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UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE TOCANTINS PRÓ-REITORIA DE

PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM


DEMANDAS POPULARES E DINÂMICAS REGIONAIS

GISSIMONES GOMES BARBOSA

Acidentes de trânsito com vítimas fatais: Ações de educação/prevenção, os aspectos


psicossociais e traumas dos condutores vítimas desta violência.

Área de interesse da pesquisa:


Aspectos Psicossociais de
populações e comunidades
vulneráveis, negligenciadas e
vítimas de violências. Os usos da
cidade para a promoção do
desenvolvimento humano.
Violências estatais e traumas
locais.

Professora: Thelma Pontes


Borges

ARAGUAINA – TO
2020
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1. INTRODUÇÃO

Na medida em que aumenta o número de veículos em circulação no país,


agravam-se as condições de trânsito nas cidades. O Brasil, nas últimas décadas, tem-se
colocando entre os campeões mundiais de acidentes de trânsito, isso reflete a
desorganização existente no trânsito, a deficiência geral da fiscalização sobre as
condições dos veículos e sobre o comportamento dos usuários, e da impunidade dos
infratores (MARTINS, 2007).
Entre os vários fatores relacionadas as mortes, estão o despreparo e
inexperiência do condutor, além de sua personalidade, consumos de bebidas alcoólicas e
problemas estruturais ou de engenharia de tráfego nas vias. Sendo estes fatores de risco
para acidentes e consequentemente a morte (COSTA, 2016).
Mesmos os acidentes quando não fatais, já ocasionam perdas em produção,
custos médicos, previdência social, custos legais, perdas materiais, despesas com seguro
e custos com emergências entre outros e quando fatais, inviabilizam o crescimento do
país, pois cada pessoa morta, ale de ceifar a vida, bem mais precioso de todos, deixa
além da perda fundamental, uma grave sequela psicológica a família e uma perda ao
país de pessoas no auge da idade produtiva Frisando-se que a irresponsabilidade, a
agressividade, o egocentrismo, a intolerância a frustração e a impulsividade são traços
que associados a direção, podem ser o ponto de partida para um acidente de trânsito.
Sendo fundamental enfatizar que para que se possa dirigir não é apenas necessário a
habilidade motora, mas também da emocional, onde este condutor possa adaptar suas
emoções a situação do trânsito, pois muitos indivíduos podem liberar seus padrões
morais, infligindo sem culpa ações danosas. Esse comportamento no trânsito que é
bastante modificável pelo ambiente, e o grau de estresse que cada indivíduo apresenta.
Outro ponto essencialmente importante refere-se à retomada de valores familiares
abolidos ou ausentes (BARBOSA, 2018).
Diante do aumento cada vez maior de numero de condutores e de veículos, com
vias cada vez mais aglomeradas de veículos, como traçar mecanismos de consciência
educativa/preventiva, aliados a fiscalizações e investimentos na engenharia de tráfego,
logística de trânsito urbano e psicologia de trânsito, na busca em se evitar que tantas
mortes ocorram no trânsito? Neste sentido, o estudo tem como objetivo realizar um
levantamento dos acidentes de trânsito com vítimas fatais e as ações de
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educação/fiscalização, frente ao comportamento dos condutores, a avaliação dos


aspectos psicossociais da população, princípios para efetivamente construir ações que
minimizem resultados tão traumáticos de um problema de saúde pública.

