CONFRARIA NOSSA SENHORA DA PIEDADE DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PIEDADE

Faculdade de Pará de Minas – FAPAM

Núcleo de Práticas Jurídicas

“Desembargador Dr. Geraldo de Abreu Leite”

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DE XIMBOBÓ DA SERRA –
MG

Processo n: 0000000001/10

Posto de Gasolina do Zé Ltda. , já qualificado nos autos da

Reclamação trabalhista que move em face do Recorrido, Sr. José das Couves, por seu
advogado que a esta subscreve, com endereço profissional na rua Ricardo Marinho, n.
110 – Bairro São Geraldo, Pará de Minas, Minas Gerais, CEP: 35660-398, vem à
presença de Vossa Excelência interpor, tempestivamente, e com fulcro no art. 895 “a” da
CLT, RECURSO ORDINARIO, razões inclusas.

Requer a juntada de procuração para que surta os efeitos

legais, bem como a remessa das razões em anexo ao Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da 3ª Região, uma vez estar o presente recurso devidamente preparado, feito o
pagamento das custas processuais, bem como feito o depósito recursal, para os devidos
fins de direito.

Admitido e regularmente processado, requer seja o mesmo

conhecido e provido para cassar ou reformar in totum a r. Sentença.
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Rua Ricardo Marinho, 110 - São Geraldo - Pará de Minas – Minas Gerais. CEP 35660-398
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Nestes termos,

pede deferimento e juntada.

Ximbobó da Serra - MG, 04 de abril de 2003.

____________________________

Rosilda Rezende OAB 00000/MG

Egrégio Tribunal do Trabalho

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RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: Posto de Gasolina do Zé Ltda

Recorrido: Sr. José das Couves

Processo nº: 0000000001/10

Doutos Julgadores,

Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz “a

quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra o apelante, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:

DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

- Conforme expresso na Constituição Federal, em seu art. 112 e art. 895, ‘a ‘ da CLT, (em
virtude da ausência de Vara Especial do Trabalho na Comarca de Ximbobó da Serra -
MG, as demandas originárias das relações de trabalho deverão ser atribuídas aos Juízes
Estaduais de Direito da Comarca e, havendo a necessidade de interposição de recursos,
os mesmos deverão ser encaminhados para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

Sendo o prazo para a interposição de recurso ordinário de 08 dias, o mesmo é

tempestivo, uma vez considerando a data da sentença em 28 de março de 2003 com
consequente interposição do Recurso em 04 de abril de 2003.
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- Insta ainda salientar que, Conforme estipulada na r. Sentença, as custas processuais

foram devidamente pagas, bem como realizado o depósito recursal, seguindo em anexo
cópias dos depósitos para os devidos fins de direito.

Por estarem atendidos os pressupostos de admissibilidade do

recurso, deve ser o mesmo conhecido e provido, conforme a seguir.

I – HISTORICO PROCESSUAL

A Recorrente foi condenada ao pagamento total de todo o

pleito da ação movida pelo Recorrido, não sendo observada a prescrição bienal e
quinquenal prevista pela Constituição Federal em seu art. 7º XXIX.

Além disso, não acatou o acordo escrito de compensação de

horas realizado entre as partes, bem como cerceou o direito de defesa do Réu-
Recorrente, pois entendeu o Douto Juiz Monocrático ser desnecessária a realização de
perícia técnica para a comprovação de periculosidade.

II - DA PRELIMINAR – DE NULIDADE

O pedido de perícia, prova necessária para comprovar a

existência de agente periculoso (art. 195 CLT) foi negado sob protesto de ambas as
partes, o que gerou cerceamento de defesa ao Recorrente, vez que, neste caso, houve
grave equívoco do magistrado ao interpretar a Súmula 39/TST, que dispensa a perícia
SOMENTE para o frentista do posto de gasolina.

