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A importância da defesa de um Estado verdadeiramente laico

1. Abertura – Márcia
• Música “A baobá” (composição de João Vinícius Barbosa)
• Poema “Roda das flores” (autoria de Mª Celestina Fernandes)
• Citações de trechos do livro “Olhares Negros” de bell hooks

2. Contexto histórico – Paulo


I. A falsa laicidade do Estado brasileiro
• imagens reveladoras

• o pai-nosso como oração universal

II. O Estado: Nasce na modernidade como ente/corpo que representa o poder sobre um
território e seus elementos humanos e geográficos. Dessa forma separa a população em
sociedade política (quem governa) e sociedade civil (obedece)
• Modernidade: contexto de renascimento (individualista/liberal, mercantil/progresso), de
colonialismo, expansão para o novo mundo. Quando o Europeu (individualismo
burgues) criação os conceitos: de EU, de outro, de civilização/desenvolvimento, e
humanidade
• do Eu homem branco europeu/cristão/civilizado,
• Do outro (anthropos, parecido com homem) em estado de natureza, ingenuo;
Em bell hooks /in “Olhares Negros”, página 249 – 250: “também estou em busca dos
escombros da história (…) Eles não conhecem essa coisa que nós chamamos de ‘diferença’.
Sistemas de dominação, imperialismo, colonialismo e racismo coagem ativamente as pessoas
negras a internalizarem percepções negativas da negritude, a se auto-odiarem. Muios de nós
sucumbem a isso.”
Em Muniz Sodré: O humano se define-se assim, de dentro para fora, renegando as
alteridade a partir de padrões hierárquicos estabelecidos pela cosmovisão cristã e implicitamente
referenciado pela filosofia secular. Desda provém o juízo epistêmico de que o Outro (anthropos)
não tem plenitude racional, logo, seria ontologicamente inferior aos homem ocidental. É, um juízo
que, na prática, abre caminho parta a justificação das mais inomináveis violências.”
• de Civilização; Muniz Sodré (pg. 37-38) – 1) “Um Deus como “Divina Providência” ou
“Magno Justiceiro” alimentando violências.” Esta ideia de Deus vem revestida de ‘civilização
iluminista e universalista’ e de ‘cultura’. Como civilização temos: “No processo civilizatório dito
‘ocidental’, a centralização monoteísta das crenças sempre foi politicamente homologa à
organização monopolísticas (meios de controle da violência, poderes fiscais, funções
administrativas dos territórios e etc) necessárias à constituição do Estado.” E como cultura: “Na
dimensão cultural, aponta-se ‘o domínio de si, a repressão contínua, a moderação da emoção, a
regulação das pulsões tornadas necessárias pela vida nos centros da rede de interdependência.”
• de humanidade. Trechos do livro “Pensar Nagô” de Muniz Sodré (pg. 13): Sodré
lembra : “de fato, humanidade é uma ideia renascentista, consentânea ao momento decisivo da
história moderna (…) quando se intensifica a ação dominadora dos europeus sobre os outros povos
numa escala planetária. Esta ideia atribui ao homem uma mesma e única razão (europeia de uma
classe ,de um sexo, de uma cor)”. Mas essa ideia de humanidade – fachada ideológica para a
legitimação da pilhagem dos mercados do Sudeste Asiáticos, dos metais preciosos das Américas e
da mão de obra na África – consolida-se conceitualmente, na medida em que contribui para
sustentar o modo como os europeus conhecem a si mesmos: “homens plenamente humanos” e aos
outros como anthropos, não plenos.
• Thomas Bobbes: Estado/contrato social; sessão de poder do trabalhador para a
nobreza+Realeza+burguesia ) x Homem em estado natural como “lobo do homem”
• Jhon Lock: Estado de Direitos x Estado de tradição/suserania/

