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Átila Tolentino
Ministério da Economia, Brazil
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All content following this page was uploaded by Átila Tolentino on 07 March 2022.
Departamento de Museologia
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Lisboa 2021
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SOCIOMUSEOLOGIA: PARA UMA LEITURA CRÍTICA DO MUNDO
Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento (CeiED),
Departamento de Museologia-Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, Catedra UNESCO “Educação Cidadania e Diversidade Cultural”
Editores: Judite Primo & Mário Moutinho
Lisboa 2021
ISBN: 9798791497222
1. Sociomuseologia 2. Museologia Social 3. Museologia
CDU - 069
DOI: https://doi.org/10.36572/csm.2021.book_5
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Índice
Prefácio 7
Judite Primo
1
Texto produzido a partir da leitura de textos e das discussões travadas na disciplina Seminário
Avançado em Sociologia I, ministrada pelos professores Rogério Medeiros e Bruno Lira, no
doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal da Paraíba, bem
como no curso “Patrimônio e Democracia”, promovido pelo Ciclo de Oficinas Exporvisões.
2
Graduado em Letras e Especialista em Políticas Públicas de Cultura pela Universidade de Brasília.
mestre e doutorando em Sociologia pela UFPB. Participa da Rede de Educadores em Museus da
Paraíba e da Rede de Pesquisa e (In)formação em Museologia, Memória e Patrimônio da UFPB.
264 Sociomuseologia - Para uma leitura crítica do Mundo
3
A metodologia detalhada pode ser acessada no portal do Comitê Brasileiro do ICOM: http://www.
icom.org.br/?page_id=2173.
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É preciso fazer uma análise profunda e aguda da palavra como signo social
para compreender seu funcionamento como instrumento de consciência.
É devido a esse papel excepcional de instrumento da consciência que a
palavra funciona como elemento essencial que acompanha toda criação
4
As demais palavras-chave indicadas pelo Brasil foram: educação, democrático, cultura, social,
direitos humanos, transformar, experiência, inclusivo, público, comunicar, sustentável, patrimônio,
pesquisar, salvaguardar, instigar e território.
266 Sociomuseologia - Para uma leitura crítica do Mundo
ideológica, seja ela qual for. A palavra acompanha e comenta todo ato
ideológico. (BAKTHIN, 2009, p. 38 – grifos originais).
5
Grosso modo, o grupo Modernidade/Colonialidade (M/C) se forma nos anos 1990 por intelectuais
latino americanos a partir do Grupo de Estudos Subalternos. O grupo M/C, na defesa de uma
perspectiva decolonial do conhecimento, do ser e do fazer, procura centrar o debate na radicalização
da crítica à modernidade e ao eurocentrismo, recuperando as contribuições latino-americanas na
construção do conhecimento desde o Sul global, ou seja, afirmando a importância do pensamento
decolonial na geopolítica do conhecimento. Além de W. Mignolo, constituem o grupo M/C nomes
como Ramón Grosfoguel, Catherine Walsh, Nelson Maldonado-Torres, Enrique Dussel, Arturo
Escobar, Aníbal Quijano, entre otros (BALLESTRIN, 2017).
268 Sociomuseologia - Para uma leitura crítica do Mundo
... começo a sofrer por não ser branco, na medida que o homem branco me
impõe uma discriminação, faz de mim um colonizado, me extirpa qualquer
valor, qualquer originalidade, pretende que seja um parasita no mundo,
que é preciso que eu acompanhe o mais rapidamente possível o mundo
branco, “que sou uma besta fera, que meu povo e eu somos um esterco
ambulante, repugnantemente fornedor de cana macia e de algodão sedoso,
que não tenho nada a fazer no mundo” [trecho copiado de Aimé Césaire, em
Caderno de um retorno ao país natal]. Então tentarei simplesmente fazer-
me branco, isto é, obrigarei o branco a reconhecer minha humanidade.
(FANON, 2008, p. 94)
6
Cf. reportagem veiculada pelo Correio Braziliense, em 25/07/2021, disponível no link https://www.
correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2021/07/4939679-mario-frias-critica-uso-da-palavra-
todes-por-museu-da-lingua-portuguesa.html. (Acesso em 27/07/2021).
276 Sociomuseologia - Para uma leitura crítica do Mundo
É engraçado como eles gozam a gente quando a gente diz que é Framengo.
Chamam a gente de ignorante dizendo que a gente fala errado. E de repente
ignoram que a presença desse r no lugar do l, nada mais é que a marca
linguística de um idioma africano, no o qual o l inexiste. Afinal, quem que é
o ignorante? Ao mesmo tempo, acham o maior barato a fala dita brasileira,
que condensa você em cê, o está em tá e por aí afora. Não sacam que tão
falando pretuguês. (GONZALES, 2018, p. 208).
Referências
ORCID: 0000-0002-0892-0560