2. JUSTIFICATIVA

Acidentes de trânsito são hoje uma questão de saúde pública em vários países do
mundo, com impactos graves à população, com altos índices de morbimortalidade. Os
fatores determinantes e de risco para o trânsito violento são motoristas cujo
comportamento é inapropriado e inconveniente; pedestres desatentos ou que
desobedecem aos sinais; fiscalização omissa, deficiente, complacente e sem objetivos
definidos; estradas e ruas inadequadas, esburacadas, mal projetadas, mal sinalizadas e
mal iluminadas; veículos inseguros e sem condições de estarem se movimentando no
tráfego (Rodrigues, 2020).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2015, estimou que,
aproximadamente, 1,2 milhões de pessoas no mundo morrem, anualmente, devido aos
acidentes de trânsito, sendo considerada a oitava causa de mortes na população geral. O
tema educação para o trânsito é complexo e torna-se um desafio reforçar a ideia de que
as mortes e lesões decorridas no trânsito não devem ser consideradas como acidentes ou
fatalidades.
Cada vez mais a legislação sobre o trânsito está mais rigorosa, mas, mesmo
assim, não se observa uma diminuição das taxas de morbimortalidade por acidentes de
trânsito, seja por fatores como de falta de planejamento, crescimento da frota de
veículos, falta de mobilidade urbana, desrespeito às normas de trânsito e condições das
vias de circulação, o que produz além de inúmeros casos de sequelas, as inúmeras
vítimas fatais, o que exige um esforço considerável de integração dos órgãos federais,
estaduais e municipais, bem como a participação de toda a sociedade para a mudança de
cultura no trânsito e consequentemente um menor índice de acidentes e óbitos.
Neste sentido é importante destacar que a população jovem que são as maiores
vítimas da violência no trânsito do país, seja pelos aspectos voltados a área de interesse
da pesquisa: Psicossociais, vulnerabilidade, negligência ou violência, e que tem sua
vida ceifada ou se tornam incapacitados, devido aos traumas e sequelas ocasionadas
pelos acidentes. Apesar das ações hoje implementadas pelos órgãos fiscalizadores, estes
são insuficientes para coibir ou frear índices de mortes cada vez mais alarmantes e com
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dados que demonstram que é preciso estabelecer além de uma legislação punitiva cada
vez mais severa aos que infligem as leis de trânsito, é preciso desenvolver diretrizes que
reformulem a cultura do trânsito, ainda na infância, seja por meio de uma engenharia de
trânsito que desfavoreça o acidente, aspectos de amor a vida e ao próximo e uma
consciência introspectiva de que o não seguimento das normas, poderá acarretará
complicações penais, sem subterfúgios.
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3. OBJETIVO GERAL

3.1 Geral

- Propor uma reflexão em relação aos alarmantes dados de acidentes de trânsito com
vítimas fatais e seus traumas físicos e psicológicos, considerando fatores políticos,
econômicos e sócio-culturais.

3.1 Objetivos Específicos

-Avaliar o papel da educação contemporânea na formação cultural e na construção do


pensamento humano voltada ao trânsito, na maneira de pensar e agir, com práticas que
desenvolva valores psicossociais.
- Destacar as ações educativas/preventivas das Instituições (Federal, Estadual e
Municipal), Legislação vigente e a Engenharia de Trânsito efetiva para minimizar os
altos índices de acidentes;
- Realizar uma reflexão e debate sobre a funcionalidade das práticas de organização do
trânsito e seus mais amplos aspectos psicossociais na formação do cidadão consciente.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Acidentes e Mortes no trânsito no Brasil

Comparando as mortes no trânsito com os homicídios, observa-se conforme os


dados da 10ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (ABSP) ocorreram no
Brasil 58.467 mortes violentas intencionais em 2015, incluindo vítimas de homicídios
dolosos, de latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de
intervenções policiais (OLIVEIRA, 2016).
Em 2018, mais pessoas morreram em acidentes de trânsito do que por
assassinato. De acordo com dados da Líder, empresa responsável pelo seguro DPVAT
no Estado, foram 593 mortes no trânsito contra 412 pessoas que morreram vítimas de
crimes violentos. Em 2019, o Estado do Tocantins possuía uma frota de
aproximadamente 718 mil veículos, e que de janeiro á junho de 2019, já estavam
registrados  6.186 acidentes de trânsito, onde 1.997 tiveram vítimas e 106 foram vítimas
fatais (IBGE, 2020).
Fazendo-se um paralelo da quantidade de homicídios com as mortes no trânsito,
os números impressionam, ou seja, quase 100.000 pessoas morrem de forma brutal e
violenta no Brasil todos os anos apenas em decorrência dessas duas causas. Não
podemos esquecer que além do crescente número de mortes no trânsito brasileiro, temos
também mais de 600.000 pessoas que são vítimas de lesões apenas no trânsito, de
diversas gravidades. Dessas lesões milhares foram gravíssimas e com sequelas
irreversíveis às pessoas, trazendo consequências para toda vida (OLIVEIRA, 2016).

Anualmente morrem mais de 35 mil pessoas no Brasil devido aos acidentes


de trânsito nas estradas e vias urbanas, a um custo de aproximadamente de
R$ 28 bilhões para o País, ou 1,2% do PIB nacional, segundo pesquisas do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2016).

