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Departamento de Química e Bioquímica

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

1.2 FÓRMULAS MOLECULARES


NOMENCLATURA DE As fórmulas moleculares incluem também informa-
ção sobre a composição quantitativa das moléculas.
A ordem dos símbolos químicos pode ser idêntica à
QUÍMICA INORGÂNICA das fórmulas empíricas, mas mais frequentemente
usa-se a ordem de eletronegatividade. Por conven-
1. FÓRMULAS QUÍMICAS ção, a ordem de eletronegatividade é a apresen-
tada na Figura 1 (ordem indicada pela seta).
As fórmulas químicas usam os símbolos químicos
dos elementos para indicação da composição e es-
trutura de espécies químicas.

Para indicação do número de átomos ou grupos de


átomos utilizam-se números árabes em índice infe-
rior à direita do símbolo ou do parêntesis de fecho.
Por exemplo CaF2 ou Ca(NO3)2. Não se explicita o Figura 1: Sequência dos elementos
número 1.
1.3 FÓRMULAS ESTRUTURAIS
A carga é indicada também em números árabes se-
As fórmulas estruturais incluem informação sobre a
guido do sinal + ou –, como índice superior à direita
estrutura do composto. É o caso, por exemplo, de
do símbolo ou do parêntesis de fecho. Também não
compostos iónicos contendo iões poliatómicos, por
se explicita o número 1. Por exemplo, Na+, SO42–,
exemplo Ca3(PO4)2. Também se pode incluir infor-
[AlCl4]–.
mação estrutural escrevendo primeiro o átomo
Usam-se números árabes para indicar o número de central seguido dos componentes a ele ligados, por
massa e o número atómico de nuclídeos, à es- exemplo B(CH3)3. A ordem de inclusão de parênte-
querda do símbolo químico como índice superior e sis é: (), [()], {[()]}, ({[()]}), etc.
índice inferior, respetivamente. Por exemplo, "!!N,
%% 1.4 FÓRMULAS PARA CLASSES ESPECÍFICAS DE
#$Tc.
COMPOSTOS
Podem também utilizar-se outros símbolos como
índice superior à direita, nomeadamente o aste- 1.4.1 E SPÉCIES BINÁRIAS
risco (*) para indicar um centro quiral ou um estado As fórmulas químicas das espécies binárias (as que
excitado; ponto (•)para indicar radicais; ou números contêm átomos de apenas dois elementos) seguem
romanos para indicar números de oxidação de um usualmente a ordem de eletronegatividade, apare-
átomo num composto. Por exemplo, [MnVIIO4]– ou cendo o símbolos do elemento menos eletronega-
FeIIFeIII2O4. tivo antes do símbolo do elemento mais eletrone-
gativo. Por exemplo: NH3, OF2, H2O, Cu5Zn8. Note-se
1.1 FÓRMULAS EMPÍRICAS que a fórmula para o anião hidróxido deve ser HO–,
A fórmula empírica de um composto é formada por embora se aceite também OH–.
justaposição dos símbolos químicos dos elementos
constituintes, com os índices inteiros adequados 1.4.2 E SPÉCIES COM MAIS DE DOIS ELEMENTOS
que representam a fórmula mais simples possível Formalmente pode utilizar-se a seriação por eletro-
que exprime a composição. Os símbolos aparecem negatividade, mas frequentemente utiliza-se uma
por ordem alfabética, exceto nos compostos con- abordagem semelhante à dos complexos de coor-
tendo carbono, em que C e H são mencionados em denação, com indicação do átomo central primeiro
primeiro e segundo lugar, respetivamente. Na orde- e com ordenação dos elementos ou espécies a ele
nação alfabética, os símbolos químicos com uma ligados por ordem alfabética. Por exemplo PBr2Cl
única letra aparecem antes dos símbolos químicos ou SbCl2F3.
de duas letras, com a mesma letra inicial. Por exem-
plo, B aparece antes de Ba.

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Como exceção, no caso dos compostos com grupos combinação do nome do elemento com o respetivo
óxido, o símbolo do oxigénio pode aparecer imedi- prefixo multiplicativo (Tabela A, em anexo). Nos
atamente após o átomo central. iões indica-se a carga no final do nome, entre pa-
rêntesis, em números árabes, p. ex. (1+), (3+), (2–).
1.4.3 F ÓRMULAS GENERALIZADAS DE SAIS Os aniões terminam o seu nome em "eto", com as
Se num composto químico se pode reconhecer a seguintes regras:
presença de um catião ou de um elemento mais ele-
tropositivo, ou a presença de um anião ou ele- i) elementos com nome terminado em "io", subs-
mento mais eletronegativo, o composto pode ser titui-se "io" por "eto", p. ex. telúrio ⟶ telureto
tratado genericamente como um sal, devendo a or- ii) elementos com nome terminado em "o", subs-
denação ser a seguinte: titui-se a terminação "o" por "eto", p. ex. cloro
⟶ cloreto
i) os constituintes eletropositivos ou catiões pre- iii) elementos com o nome terminado em "on",
cedem os constituintes eletronegativos ou ani- adiciona-se o sufixo "eto", p. ex. árgon ⟶ argo-
ões; neto.
ii) usa-se a ordem alfabética dentro de cada um
dos grupos de constituintes. Os elementos cujo nome das espécies aniónicas são
exceção a esta regra apresentam-se na Tabela B,
Exemplos: KMgF3, MgCl(HO), Fe(HO)O, NaTl(NO3)2. em anexo. Alguns nomes triviais frequentemente
usados são ainda aceites, tal como peróxido ou azo-
1.4.4 F ÓRMULAS DE COMPOSTOS DE ADIÇÃO teto.
Nestas fórmulas, os constituintes do composto apa-
recem na ordem: catiões, aniões, espécies neutras. Tabela 1. Exemplos de espécies homoatómicas
No caso de existência de mais do que um destes
Fórmula Nome
constituintes, a ordem deve ser por ordem cres-
O2 dioxigénio
cente de número e, para constituintes com o
S8 octaenxofre
mesmo número, por ordem alfabética. Por con-
Na+ sódio(1+)
venção, nos compostos hidratados, a fórmula quí-
Fe3+ ferro(3+)
mica da água aparece sempre em último lugar. As Cl– cloreto(1–)
proporções dos constituintes são indicadas por nú- I3– tri-iodeto(1–)†
meros árabes que precedem a fórmula do constitu- O22– dióxido(2–) ou peróxido
inte e as fórmulas dos constituintes são separadas N3– trinitreto(1–) ou azoteto
por um ponto central.

Alguns exemplos são: Na2CO3∙10H2O; B(CH3)3∙NH3; 2.2 NOMES DE ESPÉCIES HETEROPOLIATÓMICAS


AlCl3∙4CH3CH2OH; 8H2S∙46H2O. O nome estequiométrico de compostos binários
(os que contêm átomos apenas de dois elementos)
é feito por combinação dos nomes dos elementos e
2. NOMENCLATURA ESTEQUIOMÉTRICA
tratando, por convenção, o elemento que se atinge
Um nome estequiométrico ou composicional con- primeiro seguindo a seta da sequência de elemen-
tém apenas informação sobre a composição de um tos da Figura 1, como o elemento eletronegativo e
ião, molécula ou composto. Não contém nenhuma o outro como o elemento eletropositivo.
informação estrutural.
O nome do elemento eletronegativo é igual ao do
2.1 ESPÉCIES HOMOATÓMICAS respetivo anião monoatómico e aparece em pri-
Para espécies homoatómicas (em que só existe um meiro lugar, seguido pelo nome do elemento ele-
elemento, * Tabela 1), o nome é formado por tropositivo e intercalados pela preposição "de".

