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A UTILIZAÇÃO DO CELULAR COM FINS PEDAGÓGICOS NO

ENSINO MÉDIO

ERLICH, Mônica Estela1


DERISSO, José Luis2

RESUMO: O presente artigo aborda a utilização do celular com fins pedagógicos no Ensino Médio, a
partir do projeto de intervenção na escola, aplicado aos educandos e professores do 2º ano do Ensino
Médio do Colégio Estadual Pato Bragado. Também resulta de discussões realizadas no Grupo de
Trabalho em Rede – GTR – 2017, todos como parte integrante do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE – turma 2016-2017. Para verificar como se dá a utilização do celular na sala de
aula e como o mesmo pode auxiliar o aprendizado nesse âmbito, foi realizada uma pesquisa
exploratória, que contemplou um processo de implementação da intervenção pedagógica. Nesse
processo, os alunos realizaram atividades; os quais pesquisaram, produziram e interagiram utilizando
seus celulares, tornando possível a construção do conhecimento de forma colaborativa. Os
resultados demonstram que é possível a utilização do celular com fim pedagógico, entretanto, vale
ressaltar a importância do planejamento, deixando claro os objetivos que o professor quer atingir com
sua utilização em sala de aula.

Palavras-chave: Aprendizagem. Educação. Ferramentas Pedagógicas.

INTRODUÇÃO
Considerado como uma problemática relevante da comunidade escolar e uma
necessidade, este estudo aponta que a utilização do celular na sala de aula é uma
mudança e uma temática vivenciada nos últimos anos, inclusive no campo
educacional; que agora busca contemplar também os avanços tecnológicos; pois, se
antes a educação se dava só pela escola, hoje esse papel é influenciado e dividido
também com as diversas mídias e suas possibilidades.
Essas possibilidades impulsionam diretamente a capacidade de inovação e
renovação no ambiente escolar, com a busca por parte de todos os envolvidos
(instituições, educadores e alunos) na utilização desses novos recursos no processo
educacional.
Nesse contexto, destaca-se ainda a ampliação e a rapidez no acesso à
informação, proporcionada pela internet e hoje viabilizada em sala de aula, não só

1
Professora PDE – turma 2016/2017, Especialista em Mídias Integradas na Educação – UFPR,
Especialista em Educação Especial para Atendimento Educacional aos Alunos com Necessidades
Educacionais Especiais - ISEPE, Graduada em Pedagogia - UNIOESTE , atua como Professora
Pedagoga no Colégio Estadual Pato Bragado - Pato Bragado – PR. E-mail: monicaela@hotmail.com
2
Professor Adjunto do Colegiado de Pedagogia da UNIOESTE / Cascavel. Doutor em Educação pela
UNESP / Araraquara, graduado em História pela USP. E-mail: joseluisderisso@yahoo.com.br
pelos computadores, mas principalmente pelos aparelhos celulares – que eram
antes utilizados mais como forma de comunicação, e agora passam a ser um
mecanismo com várias funções como: conexão, mobilidade, portabilidade,
interatividade, entre outros; oferecendo inúmeros recursos para fotografar, filmar,
assistir a vídeos, acessar a internet, e mais - tendo seu desempenho melhorado a
cada dia.
Em uma sociedade cada vez mais tecnológica, é fundamental a escola se
adequar, e o professor se atualizar e modificar sua forma de atuar. As informações
chegam a qualquer momento, o professor não é mais o único detentor do
conhecimento; ele passa a ser um mediador, um guia para se chegar ao
conhecimento.
Diante dessa realidade, surgem as seguintes questões de pesquisa: Como se
dá a utilização do celular na sala de aula? Como ele pode auxiliar o aprendizado?
Tendo por objetivos investigar a percepção dos alunos e professores sobre a
utilização do celular como tecnologia educacional; discutir a proibição legal do
celular em sala de aula e como contornar esta proibição por meio da autorização da
instituição (conselho escolar, direção, equipe pedagógica) e abordar limites e regras
quanto ao seu uso de forma adequada, contribuindo com o processo ensino-
aprendizagem.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em geral os professores são imigrantes digitais que falam uma linguagem


ultrapassada (o da era pré-digital) e lutam para ensinar uma população que
fala uma linguagem inteiramente nova. Para ele, os nativos digitais são
aqueles que nasceram cercados por uma nova tecnologia e aprenderam a
linguagem digital dos computadores, videogames e da Internet. (PRENSKY,
2001, p. 02)