Segundo o IPEA (2016), além da gravidade e riscos físicos causados ao cidadão


vitimado por um acidente de trânsito, ainda há outros prejuízos que o acidente causa à
sociedade:
a) aumento de custos para a rede pública de saúde;
b) aumento de frota e de funcionários para fiscalizar e orientar as vias públicas;
c) denota falta de segurança e de infra-estrutura interna;
d) incidência de uma diminuição de interesse de investimento nas áreas
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geográficas consideradas de maior risco, especialmente se a organização depender


potencialmente da malha rodoviária;
e) prejuízos ao turismo brasileiro já que toda e qualquer característica negativa
que é ressaltada do país no exterior causa queda de vendas de passagens, estadia e
demais serviços atrelados;
f) crescimento de incidência de problemas de saúdes específicos, originados de
trânsito poluído, violento, inseguro e ‘barulhento’, por exemplo, problemas na área
auditiva, circulatória, respiratória, e emocional.
Entre outros prejuízos, fica, contudo claro que há uma necessidade gritante de
atitudes preventivas e corretivas não somente a curto e médio prazo, mas especialmente
em longo prazo. Em suma, a busca por uma melhor qualidade de vida por toda
sociedade. Um estudo realizado por Queirós e Oliveira (2003), pela Unicamp, colabora
para esclarecer algumas das causas que levam indivíduos a provocar os AT:

A relação entre meio urbano moderno, condições de trabalho, violência e


estresse tem sido analisada propriadamente por Dejours (1992), que mostra
como, em tal contexto, o trabalhador pode tornarse uma pessoa estressada a
qualquer momento, correndo riscos de sofrer ou de provocar vários tipos de
acidentes, inclusive o de trânsito. Dejours concentra-se, em particular, nas
condições de trabalho, que levam à alienação e ao estresse. (QUEIRÓS;
OLIVEIRA, 2003. p.18)

Segundo IPEA (2016) a maior causa de morte no país, se dá pelas mais de cem
mortes diárias no trânsito brasileiro. Há várias causas que têm colaborado para o
aumento gradativo e perigoso dos acidentes de trânsito (AT); entre eles:
a) falta de formação adequada dos condutores de veículos motorizados;
b) ausência de cooperação por parte da sociedade, por exemplo, a ausência de
participação dos pais e familiares durante a formação e alteração de comportamento;
c) o peso excessivo de caminhões que tanto danificam as estradas, como também
colocam em risco o motorista condutor e todos os veículos próximos;
d) uso de bebida e drogas pelos condutores;
e) tráfegos intensos;
f) má conservação das vias;
g) sobrecarga de trabalho dos condutores, colocando-os em grupos de riscos, ou
seja, candidatos a acidentes de trânsito;
h) desqualificação por parte de alguns instrutores de trânsito;
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i) desrespeito às normas de trânsito;


j) erro humano;
k) dirigir sob efeito de álcool e substâncias entorpecentes;
l) trafegar em velocidade inadequada;
m) inexperiência e falta de conhecimento;
n) falta de atenção e falha de observação.
o) outros.

Como podem ser observados, muitos dos problemas citados – conforme dados
da Abetran, podem ser abordados por pessoal técnico junto à população, para fins de
orientar, educar, ou seja, colaborar para o surgimento de uma maior e melhor
conscientização frente aos diversos problemas causados no trânsito, não somente os
citados acidentes, como também a violência, as agressões, até mesmo as verbais.
Deste ponto de vista, verifica-se a importância da presença de ‘Educação no
Trânsito’ desde cedo na vida do cidadão, ou seja, através não somente de ações e
atitudes governamentais por meio de projetos temporários, mas especialmente contando
com a estrutura de cursos regulares.
Outro ponto essencialmente importante refere-se à retomada de valores
familiares abolidos ou ausentes, contudo por ser de âmbito pessoal de cada lar e família,
fica aqui como questão levantada pelo autor, e como sugestão, para que os setores
responsáveis pelo trato com as comunidades, incluam em seus planejamentos anuais,
nas palestras que costumeiramente já realizam em escolas, igrejas, postos de saúde e
demais espaços públicos, que seja inserido nessas pautas a questão da preocupação com
as crianças e adolescentes já serem orientados desde pequenos sobre os perigos e
cuidados, bem como sobre direitos e deveres de cada cidadão pedestre e condutor.
O Brasil apresenta índices elevadíssimos de acidentes de trânsito – dentre os
maiores do mundo – dada a incompatibilidade entre o ambiente construído das cidades,
o comportamento dos motoristas, o grande movimento de pedestres sob condições
inseguras, e a precariedade da educação e da fiscalização do trânsito.
Segundo um estudo da Seguradora Líder, administradora de Seguro DPVAT, do
ano de 2009 a 2018, foram pagas quase 3 milhões de indenizações às vítimas de
acidentes de trânsito, e deste número, quase 200 mil pessoas morreram, 2,5 milhões
ficaram inválidas permanente e quase 560 mil benefícios foram pagos para reembolso
com despesas médicas e suplementares (PORTAL DO TRÂNSITO, 2020).
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Estes números podem ser considerados subestimados, frente ao sobre registro e à