* †
A Sociedade Portuguesa de Química aprovou os nomes em Note-se que a utilização de hífen para separar as duas vogais
português para os elementos químicos. Algumas alterações re- em "tri-iodeto " decorre das regras do acordo ortográfico em vi-
levantes é a utilização de nitrogénio e não de azoto, de cromo, gor, sendo incluído apenas quando as duas vogais são idênticas.
em vez de crómio e manganês, em vez de manganésio.

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Utilizam-se os prefixos multiplicativos necessários ao nome de cada espécie. Utilizam-se os prefixos


(Tabela A, Anexo). Na tabela 2 apresentam-se al- "di", "tri", "tetra", etc. para espécies simples ou
guns exemplos. "bis()", "tris()", "tetraquis()", etc. para nomes de es-
pécies que já contêm prefixos multiplicativos ou lo-
Tabela 2. Exemplos de nomes de espécies binárias.
calizadores. Apresentam-se alguns exemplos na Ta-
bela 3.
Fórmula Nome
GaAs arseneto de gálio
Tabela 3. Exemplos de nomes de espécies com mais de
CO2 dióxido de carbono
CaF2 difluoreto de cálcio (a) dois elementos.
FeCl2 dicloreto de ferro (b)
FeCl3 tricloreto de ferro (c) Fórmula Nome
H2O2 dióxido de di-hidrogénio (d) PBrCl3 brometo-tricloreto de fósforo
Também são aceites os nomes: (a) fluoreto de cálcio, (b) cloreto ClOFa) cloreto-fluoreto de oxigénio
de ferro(II), (c) cloreto de ferro(III), (d) peróxido de hidrogénio CuK5Sb2 diantimonieto de cobre e pentapotássio
IBr2Cl3 dibrometo-tricloreto de iodo
O nome de catiões e aniões heteropoliatómicos a) fórmula estrutural; a fórmula linear (também aceite) é OClF.
são construídos utilizando nomenclatura aditiva
Muitos compostos inorgânicos são combinações de
(Secção 3) ou nomenclatura substitutiva (Secção 4).
catiões, aniões e espécies neutras. Por convenção,
O nome de catiões heteropoliatómicos é igual ao o nome de um composto é constituído pelos nomes
da espécie neutra correspondente, seguido pelo das suas espécies componentes: com os aniões an-
número de carga (sem espaço). Por exemplo, o tes dos catiões e intercalados pela preposição "de"
nome do catião SbF4+ é tetrafluoretoantimónio(1+). e com as espécies neutras em último lugar (consul-
Ainda se aceitam os nomes amónio (NH4+) e oxónio tar exemplos na Tabela 4).
(H3O+), embora os seus nomes pela nomenclatura
Tabela 4. Exemplos de nomes de espécies com mais de
sistemática substitutiva sejam, respetivamente,
dois elementos
azânio e oxidânio.
Fórmula Nome
Os nomes dos aniões heteropoliatómicos têm a Ca3(PO4)2 bis(fosfato) de tricálcio
terminação "ato". Existem ainda bastantes nomes Ca2P2O7 difosfato de dicálcio
não sistemáticos que são aceites pela IUPAC, p.ex. BaO2 dióxido(2–) de bário(2+) ou
peróxido de bário
sulfato, nitrato, fosfato, etc.
MgSO4.7H2O sulfato de magnésio hepta-
hidratado
2.3 NOMES ESTEQUIOMÉTRICOS GERAIS CdSO4.6NH3 sulfato de cádmio—amoní-
A aplicação da nomenclatura estequiométrica a es- aco (1/6)
AlK(SO4)2.12H2O bis(sulfato) de alumínio e po-
pécies heteropoliatómicas segue os princípios ge-
tássio—água (1/12) ou
rais apresentados na secção 2.2. Os elementos ele- bis(sulfato) de alumínio e po-
tronegativos aparecem primeiro no nome, com a tássio dodeca-hidratado
respetiva terminação aniónica, seguido pelo nome Al2(SO4)3.K2SO4.24H2O tris(sulfato) de dialumínio—
sulfato de dipotássio—água
dos componentes eletropositivos, intercalados pela (1/1/24)
preposição "de". Caso haja mais do que um compo-
nente eletronegativo, o seu nome deve ser sepa-
rado por hífen. Os elementos eletropositivos, caso Também se deve ter cuidado em situações em que
haja mais do que um, são intercalados pela prepo- a utilização do prefixo multiplicativo simples possa
sição "e". Caso haja mais do que um componente não ser inequívoco. Por exemplo, deve utilizar-se
eletronegativo ou eletropositivo, os seus nomes po- tris(iodeto) para 3I– em vez de tri-iodeto (que é uti-
dem seguir a ordem da figura 1 ou podem colocar- lizado para I3–) e bis(fosfato) em vez de difosfato
se por ordem alfabética. (que é utilizado para P2O74–). Não se deve fazer eli-
são de vogais (p.ex. tetra-aquo, pentaóxido), exceto
O número de cada espécie deve estar especificado no caso especial de monóxido.
para refletir a composição do composto. Para tal,
adicionam-se os prefixos multiplicativos adequados