Isto posto, a recorrente foi condenada a pagar todo o pleito,

sem chance de defesa, motivo pelo qual requer que seja a r. sentença considerada
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improcedente, sendo a mesma cassada, determinado-se o retorno dos autos à origem

para a completa instrução do processo e prolação de uma nova sentença.

III - DA PRESCRIÇÃO BIENAL E QUINQUENAL

O Recorrido alegou ter trabalhado no período de 01.01.1990 a

31.12.2000, exercendo função de caixa na empresa Recorrente, sendo a data limite para
interposição da ação trabalhista o dia 31.12.2002, conforme preconiza a Constituição
Federal em seu art. 7º, inciso XXIX. Todavia, tendo ingressado com a presente ação após
o prazo bienal, dúvidas não há sobre a prescrição ocorrida, pois a ação foi proposta em
01.03.2003, tendo o Juiz a quo deferido o pleito em sua totalidade, inclusive quanto aos
pedidos que antecedem a prescrição quinquenal.

Assim, por qualquer lado que se analise a questão, nota-se a

impossibilidade jurídica do pleito, sendo improcedente o pedido, pelo que se requer a
reforma do julgado, devendo ser o mesmo extinto, com julgamento do mérito nos termos
do art. 269 do CPC.

III – DAS HORAS EXTRAS

Como mencionado, a Recorrente vem por meio das presentes

razões recorrer da r. Sentença monocrática com intuito de descaracterizar as horas
extras ora citadas, vez que as partes pactuaram acordo escrito autorizando a
compensação das horas trabalhadas, o que é perfeitamente possível a luz da súmula 85
do TST, bem como interpretado pelo art.7º, XIII da Constituição Federal/88, de forma a
autorizar a compensação das horas mediante acordo individual entre as partes, não
sendo necessária a realização de acordo coletivo.

Assim, com a própria jornada confessada na inicial, que implica

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numa jornada de 44 horas semanais, não faz jus o Recorrido ao recebimento de horas
extras, motivo pelo qual requer a reforma do julgado.

IV – DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O apelado trabalhava na função de caixa a 20 metros das

bombas, como cediço a prova das alegação incube a parte que as fizer art.818 CLT ,
segundo a NR16 da Portaria 3214/85, para o abastecimento de inflamáveis, a área que
incide periculosidade é de um raio 7,5 metros, portanto a perícia é de suma importância
para defesa da apelada, sendo para tanto imprescindivel o pedido de perícia, prova
necessária para comprovar a existência de agente periculoso (art. 195 CLT) foi negado
sob protesto de ambas as partes, o que gerou cerceamento de defesa ao Recorrente, vez
que, neste caso, houve grave equívoco do magistrado ao interpretar a Súmula 39/TST,
que dispensa a perícia SOMENTE para o frentista do posto de gasolina. A Recorrente
alega que houve cerceamento de defesa, pois o juiz indeferiu o pedido de perícia técnica,
baseando-se equivocadamente na Súmula 39 do TST. constando nos autos os protestos
da Recorrente, motivo pelo qual se requer a reforma do julgado.

CONCLUSÃO

Pelo exposto, requer o reconhecimento e conseqüente

provimento do presente apelo, para, preliminarmente, cassar a r. Sentença em função da
nulidade do processo a partir da instrução, determinando-se como conseqüência o retorno
dos autos à instância de origem para instrução do processo e cassar a r. sentença e, se
chegar ao mérito , reformar totalmente a sentença, julgando-se improcedentes todos os
pedidos do Autor, ora Recorrido, condenando-o às custas processuais em reversão. E, na
eventualidade de ser a recorrente condenada ao pagamento de alguma parcela, acolher a
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prescrição quinquenal quanto a eventuais créditos cuja exigibilidade seja anterior a 5

anos, contados do ajuizamento da ação, tudo por ser medida da mais pura lídima
JUSTIÇA!!!!

Ximbobó da Serra - MG , 04 de março de 2003

Rosilda de Rezende

OAB/MG 0000000

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