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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


FÍSICA EXPERIMENTAL I

Discente 1: Turma:
Discente 2: Turma:
Discente 3: Turma:
Discente 4: Turma:
Discente 5: Turma:
Prof.: Bancada: Data:

Roteiro 3: Estudo do movimento de um carro sobre um trilho de ar inclinado em


relação ao plano horizontal.

1 Objetivos Gerais
Ao final desta prática experimental você deve ser capaz de:

• Obter a aceleração do carro sobre um trilho de ar inclinado;

• Analisar os efeitos da manipulação das condições iniciais do experimento no movimento de um carro;

• Verificar o efeito do ângulo de inclinação do trilho de ar no movimento de um carro;

• Categorizar o movimento de um carro sobre um trilho de ar inclinado.

2 Objetivos Específicos
Ao longo desta prática experimental você deve ser capaz de:

• Manipular o sistema carro - trilho de ar e o software Measure para aquisição de dados durante o
movimento de um carro sobre um trilho de ar para dois ângulos de inclinação distintos;

• Alterar as condições iniciais do experimento no movimento de um carro sobre um trilho de ar inclinado;

• Relacionar a aceleração de um carro à aceleração de queda livre e ao ângulo de inclinação do trilho de


ar.

• Comparar as acelerações medidas ao valor aceito para a aceleração de um carro sobre um trilho de ar
inclinado;

• Avaliar o tipo de movimento do carro sobre o trilho de ar baseado nos conceitos de cinemática e de
incertezas de uma medida.
3 Materiais disponíveis e suas funções
Nas Figuras 1(a) e 1(b) você pode observar as duas montagens experimentais e seus itens. Antes de iniciar
os procedimentos identifique os itens listados abaixo.
• Interface Cobra 3;
Figura 1: Foto da montagem do equipamento.
• Carro;

• Vela do carro;

• Trilho de ar;

• Bomba (soprador) de ar;

• Sensor;

• Haste para sensor;

• Paquímetro;

• Calço de madeira;
(a) Bancada com um sensor e o plano inclinado.
• Programa Measure.

4 Introdução ao experimento
Nesta prática experimental você vai estudar o movimento de um carro sobre um trilho de ar em duas
montagens:

1) Na primeira montagem o trilho de ar é inclinado de um pequeno ângulo de inclinação (θ1 ), em


relação ao plano horizontal.

2) Na segunda montagem o trilho de ar é inclinado de um ângulo de inclinação (θ2 > θ1).

Em ambas as montagens, o carro é lançado de baixo para cima com a mão aplicando diferentes impulsos.
Verifique se não há batedores acoplados ao carrinho.

5 Problema base
Abra o programa Measure. Aperte o botão com ícone redondo (play). Configure a janela de configuração
do Cobra 3 conforme Figura 2(a). Note que essa configuração é diferente das que foram utilizadas nos
experimentos anteriores. Neste experimento, utilizaremos um único sensor gerando dados para os dois
temporizadores. A ideia de associação dos fios é que o sinal que chega do sensor seja conectado aos terminais
start e stop dos dois temporizadores. Aperte a caixa [Continuar]. Na janela seguinte, você visualizará o
temporizador que armazenará os dados até que você decida [Parar] ou [Cancelar] as medidas como mostra a
Figura 2(b).
Com o soprador de ar ligado, faça o carrinho passar pelos dois sensores, de baixo para cima, e perceba
o que está sendo registrado no temporizador 1 e no temporizador 2.
É importante entender os quatro instantes de tempo que estão sendo registrados (ver figura ??). No
instante t0 , a vela do carrinho começa a atravessar o sensor, indo de baixo para cima. Em t = t1 , a vela
terminou de atravessar o sensor. Na descida, a vela chega ao sensor em t = t2 . Finalmente, em t = t3 a vela
termina de atravessar o sensor.

2
Figura 2: Fotos das configurações do equipamento Cobra 3.

(a) Configurações do sensor e dos dois (b) Exemplo do temporizador.


temporizadores.

Figura 3: Ilustração dos instantes de tempo registrados.