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Os nomes dos componentes neutros separam-se da Figura 1, ou S(OH)2O2, usando o método de iden-
por travessão, sem espaços. Os compostos inorgâ- tificação do átomo central e grupos ligados (secção
nicos podem ser compostos de adição (formal- 1.4.2). Assim, esta fórmula pode ser interpretada
mente), tal como é o caso dos quatro últimos exem- como um complexo em que o enxofre é o átomo
plos da Tabela 4. Em geral, a proporção dos com- central, ligado a dois grupos hidróxido e a dois gru-
postos componentes é indicada depois do nome, pos óxido. O nome é dado por adição do nome dos
utilizando um descritor estequiométrico constitu- grupos ligados (por ordem alfabética) antes do
ído por algarismos árabes separados por barra. O nome do elemento central. Neste caso, di-hidroxi-
descritor, dentro de parêntesis curvos, fica sepa- dodioxidoenxofre.
rado do nome por um espaço (últimos três exem-
plos da Tabela 4). No caso especial dos compostos Para catiões, uma vez mais, o nome é igual ao da
hidratados, podem usar-se prefixos multiplicativos espécie neutra, com indicação do número de carga
com o termo "hidratado". depois do nome do átomo central, entre parêntesis
e sem espaço. Por exemplo, o catião H3SO4+ terá a
fórmula S(OH)3O+, e o nome tri-hidroxido-oxidoen-
3. NOMENCLATURA ADITIVA
xofre(1+).
3.1 ABORDAGEM GERAL
A nomenclatura aditiva foi desenvolvida para des- Para aniões, as regras são idênticas às dos catiões,
crever as estruturas das espécies de coordenação, mas o nome do átomo central deve ser modificado
ou complexos, mas o método é facilmente aplicável com o sufixo "ato", com regras idênticas às apre-
a outras espécies moleculares. Esta nomenclatura sentadas na Secção 2.1 e com as exceções apresen-
enfatiza a informação estrutural, identificando o tadas na Tabela B, em anexo.
átomo central (usualmente um catião metálico em
Utilizando estas regras, a fórmula química para o
complexos ou um elemento não metálico em oxoá-
anião hidrogenossulfato resultante da desprotona-
cidos e derivados) e os átomos ou grupos a ele liga-
ção de S(OH)2O2 é S(OH)O3–, com o nome sistemá-
dos.
tico hidroxidotrioxidossulfato(1–). De igual forma, o
nome sistemático para o anião sulfato, SO42–, é te-
3.2 OXOÁCIDOS INORGÂNICOS E DERIVADOS
traoxidossulfato(2–). A Tabela C, em anexo, inclui os
Os oxoácidos inorgânicos e os seus iões derivados
nomes aditivos dos oxoácidos inorgânicos mais co-
por remoção de hidrões (H+) têm nomes tradicio-
muns, bem como dos seus aniões derivados.
nais que são frequentemente utilizados, como por
exemplo, ácido sulfúrico, hidrogenossulfato, sul- N OMENCLATURA DE HIDROGÉNIO
fato, ácido silícico, silicato, ácido nítrico, nitrato, A nomenclatura de hidrogénio é uma nomenclatura
etc. Estes nomes mantêm-se na nomenclatura alternativa para oxoácidos e seus derivados que
IUPAC, primeiramente porque são os nomes que contêm hidrogénio. Deve ser utilizada quando se
são utilizados na prática e, em segundo lugar, por- desconhece as posições de ligação dos hidrões ou
que têm um papel importante na nomenclatura or- quando não se deseja especificar essa conectivi-
gânica, na construção de nomes de derivados. No dade.
entanto, os nomes baseados na função ácida po-
dem induzir em erro, não identificando espécies O nome de uma espécie é feito por adição do pre-
ácidas como os aquacomplexos de catiões metáli- fixo "hidrogenio" ao nome do oxoanião (obtido por
cos, os hidretos de não metais, como o catião amó- nomenclatura aditiva), sem espaço e com o prefixo
nio ou o sulfureto de di-hidrogénio. Assim, enco- numérico adequado. O nome do oxoanião aparece
raja-se a utilização de nomes sistemáticos baseados sempre dentro de parêntesis. Na tabela 5 apresen-
na estrutura. tam-se alguns exemplos de aplicação desta nomen-
clatura.
O primeiro passo é identificar o átomo central e os
átomos ou grupos de átomos a eles ligados. Tendo
como exemplo o ácido sulfúrico, a sua fórmula quí-
mica pode ser escrita como H2SO4, usando a ordem

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Tabela 5. Nomes de oxoácidos e aniões derivados obtidos O número de carga do complexo (em numerais ára-
por nomenclatura de hidrogénio. bes) ou o número de oxidação do átomo central
(em numeração romana ou 0) indica-se depois do
Fórmula Nome
nome do átomo central, entre parêntesis e sem es-
HCO3– hidrogenio(trioxidocarbonato)(1–)
H2PO4– di-hidrogenio(tetraoxidofosfato)(1–) paço. Alternativamente, em compostos iónicos, a
HPO42– hidrogenio(tetraoxidofosfato)(2–) indicação da carga do complexo pode ser feita por
H2PO3– di-hidrogenio(trioxidofosfato)(1–) nomenclatura estequiométrica. Na tabela 7 apre-
HPO32– hidrogenio(trioxidofosfato)(2–)
HSO4– hidrogenio(tetraoxidossulfato)(1–)
sentam-se alguns exemplos de nomes de comple-
HSO3— hidrogenio(trioxidossulfato)(1–) xos com ligandos simples.
H4[Fe(CN)6] tetra-hidrogenio[hexacianetoferro(II)]
As ligações metal–metal em complexos diméricos
são indicadas colocando os símbolos dos átomos
3.3 COMPLEXOS
centrais entre parêntesis, em itálico e ligados por
Os complexos mononucleares consistem de um
travessão, após o nome do complexo (sem espaço
átomo central, frequentemente um ião metálico,
de separação).
que se encontra ligado a pequenas moléculas ou
iões, que se denominam genericamente ligandos. Por vezes é necessário especificar os átomos dado-
Os nomes dos complexos são formados usando as res de um determinado ligando, por exemplo, em
regras da nomenclatura aditiva. ligandos ambidentados ou em ligandos com várias
possibilidades de coordenação. A indicação do(s)
A primeira etapa é identificar o(s) átomo(s) cen-
átomo(s) dador(es) é feita adicionando "-ksímbolo
tral(is) e consequentemente os ligandos. Por con-
do átomo dador". A existência de várias ligações
venção, os eletrões envolvidos na ligação entre o
idênticas a um mesmo metal indica-se adicionando
átomo central e o ligando são formalmente atribuí-
o número árabe correspondente como índice supe-
dos ao ligando.
rior direito de k. Para ligandos complexos a expres-
O nome de cada ligando é igual à da espécie inde- são k pode colocar-se dentro do nome do ligando a
pendente, com a nomenclatura adequada, usual- seguir ao grupo a que se refere essa expressão (Ta-
mente nomenclatura de substituição para ligandos bela 7). O símbolo k também pode ser utilizado
orgânicos. Em português, existem três exceções: a para indicar qual o átomo central a que um ligando
água que tem o nome especial "aqua" como li- está ligado, no caso de complexos com mais de um
gando, o monóxido de carbono (ligado por C) é car- átomo central.
bonilo e o monóxido de azoto (ligado por N) é ni-
Quando os átomos dadores do ligando são contí-
trosilo. Por convenção, um átomo de hidrogénio
guos (estão ligados entre si) não se utiliza o símbolo
com uma ligação simples é considerado aniónico e
k, mas sim o símbolo h, por exemplo, o complexo
representa-se pelo nome hidreto, enquanto o di-hi-
com peróxido na Tabela 7.
drogénio coordenado é tratado como uma espécie
neutra dadora de dois eletrões. Apresentam-se al- Os ligandos em ponte, ou seja ligados a mais do que
guns exemplos de nomes de complexos com ligan- um centro metálico são especificados no nome
dos simples na Tabela 6.
através do prefixo "µ-". O nome do ligando deve fi-
O nome de ligandos com estruturas complexas car separado do prefixo numérico e do nome dos
deve ser colocado entre parêntesis. Igualmente, restantes ligandos por hífen, pela ordem prefixo--
deve colocar-se o nome de ligandos simples entre nome do ligando-outros ligandos. Apresentam-se
parêntesis quando possa surgir ambiguidade. A or- exemplos na Tabela 8.
dem de utilização de parêntesis é: (), [()], {[()]},
({[()]}), etc.

