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CHIBATA
O Motim Do Almirante Negro

Resumo
A Revolta da Chibata foi um motim organizado pelos soldados da
Marinha brasileira de 22 a 27 de novembro de 1910. A revolta
organizada pelos marinheiros ocorreu em embarcações da Marinha
que estavam atracadas na Baía de Guanabara e foi motivada,
principalmente, pela insatisfação dos marinheiros com os castigos
físicos.
Paulo Sergio,Yuri Guitz, Guilherme Gaeta e Pablo
Gonçalves.
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Sumário
A Revolta da Chibata.......................................................................................... 2

Introdução: ...................................................................................................... 2

Antecedentes e Motivos .................................................................................. 2

O Estopim ....................................................................................................... 4

Desigualdade Racial .................................................................................... 4

A Criação do Motim......................................................................................... 4

Manifesto ..................................................................................................... 4

O fim da Revolta da Chibata ........................................................................... 0

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A Revolta da
Chibata
Introdução:

Antecedentes e Motivos

A Revolta da Chibata ficou conhecida por ter sido um motim realizado pela
insatisfação dos marujos brasileiros com os castigos físicos que sofriam na
Marinha brasileira no começo do século XX. O castigo físico em questão era a
chibatada, praticada pela Marinha contra todos os marujos que violassem as
regras da corporação.

O uso da chibatada como forma de punição era uma característica que a Marinha
brasileira havia herdado da Marinha portuguesa do período colonial a partir de
um código conhecido como Artigos de Guerra. Essa forma de punição era
dedicada somente aos postos mais baixos da Marinha, ocupados, em geral, por

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negros e mestiços. O objetivo da Revolta da Chibata era a extinção dos


castigos físicos sofridos pelos marinheiros, o fim do aprisionamento em celas
isoladas, uma alimentação mais digna e saudável e que fosse colocada em
prática o reajuste salarial de seus honorários ( já votadas em congresso). Dentre
os objetivos citados, o de maior necessidade e de urgência era a abolição dos
castigos sofridos, os quais serviam, segundo os oficiais, de exemplo para os
demais marinheiros, sendo obrigados a assisti-los.

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O Estopim
A insatisfação dos marujos com os castigos físicos e com o rigor da Marinha era
crescente. Relatos contam que, pouco antes da revolta, durante uma viagem nas
proximidades da costa chilena, os marujos haviam demonstrado insatisfação
com a punição dedicada a um marujo. O estopim para o início da revolta ocorreu
quando Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chibatadas sem
direito a tratamento médico.
Além disso, há de se considerar que os contatos dos marujos no estrangeiro
também fortaleceram essa insatisfação se considerarmos que outras Marinhas
de outras nações não possuíam a mesma prática (de castigar fisicamente) com
os marujos. Também se deve considerar que, cerca de um ano antes da revolta,
o líder do motim, João Cândido, havia estado na Inglaterra e tido conhecimento
dos acontecimentos do Encouraçado Potemkin, em que marujos russos
rebelaram-se contra o governo de seu país.
Desigualdade Racial
Além disso, há de se considerar que os contatos dos marujos no estrangeiro
também fortaleceram essa insatisfação se considerarmos que outras Marinhas
de outras nações não possuíam a mesma prática (de castigar fisicamente) com
os marujos. Também se deve considerar que, cerca de um ano antes da
revolta, o líder do motim, João Cândido, havia estado na Inglaterra e tido
conhecimento dos acontecimentos do Encouraçado Potemkin, em que marujos
russos rebelaram-se contra o governo de seu país.

A Criação do Motim
A Revolta da Chibata iniciou-se no dia 22 de novembro de 1910, conforme
mencionado, após a punição a um marujo de nome Marcelino. Os marujos
rebelaram-se e tomaram o controle de quatro embarcações da Marinha
brasileira: Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro. Os marujos revoltosos
exigiam do governo o fim dos castigos físicos; caso contrário, a capital seria
bombardeada. A liderança desse motim foi realizada por João Cândido, o
Almirante Negro.
Manifesto
Os marujos revoltosos escreveram um manifesto que resumia as suas
exigências e enviou-o para o gabinete do presidente da época, Hermes da

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Fonseca. Coincidentemente, no dia em que se iniciou a revolta, o presidente


oferecia uma festa no Rio de Janeiro em comemoração a sua posse como
presidente.
Não se sabe ao certo quem foi o responsável por redigir o manifesto com as
exigências dos marujos, mas esse documento foi considerado muito bem escrito.
Os historiadores apontam que provavelmente ele foi elaborado por Adalberto
Ferreira Ribas. A respeito desse documento e das demandas solicitadas nele,
a historiadora Sílvia Capanema afirma:

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“[…] era bem redigido e caligrafado, apresentava várias
demandas objetivas – fim dos castigos corporais, aumento
do soldo, substituição dos oficiais tidos como
incompetentes, melhoria no nível de educação de alguns
marujos – e resumia, de forma pensada, o espírito central
dos marinheiros, que se apresentavam como “cidadãos
brasileiros e republicanos” que não “suportavam mais a
escravidão na Marinha”. Quanto aos aspectos materiais do
texto, tudo indica que foi escrito – ou redigido – por alguém
que dominava a caligrafia e tinha bela escritura.”

O fim da Revolta da Chibata

Com a situação cada vez mais alarmante, que fazia com que os grupos
políticos oposicionistas aproveitassem a situação em favor próprio, o governo
decidiu atender aos pedidos, e em poucos instantes o Congresso votou a lei
que abolia a prática dos castigos físicos e absolvia todos os envolvidos na
revolta, fazendo assim com que eles não viessem a sofrer nenhum tipo de
punição.

Quatro dias após o conflito, o então Presidente Hermes da Fonseca decretou o


fim de toda prática violenta e o perdão aos marinheiros, e após a entrega das
armas e embarcações, Hermes da Fonseca solicitou que alguns revoltosos
fossem expulsos. Isso provocou grande insatisfação entre os marinheiros, que
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se enxergando como os vitoriosos de uma primeira guerra contra o governo


decidiram fazer um outro motim, desta vez na Ilha das cobras.

Mas nem tudo ocorreu tão bem quanto eles imaginavam, já que o governo de
Hermes era autoritário, e mesmo descumprindo suas próprias ordens, não
perdoou os revoltosos e ordenou a prisão de alguns participantes da revolta. O
governo agiu fortemente, reprimindo os marinheiros, muitos deles foram presos
nas próprias celas subterrâneas da ilha da Fortaleza da Ilha das Cobras, o que
levou muitos prisioneiros a morte, devido as terríveis condições de vida do
local. Outros foram enviados para a Amazônia, onde passaram a prestar
trabalho forçado, quase como escravos, na produção de borracha, nos
seringais.

João Cândido, o líder da revolução, foi expulso da marinha e internado em um


Hospital de alienados, sendo declarado como louco. Um local que conseguia
ser pior do que qualquer prisão. Em 1912 ele e outros marinheiros foram
absolvidos das acusações referentes a revolta, e em 1969 ele morreu
acometido por um câncer, pobre e esquecido.

Conclusão: Podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma


manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora
pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os
republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia

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negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre


usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras
manifestações populares.

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Bibliografia
NEVES, D. Revolta da Chibata-Brasil Escola. Brasil Escola, 2019. Disponivel em:
<brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-chibata.htm>. Acesso em: 13 Maio 2019.

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