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TEMPERATURAS ALTAS PODEM TRAZER

RISCOS FÍSICOS AOS TRABALHADORES


Temperaturas altas podem trazer riscos físicos aos trabalhadores e as
alterações fisiológicas mais perigosas que podem ser observadas em situações
desse tipo são no batimento cardíaco e aumento da temperatura corporal.
Esses efeitos da hipertermia causam a chamada síncope pelo calor, que
acontece quando os órgãos internos não recebem oxigênio suficiente. Os mais
atingidos são o cérebro e o coração.
Além dessas questões mais agudas, as temperaturas altas podem trazer riscos
físicos aos trabalhadores também em longo prazo. O desequilíbrio hídrico, ou
seja, a perda excessiva de água, causa o envelhecimento precoce do
organismo, percebidos principalmente pelo envelhecimento da pele, mas
também por esgotamento do sistema muscular e vascular.
A exposição prolongada ao calor excessivo pode causar irritabilidade aguda,
fraqueza, ansiedade e incapacidade de concentrar-se. A depressão pode atingir
o trabalhador que se sujeitar a esse regime durante um tempo prolongado,
devido à redução das atividades cerebrais causadas pela falta de oxigênio no
cérebro.
Temperaturas altas podem trazer riscos físicos aos trabalhadores e se o
ambiente for húmido os riscos são ainda maiores. A alta umidade consiste em
um número grande de partículas de H²O no ar. E a água, sendo o mais
eficiente transmissor de calor, deixa o ambiente com aquela sensação de
abafamento, impedindo que o corpo humano gere sudorese e alivie a sua
temperatura interna

POSTOS DE TRABALHO SUJEITOS A


TEMPERATURAS ELEVADAS E/OU MUITO
ELEVADAS
Apesar de Portugal não ser um país de clima tropical, existem inúmeros postos
com tarefas e/ou locais de trabalho que expõem os funcionários a temperaturas
elevadas e/ ou muito elevadas, empregos esses sujeitos a especificidades que
devem ser conhecidas pela Equipa de Saúde Ocupacional.
O nosso organismo tem de se manter com uma temperatura interna constante
na ordem dos 37ºC; sempre que existe atividade física há produção de calor
que, para manter a homeostasia, tem de ser exteriorizado. Neste processo os
músculos não só perdem 20% da sua eficiência, como eles mesmos contribuem
para aumentar o calor. No processo de aclimatização o organismo tenta
adaptar-se, melhorando os mecanismos de perda de calor. O calor excessivo
não só aumenta o desconforto do trabalhador, como também diminui a
produtividade e aumenta o risco de acidente.

As Equipas de Saúde Ocupacional que trabalham com profissões sujeitas e


temperaturas elevadas ou muito elevadas devem (in)formar a entidade
empregadora e trabalhadores acerca dos principais riscos e respetivas medidas
de proteção, nomeadamente o incentivo à aclimatização dos novos funcionários
e à hidratação eficaz; proporcionando roupas adequadas, bem como sistema de
circulação de ar/ventilação, além de sugerir a melhor organização do trabalho
em função das tarefas que se podem fazer no interior/exterior, na melhor hora
do dia e na melhor altura do ano, em função dos riscos térmicos e das
características/necessidades de cada empresa.

Introdução
Apesar de Portugal não ser um país de clima tropical, existem inúmeros postos
com tarefas e/ou locais de trabalho que expõem os funcionários a temperaturas
elevadas e/ou muito elevadas, empregos esses sujeitos a especificidades que
devem ser conhecidas pela Equipa de Saúde Ocupacional.

Metodologia
Foi realizada uma pesquisa em março de 2011, nas bases de dados “CINALH
plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of reviews of
effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of
Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health
Collection: comprehensive, MedicLatina e Academic Search Complete”;
utilizando a palavra-chave “heat” conjugado com as expressões-chave
“occupational medicine” e “occupational health”. Na primeira sub-pesquisa
foram obtidos 41 artigos e na segunda 69; utilizando como critérios de seleção
o acesso a texto completo, língua inglesa, qualidade metodológica, data de
publicação igual ou superior ao ano 2000 e pertinência para o objetivo da
revisão, dos 110 trabalhos foram selecionados 9.

Calor - Trabalhos em altas temperaturas


O risco físico do Calor Excessivo
Como dissemos na introdução desta aula, os exemplos de trabalhos que
expõem os trabalhadores ao calor excessivo são inúmeros, de modo que
é impossível citar todos, mas vamos citar os principais:

 Fábricas Metalúrgicas

O aquecimento é um processo muito comum, nos mais variados tipos de


fábricas, para a fabricação dos mais diversos tipos de produtos. As
fábricas que produzem vidro, por exemplo, são totalmente dependentes
do calor das fornalhas para fabricar e moldar os vidros. Mas para isso, é
necessário que seus trabalhadores estejam em constante contato com
fornos e altíssimas temperaturas.
 Indústrias Siderúrgicas

Estas são as que mais trabalham com o calor, principalmente as


indústrias metalúrgicas, que para fabricar e moldar metal precisam de
fornalhas e maçaricos dos mais potentes possíveis.

Outros exemplos de indústrias que se utilizam do calor para produzir


seu produto, que são as de maior porte e que mais fazem uso do calor,
são as indústrias siderúrgicas.

Riscos Ocupacionais Físicos: Temperaturas


Extremas – CALOR
Como se propaga o calor?

Existem 4 formas do calor se propagar:


a) Condução
b) Convecção
c) Radiação
d) Vaporização

Onde ele está presente?

Em indústrias siderúrgicas (chamadas de indústrias de base, porque produzem


produtos, máquinas e/ou equipamentos para outras indústrias), o calor está presente
também nas panificadoras entre outras.

Efeitos do calor no ser humano:


– Vaso dilatação
– Hipotensão arterial
– Falta de concentração e raciocínio
– Cansaço
– Cefaleia (dor de cabeça)
– Tontura e etc..
Temos também como consequência do calor:
Desidratação
Catarata (Devido à radiação infravermelha)
Cãibra (Contração muscular involuntária)
Queimaduras.

Como podemos minimizar, mitigar, controlar esse risco chamado CALOR?


Podemos agir em dois fatores:

1) No meio ambiente.
– Insuflando ar fresco no local.
– Insuflando vapor d’água
– Instalando barreiras refletivas e/ou absorventes de calor.
– Aumentando a circulação de ar. (Por exemplo, construindo mais janelas)
– Automatizando o processo.

2) No fator humano.
– Treinamento, conscientização.
– Podemos sugerir a compra de Equipamentos de Proteção Individual, como luvas,
mangotes, capacete e etc..
– Exames médicos.
– Aclimatização.
– Ingestão de água e sal.
– E por fim, limitar o tempo de exposição do trabalhador, com revezamentos ou
trabalho com descansos.

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