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Tabela 6. Nomes de complexos com ligandos simples

Estrutura

Átomo central cobalto(III) platina(II) ⟶ platinato(II)

Ligandos amoníaco brometo


água ⟶ aqua cloreto
dioxidonitrato(1–) ou nitrito
monoxido de nitrogénio ⟶ nitrosilo

Nome do com- cloreto de penta-amoniacoaquacobalto(III) brometocloreto[dioxidonitrato(1–)]nitrosiloplati-


plexo ou nato(II)
cloreto de penta-amoniacoaquacobalto(3+) ou
ou brometocloretonitritonitrosiloplatinato(II)
tricloreto de penta-amoniacoaquacobalto

Estrutura

Átomo central ferro(II) ⟶ ferrato(II) 2 x rénio(III) ⟶ 2 x renato(III)

Ligandos cianeto cloreto


Nome do com- hexacianetoferrato(II) de potássio bis(tetracloretorrenato)(Re—Re)(2–) de césio
plexo ou
hexacianetoferrato(4–) de potássio
ou
hexacianetoferrato de tetrapotássio

3.4 FÓRMULAS DE COMPLEXOS escritos por ordem alfabética, independente-


As fórmulas em linha dos compostos de coordena- mente da carga do ligando.
ção devem obedecer às seguintes regras: v) A existência de mais do que um ligando indica-
se colocando o número inteiro adequado como
i) O complexo deve ser escrito entre parêntesis índice inferior, à direita do ligando ou dos pa-
retos. rêntesis em que se encontra o ligando.
ii) As fórmulas químicas de ligandos poliatómicos vi) De preferência usam-se as fórmulas dos ligan-
e as abreviaturas devem colocar-se entre pa- dos que colocam o átomo dador mais próximo
rêntesis. Dado que se utilizam parêntesis retos do átomo central, por exemplo OH2 em vez de
para incluir a fórmula do complexo, a ordem de H2O.
utilização de parêntesis para os ligandos deve vii) Caso possível, os ligandos em ponte são colo-
ser (), {()}, ({()}). cados entre os símbolos dos átomos centrais.
iii) O símbolo do átomo ou átomos centrais são es-
critos em primeiro lugar. Apresentam-se alguns exemplos na Tabela 9.
iv) As representações dos ligandos (fórmula em li-
nha, símbolos, abreviaturas ou acrónimos) são

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Tabela 7. Nomes de complexos com ligandos com estruturas complexas e especificação de conetividade

Estrutura

Átomo central cobalto(III)⟶cobaltato(III)


Ligandos 2,2',2'',2'''-(etano-1,2-di-ildinitrilo)tetra-acetato ⟶ 2,2',2'',2'''-(etano-1,2--di-ildinitrilo)te-
tra-acetato
Átomos dadores 2,2',2'',2'''-(etano-1,2-di-ildinitrilo-k2N)tetra-acetato-k4O
Nome [2,2',2'',2'''-(etano-1,2-di-ildinitrilo-k2N)tetra-acetato-k4O]cobaltato(III) de bário
Estrutura +

Átomo central cobalto(II)⟶cobalto(II)


Ligandos etano-1,2-diamina
peróxido
Átomos dadores etano-1,2-diamina-k2N
h2-peroxido
Nome bis(etano-1,2-diamina-k2N)(h2-peroxido)cobalto(III)
Estrutura

Átomo central molibdénio(III)


Ligandos cloreto
1,4,8,12-tetratiaciclopentadecano
Átomos dadores Desnecessário para cloreto
1,4,8,12-tetratiaciclopentadecano-k2S1, S4, S8
Nome tricloreto(1,4,8,12-tetratiaciclopentadecano-k2S1, S4, S8)molibdénio(III)

4. NOMENCLATURA DE SUBSTITUIÇÃO. 4.1 NOMES DE HIDRETOS PARENTAIS


Neste sistema de nomenclatura, os nomes formam- Na tabela 10 apresentam-se os nomes sistemáticos
se a partir do nome dos hidretos parentais, com in- dos hidretos parentais aos quais se aplica este tipo
dicação dos substituintes desses hidretos. Este tipo de nomenclatura. Em geral, o nome destes hidretos
de nomenclatura tem regras semelhantes à nomen- é feito com o sufixo "ano" na raiz do nome do ele-
clatura de Química Orgânica recomendada pela mento. No entanto, para evitar ambiguidade com
IUPAC. alguns compostos orgânicos, a raiz do nome do ele-
mento é em muitos casos modificada. Por exemplo,

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o hidreto de alumínio, AlH3, é denominado alumano Tabela 8. Exemplos de compostos com ligandos
e não aluminano e o hidreto de arsénio é denomi- em ponte
nado arsano.
Estrutura
O nome dos hidretos homopolinucleares é feito
por adição do prefixo multiplicativo correspon-
dente ao número de átomos da cadeia ligados em Nome di-µ-cloreto-bis[dicloretoalumínio(III)]
série, ao nome do hidreto mononuclear. No caso de Estrutura
serem insaturados, utilizam-se as mesmas regras
dos alcenos e alcinos. A localização das ligações
múltiplas é incluída imediatamente antes da termi-
nação "eno" ou "ino" utilizando os números mais
baixos possíveis. Nome µ-peroxido-1kO1,2kO2-bis(trioxidossul-
fato)(2–)
ou
µ-[dioxido(2–)-1kO1,2kO2-bis(trioxidos-
sulfato)(2–)

Tabela 9. Exemplos de fórmulas de compostos de coordenação

Estrutura Estrutura

Átomo cen- Co Átomo central 2 x Re


tral
Ligandos NH3, OH2 Ligandos Cl
Fórmula [Co(NH3)5(OH2)]Cl3 Fórmula Cs3[Cl4ReReCl4] ou Cs3[Re2Cl8]
Estrutura Estrutura

Átomo cen- Co Átomo central Pt


tral
Ligandos 2,2',2'',2'''-(etano-1,2-di-ildinitrilo)tetra- Ligandos Cl
acetato⟶ edta trifenilfosfano⟶PPh3
Fórmula Ba[Co(edta)]2 Fórmula [PtCl2(PPh3)2]
Estrutura Estrutura

Átomo cen- 2 x Al Átomo central 2xS


tral
Ligandos Cl– (ponte), Cl– O22– (ponte), O2–,
Fórmula [Cl2Al(µ-Cl)2AlCl2] Fórmula [O3S(µ-O2)SO3]

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Tabela 10. Nomes dos hidretos parentais mononucleares

Grupo 13 Grupo 14 Grupo 15 Grupo 16 Grupo 17


a) a)
BH3 borano CH4 metano NH3 azano H2O oxidano HF fluoranob)
AlH3 alumano SiH4 silano PH3 fosfano H2S sulfanob) HCl cloranob)
GaH3 galano GeH4 germano AsH3 arsano H2Se selano b) HBr bromanob)
InH3 indigano SnH4 estanano SbH3 estibano H2Te telano b) HI iodanob)
TlH3 talano PbH4 plumbano BiH3 bismutano H2Po polano b) HAt astatanob)
a) Os nomes azano e oxidano são utilizados apenas para formar nomes de derivados, utilizando a nomenclatura de substituição, mantendo-
se em uso os nomes amoníaco e água para estas entidades. b) Os nomes apresentados nesta tabela para os hidretos assinalados são utili-
zados apenas para formar nomes de derivados, utilizando a nomenclatura de substituição. O nome para estes hidretos é o derivado da
nomenclatura composicional ou seja, calcogeneto de di-hidrogénio, para os hidretos do grupo 16, e halogeneto de hidrogénio para os hi-
dretos do grupo 17

