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Funções Orgânicas

As funções orgânicas são os grupos de compostos químicos com propriedades


físico-químicas semelhantes por conta de suas estruturas, que contêm um grupo
funcional em comum. Esses grupos são a sequência de átomos que compõem parte da
molécula, específicos de cada função orgânica. O grupo funcional garante ainda uma
nomenclatura específica para cada função. Veja como identificá-lo a seguir!

Como identificar uma função orgânica?


Para tal, é preciso estudar a estrutura de uma molécula na busca de um grupo
funcional conhecido. A partir disso, analisando os átomos presentes e o tipo de ligação
existente entre eles, é possível determinar o tipo de função orgânica da molécula em
questão, além da nomenclatura correta dela.

Relacionadas

Funções Inorgânicas
As funções inorgânicas são grupos de elementos que possuem características
semelhantes.
Química orgânica
A química orgânica passou por muitos estudos durante os anos, passando a ser
considerada aquela parte da química responsável por estudar os compostos do carbono.
Funções nitrogenadas
O nitrogênio é um dos elementos fundamentais da química orgânica, e os compostos
que o possuem em sua estrutura são chamados de nitrogenados.
De modo geral, os compostos orgânicos se diferenciam dos compostos inorgânicos por
apresentarem átomos de carbono diretamente ligados aos átomos de hidrogênio ou
distribuídos em uma longa cadeia carbônica. Um exemplo dessa diferença é o metano
(CH4) e o ácido carbônico (H2CO3):

Principais funções orgânicas


Existem mais de 50 funções orgânicas diferentes, mas apenas algumas delas são
mais recorrentes e importantes de se estudar. São elas: Hidrocarbonetos, Álcoois,
Fenóis, Éteres, Cetonas, Aldeídos, Ácidos Carboxílicos, Ésteres, Aminas, Amidas e
Haletos Orgânicos. Veja abaixo:
São denominados hidrocarbonetos os compostos orgânicos que possuem
somente os átomos de carbono e hidrogênio em sua estrutura, sendo sua fórmula geral a
CxHy.

São classificados de acordo com o tipo de ligação (simples, dupla ou tripla)


presente entre os átomos de carbono, além do fato de a cadeia ser aberta ou cíclica.

Nomenclatura
A nomenclatura é dada de acordo com a União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC):
O prefixo indica o número de carbonos presentes na molécula: MET para 1 C, ET para
2 C, PROP para 3 C, BUT para 4 C e assim por diante;
O elemento que vem a seguir indica o tipo de ligação encontrada na molécula,
geralmente indicado pelo número do carbono em que se encontra a insaturação (ligação
dupla ou tripla), caso exista (começando a contar os carbonos da cadeia a partir do lado
mais próximo da insaturação). Usa-se AN quando não possui insaturações, EN para
ligação dupla e IN para ligação tripla.
Por fim, o sufixo é somente a letra O, indicando a classe dos hidrocarbonetos.
Quando a cadeia for fechada (cíclica), adiciona-se a palavra ciclo no início da
nomenclatura.
Exemplos:

BUT (dos quatro C na cadeia) + AN (das simples ligações) + O (sufixo para


hidrocarbonetos) = Butano

3-METIL (do grupo metil ramificado no carbono 3) + PENT (dos cinco C na


cadeia) + 2-EN (da ligação dupla no carbono 2) + O (sufixo para hidrocarbonetos) = 3-
metil-pent-2-eno
Álcoois
Os álcoois possuem, em sua estrutura molecular, um ou mais grupos hidroxila
(OH) ligados aos átomos de carbono saturado (que realiza somente ligações simples).
Esses carbonos, por sua vez, podem estar ligados a uma cadeia carbônica. Por isso, a
representação geral de um álcool é dada pelo grupo OH ligado a um substituinte R,
indicando a cadeia.

Os álcoois são divididos de acordo com a quantidade de hidroxilas (ou grupos


álcoois) presentes na molécula. Um grupo álcool caracteriza um monoálcool, que pode
ser primário, secundário ou terciário, de acordo com o tipo de carbono onde se encontra
a hidroxila. Quando há dois grupos OH, é chamado de diálcool. Três ou mais, é
denominado poliálcool.
Nomenclatura
Os álcoois são nomeados de maneira similar aos hidrocarbonetos, substituindo o
sufixo O por OL. Deve-se começar a contagem dos carbonos partindo da extremidade
da cadeia mais próxima ao grupo -OH e também indicar, de acordo com o número do
carbono, a posição do grupo álcool presente.
Exemplos:

