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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO

___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ/MT

ADILSON FERREIRA DA SILVA, brasileiro, solteiro, autônomo, portador


do RG nº 3255143-6 e CPF de nº 220.144.968-62, residente e domiciliado à Rua 08,
quadra 05, lote 10, nº 86, Residencial Flor de Lis, Bairro Pedra 90, Cidade
Cuiabá/MT, CEP 78.098-776 vem, por através de seus advogados (mandato incluso),
propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de MERCADOPAGO.COM REPRESENTACOES LTDA, pessoa jurídica


de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº 10.573.521/0001-91, com endereço para
citação Avenida das Nações Unidas 3000, nº 3003, parte E, Bairro Bonfim, Cidade
Osasco/SP, Cep: 06.233-903, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

Rua Professora Azélia Mamoré de Melo, Bairro Araes – Cuiabá/MT – CEP 78005-700
Contato: (65) 99986-8135 / 99287-1099 / 99960-7598 /
email: souzamartinsadvocaciamt@gmail.com
DOS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE À JUSTIÇA

É mister aduzir que a parte demandante não possui condições financeiras e


econômicas para arcar com o pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, razão pela qual faz
jus e requer, desde já, que lhe seja deferido, com fulcro no disposto ao inciso LXXIV,
do artigo 5º da Constituição Federal e na Lei nº 1.060/50.

DOS FATOS

O autor é cliente da instituição financeira hora ré, com a acesso ao app


fornecido pela financeira podendo receber, pagar, transferir, valores, o autor utiliza
todas as modalidades, uma vez que trabalha como autônomo na área de assentamento
de porcelanato. Tendo como número do Banco 323, Agência 0001 Conta
34300045622-2.

Ocasionando aos clientes mais comodidade, podendo receber valores para


compra do material que ira trabalhar e da mesma forma fazer pagamento do que irá
utilizar.

Ocorre Vossa Execelência, que o Autor vem tendo diversos transtornos


diariamente, com o app da empresa Ré, mas somente na modalidade de transferir e
pagar, ou seja quanto a retirada dos valores, uma vez que para receber transferências
via aplicativo ou via maquininha de cartão ou mesmo que seja pix a operação e
efetuada com 100% de eficiência.

Sempre que o autor efetua uma transferência ou saque a operação é


bloqueada, ficando inoperante para estas modalidades, podendo apenas receber,
chegando sempre está informação:

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Diante desta informação o autor entrou em contato com a Ré via chat ou
telefone protocolo 112075943, para que a empresa tenha uma solução, logo lhe é
pedido um prazo de 24 horas para que o ocorrido seja resolvido.

Nesse interim o Autor se vê inviabilizado de dar andamento ao seu trabalho,


uma vez que necessita dos valores disponíveis, para a compra do material necessário,
e assim poder começar ou dar continuidade a empreitada contratada.

O fato é que o autor teve seu aplicativo financeiro bloqueado por iniciativa
da ré, que nada informou, nada avisou sobre o broqueio simplesmente o fez, trazendo
prejuízos materiais para o autor. Tendo o autor sua única conta

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Somente após o autor entrar em contato com a Empresa Ré, que teve a
informação de que seu aplicativo havia sido bloqueado por segurança, sem qualquer
outra explicação, logo recebendo tal informação via telefone, ainda sem motivo
aparente.

Após a analise da empresa por cerca de quase dois dias o aplicativo voltou ao
normal, em seguida o autor novamente recebeu outro pagamento via aplicativo
financeiro e todo o transtorno ocorreu novamente.

O que se pode notar, que a empresa age de má fé perante o hipossuficiente,


uma vez que para receber valores a empresa Ré não possui restrições, os valores
somente são retidos quando a um pedido de saída.

Para demonstrar ainda mais tal negligência a Ré se apodera dos valores sem a
justificativa do mesmo, desbloqueando quando acha devido, ou quando o cliente busca
uma explicação.

Diante dos repetitivos bloqueios indevidos de sua conta perante a Ré, o autor
tem amealhado prejuízos de ordem material e dissabores por ter que aguardar o tempo
que a financeira achar necessária para analise injustificada dos diversos bloqueios.

Dessa forma, bate às portas do Judiciário em busca de providências cabíveis


pelas reiteradas praticas negligenciosa da Ré, passando e a respeitar seus clientes
através de uma prestação de serviço de qualidade, não visando exclusivamente ao
lucro.

DO DIREITO

DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO BANCO DEMANDADO

Nobre Julgador é profundamente lamentável que o cidadão brasileiro, cumpridor


de suas obrigações, seja compelido, obrigado, forçado a recorrer ao Poder Judiciário
para ver um problema de tão fácil e rápida solução, como seria o desbloqueio dos
serviços bancários do Autor, visto que este não possui nenhuma restrição ou
impedimento, situação em que se sente totalmente impotente pra resolver situação
vexatória a qual foi submetido, uma vez, que se encontra obrigado a ter que fazer uso de
conta bancária e cartão de terceiros, em virtude de tal embaraço.
 