O nome dos hidretos homopolinucleares é feito frequentemente o nome obtido por nomenclatura
por adição do prefixo multiplicativo correspon- aditiva, tetra-hidretoborato(1–).
dente ao número de átomos da cadeia ligados em
Tabela 11. Exemplos de nomes de hidretos homopolinu-
série, ao nome do hidreto mononuclear. No caso de
cleares e de derivados de hidretos.
serem insaturados, utilizam-se as mesmas regras
dos alcenos e alcinos. A localização das ligações Fórmula Nome
múltiplas é incluída imediatamente antes da termi- H2O2 dioxidanoa)
nação "eno" ou "ino" utilizando os números mais H2NNH2 diazanob)
baixos possíveis. Na tabela 11 apresentam-se al- H2NNH2 difosfano
guns exemplos representativos. H3SiSiH2SiH2SiH3 tetrassilano
HN=NH diazeno
O nome de catiões derivados de hidretos por ga- 1 2 3 4 5
nho de hidrão é formado por substituição da termi- H2NN=NNHNH2 penta-az-2-eno
nação "o" por "io", com acentuação da vogal prece- SiH3OH silanol
SiH3NH2 silanamina
dente. Para os policatiões formados por perda de
PH2(CH2CH3) etilfosfano
mais de um hidrão usam-se os sufixos "di-io", "tri- PHCl2 diclorofosfano
io", etc. (Tabela 12) a) O nome peróxido ou dióxido de di-hidrogénio também são
aceites. b) Também é aceite o nome hidrazina e é este nome que
O nome de catiões derivados de hidretos por perda é usado para os derivados orgânicos.
de hidreto é formado por substituição da termina-
ção "o" por "ílio". Para os policatiões formados por As regras para nomes de aniões obtidos por perda
perda de mais de um anião hidreto usa-se o nome de hidrão são semelhantes, substituindo a vogal
do hidreto parental com os sufixos "di-ílio", "tri- terminal do nome pelos sufixos "eto", "dieto", "tri-
ílio", etc. (Tabela 12) eto". Apresentam-se alguns exemplos na Tabela 14.

Utilizam-se as regras da nomenclatura orgânica Os nomes dos aniões obtidos pela perda de hidrão
para catiões derivados de hidretos parentais com de grupos hidroxilo ou dos seus análogos de calco-
substituintes. géneos, cujo nome termina em "ol" formam-se por
adição do sufixo "ato" (Tabela 14). O nome de radi-
Os aniões obtidos por ganho de hidreto têm mais cais e grupos substituintes obtidos pela remoção
usualmente nomes formados por nomenclatura de hidrogénio de um hidreto parental obedecem às
aditiva. No entanto, o nome por nomenclatura de seguintes regras:
substituição pode ser feito por substituição da vo-
gal terminal pelo sufixo "ueto". Por exemplo, o i) na remoção de um hidrogénio, substitui-se a
nome de BH4– é boranueto, mas usa-se mais última vogal do nome do hidreto parental pelo
sufixo "ilo";

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Tabela 12. Exemplos de nomes de catiões derivados de Tabela 14. Exemplos de nomes de radicais ou substituin-
hidretos. tes derivados de hidretos.

Fórmula Nome Fórmula Nome


Derivados por ganho de hidrão NH2• azanilideno
NH4+ azânio ou amónio PH2• e PH2– fosfanilo e fosfanil(o)a)
N2H5+ diazânio ou hidrazínio PH2• e PH= fosfanilideno
N2H62+ diazanodi-io ou hidrazinadi-io HP< fosfanodi-il(o) a)
H3O+ oxidânio ou oxónio P≡ fosfanilidino
+
H2PPHPH3+ trifosfano-1,3-di-io NH2O• e NH2O– amino-oxidanilo e amino-
Derivados por perda de hidreto oxidanil(o)a)
PH2+ fosfanílio HONH• e HONH–– hidroxizanilo e hidroxiamino
Si2H5+ dissilanílio a) em português elide-se o "o" final do nome de grupos substi-
tuintes quando este é usado como prefixo na construção de um
SiH3+ silílio
+ nome.
HNN=NH diclorofosfano
Derivados substituídos Nos casos apresentados na Tabela 15, o nome do
PCl4+ tetraclorofosfânio
+
radical ou substituinte não é sistemático.
NF4 tetrafluoroazânio ou tetrafluo-
roamónio Tabela 15. Nomes de radicais ou substituintes derivados
SEtMePh+ etil(fenil)metilsulfânio de hidretos não sistemáticos.

Fórmula Nome
Tabela 13. Exemplos de nomes de aniões derivados de
OH• hidroxilo
hidretos.
OH– hidroxi
NH2• aminilo
Fórmula Nome
SiH3• e SiH3– sililo e silil(o) a)
Derivados por perda de hidrão GeH3• e GeH3– germilo e germil(o) a)
NH2– azaneto ou amideto SnH3• e SnH3– estanilo e estanil(o)a)
NH2– azanodieto PbH3• e PbH3– plumbilo e plumbil(o)a)
H2NNH– diazaneto ou hidrazineto SiH22• sililideno
SiH3– silaneto a) em português elide-se o "o" final do nome de grupos substi-
SH– sulfaneto tuintes quando este é usado como prefixo na construção de um
Derivados por perda de hidrão de grupo hidroxilo nome.
ou análogos de calcogéneso
SiH2O– silanolato 5. CASOS PARTICULARES
PH2O– fosfanolato
PH2S– fosfanotiolato 5.1 COMPOSTOS ORGANOMETÁLICOS
O nome dos compostos organometálicos segue as
regras gerais da nomenclatura aditiva, tal como in-
ii) na remoção de dois ou mais hidrogénios adici-
dicadas para os outros compostos de coordenação,
ona-se o sufixo "ilo" com o prefixo multiplica-
apresentadas na secção 3.
dor adequado;
iii) no caso de substituintes que formam uma liga- Os ligandos orgânicos que se ligam através de pelo
ção dupla, substitui-se a última vogal do nome menos um átomo de carbono são frequentemente
do hidreto parental pelo sufixo "ilideno"; considerados ligandos aniónicos. O seu nome é
iv) no caso de substituintes que formam uma liga- dado por substituição da última vogal do nome do
ção tripla, substitui-se a última vogal do nome composto parental por "eto". Por exemplo o com-
do hidreto parental pelo sufixo "ilidino"; posto [Os(CH2CH3)(NH3)5]Cl é cloreto de penta-
v) no caso de radicais formados por perda de dois amoniaco(etaneto)ósmio(1+).
hidrogénios do mesmo átomo, usa-se o sufixo
ilideno. Alternativamente, o nome do ligando orgânico é
construído considerando-o como um grupo neutro,
A tabela 14 lista alguns exemplos de radicais e gru- ou seja derivado de um composto orgânico por
pos substituintes. perda de hidrogénio. Nesse caso, usa-se o sufixo

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"ilo" e as regras da IUPAC de Nomenclatura de Quí- vogal do nome do hidrocarboneto parental. Se-
mica Orgânica. Como ligando não se elide a última gundo a convenção de substituinte usam-se os sufi-
vogal do nome. Neste caso, o nome do composto xos "di-ilo" e tri-ilo". Por exemplo, o ligando biden-
[Os(CH2CH3)(NH3)5]Cl é cloreto de penta-amoni- tado –CH2CH2CH2– é denominado propano-1,3-di-
aco(etilo)ósmio(1+). Ao átomo de carbono ligante eto (ou propano-1,3-di-ilo), µ-propano-1,3-dieto
atribui-se a numeração mais baixa possível. (ou µ-propano-1,3-di-ilo) quando atua como li-
gando em ponte entre dois centros metálicos.
Embora esta última alternativa contrarie a conven-
ção geral para cálculo do número de oxidação, que Quando o ligando orgânico forma uma ligação du-
considera na generalidade os ligandos orgânicos pla com o centro metálico, a terminação do nome
como sendo aniónicos, tem a vantagem de manter deve ser "ilideno" (ligação dupla) ou "ilidino" (liga-
os nomes utilizados anteriormente. Assim, são acei- ção tripla, tal como ilustrado nos exemplos da ta-
tes os dois tipos de nomes, tal como apresentados bela 17.
nos exemplos da Tabela 16.
Na tabela 18 apresentam-se alguns exemplos de
Quando um ligando orgânico forma mais do que nomes de complexos organometálicos com ligações
uma ligação simples metal-carbono (com ou ou simples, duplas ou triplas com átomos de carbono.
mais centros metálicos) pode considerar-se que o
ligando é o anião com carga 2– ou 3–, com a termi-
nação "dieto" ou "trieto", sem remoção da última

Tabela 16. Nomes de alguns ligandos ligados por um ou mais átomos de carbono.