III. O Estado brasileiro


• Século 19/20: positivismo, racismo científico

• A ideia de povo em 1822: cidadanias: Cidadão passivo (quem não tinha renda para ter
direitos políticos); cidadão ativo votante (aquele que tinha renda para escolher colégio de eleitora)
e cidadão ativo eleitor e elegível (que além de possuir renda anual de 200 mil réis, tinha nascido
livre). “As eleições eram muitas vezes violentas e sujeitas à fraudes,sobretudo porque as votações
primárias eram decididas por aclamação popular, dando margem à influência de senhores locais
nos resultados ou a interferência nas mesas eleitorais, formadas pelo partido indicado a chefiar o
gabinete” (Cadernos PENESB. pg.118-119. 2013)
• A população brasileira em 1822: 38% escravizados; 28% negros e mulatos livres; 6%
índios e 28% brancos. “Os escravos podiam ser africanos ou criolos (negros nascidos no Brasil) e os
homens livres eram divididos entre brancos, pretos e pardos, além dos índios.
• As inspirações ideológicas do Estado Brasileiro: positivismo,racismo científico
• Referências: https://www.youtube.com/watch?v=nh9ntKXYKXE&t=3001s (no minuto
50) e https://www.youtube.com/watch?v=nh9ntKXYKXE&t=3001s ( minuto 40)
• Elite escrota: ontem e hoje legitimam o estado excludente. Para isso usam o que
Athusser chamou de aparelhos ideológicos de reprodução e de repressão do Estrado
• Mídia, escola, polícia: pensar branco.
• Trechos de “Olhares negros’ de bell hooks
• Althusser (aparelhos de reprodução e aparelhos de repressão do Estado), Spivak (pode
subalterno falar?), bell hooks (o Outro e a Outridade) e Paulo Freire (dialogicidade na
construção da pedagogia do oprimido): transversalidade necessária

3. A literatura brasileira e o modelo eurocêntrico judaico-cristão – Márcia


4. Possíveis caminhos para a desconstrução do modelo vigente e hegemônico e a garantia
de fato, da laicidade do Estado – Todxs
5. Enceramento – Paulo
Quando você for convidado
Pra subir no adro da Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos

O Haiti é aqui E a grandeza épica de um povo E o venerável cardeal disser


Quando você for convidado em formação que vê tanto espírito no feto
pra subir no adro da fundação Nos atrai, nos deslumbra e E nenhum no marginal
estimula E se, ao furar o sinal, o velho
Casa de Jorge Amado Não importa nada sinal vermelho habitual
Pra ver do alto a fila de Nem o traço do sobrado, nem a Notar um homem mijando na
soldados, quase todos pretos lente do Fantástico esquina da rua
Nem o disco de Paul Simon Sobre um saco brilhante de
Dando porrada na nuca de lixo do Leblon
malandros pretos Ninguém
Ninguém é cidadão E ao ouvir o silêncio sorridente
De ladrões mulatos Se você for ver a festa do Pelô' de São Paulo diante da chacina
E outros quase brancos E se você não for Cento e onze presos indefesos
Tratados como pretos Mas presos são quase todos
Só pra mostrar aos outros Pense no Haiti
Reze pelo Haiti pretos
quase pretos Ou quase pretos
E são quase todos pretos O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui Ou quase brancos, quase pretos
Como é que pretos, pobres e de tão pobres
mulatos E na TV se você vir um
E quase brancos, quase pretos deputado em pânico E pobres são como podres
de tão pobres são tratados Mal dissimulado E todos sabem como se tratam
Diante de qualquer, mas os pretos
E não importa se olhos do E quando você for dar uma
mundo inteiro possam qualquer mesmo
Qualquer, qualquer volta no Caribe
Estar por um momento E quando for trepar sem
voltados para o largo Plano de educação
camisinha
Onde os escravos eram Que pareça fácil E apresentar sua participação
castigados Que pareça fácil e rápido inteligente no bloqueio a Cuba
E hoje um batuque, um E vá representar uma ameaça
batuque de democratização Pense no Haiti
Com a pureza de meninos Do ensino de primeiro grau Reze pelo Haiti
uniformizados O Haiti é aqui
De escola secundária em dia de E se esse mesmo deputado O Haiti não é aqui
parada defender a adoção da pena
capital

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