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Questão 01)

Com a descoberta do ouro em Goiás, foram chegando novos exploradores interessados


em enriquecer rapidamente. Os colonizadores queriam retirar todo o ouro possível, mas
Portugal controlava tudo. Levando em consideração a História do Brasil, em especial, o
Período Minerador, determine as assertivas em (V) verdadeiras e (F) falsas.

a) Para arrecadar impostos, o governo português criou o quinto, uma taxa que o
minerador pagava ao rei e que correspondia à quinta parte da produção.

b) A capitania era o nome dado a cada uma das divisões do Brasil, quando era colônia
de Portugal. Corresponde ao que hoje chamamos de estado. Vila Boa foi uma das
primeiras vilas fundadas na Capitania de Goiás, e também a mais central, por isso
ficou sendo a capital da Província de Goiás.

c) Em Goiás, vilas como Santa Luzia, Meia Ponte e Vila Boa se transformaram em
cidades como Luziânia, Cidade de Goiás e Pirenópolis, respectivamente.

d) Com a decadência do ouro em Goiás, a agricultura e a pecuária passaram a ser as


principais atividades da província. Arroz, milho e soja se destacavam na produção,
que não valia a pena exportar. O longo caminho até outras regiões aumentava o
custo com o transporte, assim, os resultados não pagavam as despesas.

Questão 02)

Com a chegada do homem branco a Goiás, aconteceu o mesmo que já tinha acontecido
na região litorânea, o confronto entre os povos indígenas e os brancos. Os indígenas que
sobreviveram às doenças e às armas de fogo foram obrigados a fugir para regiões cada
vez mais distantes. Sobre Goiás e sua história, assinale as assertivas (V) verdadeiras ou (F)
falsas.

a) A visão dos bandeirantes como heróis, pela coragem, espírito aventureiro,


desbravador e, ainda, pela fundação dos primeiros povoados, é o motivo por que são
homenageados, até com estátuas em praças públicas.

b) Os bandeirantes capturaram, escravizaram e mataram milhares de indígenas.

c) Os indígenas aceitaram a invasão dos bandeirantes e não tentaram expulsá-los de


suas terras. Foi uma luta desigual: arco e flecha contra armas de fogo e doenças.

d) A chegada de doenças como a varíola, o sarampo e a febre amarela, trazidas pelos


europeus, foi a causa principal da diminuição das populações indígenas.

Questão 03)

Os chefes das famílias que dirigiam a vida política, econômica e social dos estados
brasileiros eram os chamados coronéis. No estado de Goiás, algumas dessas famílias têm
forte influência até hoje. De acordo com a História de Goiás, assinale (V) para verdadeiro
ou (F) para falso.

a) Os coronéis se mantinham no poder controlando as eleições. Quase sempre


recorriam ao voto falso ou imposto (voto de cabresto).

b) Até 1930, as famílias dos Caiado, dos Bulhões, dos Castro, dos Jardim e outras
famílias é que mandavam na cidade de Goiânia, capital do estado.

c) Após a Revolução de 1930, saiu de Rio Verde o “novo chefe político” que passou a
dirigir Goiás: Íris Rezende Machado.

d) A construção da nova capital, Goiânia, foi antes de mais nada, em 1937, a criação de
um novo centro de poder, para atender os interesses dos novos chefes políticos.

Questão 04)

Leia o texto a seguir.

A década de 1980 marcou a decadência do regime militar (1964 – 1985), [...]. Em Goiás, o
PMDB, maior partido de oposição ao regime militar, indica Iris Rezende Machado para
disputar o governo do estado contra o candidato oficial, o fazendeiro Otávio Lage, pelo
PDS, partido de sustentação do regime militar.

POLONIAL, Juscelino. Terra do Anhanguera:


História de Goiás. Goiânia: Kelps, 2006. p. 111.

O resultado dessas eleições teve um duplo significado Representou, ao mesmo tempo,

a) a confirmação do perfil coronelístico da política goiana, com a vitória de Otávio Lage,


e a consagração do PDS como principal partido do estado.

b) o surgimento e a consolidação de novas lideranças políticas, no rastro de Iris


Rezende, tais como Henrique Santillo, Nion Albernaz e Mauro Borges.

c) a destruição do grupo político ligado ao PDS, que nunca mais chegou ao poder, e o
enfraquecimento da UDR, liderada por Ronaldo Caiado.

d) o triunfo do grupo político de Iris Rezende e uma vitória pessoal, uma vez que ele
teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar.