O ordenamento jurídico pátrio, aliado à legislação ordinária (CC, art. 953)
estabelece a obrigatoriedade da proteção a direitos fundamentais esculpidos na Magna
Carta, é o caso da inviolabilidade de direitos, como a honra e a imagem das pessoas,

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assim o dano moral ganhou foro de constitucionalidade, conforme o art. 5º, X,
CRFB/88, literis: 

Art. 5º 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.
 
É o caso dos autos sub examine, lembrando que a utilização pelo Réu, de
bloqueio de serviços bancários de forma injustificada, impedindo o exercício regular de
um direito, mostra-se patente, data vênia, a configuração dos “danos morais” sofridos
pelo Autor, visto que a moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais
diversos diplomas legais a devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5º, inc. V, da
Carta Magna/1988:
 
Art. 5º (omissis):
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
 
Coadunando com esse entendimento temos a jurisprudência dos Tribunais, que é
dominante no sentido do dever de reparação por dano moral, EM ESPECIAL NOS
CASOS DE BLOQUEIO INDEVIDO DE CONTAS BANCÁRIAS E SERVIÇOS
SEMELHANTES DEVIDAMENTE CONTRATADOS, destacando-se dentre muitos,
os seguintes:
 
Ementa: CIVIL. DANOS MORAIS POR BLOQUEIO INDEVIDO DE
CONTA BANCÁRIA. OCORRENCIA DOS REQUISITOS PARA
CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL. POTENCIALIDADE DANOSA
DO ATO. 1. Não há que se cogitar em comprovação do dano como requisito
para a indenização por danos morais diante da impossibilidade de verificação
empírica dos atributos da personalidade. Ocorrendo ato objetivamente capaz
de gerar prejuízo moral como a vergonha, dor ou humilhação, incidem as
normas civis que geram dever de indenizar. 2. Indenização dos danos morais
que se faz devida. A quantia pleiteada na inicial para a indenização dos danos
morais está em consonância com os parâmetros de razoabilidade e
proporcionalidade em face do dano gerado. 3. Apelação improvida. TRF-5 -
Apelação Civel AC 311096 PE 2000.83.00.010773-6 (TRF-5). Data de
publicação: 30/06/2005
 
Ementa: ADMINISTRATIVO. CONTAS BANCÁRIAS
INDEVIDAMENTE BLOQUEADAS. INDENIZAÇÃO DEVIDA. Erros
com homônimos (nem é o caso), não conferência de dados pessoais, etc., não

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podem ser tolerados, ainda mais quando praticados dentro do Poder
Judiciário, que deve velar pela segurança jurídica, e não causar a antítese
desta. A restrição à conta corrente bancária, ou à conta poupança geram
prejuízos inegáveis, incômodo e

insegurança que não podem ser confundidos com mero dissabor da vida
cotidiana. Não se pode deixar de notar que na conta circula o dinheiro do
salário, logo verba alimentar, que não deve sofrer bloqueio, ainda mais
quando quem deve é terceiro, sem qualquer relação com o demandante. TRF-
4 - APELAÇÃO CIVEL AC 3740 SC 2008.72.01.003740-2 (TRF-4). Data
de publicação: 18/12/2009
 
Os fatos que se passam, sem um desfeche necessário, indubitavelmente, ferem
fundo à honra do Autor, VER O EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO
FUTILMENTE, INESPLICÁVELMENTE, SUMÁRIAMENTE, BLOQUEADOS E
DESAUTORIZADOS DE SEREM MANEJADOS, ferindo de morte normas e
princípios consumeristas plasmados em nosso ordenamento jurídico. A propósito:
 
Ementa: CONTRATOS BANCÁRIOS. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
BLOQUEIO DE MOVIMENTAÇÃO DOS CARTÕES DE CRÉDITO E DE
DÉBITO. BLOQUEIO SEM PRÉVIA COMUNICAÇÃO. DANO MORAL
CONFIGURADO. O bloqueio inesperado das movimentações bancárias da
autora pelo réu é conduta abusiva, viola a boa-fé objetiva, abala a segurança
das relações jurídicas. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
Configurada. DANO MORAL CARACTERIZADO. INDENIZAÇÃO
FIXADA EM R$ 7.240,00. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
ARBITRADOS EM 15% do valor da condenação. Recurso parcialmente
provido. TJ-SP - Apelação APL 02191809120098260005 SP 0219180-
91.2009.8.26.0005 (TJ-SP). Data de publicação: 26/11/2014
 
Sobre a matéria doutrina CARLOS ALBERTO BITTAR, “Reparação Civil por
Danos Morais”, RT 1993, pág. 202:
 
Na concepção moderna da teoria da reparação de danos morais prevalece, de
início, a orientação de que a responsabilização do agente se opera por força
do simples fato da violação. Com isso, verificado o evento danoso, surge,
“ipso facto”, a necessidade de reparação, uma vez presentes os pressupostos
de direito. Dessa ponderação, emergem duas consequências práticas de
extraordinária repercussão em favor do lesado: uma, é a dispensa da análise
da subjetividade do agente; outra, a desnecessidade de prova de prejuízo em
concreto.
 