Medida da aceleração
Experimento 1

Monte o sistema carro - trilho de ar e o sistema de aquisição de dados Cobra 3 como ilustrado na Figura
1.(a) da seção 3. Antes de iniciar as medidas execute os seguintes procedimentos:

1) incline o trilho de ar utilizando o calço de madeira de modo que o ângulo de inclinação seja o menor
possível.
2) ligue o dispositivo de aquisição de dados Cobra 3;
3) ligue a bomba de ar no nível 6 e largue o carro para verificar se durante o movimento a vela do carro
passa perfeitamente através do sensor;
4) abra o programa Measure para configurá-lo como mostrado nas Figuras 2.(a) e 2.(b);
5) lance o carrinho para cima, tomando o cuidado de evitar que ele atinja a extremidade superior do trilho
inclinado (despreze os dados do lançamento caso o carrinho atinja os 5cm finais do trilho). Anote os
valores medidos na Tabela 1;
6 Repita outras quatro vezes o procedimento anterior. Aplique impulsos variados ao carrinho nos dife-
rentes lançamentos.

3
Tabela 1: Tempos medidos com o sensor no movimento de subida e descida do carrinho no plano inclinado com inclinação θ1 .

Lançamento ∆t01 = t1 − t0 ∆t12 = t2 − t1 ∆t23 = t3 − t2


1
2
3
4
5

Portanto, ∆t01 é o intervalo de tempo para o carrinho atravessar o sensor no movimento de subida.
Do mesmo modo, ∆t23 é o intervalo de tempo para o carrinho atravessar o sensor no movimendo de descida.
O intervalo de tempo ∆t12 é o intervalo de tempo entre o instante de saída da vela (subida) e o instante de
chegada da vela (na descida).
Faça esse movimento segurando o carrinho para observar as contagens de tempo.

5.1 Análise de forças e da aceleração

Inicialmente, vamos desprezar o atrito entre o trilho de ar e o carrinho. Nessa aproximação, a força que o
trilho exerce no carrinho é perpendicular (normal). Teremos o seguinte diagrama de forças:

A resultante das forças vem da projeção da força peso ao longo da direção do trilho e é no sentido contrário
ao sentido positivo indicado na figura.

a) Obtenha a expressão para a aceleração do carrinho no plano inclinado sem atrito em função de θ.

4
b) Caracterize o movimento do carrinho no plano inclinado sem atrito e escreva as equações que caracte-
rizam esse tipo de movimento.

c) Com os dados da Tabela 1, complete a tabela 2 com os valores das velocidades do carrinho nas passagens
pelo sensor. Use quatro casas decimais. Meça o comprimento da vela com o paquímetro.
Tabela 2: Quantidades calculadas a partir das informações da Tabela 1 para o movimento de subida e descida do carrinho no
plano inclinado com inclinação θ1 .

Lançamento v1 (m/s) v2 (m/s) ∆t∗ (s) a(m/s2 )


1
2
3
4
5

A partir das velocidades v1 e v2 e do intervalo de tempo entre essas duas medições de velocidade,
podemos calcular a aceleração do carrinho. Em princípio, poderíamos pensar que o tempo entre as
duas medições é ∆t12 . Porém, esse é o intervalo de tempo entre o instante de saída da vela (na subida)
e o instante de chegada da vela (na descida). As velocidades v1 e v2 são velocidades médias durante a
pessagem da vela pelo sensor na subida e na descida, respectivamente. Como, para o MUV, a velocidade
média é a velocidade instantânea na metade do tempo, o correto é utilizar como intervalo de tempo
para o cálculo da aceleração a seguinte quantidade:
∆t01 ∆t23
∆t∗ = ∆t12 + + . (1)
2 2
Complete a Tabela 2 com os valores de ∆t∗ para cada lançamento e a respectiva aceleração.
d) A partir dos valores da aceleração calculados na Tabela 2, discuta a influência do impulso de lançamento
do carrinho nas velocidades e na aceleração calculadas.

e) Meça o valor do seno do ângulo de inclinação θ1 cuidadosamente utilizando o paquímetro e seus


conhecimentos de trigonometria:

sen θ1 =

5
Experimento 2

f) Incline o trilho de ar utilizando o calço de madeira de modo que o ângulo de inclinação tenha um valor
θ2 > θ1 . Atenção, o ângulo não deve se excessivo porque a extremidade do trilho não elevada pode
encostar na mesa. Repita o procedimento de medida feito para o ângulo θ1 e complete os dados da
Tabela 3.
Tabela 3: Tempos medidos com o sensor no movimento de subida e descida do carrinho no plano inclinado com inclinação θ2 .

