 6 meses. O tratamento consistiu
numa fase descongestiva, com duração de 2 a 4 semanas. Dependendo da situação do linfedema
e da situação financeira de cada paciente, elas recebiam tratamento diariamente. As técnicas
desta fase envolveram drenagem linfática manual, bandagem de compressão, exercícios
corretivos e cuidados com a pele. Cada drenagem linfática manual durou 45-60 minutos.
Depois, seguiam para fase de manutenção, onde receberam roupas de compressão
como um componente final do tratamento. O protocolo consistia em usar bandagens
compressivas ou meias em todos os momentos, uma sessão diária de drenagem linfática manual
autoaplicável, cuidados com a pele e um programa de exercícios, também deveriam usar
curativos diurnos pelo menos três dias por semana. As visitas de acompanhamento foram
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agendadas para 1 e 6 meses. Os autores concluíram que houve melhora considerável na


qualidade de vida das pacientes, e relatam a necessidade de avaliação da qualidade de vida a
longo prazo em pacientes com linfedema, e não apenas medir o volume do membro (KIM; YI;
KWON, 2007).
No estudo de Gradalski, Ochalec e Kurpiewska (2015), 51 mulheres completaram 26
semanas de terapia, entre fases intensivas e de manutenção para comparar a redução do volume
do edema, divididas em dois grupos: grupo BC e grupo de controle de TCD. Os pacientes do
grupo experimental foram tratados com BC multicamadas junto com um programa padrão de
exercícios físicos ativos combinados com respiração diafragmática profunda, exercícios
realizados por 15 minutos em uma sessão por dia. No segundo grupo, foram tratadas com DLM
baseado no método Vodder II, durante 30 minutos.
O tratamento consistiu em quatro técnicas básicas (círculo estacionário, técnica
rotatória, técnica de bomba, técnica de colher), e logo depois as áreas afetadas do tronco foram
tratadas. Ambos os grupos receberam duas semanas de tratamento, de segunda a sexta-feira
com intervalo de fim de semana quando os participantes usavam curativos, fornecido por
fisioterapeutas qualificados. Os pacientes deste estudo tiveram uma melhora moderada e
influenciadora na qualidade de vida, os problemas foram diminuindo relevantemente após
várias semanas de terapia (GRADALSKI; OCHALEC; KURPIEWSKA, 2015).

