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USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS OPERATÓRIO.

Carine Lino de Matos


Aluna do Curso Tecnólogo em Estética e Cosmética do IF Farroupilha Campus Santo
Ângelo. E-mail: carine.2019018193@aluno.iffar.edu.br
Idionara Moraes Fernandes
Aluna do Curso Tecnólogo em Estética e Cosmética do IF Farroupilha Campus Santo
Ângelo. E-mail: idionara.2019009247@aluno.iffar.edu.br
Isabela Vieira Fernandes
Aluna do Curso Tecnólogo em Estética e Cosmética do IF Farroupilha Campus Santo
Ângelo. E-mail: isabela.2019007494@aluno.iffar.edu.br
Gabriela de Campos Severo
Professora do IF Farroupilha Campus Santo Ângelo. E-mail
gabriela.severo@iffarroupilha.edu.br

RESUMO

A drenagem linfática manual é uma técnica que consiste em aplicações de


movimentos lentos, suaves e rítmicos a fim de drenar o excesso de líquidos no
interstício. Sua principal função é combater o edema sendo frequentemente indicada
no pós-operatório cirúrgico. O linfedema encontrado após cirurgias deve-se ao dano
causado ao sistema linfático e ao déficit que ocorre nas trocas de líquidos
intersticiais, ocasionado especialmente pela retirada por meio cirúrgico dos
linfonodos locais, interfere na autoestima do paciente, causa danos de aceitabilidade
social e pode progredir para um linfangiossarcoma, para o tratamento conservador
são indicadas fisioterapias e DLM e somente em casos mais graves utiliza-se a
intervenção cirúrgica. O presente trabalho tem como objetivo esclarecer brevemente
a aplicabilidade da drenagem linfática manual no pós-operatório, evidenciando seus
benefícios e contraindicações a serem respeitadas. A pesquisa refere-se a um
estudo de revisão bibliográfica cujas literaturas pesquisadas foram retiradas de
bases de dados eletrônicos como MedLine, PubMed, Scielo, Google Acadêmico,
Lilacs no idioma português e inglês. A drenagem linfática manual tem eficácia
comprovada e seus efeitos benéficos implicam na diminuição e melhora do edema
local e linfedema pós- cirúrgico de origem multifatorial após retirada de câncer de
mama, pescoço e cirurgias estéticas como lipoaspiração.

Palavras-chave: Drenagem Linfática Manual; Linfedema e Pós-operatório.


INTRODUÇÃO

A drenagem linfática manual (DLM) é um método de massagem terapêutica


desenvolvida por volta da década de 30. A técnica faz uso de manobras cinésicas
específicas aplicadas com as mãos seguindo as orientações lentas, rítmicas e
suaves, de acordo com o plano do sistema linfático. A ideia principal é drenar o
liquido excedente estacionado no interstício, com a aplicação das compressões
gerando uma “pressão” cuja encaminhará os fluidos aos capilares linfáticos, desta
forma fazendo a redução do edema e ajudando a filtrar os dejetos do metabolismo. 1
A técnica vem sendo indicada no pós-operatório cirúrgico, devido à grande
formação de edema gerada após o procedimento. Alguns efeitos do pós-operatório,
tal como redução da expansibilidade local causado pelo edema, podem ser
diminuídos com a aplicação da técnica nos membros prejudicados. 2 Dentre os
efeitos negativos ocasionados pelo linfedema em procedimentos cirúrgicos das
mamas encontramos a diminuição da flexibilidade e distensibilidade da tela
subcutânea das partes submetidas como mãos e articulações do respectivo lado.
Isso implica não somente na diminuição dos movimentos de tal membro, mas
também de certa forma com um aspecto inestético interferindo na autoimagem do
paciente, nas relações pessoais e familiares, problemas com a aceitação social
entre outros 4. A restauração do fluxo linfático é beneficiada pela boa cicatrização
tecidual, pela imobilização do ombro ipsilateral à cirurgia, pela drenagem linfática
manual e pela contração muscular.1
A DLM atua com base sobre os trajetos dos vasos linfáticos, proporcionando a
reabsorção e movimentação do líquido acumulado da área edemaciada para áreas
normais com intenção de conter o aumento de líquidos. 6
Atualmente, muito utilizada pela fisioterapia no tratamento de linfedemas e na área
dermato funcional no tratamento do FEG, retenção hídrica, pós-operatórios, acne
dentre outros.¹

1
METODOLOGIA

A pesquisa refere-se a um estudo de revisão bibliográfica. As literaturas


pesquisadas foram retiradas de bases de dados eletrônicos como MedLine,
PubMed, Scielo, Google Acadêmico, Lilacs, no idioma português e inglês, com os
seguintes descritores, “drenagem linfática manual”, “linfedema” e “pós-operatório”,
no período de no período de 12 de agosto de 2020 a 25 de setembro de 2020. Os
critérios utilizados para seleção dos artigos foi ter como assunto principal o
emprego da técnica de drenagem linfática manual em tratamentos pós cirúrgicos e
patologias estéticas em mulher de diferentes idades. Neste estudo de revisão
utilizou-se 11 artigos aos quais atenderam aos requisitos.