Fórmula Nome sistemático como li- Nome sistemático como Nome alternativo aceite
gando aniónico substituinte pela IUPAC
CH3– metaneto metilo
CH3CH2– etaneto etilo
(CH3)2CH– propan-2-eto propan-2-ilo isopropilo
C5H5– ciclopenta-2,4-dien-1-eto ciclopenta-2,4-dien-1-ilo ciclopentadienilo
C6H5– benzeneto fenilo
C6H5CH2– fenilmetaneto fenilmetilo benzilo

H3CC(=O)– 1-oxaetan-1-eto etanoílo acetilo


–CH2– metanodieto metanodi-ilo metileno
–CH2CH2– etanodieto etanodi-ilo etileno
–CH2CH2CH2CH2– butano-1,4-dieto butano-1,4-di-ilo
CH3CH< etano-1,1-dieto etano-1,1-di-ilo
H2C=C< eteno-1,1-dieto eteno-1,1-di-ilo
–C≡C– etino-1,2-dieto etino-1,2-di-ilo
– C6H4– benzenodieto benzenodi-ilo fenileno

Tabela 17. Nomes de alguns ligandos com ligações duplas ou triplas a centros metálicos.

Fórmula Nome sistemático Nome alternativo aceite pela IUPAC


H2C= metilideno
CH3CH= etilideno
CH2=C= etenilideno vinilideno
H2C=HC–HC= prop-2-en-1-ilideno alilideno
H2C=C=C= propa-1,2-dien-1-ilideno alenilideno
PhHC= fenilmetilideno benzilideno
HC≡ metilidino
H3CC≡ etilidino
PhC≡ fenilmetilidino benzilidino

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Tabela 18. Exemplos de nomes de complexos organometálicos

Fórmula
Li[Cu(CH3)2]

Nome dimetanetocuprato(1–) de lítio ou dimetilocu- (butano-1,4-di-ilo)bis(trifenilfosfano-kP)platina ou


prato(1–) de lítio (butano-1,4-dieto)bis(trifenilfosfano-kP)platina
Fórmula

Nome dicloreto(fenilmetilideno)bis(trifenilfosfano- tetracarbonilo[2-(2-fenildiazen-1-il-kN2)fenilo-kC1]manga-


kP)ruténio ou nês
dicloreto(fenilmetano-1,1-dieto)bis(trifenil-
fosfano-kP)ruténio ou
(benzilideno)dicloretobis(trifenilfosfano-
kP)ruténio
Fórmula

Nome (µ-etano-1,1-di-ilo)bis(pentacarbonilorrénio (µ-etano-1,2-di-ilo)bis(tetracarbonilo-ósmio)(Os—Os)

Muitos ligandos insaturados formam ligações ao apresentam-se exemplos de complexos organome-


centro metálico por interações do tipo p. Neste tálicos deste tipo.
caso, especifica-se o número de átomos contíguos
do ligando que estão envolvidos na ligação (haptici- Por razões históricas e pela sua importância na Quí-
dade) usando o símbolo h (eta) seguido do número mica Organometálica, mantém-se na nomenclatura
sistemática o nome ferroceno
de átomos do ligando envolvidos na ligação em ín-
dice superior. Este termo coloca-se imediatamente [bis(h5-ciclopentadienilo)ferro, Fi-
antes do nome do ligando (ou parte do ligando) se- gura 2], bem como os análogos de
parado por hífens do resto do nome. Caso necessá- outros metais, por exemplo vana-
rio, pode incluir-se antes a numeração correspon- doceno, cromoceno, cobaltoceno,
dente aos átomos ligados. Figura 2 etc. Estes nomes podem ser utili-
Estrutura do zados em derivados utilizando a
ferroceno
Na tabela 19 apresentam-se exemplos de nomes de nomenclatura de substituição.
ligandos insaturados e os seus nomes e na tabela 20

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Tabela 19. Nomes de alguns ligandos insaturados.

Fórmula Nome sistemático como ligando aniónico Nome sistemático como substituinte

h3-propeneto h3-propenilo

h3-(Z)-buteneto h3-(Z)-butenilo

h5-ciclopentadieneto h5-ciclopentadienilo

pentametil-h5-ciclopentadieneto pentametil-h5-ciclopentadienilo

h5-ciclo-hexadieneto h5-ciclo-hexadienilo

Tabela 20. Exemplos de nomes de complexos organometálicos com ligandos insaturados

Fórmula

Nome tricarbonilo{N,N-dimetil-1-[2-(difenil)fosfa- dicarbonilo(h2-formaldeido)bis(trifenilfosfano)ósmio


nil)-h6-fenil]etan-1-amina}cromo
Fórmula

Nome bis(h6-benzeno)cromo [(1,2,5,6-h)-ciclo-octatetraeno](h5-ciclopentadienilo)co-


balto

5.2 HIDRETOS DE BORO ii) o número de átomos de boro indica-se por uti-
Os hidretos de boro exibem uma complexidade lização do prefixo numérico adequado antes
composicional e estrutural elevada, pelo que se do nome borano;
aplicam regras de nomenclatura específicas. Os no- iii) o número de átomos de hidrogénio tem de ser
mes estequiométricos são feitos com base nas se- indicado por colocação do número árabe, en-
guintes regras: tre parêntesis, logo a seguir ao nome (sem es-
paço).
i) o nome da unidade estrutural mais simples,
BH3, é borano;

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Por aplicação destas regras, por exemplo, o com- Figura 3. Para os compostos em cadeia usa-se o pre-
posto B2H6 denomina-se diborano(6) e o composto fixo "catena" e para os compostos cíclicos o prefixo
B20H16 denomina-se icosaborano(16). "ciclo". Os prefixos estruturais indicam-se em itálico
e separados no nome por hífen. Por exemplo, o
Utilizam-se as regras da nomenclatura de substitui- composto B4H4, com a fórmula de estrutura apre-
ção para indicação de substituintes, ligações du- sentada na figura 3 denomina-se ciclo-tetrabo-
plas, etc. rano(4).
Podem também utilizar-se descritores estruturais
que se apresentam na tabela 21, com exemplos na

Figura 3. Fórmula de estrutura de (A) ciclo-tetraborano(4); (B) e (C) esquema da transformação da estrutura closo-[B6H6]2–
em nido-C5H5