4 DISCUSSÃO

Nos estudos incluídos nesta revisão, verificou-se que a Terapia Complexa


Descongestiva (TCD) melhorou a qualidade de vida de mulheres com linfedema pós-
mastectomia, e mesmo cada estudo tendo intervenções diferentes, possuíram um objetivo em
comum, tratar o linfedema de cada uma.
Os três estudos (BAHTIYARCA et al., 2018; KIM; YI; KWON, 2007; GRADALSKI;
OCHALEC; KURPIEWSKA, 2015) usaram Bandagem Compressiva (BC). O uso de
Bandagem Compressiva, conhecida também como Bandagem Elástica Funcional, possui como
objetivo melhorar o fluxo linfático através de diferentes pressões na pele, ajudando no
bombeamento às regiões com menos pressão. Tiras finas recortadas da original são aplicadas
no método “leque”, com a vantagem de ficar na pele por vários dias, promovendo maior
conforto quando o membro se encontra em repouso. Esta técnica influencia beneficamente no
controle e/ou redução do linfedema de membros superiores, servindo positivamente como
instrumento terapêutico (NAGATA; MARQUES, 2015).
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Nos estudos de Gradalski, Ochalec, Kurpiewska (2015) e Kim, Yi, Kwon (2007) foi
feito uso da Drenagem Linfática Manual (DLM). A Drenagem Linfática Manual é uma técnica
de massagem específica envolvendo um conjunto de manobras no sistema linfático, objetivando
a drenagem do acúmulo de líquido, restaurando o equilíbrio e a capacidade de locomoção no
sistema linfático (ALENCAR; MEJIA, 2011).
Bahtiyarca et al. (2018) usaram a Drenagem auto linfática (DAL) para desenvolver sua
pesquisa, pois seu objetivo era mostrar a possiblidade de se usar a DAL no lugar da DLM na
primeira fase da pesquisa, no intuito de encurtar tempo e modos de tratamento. Porém o uso
desta técnica resultou em benefícios não relevantes ao tratamento. Tal solução reforça a
importância e eficácia no uso da DLM, como primeiro passo a ser prescrito na intervenção de
linfedemas. A DLM desenvolve sua ação sobre o sistema circulatório linfático, envolvendo
linfa, vasos linfáticos e linfonodos, auxiliando no melhor transporte da linfa e na vascularização,
concedendo resistência defensivo-imunitária do organismo (NORA; REGIS; ROSA, 2018).
Gradalski, Ochalec, Kurpiewska (2015) e Bahtiyarca et al. (2018) trabalharam com
dois grupos, o primeiro estudo usando bandagem de compressão no primeiro grupo, e no
segundo usando bandagem de compressão e drenagem linfática manual, o segundo estudo
utilizando grupo BC e grupo BC mais DAL na TCD. Na pesquisa de Kim, Yi, Kwon (2007),
não houve necessidade de divisão de grupos. Todos eles separaram o tratamento por duas fases,
a primeira sendo tratada na própria clínica de Fisioterapia, e a segunda, uma fase de
manutenção, sendo orientados a como continuar o tratamento em casa. As orientações durante
o processo de tratamento foram as seguintes:
No estudo de Kim, Yi e Kwon (2007) - na fase de manutenção, os pacientes foram
orientados e ensinados a realizar a auto drenagem linfática manual, exercícios, a fazer os
curativos e ter os devidos cuidados com a pele. No estudo de Gradalski, Ochalec e Kurpiewska
(2015) - orientações sobre controle do peso, evitar o superaquecimento do membro (uso de
saunas ou queimadura solar), proteger o membro afetado de traumas incidentais usando roupas
largas, limpar a pele com sabonetes suaves e hidratar sistematicamente. Realizar exercícios
aeróbicos leves combinados com a respiração profunda. No estudo de Bahtiyarca et al. (2018)
- todos as pacientes receberam informações sobre linfedema, cuidados com a pele e exercícios
físicos.
A prática de exercícios como parte integrante da manutenção, foi algo encontrado nos
três estudos. Farias et al. (2013) destacam os exercícios como algo positivo nas áreas físicas e
psicológicas, proporcionando condições da mulher voltar às suas atividades do dia a dia num
período de tempo mais curto.
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Para Amaral et al. (2005), os exercícios devem ser elaborados por fisioterapeuta
especializado, com instruções específicas para que estas mulheres façam as atividades em casa.
Tais atividades podem ser benéficas, precavendo as limitações de movimento e outras
complicações. Os autores ainda ressaltam a possibilidade de se realizar um treinamento com
essas mulheres, com orientações adequadas, preparando-as para a realização dos exercícios sem
a ajuda direta de um profissional. Esse treinamento seria mais acessível a elas, e poderiam
escolher horário e local apropriado para a atividade. E mais, alegam razões para esta prática,
“como a dificuldade de locomoção por motivos financeiros ou até mesmo de ordem
operacional”, somados à localização, por vezes distantes das residências das pacientes. Como
resultado de seus estudos, mostraram ser efetivo o uso de um programa de orientação
domiciliar, através de um manual de exercícios físicos, útil para diminuir efeitos do
procedimento pós-cirúrgico.
A retirada total da mama deixa marcas nessas mulheres, afetando sua imagem
corporal, e trazendo várias alterações funcionais. As orientações domiciliares como parte do
protocolo fisioterápico tornam-se importantes com a finalidade de melhorar o desempenho
físico das pacientes. A manutenção dos cuidados com a pele, higiene do membro superior feitos
com o devido cuidado em casa, protege de lesões e infecções no local da cirurgia. (DIAS;
CARVALHO; CAMARGO, 2021)
A análise dos resultados de Kim, Yi e Kwon (2007), consiste em lidar apenas com
pacientes com linfedema após câncer de mama. O tratamento foi igual e realizado por
fisioterapeuta especialista em linfologia. O programa de tratamento intensivo permitiu a
educação, dando conselhos sobre como evitar infecções, como celulite, e aprender a fazer
curativos e DLM autoadministrados. No entanto, as limitações deste estudo significam que seus
resultados devem ser interpretados com cautela. Essas limitações incluem a ausência de um
grupo de controle sem tratamento, o que significa que os efeitos do TCD na qualidade de vida
não podem ser distinguidos dos efeitos da simples participação em um estudo de pesquisa
clínica.
O fisioterapeuta, exclusivamente, deve desenvolver esta técnica no paciente, tendo
grande conhecimento sobre anatomia, histologia e fisiologia do sistema linfático, além de total
domínio das técnicas e manobras a serem trabalhadas, entendendo sobre a patologia
apresentada, a praticabilidade a ser usada, suas contraindicações e fundamentos básicos de uma
DLM eficiente. A intervenção desse profissional é de suma importância, tanto antes como
depois de cirurgias envolvendo o sistema linfático. Seu maior objetivo é evitar complicações
que possam ocorrer depois dessas cirurgias, tais como os linfedemas, fibroses, necroses,
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hematomas. A avaliação detalhada deve acontecer dando continuidade no tratamento pós-


