ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA MIRIAM MORAES FEIJÓ

OAB/RS 8.100
SIMONI SOARES TAMAGNO
OAB/RS 49.159
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE, RS
 
 
 
 

EXECUÇÃO Nº 57984338

 MARINO RIBEIRO, já qualificado nos autos da EXECUÇÃO CRIMINAL,

processo em epígrafe, vem, respeitosamente, não se conformando, data

vênia, com a r. decisão de fls., interpor Agravo em Execução

Com Pedido de Liminar.

 

Caso Vossa Excelência entenda que a mesma deva

ser mantida, requer seja o presente AGRAVO remetido ao Egrégio Tribunal

de Justiça.

Nestes termos, requer seja ordenado o regular

processamento do presente recurso.

 
 
Nesses termos, pede Deferimento.

SIMONI SOARES TAMAGNO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL

MARINO RIBEIRO, já devidamente qualificado nos autos do Processo de

Execução Penal n.º 57984338, com tramite perante a Vara de Execução
Criminal desta comarca, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., por
suas advogadas e bastante procuradoras que esta subscrevem, com
fundamento no artigo 197 da Lei nº 7210/94, interpor

AGRAVO EM EXECUÇÃO COM PEDIDO DE LIMINAR

pelas razões que passa a expor:

1. Na data de 15 de março de 2007, foi o requerente condenado pelo crime

nas sanções do artigo 157 § 2.º , inciso II c/c o artigo 14, inciso II ambos
do CP a pena definitiva de 02 anos.

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Fazendo jus ao benefício do sursis pelo período de 02 (dois) anos, sua PSC
é condição do Sursis, pelo período de 01 ano ou seja 365 horas, das quais já
cumpriu conforme consta do PEC 206 horas e 15 minutos.

Diante da interrupção no cumprimento da PSC, não tendo o Juízo conseguido

contato com o reeducando, houve a conversão da pena restritiva de direitos
para a privativa de liberdade.

A defesa em fls 63 e 64, requereu a reconsideração do MM Juízo

demonstrando que, o reeducando não estava conseguindo cumprir a PSC,
pois é trabalhador, com CTPS anotada, junto à empresa que não o
dispensava para que pudesse cumprir a pena.

O apenado, ficou entre a situação de cumprir a PSC ou ser demitido do

emprego, condição que o levaria a miserabilidade, sua e dos familiares que
dele dependem para sobreviver.

Diante desta situação o Empregador do reeducando, concordou em

disponibilizar todas as Segundas feiras para que o réu possa cumprir a PSC
conforme declaração de fl, 67.

Excelências! Converter a pena de um cidadão porque ele está trabalhando

para sustentar a família que dele depende, por não cumprir uma PSC é um
ATO DESUMANO!

Sabe-se hoje, que o sistema penitenciário brasileiro possui um grande

déficit, sendo a pena de detenção e reclusão difíceis de serem totalmente
cumpridas e inadequadas aos casos de infratores que não oferecem ameaça
a sociedade. O agravante é trabalhador, e somente houve a interrupção pois
como pessoa humilde tinha vergonha de pedir dispensa ao seu empregador
para cumprir a medida, temendo ser demitido.

Neste sentido, as Penas Alternativas, que aparentemente mostram-se a

menos onerosa, são exatamente o contrário das penas de detenção e
reclusão, pois, além de representarem maior efetividade nos cumprimentos
das determinações judiciais, também apresentam como a melhor forma de
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se prevenir o crime, uma vez que possuem caráter ressocializador e

educativo.

A Prestação de Serviços à Comunidade, ao contrário da medida de

reclusão, permite oportunidades a seu beneficiário, pois o infrator não
é privado da sua liberdade e nem deixa suas atividades habituais, ao
contrário, ela valoriza-o, proporciona-lhe aprendizado, dando-lhe
oportunidades por meio do trabalho ter contato com pessoas habituadas
a boas condutas e normas de cidadania, oportunidades de demonstrar
habilidades a serem valorizadas e aproveitadas, transformando seu
beneficiário de sujeito do crime para um sujeito social consciente da
cidadania, enfim, permiti-lhe acesso a serviços públicos por meio do
exercício do direito de punir. O reeducando deixou de cumprir por estar
trabalhando, por ter medo de revelar no ambiente de trabalho sua condição
de apenado, situação que havendo a mantença da determinação de
recolhimento irá expo-lo a tudo o que sempre tentou evitar. (preconceito,
desconfiança, represálias no ambiente de trabalho e muitas outras).

Como se vê, a Prestação de Serviços Comunitários possui um caráter

ressocializador, uma vez que não remove da sociedade ou isola o autor do
fato criminoso, mostra-lhe, na verdade, o seu papel junto ao exercício da
cidadania ou até mesmo, dá-lhe oportunidade de trabalho, sendo detectadas
aptidões profissionais e artísticas no cumprimento daquela. Neste caso
Exa., o apenado já possui emprego, está sendo útil para a sociedade e para
seus familiares, nunca mais se envolveu em problemas desta ordem, está
regenerado ou se não está, está trilhando o caminho certo! Converter a
Pena, é um retrocesso na vida do apenado, e na sua reabilitação. A empresa
agora ciente da situação através do empregador disponibiliza que o
reeducando cumpra suas horas todas as Segundas feiras, fls 67 dos autos
da origem.

Pensando ainda pelo lado da reintegração social, percebe-se também um

benefício desta alternativa penal, uma vez que o fato de não ter sido preso
ou não se encontrar preso, evita o estigma de “ex-presidiário”,

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facilitando-lhe oportunidades que são mais difíceis para pessoas egressas

do sistema penitenciário a procura de sua reintegração.

Enfim, a Prestação de serviços à Comunidade é uma alternativa penal de

grande valia, pois é um excelente instrumento reeducativo e socialmente
útil, vez que não é o infrator retirado do convívio social e familiar e sim
existe uma maior aproximação e participação da sociedade no seu processo
reintegrador.

Diante do Exposto requer:

1- A concessão de Liminar para suspender a decisão de fls 46 e 46

verso.
2- No mérito requer a procedência do presente agravo em execução
para conceder a manutenção da PSC ao reeducando, como forma mais
digna, humana e ressocializadora ao agravante.

Nestes termos pede deferimento.

Porto Alegre, 28 de novembro 2008.

SIMONI SOARES TAMAGNO

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