Lançamento ∆t01 = t1 − t0 ∆t12 = t2 − t1 ∆t23 = t3 − t2


1
2
3
4
5

g) Complete a Tabela 4 com os valores de ∆t∗ para cada lançamento e a respectiva aceleração.

Tabela 4: Quantidades calculadas a partir das informações da Tabela 3 para o movimento de subida e descida do carrinho no
plano inclinado com inclinação θ2 .

Lançamento v1 (m/s) v2 (m/s) ∆t∗ (s) a(m/s2 )


1
2
3
4
5

h) Meça cuidadosamente o valor do seno de θ2 :

sen θ2 =

i) A partir dos valores médios de aceleção obtidos no Experimento 1 e de sen θ1 , obtenha uma estimativa
para a aceleração de queda livre (g). Faça o mesmo para os dados do Experimento 2. Em ambos os
casos, calcule a diferença relativa em relação ao valor conhecido (g = 9, 78 m/s2 ).

6
5.2 Experimento 3: estimativa do coeficiente de atrito

Até aqui, desprezamos a influência da força de atrito (Fat ) no movimento do carrinho. Nesta seção,
vamos tentar estimar o coeficiente de atrito entre o carrinho e o trilho de ar.

j) Desenhe o diagrama de corpo livre levando em conta o atrito. Faça um desenho para a subida e outro
para a descida.

k) Usando a modelagem em que Fat = µ N , obtenha a expressão da aceleração do carrinho na subida.


Faça o mesmo para a descida.

O método de medida da aceleração utilizado nos experimentos 1 e 2 leva em conta um trajeto que
contempla a subida e a descida. Como a aceleração muda, o movimento não é exatamente um MUV.
Pode-se mostrar que, como a força de atrito muda de sentido, a aceleração obtida pelo método dos
experimentos 1 e 2 é muito próxima da que seria obtida caso não houvesse atrito!
Agora, vamos tentar estimar o coeficiente de atrito analisando apenas o movimento de descida. Para
isso, vamos largar o carrinho a uma distância conhecida (D) do sensor e medir a velocidade de passagem.
O procedimento é o seguinte:

1) incline o trilho de ar com ângulo θ2 .

2) defina uma posição para o sensor e outra para largar o carrinho, medindo cuidadosamente a distância
entre essas posições. Atenção: a velocidade média medida pela passagem da vela pelo sensor corres-
ponde, aproximadamente, à velocidade instantânea do carrinho quando a metade da vela passa pelo
sensor. Portanto, o deslocamento D que será usado na fórmula de Torricelli é dado por:

D = (deslocamento do carrinho) + (metade do comprimento da vela). (2)

Anote o valor de D obtido:

7
D=

3) largue o carrinho da posição definida no passo anterior e anote o valor do tempo de passagem da vela
pelo sensor na Tabela 5.

4) repita quatro vezes o procedimento anterior.

Tabela 5: Tempos de passagem da vela na descida medidos com o sensor no plano inclinado com inclinação θ2 .

Medida ∆t(s)
1
2
3
4
5

j) Usando os valores de tempo da Tabela 5, calcule a velocidade de passagem do carrinho pelo sensor.
Escreva os valores de velocidade na Tabela 6.
Tabela 6: Quantidades calculadas a partir das informações da Tabela 5 para o movimento de descida do carrinho no plano
inclinado com inclinação θ2 .

Medida v(m/s) a(m/s2 )


1
2
3
4
5

k) Use a fórmula de Torricelli para calcular a aceleração de descida em cada uma das cinco medidas e
escreva esses valores na Tabela 6.

l) Comparando a média da aceleração de descida com a média da aceleração obtida no experimento 2,


obtenha uma estimativa para o coeficiente de atrito entre o trilho e ar.

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