cirurgia. Esse trabalho profissional reforça as funções do sistema linfático e auxilia no
reequilíbrio dos líquidos, mostrando que a atividade de fisioterapia quando bem executada,
alcança os mais diversos resultados, reduzindo riscos e insatisfações (ALENCAR; MEJIA,
2011).
No estudo de Gradalski, Ochalec, Kurpiewska (2015), não houve diferenças
significativas entre os dois grupos nas medidas basais de idade, tempo desde a cirurgia, duração
do linfedema secundário e IMC.
Quase metade dos pacientes tinha um IMC de mais de 30kg/m², assim convém
enfatizar a nutrição após o tratamento próprio para o câncer de mama. É necessário que a
paciente tenha uma alimentação adequada, viável na recuperação de força muscular e precisão
de problemas nutricionais que prejudicam o bom funcionamento do organismo. A alimentação
apropriada tem grande relevância desde o começo do tratamento de recuperação contra o
câncer, na intenção de evitar o excesso de peso e o processo inflamatório, favorecendo a
cicatrização (SILVA; ANJOS; FRANGELLA, 2016).
Em ambos os grupos do estudo de Gradalski, Ochalec, Kurpiewska (2015), foi
encontrado uma redução significativa de volume do linfedema, posteriormente a cada dia da
primeira semana de terapia, e depois da segunda semana de tratamento intenso, outras
diminuições também foram observadas. Após duas semanas da fase intensiva da TCD, e três
meses da fase de manutenção, houve uma alta satisfação comparável ao tratamento,
influenciando na melhora da qualidade de vida de ambos os grupos da pesquisa.
Os resultados do estudo de Bahtiyarca et al. (2018), sugerem que a terapia de
compressão proporciona uma redução significativa do edema na fase intensiva da TCD. É
também uma modalidade de tratamento eficaz na preservação do volume existente na fase de
manutenção.
O linfedema é uma das consequências principais em pacientes pós-mastectomia, isso
acarreta a incapacidade de distensão do tecido, e reduz a amplitude de movimento de todo o
membro envolvido. Além dessas características físicas, as mentais também são atingidas,
podendo a paciente desenvolver a baixa autoestima, sentimentos de depressão, dificuldade na
reintegração social, e o negativismo da autoimagem, afetando a qualidade de vida dessas
mulheres (DIAS; CARVALHO; CAMARGO, 2021).
Kim, Yi e Kwon (2007), tiveram cinquenta e três pacientes com linfedema, sendo
tratados com TCD e obtendo avaliação de melhora em sua qualidade de vida. Foram registrados
antes e 1 mês após a TCD, numa visita de acompanhamento de 6 meses. Usaram o SF-36
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(Medical Outcome Study 36 – Short Form), é um instrumento potencialmente útil para avaliar
a QV em pacientes com linfedema. O SF-36 tem sido utilizado como medida primária de QV e
sua confiabilidade e validade estão bem estabelecidas. Esta medida contém oito subescalas
relevantes para a saúde do indivíduo: funcionamento físico (FP), função física (RP), função
emocional (RE), saúde mental (MH), dor corporal (PA), saúde geral (GH), vitalidade (VT) e
funcionamento social (SF). Todos os escores são padronizados entre 0 (pior escore possível) e
100 (ou seja, o nível ideal de saúde naquele domínio). As pontuações de QV em 1 e 6 meses
foram significativamente maiores do que a pontuação inicial, indicando uma melhora na QV.
Mudanças significativas foram evidentes nos domínios únicos de funcionamento físico, função
física, saúde mental e saúde geral. A mudança no excesso de volume percentual foi associada
a uma mudança no funcionamento físico, vitalidade, dor corporal e saúde geral em 1 e 6 meses.
A QV de um indivíduo é prejudicada pós mastectomia devido às dificuldades que afetam o
funcionamento no trabalho ou em casa, imagem corporal alterada, baixa autoestima, dificuldade
de vestir-se e perda de interesse por atividades sociais, avaliadas essas dificuldades no pré e no
pós-tratamento foi verificado um melhor funcionamento de todos os aspectos avaliados
mostrando a influência positiva do tratamento com TCD na QV.
Gradalski, Ochalec, Kurpiewska (2015), destacam a qualidade de vida (QV)
relacionada ao edema do Questionário de Linfedema, foi usado para monitoramento subjetivo
do paciente antes da fase intensiva e no final do terceiro mês da fase de manutenção. Os
pacientes avaliaram sua QV em uma escala de avaliação numérica (EAN; 0 = sem queixas, a
melhor QV; 10 = a maior intensidade, a pior QV) e avaliaram a satisfação com o tratamento em
uma EAN (0 = pelo menos a 10 = a melhor QV), a QV medida pelos itens do Questionário de
Linfedema apresentou intensidade média de, antes do tratamento, 3,2 (DP = 1,7) e 3,2 (DP =
1,5), depois do tratamento.
Bahtiyarca et al. (2018), descreveu qualidade de vida dos níveis dos pacientes por meio
do questionário de saúde Short Form-36 (SF-36). Este questionário é composto por 36 itens em
oito domínios: funcionamento físico, limitações de papel devido à saúde física, dor, bem-estar
emocional, energia / fadiga, funcionamento social, limitações de papel devido a problemas
emocionais e saúde geral. Esses oito domínios podem ser agregados em duas medidas
resumidas: o resumo do componente físico (RCF) e o resumo do componente mental (RCM).
Cada domínio é pontuado de acordo com um protocolo de pontuação padronizado. Pontuações
mais altas indicam mais bem estado de saúde. A análise intragrupo mostrou que os escores das
subescalas física e mental do SF-36 aumentaram significativamente no final do tratamento e
seis meses após o tratamento em ambos os grupos.
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Os três estudos abordam a importância da TCD na qualidade de vida, em dados