ocorrência de mortes após o acidente. O custo global pode ser estimado em vários
bilhões de reais por ano, sem contar os prejuízos causados aos que adquirem
deficiências físicas permanentes.
Neste sentido é urgente que toda a sociedade, bem como os profissionais
diretamente ligados a esta problemática, possam através dos dados, analisar todos os
comportamentos do homem no contexto do trânsito, desde o comportamento dos
pedestres, dos motoristas (amadores e profissionais, do ciclista, do motoqueiro, dos
passageiros e do motorista de coletivos. Tendo como intuito principal a criação de
programas voltados à prevenção de acidentes no trânsito; desenvolver trabalhos de
educação no trânsito em todos os âmbitos sociais, estudar as implicações do alcoolismo
e de outros distúrbios no contexto do transito e colaborar com a justiça, além da
importância de investimentos na engenharia e adequações no tráfego das cidades e
rígida fiscalização.
Para Da Matta (2010) a causas de tantos acidentes estaria relacionada a “atitudes
e sentimentos que formam o núcleo das imprudências e da competição negativa que o
trânsito explicita – as quais, por seu turno, transbordam em tantos acidentes, infrações,
perdas materiais e mortes”. Com isso leva-se a crer que muitas tragédias que acontecem
nas estradas de todo país, em razão da negligência de alguns motoristas somadas as
incidências de álcool e drogas de todos os tipos poderiam ser evitadas.
Para a ONSV (2016), 90% dos acidentes de trânsito acontecem por falhas
humanas. A frase “álcool e direção não combinam” é muito conhecida, porém, é a mais
pura realidade, pois é raro encontrar quantidades de pessoas consumindo bebida
alcoólica e dirigindo seus veículos, “isso sem esquecer os riscos que todos se permitem
ao usar e abusar de álcool ou outras drogas” (DAMATTA, 2010). O próprio autor na
obra Fé em Deus e Pé na Tábua, quando entrevistou os motoristas comuns no Estado do
Espírito Santo, identificou que os mesmo são enfáticos em afirmar que “o álcool é
responsável pela perda de reflexos e, para tanto, aludem à comprovação científica”
(DAMATTA, 2010). O citado antropólogo ajuda a perceber que pessoas sob efeito de
substâncias psicoativas tem seu reflexo prejudicado, motivo pelo qual aquele condutor
que consumir bebida alcoólica em hipótese alguma poderia conduzir qualquer espécie
de veículo, inclusive bicicletas, pois, a qualquer momento tal condutor embriagado
poderá se envolver em acidentes de trânsito que pode resultar em mais uma morte,
Para DaMatta (2010) “seria um homicídio como qualquer outro”, mesmo não
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sendo essa a vontade do condutor. Os motoristas que se envolverem em acidentes que