Se na sociedade atual permeiam os avanços e transformações tecnológicas e


científicas; também na área da educação é possível contar com novas
possibilidades advindas desses avanços os celulares, objeto do presente estudo, se
apresentam na perspectiva de ferramentas na sala de aula, considerando seu uso
no processo de ensino aprendizagem; com possibilidades e desafios, como meio de
construção e difusão do conhecimento e também como uma ponte de conexão com
um mundo conectado por redes de relacionamento; alterando assim a maneira de
ensinar e aprender.
Segundo Lemos (2004, p.19) “[...] as tecnologias móveis e sem fio estão
transformando a relação entre as pessoas e os espaços urbanos em que elas vivem,
criando novas formas de mobilidade”.
Cabe ressaltar que:

A imagem, o som e o movimento oferecem informações mais realistas em


relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizado provocam
alteração dos comportamentos de professores e alunos, levando-os ao
melhor conhecimento e maior aprofundamento do conteúdo estudado.
(KENSKI, 2007, p 45)

Nesse caso, é importante que a formação de professores venha de encontro


com essas discussões sobre o uso dessas tecnologias no contexto educacional,
precisamos de profissionais preparados e mais conscientes.
O uso do celular é uma questão de possibilidades e desafios, requer bom
senso e diálogo, mesmo que seja apenas para justificar os motivos da proibição.

Desta forma, o uso das tecnologias constrói conhecimento através da troca


de experiências, dos aprendizados e do acesso mais amplo às informações
disponibilizadas. Propiciando ao docente a oportunidade de realizar seu
trabalho pedagógico de uma forma mais atualizada, Ensinar através do uso
de novas mídias parece ser um desafio que cria novos paradigmas em
relação à educação e transcende nossas expectativas, motivando o docente
a ir sempre mais além. (VIVIAN e PAULY, 2012, p.03)

Entretanto podemos destacar que:

A relação educação e tecnologia necessita de uma análise mais


aprofundada, pois a tecnologia está nas mãos dos alunos, nas salas de
aula, sem, no entanto, ainda ser usada de forma criativa para melhorar a
educação e o aprendizado. (RAMOS, 2012, p.15)

Os desafios são grandes, mas não se pode negar que as tecnologias (se bem
assimiladas e empregadas) podem ser aliadas da educação, fazendo com que os
educandos participem e produzam atividades em prol dos objetivos das disciplinas
(conteúdos) curriculares.
Conforme explicita Moran, Masseto e Behrens (2013, p.30):

[...] com as tecnologias digitais móveis pode-se desafiar as instituições a


deixarem o modelo tradicional de ensino, centrado no professor, migrando-
se para uma aprendizagem centrada na participação e integração com
contextos significativos. (MORAN, MASSETO E BEHRENS, 2013, p.30)
Isso é fundamental segundo Guareschi (2005, p.33): “Se a sociedade está
mudando de forma tão rápida a escola não pode esperar, precisa se destacar”.
Então a escola tem um papel importante e fundamental, logo em vez de se proibir o
uso do celular, é necessária a conscientização dos alunos.
Nesse sentido, despertar a consciência no professor da importância de
superar paradigmas, que cabe a ele e a escola o compromisso de possibilitar ao
educando buscar informações e transformá-las em novos conhecimentos.
Considerar que as informações e conhecimentos não estão mais limitados aos livros
impressos e entre quatro paredes.
Silva (2012, p. 19) enfatiza:

Também é importante discutir com os alunos os limites éticos e morais do


uso do celular e de outros instrumentos tecnológico modernos, fora da
escola. Afinal... o celular é parte do cotidiano deles e ensiná-los a usá-lo
com sabedoria é também uma das funções profícuas da tarefa de ensinar.
(SILVA, 2012, p. 19)

O professor deve despertar no educando, a importância das novas


tecnologias e do seu uso com moderação e consciência, trazendo para dentro da
sala de aula como uma nova ferramenta que tenha o poder de ampliar o processo
de ensino e aprendizagem.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS


Este estudo foi desenvolvido no âmbito do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE com parceria da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE, entre os anos de 2016 e 2017, na linha “Estudos: Pedagogia e
Tecnologias Educacionais”, com enfoque na utilização do celular com fins
pedagógicos no Ensino Médio.
No primeiro semestre de 2017 realizou-se:
a) o Grupo de Trabalho em Rede – GTR, o qual se caracteriza pela interação
a distância entre o professor PDE e os demais professores da rede pública
estadual de ensino, objetivando as discussões, contribuições e sugestões
necessárias a respeito do projeto de intervenção pedagógica e da
produção didático-pedagógica. Foram inscritos 20 cursistas, dos quais
finalizaram 16.
b) a implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica que foi aplicado
com 19 alunos e 11 professores.
Foram oito encontros que ocorreram no período matutino através de
aulas/atividades, sendo 32 horas presencias e mais 32 horas à distância, totalizando
64 horas.
O público alvo deste estudo foram os alunos do 2º ano do Ensino Médio e
profissionais da educação que atuam no Colégio Estadual Pato Bragado – Ensino
Fundamental e Médio, do município de Pato Bragado.
No primeiro encontro o desenvolvimento do trabalho se deu através da
aplicação de um Questionário Sócio-Econômico-Educacional para os alunos,
visando conhecer a comunidade escolar pesquisada, e para estabelecer como
seriam desenvolvidas as atividades posteriores. Sempre com a preocupação de que
nenhum aluno se sentisse excluído tecnologicamente.
Ao término da aplicação do Questionário Sócio-Econômico-Educacional
verificaram-se como resultados: a grande maioria tem idade entre 15 e 16 anos, já
trabalha e possui aparelho celular do tipo smartphone. No Gráfico 1 são fornecidos
os resultados:

Gráfico 1 – Alunos que possuem celular (smartphone)

Possui celular

16 Não possui

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Destacaram-se ainda nos Gráficos 2 e 3, dados como:


Gráfico 2 - Você utiliza o celular durante as aulas?

5
Utiliza o celular
durante as aulas
13 Não utiliza o celular
durante as aulas

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Gráfico 3 – De que forma você utiliza o celular na sala de aula?

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

A importância de compreender a questão sócio-econômico-educacional ficou


clara nas discussões do Fórum do Grupo de Trabalho em Rede – GTR, e assim
como é demonstrada na fala abaixo,

É muito importante realizar esse levantamento de dados com alunos e


professores sobre a relação deles com os aparelhos celulares, frequência e
maneira de uso, pois, permite conhecê-los e planejar ações pedagógicas
utilizando essa ferramenta em sala de aula. Com o planejamento de
estratégias bem elaboradas, ambos poderão usar e se beneficiar dos
recursos tecnológicos disponíveis como complemento educacional durante
as aulas visando melhores resultados na aprendizagem. (PROFESSORA A)
No segundo encontro, já com o perfil da turma a ser trabalhada, foi dada
continuidade à Intervenção Pedagógica, com todos os participantes assistindo a um
vídeo sobre o uso de aparelhos celulares dentro da sala de aula, o qual também
trouxe depoimentos de alunos e dos professores que vivenciaram a experiência
anteriormente.
Na sequência, foram definidos grupos de discussão entre os alunos, sobre os
pontos positivos e negativos, dando enfoque na questão: O uso do celular em sala
ajuda ou atrapalha a aprendizagem? Justifique.
Dentre as discussões destacaram-se depoimentos dos alunos como

Pode ajudar ou atrapalhar. Se usado com sabedoria em momentos


oportunos e solicitados certamente ajudaria, do contrário somente irá
atrapalhar. (ALUNA A)

Atrapalha, pois tira a concentração do aluno ao dar só uma olhadinha.