PROP (dos três C na cadeia) + AN (das simples ligações) + 1-OL (posição da


hidroxila e sufixo para álcoois) = Propan-1-ol

BUT (dos três C na cadeia) + AN (das simples ligações) + 2-OL (posição da


hidroxila e sufixo para álcoois) = Butan-2-ol
Fenóis
Fenóis são constituídos de um ou mais grupo hidroxila (OH) ligado diretamente
a um anel aromático, fato que faz com que sejam diferentes dos álcoois comuns. São
classificados de acordo com a quantidade de hidroxilas ligadas ao anel, sendo
monofenol (1 OH), difenol (2 OH) ou polifenol (3 ou mais OH).

Nomenclatura
Há várias maneiras de se nomear os fenóis, todas partindo do pressuposto de que
o anel aromático é a cadeia principal na hora de numerar os carbonos, onde se
encontram os substituintes. A mais simples delas é adicionar o radical correspondente
ao substituinte antes da palavra fenol.

Exemplos:
2-ETIL (posição e nome do substituinte em ordem alfabética) + 3-METIL (posição e
nome do segundo substituinte) + fenol (nomenclatura da classe) = 2-etil-3-metil-fenol

2,4,6-tricloro (posições e nome do substituinte) + fenol (nomenclatura da classe)


= 2,4,6-tricloro-fenol

Éteres

Os éteres são constituídos por moléculas onde um átomo de oxigênio se encontra


ligado entre duas cadeias carbônicas. Eles podem ser simétricos, quando as duas cadeias
substituintes forem iguais, ou assimétricos, quando forem diferentes.

Nomenclatura

De acordo com a IUPAC, a nomenclatura dos éteres é feita separando os dois radicais
da molécula em simples (menor número de carbonos) e complexo (maior número de C).
Sendo assim, o nome do éter segue a estrutura:

Radical mais simples + OXI (referente aos éteres) + radical complexo + terminação de
hidrocarbonetos

Quando for um éter simétrico, é só adicionar a palavra ÉTER antes do nome do radical.

Exemplos:

ÉTER (referente à função) + ETIL (referente aos radicais do éter simétrico)


+ ICO (referente à terminação do radical) = Éter etílico
MET (do radical mais simples) + OXI (referente aos éteres) + PROP (do radical mais
complexo) + AN (das simples ligações) + O (terminação de hidrocarboneto) = Metóxi
propano

Cetonas

As cetonas são constituídas de uma carbonila (C=O) secundária, ou seja, ligada


a dois substituintes orgânicos (R1 e R2). Elas podem ser, assim como os éteres,
simétricas ou assimétricas, dependendo dos grupos R1 e R2. Esses dois grupos podem,
ainda, estar unidos entre si, fazendo com que a cetona seja cíclica.

Nomenclatura

A nomenclatura das cetonas, segundo a IUPAC, é feita apenas trocando o sufixo -o dos
hidrocarbonetos por -ona. As cetonas podem também ser nomeadas de acordo com os
radicais que estão ligados à carbonila. Primeiramente, por ordem crescente dos números
de carbonos, são colocados os radicais correspondentes, terminando com a palavra
“cetona”, mas essa forma não é a oficial.

Exemplos:

PROP (dos três C na cadeia) + AN (das simples ligações) + ONA (sufixo para cetonas)
= Propanona ou dimetil-cetona

HEX (dos seis C na cadeia) + AN (das simples ligações) + 3-ONA (sufixo para cetonas,
indicando o número do carbono em que se encontra) = Hexan-3-ona ou metil-propil-
cetona

Aldeídos

Aldeído é a classe de compostos orgânicos que possuem uma carbonila (C=O)


no fim da cadeia carbônica, como representado abaixo, fazendo com que o C da
carbonila seja um carbono primário (de um lado, há a cadeia carbônica e, de outro, um
átomo de hidrogênio).

Nomenclatura
Os aldeídos são nomeados de modo parecido ao dos álcoois, substituindo a
terminação O dos hidrocarbonetos, desta vez, por AL. A contagem dos carbonos
começa a partir do grupo funcional. Apesar disso, muitos são conhecidos por seus
nomes usuais, como é o caso do formol (metanal).

Exemplos:

BUT (dos quatro C na cadeia) + AN (das simples ligações) + AL (sufixo para aldeídos)
= Butanal

2-METIL (do substituinte da posição 2) + PROP (dos três C na cadeia) + AN (das


simples ligações) + AL (sufixo para aldeídos) = 2-metil-propanal

Ácidos Carboxílicos

Os ácidos carboxílicos são compostos orgânicos que possuem em sua estrutura uma (ou
mais) carboxila (RCOOH) ligada à cadeia carbônica.