resultarem em mortes poderão responder pelo crime de homicídio, na modalidade de
homicídio culposo. Segundo o Código Penal Brasileiro no artigo 15, Inciso. II “o crime
é culposo, quando o agente dar causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia” BRASIL, (1940). Em casos mais extremos, em se tratando de condutores
embriagados, eles podem responder por crime doloso (dolo eventual), que é quando o
agente comete o crime sem a intenção, porém, assumiu o risco do resultado.
Para as pessoas que são acometidas por tragédias relacionadas ao trânsito,
algumas perdas podem ser muito traumáticas como o caso de algumas vítimas fatais,
principalmente quando são chefes de famílias, uma vez que sua perda causa mais
lágrimas e dores, não apenas pela sua ausência, mais pela desestrutura que essa perda
poderá representar aos que ficam. Nesse contexto, podem ocasionar traumas para toda a
família, muitas talvez jamais conseguem se estruturar financeiramente e,
principalmente, emocionalmente. Quando falamos em prejuízos, nos referimos aos
emocionais, porém, somado a tudo isso temos ainda impactos que os acidentes
representam para o sistema de saúde e para a sociedade, posteriormente.
Outro fator que aparece como responsável por muitas mortes é a falta do uso do
cinto de segurança. Grande parte dos condutores brasileiros não tem o hábito de usá-lo,
mesmo sabendo de sua utilidade e eficiência, pois ele pode salvar a vida em casos de
acidentes automobilísticos. Segundo dados do Retrato da Segurança Viária (2014) “o
uso do cinto de segurança reduz o risco de morte em até 50% dos casos entre
passageiros nos bancos dianteiros, e em até 75% para os ocupantes do banco traseiro”.
Causa até estranheza o fato de um acessório comprovadamente eficiente na redução dos
impactos ser ignorado por tanta gente. Para Da Matta (2010) “o cinto de segurança
mostrou-se algo necessário e importante para a segurança dos motoristas e passageiros.
Umas das razões para que certas pessoas não usem o cinto de segurança é
apresentado a seguir:

“leigos com opinião formada sobre uma questão que tecnicamente


pouco conheciam – como é comum no Brasil – argumentavam que o
cinto promoveria mais mortes porque impediria que os acidentados de
saírem prontamente dos carros numa emergência” (DAMATTA,
2010, p.6).

Além das causas de acidentes citadas acima, existem outros fatores que resultam
em acidentes de trânsitos no Brasil. No pensamento de Da Matta (2010), o responsável
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pela maioria dos acidentes de trânsito no Brasil é o comportamento do próprio


motorista, associado a postura de alguns pedestres que assim como alguns condutores
também não respeitam as regras de circulação.
Somados a essas causas tem-se também muitas estradas em péssimas condições
de uso, tais fatores contribuem decisivamente para um trânsito ainda mais perigoso, que
nos dizeres do antropólogo, tais situações promovem: a visão do trânsito como sendo
péssimo, caótico, tumultuado, crítico, congestionado, terrível, perturbador e
demasiadamente movimentado, em estradas e ruas estreitas, cheias de buraco, não
preparadas para enfrentar chuvas, sem espaço para veículos não motorizados, sem
faixas para pedestres ou sinais, e com superpopulação de automóveis e outros veículos
(DAMATTA, 2010).

2.3 Acidentes e Mortes no trânsito em Araguaína/TO

A imprudência de motoristas tem contribuído para o aumento dos acidentes no


município de Araguaína, muitos motoristas não observam a sinalização de parada obrigatória,
não olham para os lados antes de ingressar na via, e assim ocorre o acidente. O número de
acidente vem reduzindo na cidade, isso deve-se o fato de hoje existir o gente de Trânsito, que
é o profissional credenciado pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades
referente à fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento,
que tem como função executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas
cabíveis, por infrações de circulação, estacionamento e parada, sobre o exercício regular
do Poder de Polícia de Trânsito (NASCIMENTO et al. 2017).
A cidade de Araguaína apresenta uma frota considerável de veículos, em
especial as motocicletas, comprometendo o espaço viário da cidade que cresceu de
modo desordenado, sem planejamento adequado. No entanto, o município nos últimos
anos investiu em tecnologia e acirrou a fiscalização junto ao trânsito da cidade.
Apresentando a aplicação de uma legislação mais rigorosa. Algumas medidas
educativas vêm sendo adotadas no estado e no município no intuito de desenvolver
ações educativas direcionadas para a conscientização e prevenção da vida no trânsito e
devem ser percebidas como um meio mais eficaz de reduzir acidentes a médio e longo
prazo.
Araguaína no Tocantins, tinha no ano de 2020, segundo o IBGE, tinha 180.470
habitantes estimados, com uma frota conforme o IBGE (2020) de 106.322 veículos.
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3. METODOLOGIA