(ALUNA B)

Ajuda se ele for usado de maneira correta para a realização de pesquisas


ou até mesmo na produção de trabalhos. (ALUNA C)

O terceiro encontro envolveu os professores, por meio da aplicação de um


Questionário Sócio-Educacional procurando investigar a percepção dos mesmos
sobre a utilização do aparelho celular como tecnologia educacional e como ele pode
auxiliar no aprendizado. Quando questionados sobre: Quais tipos de problemas já
enfrentaram/enfrentam com relação aos celulares na sala de aula, destacaram-se as
respostas:

Os alunos não sabem utilizar o celular somente quando solicitado. Usam em


outros momentos para fins não pedagógicos, o que acaba desviando a
atenção da aula. (Professor A)

A utilização das redes sociais pelos alunos durante as aulas (principalmente


as de mensagem). (Professor B)

O aluno acessa conteúdo nada a ver com a disciplina e/ou conteúdo.


(Professor C)

No quarto encontro foi trabalhado, num primeiro momento: a Lei Estadual nº


18.118/14 que trata da proibição do uso do aparelho celular nas escolas no Estado
do Paraná e também parte do Regimento Escolar – Capítulo III - Seção III – Das
proibições, onde diz quanto à proibição do uso do aparelho celular na sala de aula,
salvo sob solicitação e responsabilidade do professor.
Num segundo momento: foi apresentando aos alunos o vídeo: Chatiqueta -
Dicas de comportamento no Whatsapp, que teve o objetivo a percepção sobre
observar regras básicas e fundamentais para a boa utilização do aplicativo.
Dentre as discussões destacaram-se depoimentos dos alunos como,

Com a exibição do vídeo Chatiqueta - Dicas de comportamento no


Whatsapp percebi que agia errado em relação a como utilizar o whatsapp.
(Aluna A)

Foi um momento importante discutir a legislação vigente em nosso colégio.


(Aluno B)

Referente a essa atividade, destacaram-se, nas discussões do Fórum do


Grupo de Trabalho em Rede – GTR:

É interessante destacar a importância de discutir a legislação vigente que


trata da proibição do uso do celular na sala de aula. A lei proíbe o uso dos
aparelhos em sala de aula sem fins pedagógicos, mas não estabelece
critérios para sua utilização, cabe à escola reunir-se com a comunidade
escolar para debater, posicionar, estabelecer normas e inseri-las no
Regimento Escolar e Projeto Político Pedagógico, pois estes documentos
orientam e respaldam o trabalho desenvolvido dentro das instituições de
ensino. Os recursos tecnológicos devem servir de apoio às ações
educacionais, mas é preciso orientar o estudante quanto a sua utilização,
para que ele consiga se apropriar melhor dos conhecimentos necessários
para desenvolver seus projetos de vida plenamente. (Professor A)

No nosso colégio, existe a proibição e punição para o uso do celular em


sala de aula. Mas está bem colocado por toda equipe escolar que se usado
pedagogicamente não há nenhum impedimento. O fundamental também é
sempre deixar bem claro aos alunos que naquele momento o uso será
pedagógico (quais objetivos, o que será feito e o porquê do uso). (Professor
B)

Considero extremamente importante à exibição do vídeo Chatiqueta - Dicas


de comportamento no Whatsapp aos alunos. Esta é uma ação fundamental
para que todos saibam o que é permitido ou não no momento da utilização
desse aplicativo em sala de aula, ou até mesmo fora da sala, já que muitos
alunos ainda são leigos em relação às ações morais e judiciais previstas na
legislação em relação à tecnologia digital. (Professor C)