DESENVOLVIMENTO

A aplicação da drenagem linfática manual (DLM) consiste em uma técnica


específica de manobras lentas, rítmicas e suaves que auxiliam no aumento do
transporte da linfa. Como modificação primária para o início do linfedema
observamos uma falha no sistema linfático de determinado local do corpo, fazendo
com que a linfa contendo proteínas de alta concentração parada no interstício
acarretem em um edema de grande concentração proteica 7. A DLM opera de
acordo com o caminho dos vasos linfáticos, propiciando a reabsorção e
estimulando o liquido parado da área edemaciada para o linfonodo funcional mais
próximo com finalidade de controlar o aumento do linfedema a longo prazo. 2

Os resultados do tratamento do linfedema com técnicas fisioterapêuticas


como drenagem linfática manual, enfeixamento compressivo funcional, vestimentas
elásticas, exercícios e orientações de autocuidados e automassagem, utilizadas

2
para o tratamento do linfedema revelam-se como bons, melhores e mais rápidos do
que outros métodos não invasivos para o tratamento do linfedema. 4

Além de ser muito utilizada em protocolos de estética, a drenagem linfática


traz ótimos benefícios à pele, como aumento da oxigenação tecidual, melhora na
circulação de líquidos do interstício e consequentemente na redução do edema,
destacando um aumento da auto estima principalmente no público feminino. 7

A técnica oferta diversos pontos positivos, seu efeito medicinal auxilia no pós
operatório principalmente em cirurgias de mama nas quais são retirados os
linfonodos axilares comprometendo o sistema linfático, desta forma sendo
recomendado e indispensável sua aplicação 10.

O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo que recebe a drenagem linfática


proveniente do câncer de mama. A sua detecção tem a finalidade de predizer o
estado da axila e evitar o esvaziamento axilar nos pacientes sem comprometimento
metastático¹¹.Seguindo os mesmos princípios da cirurgia oncológica com relação
ao tratamento linfonodal, a necessidade de um estudo acurado da axila no câncer
de mama e a busca constante de uma redução da morbidade nas cirurgias
mamárias, surgiu um novo método para o estadiamento da axila, que visa
primordialmente à identificação do primeiro linfonodo dentro da drenagem linfática
do tumor primário na mama. Originalmente foi denominado de Linfonodo Sentinela
(LS). Ramón Cabanas, em 1969, através da sua tese de graduação na Universidad
Nacional de Asunción Faculdad de Ciências Medicas no Paraguai, foi quem
primeiro despertou o interesse em estudar a drenagem linfática nas neoplasias
malignas com o objetivo de encontrar uma maneira de definir com precisão a
necessidade do esvaziamento linfonodal.¹¹

Muitos estudos demonstraram a eficácia do linfonodo sentinela em predizer o


comprometimento axilar. Entretanto, existem várias técnicas empregadas para a
identificação desse linfonodo. A biópsia do linfonodo sentinela pode oferecer uma
alternativa segura à dissecção axilar e com menos efeitos colaterais nos pacientes
com axila clinicamente negativa¹¹.
O câncer de mama é o tumor mais frequente nas mulheres, com uma
incidência aproximada de 1.000.000 de novos casos a cada ano no mundo. É um
grave problema de saúde pública, responsável por um número significativo de
óbitos entre as mulheres adultas. No Brasil existem grandes diferenças regionais,
sendo que as maiores incidências são encontradas nos estados das regiões Sul e
Sudeste. Também é a principal causa de óbito relacionado ao câncer no sexo
feminino no nosso país. A estimativa para 1996 foi de 31.210 novos casos, sendo
8.310 somente na região Sul ¹¹.

Protocolos fisioterapêuticos para o tratamento do linfedema, que incluem


drenagem linfática manual (DLM), enfaixamentos compressivo funcional (ECF),
exercícios, orientações ao autocuidado e à automassagem e uso de braçadeira
elástica, divididos em uma fase intensiva e outra de manutenção do tratamento,
mostram que a fase intensiva de tratamento é eficiente para reduzir
significativamente o linfedema dessas mulheres, e que esta redução se dá,
principalmente, na primeira semana de tratamento, sendo que após a terceira
semana, a redução ocorre de maneira pouco significativa. À automassagem
consiste em massagear suavemente, em círculos, as duas regiões de linfonodos
mais próximas, ou seja, a axila oposta ao linfedema e a virilha homolateral; seguir
realizando manobras em semicírculos nas regiões compreendidas entre os grupos
de linfonodos íntegros e a região edemaciada 10.