Este estudo teve como objetivo discutir e revisar a literatura relacionado aos
acidentes de trânsito com vítimas fatais na cidade de Araguaína/TO e quais ações de
educação/fiscalização, frente ao comportamento dos condutores.
Quantos aos meios a metodologia de pesquisa do estudo será através de
levantamento bibliográfico a fim de obter fundamento teórico que possa levantar
situações relacionados ao trânsito no Brasil, no Tocantins e na cidade de Araguaína/TO,
bem como análise dos dados atualizados de fora descritiva, quantitativa, através de
coleta de dados no IML da cidade de Araguaína/TO, no intuito de levantar a quantidade
de casos de acidentes com vítimas que vieram a óbito no período de 2022 e 2023.
As fontes consultadas foram: livros didáticos, revistas e periódicos, relacionados
em bases de dados encontrados em endereços eletrônicos e outras fontes que adicionem
conteúdo informativo ao presente estudo para o embasamento teórico necessário.
Segundo Vergara (2003) se recorrerá ao uso de material acessível ao público em
geral, como livros, artigos e balanços sociais já publicados, embora este sejam
apresentados de forma excessivamente agregada.
Gil (2008, p. 44), diz que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado construído principalmente de livros e artigos científicos.
Segundo Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa quantitativa implica na
utilização de medidas previamente estabelecidas, cujos resultados sejam quantificáveis,
garantindo o estabelecimento de conclusões.
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4. CRONOGRAMA

Período 1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri 1º Tri 2º Tri 3º Tri 4º Tri

Etapa 2023 2023 2023 2023 2024 2024 2024 2024

Exame de qualificação de
projeto
Revisão Bibliográfica
Coleta de dados secundários
Elaboração da proposta de
roteiro de entrevistas com
Instituições de Trânsito
Fazer o pré-contato com
Instituições (IML, ASTT,
DETRAN, DENIT, AGETO)
Qualificação da Dissertação
Coleta de dados primários
Análise dos Resultados
Elaboração do Relatório Final
Entrega Dissertação
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5. REFERÊNCIAS

BARBOSA, L.L. Trânsito como espaço social: personalidades e


comportamentos.Psicologia – O Portal dos Psicólogos, 2018. Disponível em: <
https://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?transito-como-espaco-social-
personalidades-e-comportamentos&codigo=A1185&area=d9>. Acesso em: 11 Ago.
2020.

COSTA, L.A. Caracterização dos acidentes de trânsito no município de Goiânia-GO.


2016, 99f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva). Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2016.

DAMATTA, R. Fé em Deus e pé na tábua: ou como e por que o trânsito enlouquece no


Brasil. Rio de Janeiro: Rocco. 2010. 191 p.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2008, 175p.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População de Araguaína, 2020.


Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/araguaina>. Acesso em: 11 Agos.
2020,

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Revista Desafios do


Desenvolvimento. Perigo das ruas, Brasília, 2016.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 4. ed.


rev . e ampl. São Paulo: Atlas, 2001. 288p.

MARTINS, J. P. A Educação de Trânsito: campanhas educativas nas escolas. Belo


Horizonte, MG: Autêntica, 2007.

NASCIMENTO, A.A.; SOUSA, B.P.; GUEDES, L.S. Uso De Geotecnologias Na


Espacialização Dos Acidentes De Trânsito Com Vítimas No Perímetro Urbano De
Araguaína – To, Ano De 2015. Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.10, n.1,
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OLIVEIRA. A. M. F, ONU – década de ações para a segurança no trânsito 2011 – 2020.


Brasília- DF. Fev. 2016

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Acesso em: 15 ago. 2022.
15

PORTAL DO TRÂNSITO - Números do DPVAT mostram fragilidade dos veículos de


duas rodas diante de acidentes. Disponível em: <
https://portaldotransito.com.br/noticias/moto/numeros-do-dpvat-mostram-fragilidade-
dos-veiculos-de-duas-rodas-diante-de-acidentes/>. Acesso em: 15 Ago.2022.

QUEIROZ, M.S.;  OLIVEIRA, P.C.P.. Acidentes de trânsito: uma análise a partir da


perspectiva das vítimas em Campinas. Psicol. Soc. [online]. 2003, v.15, n.2, p.101-123.

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Disponível em: <http://www.perkons.com.br/?page=noticias&sub=opiniao&>.Acesso
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2003, 109p.

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