No quinto e sexto encontros foram utilizados os Filmes “Bullyng Virtual e


“Silêncio Rompido visando empregar a conscientização junto aos alunos quanto ao
uso do aparelho celular no ambiente escolar, discutindo questões éticas e morais
envolvidas no uso de imagens e registros, o Cyberbullyng.
Dentre as discussões destacaram-se depoimentos dos alunos como:
Essa atividade buscou levar a conceituação do Cyberbullying - violência
virtual: o que é, os tipos mais frequentes, como prevenir e o que fazer.
(Aluno A)

Aprendi sobre os sentimentos de quem agride e de quem é agredido, sobre


as possíveis repercussões sociais e psicológicas desta violência. (Aluno B)

Aprendi como evitar o Cyberbullying. (Aluno C)

Nas discussões do Fórum do Grupo de Trabalho em Rede – GTR:

Mais que falar acho muito importante mostrar, e nada melhor que vídeos
com uma linguagem mais próxima aos alunos e um filme que mostre até
que ponto uma pessoa pode sofrer com o bullying virtual. (Professor A)

Acredito que com os Filmes “Bullyng Virtual” e “Silêncio Rompido” é possível


trabalha a conscientização junto aos alunos quanto ao uso do celular no
ambiente escolar, e trabalhar questões éticas e morais. Vejo que é muito
positivo, pois leva os alunos perceberem a responsabilidade do uso do
celular e quanto pode ser grave e destruidor quando usado incorretamente.
(Professor B)

Quando ocorre tal inserção (de forma bem clara pedagogicamente) o uso do
celular pode trazer inúmeros benefícios, inclusive promover reflexões
quanto ao comportamento cibernético e questões como o cyberbullyng e a
privacidade que provocam tantos conflitos e muitos não sabem lidar com o
assunto. (Professor C)

Durante o sétimo encontro foi feita a utilização do celular em uma atividade


em grupos onde o tema discutido foi o Cyberbulling, no qual os alunos fizeram um
vídeo informativo e criativo sobre a temática, sendo que o mesmo foi apresentado ao
final da atividade.
Dentre as discussões destacaram-se depoimentos dos alunos como:

Ao produzir um vídeo sobre a temática Cyberbullyng, utilizando o celular é


possível promover uma reflexão sobre o comportamento que cada um tem
ao utilizar o celular. (Aluno A)

Nas discussões do Fórum do Grupo de Trabalho em Rede – GTR:

“A produção do vídeo com o uso do celular encaminha uma discussão e


através dela é possível estabelecer critérios internos para utilização de
celulares como ferramenta pedagógica nas salas de aulas, critérios estes
que irão orientar e respaldar o trabalho desenvolvido pelos professores.
(Professora A)
Por fim, a título de levantamento, no último encontro, a atividade realizada
com os alunos foi uma enquete com os demais alunos do colégio, visando verificar
que medidas a escola deveria tomar quanto à utilização do aparelho celular na sala
de aula, com apresentação dos resultados a toda comunidade escolar. No Gráfico 4
são fornecidos os resultados:

Gráfico 4 – Que medidas a escola deve tomar?

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Quanto aos resultados dos demais alunos do colégio a grande maioria optou
por utilizar somente durante as aulas, com medidas educativas para quem
desobedecer, seguido de utilizar conscientemente para fins pedagógicos, logo após
proibir totalmente e por fim a opção de deixar á vontade.
Nas discussões do Fórum do Grupo de Trabalho em Rede – GTR:

É relevante suas observações de reunir o coletivo escolar e normatizarmos


dentro da comunidade escolar as regras para trabalharmos essa questão.
(Professora A)