verificados pelos seus respectivos estudos, dois artigos usaram o questionário de saúde Short
Form-36 Kim, Yi e Kwon (2007) e Bahtiyarca et al. (2018), Gradalski, Ochalec, Kurpiewska
(2015) por sua vez usou o Questionário de linfedema, e independente da forma usada em seus
métodos vimos que a TCD, sendo ela com DLM (Drenagem Linfática Manual) ou DAL
(Drenagem Auto Linfática), traz diferença significativa na melhora da qualidade de vida em
mulheres mastectomizadas, ambos os métodos são compostos por perguntas sobre o nível de
satisfação com aparência, ou desempenho em alguma atividade de vida diária realizada pelo
mesmo, são feitos os questionamentos no início do tratamento com a avaliação do membro
afetado e pós tratamento com as mesmas perguntas onde se tem um comparativo das respostas
e a avaliação final do nível de satisfação e melhora da QV do paciente pós TCD, mostrando a
importância das orientações da fisioterapia quanto ao auto cuidado e aos métodos realizados
pelo profissional.
A fisioterapia atua na recuperação da paciente, tratando dessas complicações pós-
cirúrgicas. Além da redução do linfedema, busca devolver a capacidade e habilidade alteradas
em decorrência do mesmo, tentando resgatar a harmonia entre o corpo e a mente da mulher
quando se restabelece sua função física. Essa intervenção fisioterapêutica influencia na melhora
da qualidade de vida da paciente, fazendo-a retornar as suas atividades de vida diária,
ocasionando também a aceitação do seu corpo. A mulher precisa ser forte, apesar de mutilado
uma parte de seu corpo que envolve sua vaidade, a fisioterapia proporciona, adequadamente, a
recuperação funcional, e promove melhor qualidade de vida (AMORIM; MEJIA, 2011).
Garcia e Santiago (2016) endossam o tratamento com DLM somado a enfaixamento
compressivo funcional, exercícios e orientações, como métodos bons, competentes e
satisfatórios acima de outras técnicas não invasivas, porventura usadas com o mesmo fim. E
afirmam também que, os melhores resultados estão sujeitos ao treinamento e cuidado do
terapeuta adicionado a cooperação do paciente.
Cabe lembrar, que apesar da TCD ocorrer a longo prazo, ela é válida e fortemente
recomendada para tratamento desses linfedemas, sendo necessário, porém, um investimento
maior e específico na área.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de não haver tratamento curativo para a condição do linfedema, a TCD se


mostra eficiente na redução de inchaços, na mobilidade das articulações afetadas, na diminuição
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do desconforto, e melhora na função dos membros, além de influenciar na qualidade de vida,


pois tal condição afeta o psicológico dos pacientes.
É necessário, porém, maiores investimentos nessa área e pesquisas que auxiliem e
melhorem esse tratamento, visto ser considerado padrão ouro nos casos de linfedema. A
fisioterapia, assim como as demais áreas da saúde, hoje em dia buscam avançar em seus estudos,
no intuito não só de tratar fisicamente seus pacientes, mas amenizar consequências psicológicas
oriundas de traumas patológicos como o linfedema.

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