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Não há dúvida de que a violação à honra, por lesão imediata à imagem, confere
ao lesado o manejo de instrumento processual necessário em que possam deduzir
pretensão à correspondente indenização.

DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, PELO BANCO DEMANDADO.

Ao tentar utilizar os serviços que contratou, depois da referida data, dentro do


limite existente, todas as tentativas de transação foram sumariamente desautorizadas.
Em momento algum o Reclamado cientificou o Autor acerca de qualquer bloqueio. Ele
tomou conhecimento de que a sua conta fora bloqueada, com a impossibilidade de saque
do valor depositado muitos dias depois, de entrar em contato com a financeira via
telefone, questionando o que havia ocorrido. 
 
A Financeira em momento algum informou acerca do bloqueio, falhando
seriamente na prestação do serviço, tratando o consumidor com descaso e indiferença,
inclusive impedindo a realização de todos os serviços bancários contratados pelo
Requerente, a não entrada de valores no aplicativo.
 

DA RESPONSABILIDADE DO DANO

Nas relações consumeristas, o legislador optou pela responsabilidade


objetiva, ou seja, retirou a necessidade de comprovação de culpa, ante a
vulnerabilidade do consumidor. Assim, o fornecedor responderá por danos causados,
ainda que não incidindo em uma das formas da culpa negligência, imprudência ou
imperícia , bastando que o consumidor comprove o dano e o nexo de causalidade.

No caso em tela ,o autor foi por diversas vezes penalizado pelo bloqueio
indevido do aplicativo financeiro provocado pela Ré. Diante da impossibilidade do
autor de produzir prova de fato negativo incumbe à ré comprovar o envio de aviso,
cartas etc informando o porquê as transações foram bloqueadas, a teor do que
preceitua o art. 333, inciso II, do Código Processual Civil.

O dano moral, nesse caso, é cristalino e está configurado pelo injusto


perpetrado pela ré pelo desserviço prestado, impedindo o autor de movimentar sua
conta, porquanto não há dúvida do abalo anímico a que vem sendo exposto o autor. E
não há que como se falar em falta de prova de prejuízo moral.

Logo, presentes os pressupostos da responsabilidade civil (o ato ilícito, o


dano e o vínculo de causalidade entre um e outro), postula-se pela indenização.

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E diante da certeza do dever de indenização, busca-se o deferimento de um
valor justo com o objetivo pedagógico, cumprindo a condenação a função inibitória da
reiteração do ilícito.

A esse respeito, já se manifestou o e. TJ/SC, em acórdão da relatoria do i.

Des. Volnei Carlin, in verbis:

Para aferição dos fatores determinantes do prejuízo moral, deve o juiz, em


se valendo da experiência e do bom senso (art.  335, CPC), aplicar o
princípio arbitrium boni viri, exteriorizado pela doutrina e pela
jurisprudência, nas circunstâncias do caso concreto (case law), na gravidade
do dano, nas condições do lesante e do lesado (punitive damages, como no
direito da Comonn Law) e nas demais causas eficientes na produção de
ofensa, sendo a indenização proporcional ao agravo sofrido
(art. 5º, V, CRFB) e opta a servir de elemento de coerção destinado a frear
o ânimo do agressor, impedindo, desta forma, a recidiva.

A jurisprudência tem-se orientado em alguns fatores para a fixação da


reparação dos danos morais: a) intensidade e duração da dor; b) a gravidade do fato
causador dos danos; c) a condição pessoal (idade, sexo etc.) e social do lesado; d) o
grau de culpa do lesante; e) a situação econômica do lesante.

Dessa forma, requer-se a fixação do quantum indenizatório no valor de R$


15.000 (quinze mil reais), a título de danos morais

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

Em razão do exposto, requer:

a) Que defira o pedido de justiça gratuita, conforme nos termos da lei; bem como, requer
que a presente ação seja processada pelo rito da Lei 9.099/95;
b) Seja notificada a Requerida para, para querendo, contestar o presente, devendo
comparecer nas audiências de conciliação e instrução/julgamento, sob pena de revelia e
confissão quanto à matéria de fato, e no final a condenação da Requerida no pagamento dos
valores pleiteados, acrescidos de correção monetária, juros de mora;
c) Seja ao final, julgado procedente o pedido ora formulado, condenando a Requerida ao
pagamento de 15.000,00 (Quinze mil reais) a guisa de dano moral;
d) a condenação da Requerida as custas processuais e honorários advocatícios estes
arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação;

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e) o Requerente declara NÃO POSSUIR INTERESSE, em audiência prévia de conciliação
nos termos do art. 334, § 5º do CPC/2015.

Requer, ainda, todos os meios de prova, em direito admitidos, necessários a


solução da lide.

Dá-se a causa o valor de R$ 15.000,00 (Quinze mil reais)

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Cuiabá, 24 de junho de 2021

Edmilson de Sousa Ferreira Michelle Martins Borges


23.175/0 OAB/MT 15.409/OAB/MT

Ernanes Soares Maria


OAB/MT 25.888

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