Tabela 21. Tipos estruturais comuns de hidretos de boro

Descritor Hidreto parental Pares de Estrutura


eletrões do
esqueleto
closo BnHn+2 n+1 Poliedro fechado com faces triangulares (figura 3)
nido BnHn+4 n+2 Poliedro aberto em forma de ninho, derivado da estrutura
closo por remoção de um átomo de boro de um vértice
aracno BnHn+6 n+3 Poliedro aberto em forma de teia, derivado da estrutura closo
por remoção de dois átomos de boro de dois vértices
hifo BnHn+8 n+4 Poliedro aberto em forma de rede, derivado da estrutura
closo por remoção de três átomos de boro de três vértices
clado BnHn+10 n+5 Poliedro aberto ramificado, derivado da estrutura closo por
remoção de quatro átomos de boro de quatro vértices

Hartshorn, R. M., Hutton, A. T. (2017) Nomencla-


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
tura de Química Inorgânica (Cardoso, J., Alberto, J.,
Estas regras de nomenclatura destinam-se a auxiliar Costa, I., Faria, R. B., Garcia, M. H., Henriques, R. T.,
os estudantes da Faculdade de Ciências da Univer- Herold, B. J., Magalhães, M. C., Marçalo, J., Pelle-
sidade do Porto no seu estudo de nomenclatura de grino, O., Serra, O. A. (Tradução), Sociedade Portu-
Química Inorgânica, sendo por isso uma versão guesa de Química (Ed.)). IST (livro original publicado
muito simplificada das regras de nomenclatura da em 2005.
IUPAC. O texto foi adaptado de Hartshorn, R. M.,
Hellwich, K.-M., Yerin, A., Damhus, T., Hutton, A. T.
(2016) Brief Guide to the Nomenclature of Inorganic
Chemistry. De Gruyter. (https://doi.org/10.1515/
iupac.87.0727) e de Connelly, N. G., Damhus, T.,

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ANEXO
Tabela A. Prefixos multiplicativos para nomes simples e complexos

Nº Simples Complexo
2 di bis
3 tri tris
4 tetra tetraquis
5 penta pentaquis
6 hexa hexaquis
7 hepta heptaquis
8 octa octaquis
9 nona nonaquis
10 deca decaquis
11 undeca undecaquis
12 dodeca dodecaquis
20 icosa icosaquis

Tabela B. Nomes de elementos em espécies aniónicas que são exceção às regras (Secção 2.1) por ordem alfa-
bética do símbolo químico).

Símbolo quí- Nome Nome em anião homoatómico Nome em anião heteroatómico


mico
Ag prata argenteto argentato
Au ouro aureto aurato
Cu cobre cupreto cuprato
F flúor fluoreto fluorato
Ge germánio germeto germanato
H hidrogénio hidreto hidrogenato
Mn manganês manganeto manganato
N nitrogénio nitreto nitrato
O oxigénio óxido oxigenato
P fósforo fosforeto fosfato
Pb chumbo plumbeto plumbato
Pm promécio prometeto prometato
S enxofre sulfureto sulfato
Sn estanho estaneto estanato
Tc tecnécio tecneteto tecnetato
W tungsténio tungsteto tungstato

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Tabela C. Nomes comuns aceites e nomes sistemáticos da nomenclatura aditiva para alguns oxoácidos inorgâni-
cos e derivados (por ordem alfabético do nome do átomo central)
Fórmula Nome sistemático da nomenclatura aditiva Nome comum aceite
Arsénio
H3AsO4 = [AsO(OH)3] tri-hidroxido-oxidoarsénio ácido arsénico
H2AsO4– = [AsO2(OH)2]– di-hidroxidodioxidoarsenato(1–) di-hidrogenoarsenato
HAsO42– = [AsO3(OH)]2– hidroxidotrioxidoarsenato(2–) hidrogenoarsenato
AsO43– tetraoxidoarsenato(3–) arsenato
Boro
H3BO3 = [B(OH)3] tri-hidroxidoboro ácido bórico
H2BO3– = [BO(OH)2]– di-hidroxido-oxidoborato(1–) di-hidrogenoborato
HBO32– = [BO2(OH)]2– hidroxidodioxidoborato(2–) hidrogenoborato
BO33– = [BO3]3– trioxidoborato(3–) borato
(HBO2)n = ( O(OH)BO ) n catena-poli-(hidroxidoboro-µ-óxido) ácido metabórico
(BO2-)n = ( OBO ) '& catena-poli-[(oxidoborato-µ-óxido)(1–) metaborato
H2BHO2 = [BH(OH)2] hidretodi-hidroxidoboro ácido borónico
HBHO2 = [BH2(OH)] di-hidreto-hidroxidoboro ácido borínico
Bromo
HBrO4 = [BrO3(OH)] hidroxidotrioxidobromo ácido perbrómico
BrO4– tetraoxidobromato(1–) perbromato
HBrO3 = [BrO2(OH)] hidroxidodioxidobromo ácido brómico
BrO3– trioxidobromato(1–) bromato
HBrO2 = [BrO(OH)] hidroxido-oxidobromo ácido bromoso

BrO2 dioxidobromato(1–) bromito
HBrO = [O(H)Br] c) brometo-hidreto-oxigénio ácido hipobromoso
BrO– = [OBr]– brometo-oxigenato(1–) hipobromito
Carbono
H2CO3 = [CO(OH)2] di-hidroxido-oxidocarbono ácido carbónico
HCO3– = [CO2(OH)]– hidroxidodioxidocarbonato(1–) hidrogenocarbonato
CO32– trioxidocarbonato(2–) carbonato
HOCNa) = [C(N)OH] hidroxidonitretocarbono ácido ciânico
OCN– nitreto-oxidocarbonato(1–) cianato
a) b)
HNCO = [C(NH)O] (hidretonitrato)oxidocarbono ácido isociânico
ONC– = [N(C)O]– carboneto-oxidonitrato(1–) —
Cloro
HClO4 = [ClO3(OH)] hidroxidotrioxidocloro ácido perclórico
ClO4– tetraoxidoclorato(1–) perclorato
HClO3 = [ClO2(OH)] hidroxidodioxidocloro ácido clórico
ClO3– trioxidoclorato(1–) clorato
HClO2 = [ClO(OH)] hidroxido-oxidocloro ácido cloroso
ClO2– dioxidoclorato(1–) clorito
c)
HClO = [O(H)Cl] cloreto-hidreto-oxigénio ácido hipocloroso
ClO– = [OCl]– cloreto-oxigenato(1–) hipoclorito
Enxofre
H2SO4 = [SO2(OH)2] di-hidroxidodioxidoenxofre ácido sulfúrico
HSO4– = [SO3(OH)]– hidroxidotrioxidossulfato(1–) hidrogenosulfato
SO42– tetraoxidossulfato(2–) sulfato
H2SO3 = [SO(OH)2] di-hidroxido-oxidoenxofre ácido sulfuroso
HSO3– = [S(OH)O2(OH)]– hidroxidodioxidossulfato(1–) hidrogenosulfito
2–
SO3 trioxidossulfato(2–) sulfito
HSHO3= [SHO2(OH)]– hidreto-hidroxidodioxidoenxofre ácido sulfónico
HSHO2= [SHO(OH)] hidreto-hidroxido-oxidoenxofre ácido sulfínico
H2SO2= [S(OH)2] di-hidroxidoenxofre sulfanol