Estabelecer critérios para desenvolver o uso do celular em sala de aula


seria a princípio, o primeiro passo a ser estabelecido. Um diálogo claro, com
objetivos bem pautados para que não haja uma fuga do que é proposto.
(Professora B)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este artigo foi possível aprofundar as reflexões sobre como se dá


a utilização do celular na sala de aula e como o mesmo pode auxiliar o aprendizado
dos educandos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para
fundamentação teórica, onde foi possível verificar a realidade dessa ferramenta e
seus desafios no processo ensino-aprendizagem.
Em seguida, para atender aos objetivos propostos para o presente artigo, foi
realizada a investigação sobre a percepção dos alunos e professores sobre a
utilização do celular como tecnologia educacional; abordando a proibição legal do
celular em sala de aula e alternativas para sua utilização por meio de autorização da
instituição (conselho escolar, direção, equipe pedagógica), contemplando limites e
regras quanto ao seu uso.
Os resultados da pesquisa demonstraram que, apesar do celular ainda ser
malvisto por muitos professores e apesar de existirem leis que proíbem seu uso na
escola e na sala de aula, não se pode negar mais essa tecnologia, e que ela está
presente cada dia mais na rotina de todos, principalmente dos alunos. O professor
precisa então ir em busca de formação, capacitação e atualização, para, desta
forma, utilizar essa ferramenta a favor da educação.
Foi possível verificar que o celular deixou de ser apenas uma distração para
os alunos, passando a ser um novo recurso no processo de aprendizagem quando
bem utilizado. E por bem utilizado, entenda-se: deixar claro os objetivos que cada
professor quer atingir com a sua utilização em sala de aula por meio de um bom
planejamento das aulas inscritas no Plano de Trabalho Docente.
Nesse sentido, cabe despertar a consciência no professor da importância de
superar paradigmas, que ele e a escola têm o compromisso de possibilitar ao
educando buscar informações e transformá-las em novos conhecimentos, e que
estes não estão mais limitados aos livros impressos e entre quatro paredes.
As tecnologias não substituem os professores, mas possibilitam que os
mesmos atuem no papel de mediadores do processo de ensino. É um novo
paradigma que está se construindo e precisa ser acompanhado pela comunidade
educacional.
Portanto, fica evidente através dos estudos realizados até aqui que o celular
passa a ser uma ferramenta com potencial destacado no processo de ensino e
aprendizagem e que se devem fomentar projetos que sejam discutidos por todos
(alunos e professores), colocando todos os pontos positivos e negativos a fim de se
chegar a um projeto pedagógico que permita o uso de celulares em sala de aula
com total segurança.
REFERENCIAS

GUARESCHI, P. A. Mídia, Educação e Cidadania: Tudo o que você quer saber


sobre a mídia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 3ª Ed.


Campinas, SP: Papirus, 2007.

LEMOS, A. Derivas Cartografia do Ci erespa o In: Cibercultura e Mobilidade: a


era da cone ão Anna lume, São aulo,

MORAN J. M., MASSETO M. T. e BEHRENS I. A. Novas Tecnologias e Mediação


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PRENSKY, M. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. De On the Horizon (NCB


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RAMOS, M. R. V. O uso de tecnologias em sala de aula. In: Revista Eletrônica:


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SILVA, M. G. O uso do aparelho Celular em sala de aula. Monografia apresentada


ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da Universidade Federal do Amapá como
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2012. Disponível em: http://www2.unifap.br/midias/files/2016/04/O-USO-DO-
APARELHO-CELULAR-EM-SALA-DE-AULA-MARLEY-GUEDES-DA-SILVA.pdf
Acesso em 11 de Maio de 2017.

VIVIAN, C. D. PAULY, E. L. O uso do celular como recurso pedagógico na


construção de um documentário intitulado: fala sério! In: Colabor@ - Revista Digital
da CVA – Ricesu+, ISSN 1519-8529 Volume 7, Número 27, Fevereiro de 2012.
Disponível em:
http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/article/viewFile/195/167 Acesso
em: 09 jul. 2016.

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