O número de linfonodos comprometidos também possui importância como


fator prognóstico. Além disso, as informações obtidas da análise histopatológica da
axila frequentemente modificam a terapia adjuvante em pacientes com linfonodos
axilares não palpáveis¹¹.

Apesar de ampla indicação para os linfedemas de membros, observa-se uma


escassez de estudos que demonstrem a ação e a eficácia da DLM nos linfedemas
faciais, especialmente no pós-operatório de câncer de cabeça e 7 pescoços. As
ressecções cirúrgicas e a radioterapia interrompem as vias fisiológicas de
drenagem linfática, por isso, são utilizados caminhos alternativos via interstício³.
Estudos afirmam que o resultado do tratamento para o linfedema depende
da colaboração da paciente, especialmente quanto ao uso de vestes compressivas;
reforçam que essa colaboração está relacionada ao esclarecimento que a paciente
deve receber quanto aos motivos do uso da braçadeira e da importância do ajuste
da mesma ao braço4.

O presente trabalho tem como objetivo evidenciar os benefícios da aplicação


da drenagem linfática manual no pós operatório, fazendo uma breve revisão
bibliográfica de artigos e estudos de casos os quais comprovem seus efeitos
terapêuticos e benéficos a saúde.

CONCLUSÃO

Concluiu-se que os protocolos de drenagem linfática, utilizados neste estudo


de revisão, mostraram se ser uma terapia coadjuvante nos de pós-operatório de
cirurgias de retirada de câncer de mama, pescoço, lipoaspiração abdominal e
tratamentos de fibro edema gelóide (FEG), proporcionando melhora clínica visual
no aspecto da pele e aumento na autoestima melhora da circulação da linfa,
diminuição de edema e aumento de qualidade de vida dos pacientes.

Há evidência que demonstram que o uso de drenagem linfática manual é


uma terapia eficiente para o pós-operatório, tanto como para a melhor recuperação
da paciente como para ajudar na regeneração dos tecidos atingidos mais
eficientemente, comparado a pacientes que não realizaram esse procedimento.

REFERÊNCIAS

1. HUSCHER G, LESSMANN J. ET AL Análise da intervenção fisioterapêutica com o


uso de ultrassom e drenagem linfática manual no Fibro Edema Gelóide – uma revisão.

2. SOARES L, SOARES S ET AL. Estudo comparativo da eficácia da drenagem


linfática manual e mecânica no pós-operatório de dermolipectomia.

3. ARLEIRO E, MACHADO K ET AL.A eficácia da drenagem linfática manual no


pós operatório de câncer de cabeça e pescoço- Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 36, nº 1,
p. 43-46, janeiro / fevereiro / março 2007 Diz- Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 36, nº 1, p.
43-46, janeiro / fevereiro / março 2007
4. MEIRELLES M, MAMEDE M, ET AL. Avaliação de técnicas fisioterapêuticas no
tratamento do linfedema pós cirurgia de mama em mulheres. outubro/dezembro 2016.

5. -FOLDI E, FOLDIM, ET AL O caos do linfedema: uma lanceta. Ann Plast Surg.


1989; 22: 505-

6. LUZ D. LIMA A. Recursos fisioterapêuticos em linfedema pós-mastectomia: uma


revisão de literatura.
7. PANOBLANCO MS. Acompanhamento dos três primeiros meses pós tratamento
cirúrgico do câncer de mama: estudo das complicações e intercorrências associadas ao edema de
braço. [dissertação]. Ribeirão Preto (SP): Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem, 1998.

8. Oliveira M, BELCZAK Q, ET AL.. Intervenção da fisioterapia no tratamento de


linfedema: relato de caso. Arq. Ciências Saúde UNIPAR. 2001

9. Avaliação de técnicas fisioterapêuticas no tratamento do linfedema pós cirurgia de


mama em mulheres, Meirelles MCCCI; Mamede MVII; Souza LIII; Panobianco MS.

10. MEIRELES MC. Linfedema pós-cirurgia por câncer de mama: avaliação de um


protocolo de tratamento [Dissertação]. Ribeirão Preto (SP): Universidade de São Paulo. Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto, 1998.

11. URBAN C, LIMA R ET AL. Linfonodo sentinela: um novo conceito no tratamento


cirúrgico do câncer de mama. Trabalho realizado nos Serviços de Cirurgia Oncológica, Medicina
Nuclear e Anatomia Patológica do Hospital Nossa Senhora das Graças, Curitiba – PR. Revista do
Colégio Brasileiro de Cirurgiões — Vol. 28 – no 3

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