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Tabela C. Nomes comuns aceites e nomes sistemáticos da nomenclatura aditiva para alguns oxoácidos inorgâni-
cos e derivados (por ordem alfabético do nome do átomo central)
Fórmula Nome sistemático da nomenclatura aditiva Nome comum aceite
H2S2O7 = [(HO)S(O)2OS(O)2(OH)] µ-oxido-bis(hidroxidodioxidoenxofre) ácido dissulfúrico
H2S2O6 = [(HO)(O)2SS(O)2(OH)] bis(hidroxidodioxidoenxofre)(S—S) ou 1,4-di- ácido ditiónico
hidreto-2,2,3,3-tetraoxido-1,4-dioxi-2,3-dissu-
lfi-[4]-catena
H2S2O6 = [(HO)(O)2SS(O)2(OH)] bis(hidroxidodioxidoenxofre)(S—S) ou 1,4-di- ácido ditiónico
hidreto-2,2,3,3-tetraoxido-1,4-dioxi-2,3-dissu-
lfi-[4]-catena
S2O62– = [O3SSO3]2– bis(trioxidossulfato)(S—S)(2–) ou 2,2,3,3-te- ditionato
traoxido-1,4-dioxi-2,3-dissulfi-[4]-catenato(2–
)
H2S3O6 = [(HO)(O)2SSS(O)2(OH)] 1,5-di-hidreto-2,2,4,4-tetraoxido-1,5-dioxi- ácido tritiónico
2,3,4-trissulfi-[5]-catena
H2S4O6 = [(HO)(O)2SSSS(O)2(OH)] 1,6-di-hidreto-2,2,5,5-tetraoxido-1,6-dioxi- ácido tritiónico
2,3,4,5-tetrassulfi-[6]-catena
H2S3O6 = [(HO)(O)2SSS(O)2(OH)] 1,5-di-hidreto-2,2,4,4-tetraoxido-1,5-dioxi- ácido tetratiónico
2,3,4-trissulfi-[5]-catena
H2S2O5 = [(HO)(O)2SS(O)(OH)] di-hidroxido-1kO,2kO-trioxido-1k2O,2kO-di- ácido dissulfuroso
enxofre(S—S)
S2O52– = [O(O)2SS(O)O] pentaoxido-1k3O,2k2O-dissulfato (S—S)(2–) ácido dissulfuroso
H2S2O4 = [(HO)(O)SS(O)(OH)] bis(hidroxido-oxidoenxofre)(S—S) ou 1,4-di- ácido ditionoso
hidreto-2,3-dioxido-1,4-dioxi-2,3-dissulfi-
(4)catena
S2O42– = [O2SSO2]2– bis(dioxidossulfato)(S—S)(2–) ou 2,3-dioxido- ácido ditionoso
1,4-dioxi-2,3-dissulfi-(4)catenato(2–)
Iodo
H5IO6 = [IO(OH)5] penta-hidroxido-oxidoiodo ácido ortoperiódico
IO65– hexaoxidoiodato(5–) ortoperiodato
HIO4 = [IO3(OH)] hidroxidotrioxidoiodo ácido periódico
IO4– tetraoxidoiodato(1–) periodato
HIO3 = [IO2(OH)] hidroxidodioxidoiodo ácido iódico
IO3– trioxidoiodato(1–) iodato
HIO2 = [IO(OH)] hidroxido-oxidoiodo ácido iodoso
IO2– dioxidoiodato(1–) iodito
HIO = [O(H)I] c) iodeto-hidreto-oxigénio ácido hipoiodoso
IO– = OI– iodeto-oxigenato(1–) hipoiodito
Nitrogénio
HNO3 = [NO2(OH)] hidroxidodioxidonitrogénio ácido nítrico
NO3– trioxidonitrato(1–) nitrato
HNO2 = [NO(OH)] hidroxido-oxidonitrogénio ácido nitroso
NO2– dioxidonitrato(1–) nitrito
Fósforo
H3PO4 = [PO(OH)3] tri-hidroxido-oxidofosfóro ácido fosfórico
H2PO4– = [PO2(OH)2]– di-hidroxidodioxidofosfato(1–) di-hidrogenofosfato
2– 2–
HPO4 = [PO3(OH)] hidroxidotrioxidofosfato(2–) hidrogenofosfato
PO43– tetraoxidofosfato(3–) fosfato
H3PO3 = [P(OH)3] tri-hidroxidofosfóro ácido fosforoso
H2PO3– = [PO(OH)2]– di-hidroxido-oxidofosfato(1–) di-hidrogenofosfito
2– 2–
HPO3 = [PO2(OH)] hidroxidodioxidofosfato(2–) hidrogenofosfito
PO33– trioxidofosfato(3–) fosfito
H2PHO3 = [P(H)O(OH)2] hidretodi-hidroxido-oxidofosfóro ácido fosfónico
HPHO3– = [P(H)O2(OH)]– hidreto-hidroxidodioxidofosfato(1–) hidrogenofosfonato

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Tabela C. Nomes comuns aceites e nomes sistemáticos da nomenclatura aditiva para alguns oxoácidos inorgâni-
cos e derivados (por ordem alfabético do nome do átomo central)
Fórmula Nome sistemático da nomenclatura aditiva Nome comum aceite
2–
PHO3 hidretotrioxidofosfato(2–) fosfonato
H2PHO2 = [PH(OH)2] hidretodi-hidroxidofósforo ácido fosfonoso
HPH2O2 = [P(H)2O(OH)] di-hidreto-hidroxido-oxidofósforo ácido fosfínico
HPH2O = [P(H)2(OH)] di-hidreto-hidroxidofósforo ácido fosfinoso
H4P2O7 = [(HO)2P(O)OP(O)(OH)2] µ-oxido-bis(di-hidroxido-oxidofósforo) ácido difosfórico
H2P2H2O5 = µ-oxido-bis(hidreto-hidroxido-oxidofósforo) ácido difosfónico
[(HO)P(H)(O)OP(H)(O)(OH)]
P2H2O52– = [O2P(H)OP(H)O2)] 2– µ-oxido-bis(hidretodioxidofosfato)(2–) difosfonato
H3P3O9 tri-µ-oxido-tris(hidroxido-oxidofósforo) ou ácido ciclo-trifosfórico
2,4,6-tri-hidroxido-2,4,6-trioxido-1,3,5-trioxi-
2,4,6-trifosfi-[6]ciclo
H5P3O10 penta-hidroxido-1k2O,2kO,3k2O-di-µ-oxido- ácido catena-trifosfórico ou
trioxido-1kO,2kO,3kO-trifósforo ou 1,7-di-hi- ácido trifosfórico
dreto-2,4,6-tri-hidroxido-2,4,6-trioxido-
1,3,5,7-tetraoxi-2,4,6-trifosfi-[7]catena
Silício
H4SiO4 = [Si(OH)4] tetra-hidroxidossilício ácido silícico
SiO44– tetraoxidossilicato(4–) silicato
(H2SiO3)n = ( Si(OH)2O ) n catena-poli-(dihidroxidossilicio-µ-óxido) ácido metassilícico
( SiO$ ) ('
& catena-poli-[(dioxidossilicato-µ-óxido)(2–) metassilicato
H2Si2O7 = [(HO)3SiOSi(OH)3] µ-oxido-bis(tri-hidroxidossilício) ácido dissilícico
[Si2O7]6– = [O3SiOSiO3] 6– µ-oxido-bis(trioxidossilicato)(6–) dissilicato
a) Fórmula estrutural (preferida para distinguir de ácido ciânico de ácido isociânico). b) Formalmente o ácido isociânico não
é um oxoácido. c) Neste caso, o halogénio não é o átomo central, mas considera-se como oxoácido de halogénio.

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