O hidrogênio do grupo carboxila é levemente ácido, dando a característica dos


compostos dessa classe do pH um pouco menor do que 7.
Nomenclatura

Para nomear os ácidos carboxílicos, é facil: começamos com a palavra “ácido”, seguido
pelo nome correspondente ao número de carbonos da cadeia que forma a molécula, pelo
tipo de ligação da mesma maneira dos hidrocarbonetos e pela terminação OICO,
característica dessa classe.

Exemplos:

ÁCIDO (referente à função) + PROP (dos quatro C na cadeia) + AN (das simples


ligações) + OICO (sufixo para ácidos carboxílicos) = Ácido Propanoico

ÁCIDO (referente à função) + 3-METIL (do substituinte da posição 3) + PENT (dos


três C na cadeia) + AN (das simples ligações) + OICO (sufixo para ácidos carboxílicos)
= Ácido 3-metil-pentanoico

Ésteres

Os ésteres são o conjunto de compostos que possuem, no meio de sua estrutura, uma
carbonila substituída por uma cadeia carbônica de um lado (R) e um oxigênio ligado a
outra cadeia carbônica do outro, como representado abaixo:

Nomenclatura

É formada por um prefixo que indica o número de carbonos do radical da extremidade e


não possui o oxigênio (o carbono da carbonila entra na contagem) + um intermediário
(indicador do tipo da ligação química existente nesse radical) + sufixo oato
de (característico dos ésteres) + o mesmo para o segundo radical + sufixo ila.

Exemplos:
PROP (dos três C na cadeia) + AN (das simples ligações) + OATO (sufixo para
ésteres) + de + ET (da outra cadeia) + ILA = Propanoato de etila

2-METIL (do substituinte na posição 2) + PROP (dos três C na cadeia) + AN (das


simples ligações) + OATO (sufixo para ésteres) + de + MET (da outra cadeia)
+ ILA = 2-metil-propanoato de metila

Aminas

Aminas são compostos orgânicos derivados da amônia (NH3). Eles surgem quando os
hidrogênios são substituídos por cadeias orgânicas.

As aminas podem ser primárias – quando ligadas a apenas um substituinte e dois átomos
de hidrogênio -, secundárias ou terciárias (dois e três substituintes, respectivamente).

Nomenclatura

A nomenclatura é feita com o nome do substituinte primeiro, seguido da


terminação amina. Quando essa for secundária ou terciária, a posição do substituinte
que também se encontra ligado ao nitrogênio é indicada pela letra N.

Exemplos:

MET (do substituinte com um átomo de C) + IL (terminação do radical)


+ AMINA (terminação da classe) = Metilamina
N-METIL (do substituinte com um átomo de C de um lado do nitrogênio)
+ PROP (dos 3 C na cadeia) + AN (das ligações simples) + 2-AMINA (terminação da
classe com a indicação de qual carbono está ligada na cadeia carbônica) = N-metil-
propan-2-amina

Amidas

Também são compostos orgânicos derivados da amônia, estruturalmente semelhantes


aos ácidos carboxílicos, se diferenciando pela substituição da hidroxila (OH) pelo
grupamento amino (NH2)

Nomenclatura

A nomenclatura parte do princípio dos hidrocarbonetos, adicionando a palavra “amida”


ao fim.

Exemplos:

BUTANO (nome do hidrocarboneto correspondente) + AMIDA (representando o grupo


funcional) = Butanoamida

2-METIL (referente ao substituinte no carbono 2) + PROPANO (nome do


hidrocarboneto correspondente) + AMIDA (representando o grupo funcional) = 2-
metil-propanoamida
Haletos Orgânicos

São funções que possuem em sua estrutura um halogênio (flúor, cloro, bromo ou iodo).

Haletos orgânicos são compostos formados pela substituição de um átomo de


hidrogênio de um hidrocarboneto por um átomo de halogênio. Geralmente são tóxicos e
danosos para os seres vivos.

Nomenclatura

É dada pelo nome do halogênio substituinte seguido do hidrocarboneto correspondente


à cadeia carbônica.

Exemplos:

CLORO (do halogênio) + PROPANO (do hidrocarboneto) = Cloro-propano

2,3-DIBROMO (dos dois halogênios nas posições 2 e 3 da cadeia carbônica)


+ PENTANO (do hidrocarboneto) = 2,3-dibromo-pentano

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