Questão 05)

Leia o texto a seguir.


A comparação dos números admitidos por Cunha Mattos com o dos anos de 1804 e 1809
mostraria que os progressos da população se fizeram muito menos sentir entre os
brancos do que entre os negros e mulatos livres, o que provaria, como tudo o que me leva
a crer, que o clima da América Tropical convém mais aos homens de cor do que à raça
caucásica.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem às nascentes do rio São Francisco e pela Província de
Goiás. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937. p. 300.

Em 2019, completaram-se 200 anos da passagem do viajante francês Auguste de Saint-


Hilaire por Goiás. No texto citado, ao analisar os dados demográficos sobre a população
goiana, o francês corrobora a tese

a) da miscigenação como causa do branqueamento da população brasileira, acarretada


por uma suposta superioridade biológica dos brancos sobre os mestiços.

b) da não existência de uma decadência econômica em Goiás após a diminuição da


mineração, o que explicaria o progresso demográfico no período.

c) do determinismo geográfico, acreditando que o meio ambiente influencia


diretamente na fisiologia e na psicologia dos seres humanos.

d) do racismo científico, advogando que negros e mulatos são mais adequados para
executar os estafantes trabalhos nas minas auríferas.

e) do anticolonialismo, pois o texto critica os assentamentos de brancos em regiões fora


das zonas temperadas europeias.

Questão 06)

Leia o texto a seguir.

Juntamente com Pedro Ludovico ia também, preso, seu companheiro Ricardo Campos.
Depois de muito rodar pelas estradas e ao aproximarem-se da Cidade de Goiás, cruzaram
com uma viatura conduzindo quatro soldados. Zaqueu e César desceram do veículo e
foram ao encontro dos soldados, trocaram com eles algumas palavras. Finda a conversa,
César retorna e diz a Pedro Ludovico que a Revolução estava vitoriosa e que ele e Ricardo
Campos estavam livres.

TELES, José Mendonça. A vida de Pedro Ludovico.


Goiânia: Kelps, 2004. p. 27.

Esse episódio, ocorrido no dia 24 de outubro de 1930, no qual Pedro Ludovico passa de
prisioneiro a líder do comboio que se dirigia para a Cidade de Goiás, é resultado direto
a) da vitória das forças lideradas por Getúlio Vargas, que tomaram o poder no Rio de
Janeiro.

b) da emancipação política de Goiás, até então parte da Província de São Paulo de


Piratininga.

c) do avanço em território goiano da Coluna Prestes, combatida pela oligarquia dos


Caiados.

d) do apoio de parte considerável dos coronéis goianos ao projeto de transferência da


capital.

Questão 07)

Leia o texto a seguir.

Em 1925, o capitão Cordolino de Azevedo, goiano residente no Rio de Janeiro,


empreendeu uma viagem nostálgica a Goiás, depois de 30 anos de ausência. Escreveu,
nesta ocasião, o livro Terra Distante, relatando o seu entusiasmo. [...] Nota o autor que,
quando ele viajara para o Rio de Janeiro, necessitara de 29 dias para percorrer a cavalo as
110 léguas que separavam a cidade de Goiás do fim da estrada de ferro, em Uberaba;
agora (1925) em dois dias chegou de Uberaba a Goiás; uma carta antes demorava 30 dias
do Rio a Goiás, agora chegava em seis dias.

PALACIN, L. MORAES,
M. A. S. História de Goiás.
Goiânia: Editora da UCG,
1994. p. 89.

A razão para o entusiasmo do capitão Cordolino de Azevedo com os meios de transporte e


a comunicação em Goiás foi consequência da

a) chegada da estrada de ferro em Goiás, interligando o estado à rede ferroviária do


litoral.

b) instalação de uma ponte aérea entre Goiás e o Rio de Janeiro pela Força Aérea
Nacional.

c) navegação a vapor pelos rios Araguaia e Tocantins, escoando pessoas e produtos.

d) construção da hidrovia Tietê-Paranaíba, possibilitando uma rápida comunicação com


o sudeste.

e) pavimentação de rodovias que permitiram a implementação do transporte rodoviário


interestadual.
Questão 08)

Observe a imagem a seguir.

Autor Desconhecido. Disponível em: <http://darkrockbelem.


blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html>. Acesso em: 18 mar. 2013.

Dentro do campo da arte, esta imagem consiste em um registro fotográfico


contemporâneo que dialoga com as lendas trazidas pelos colonizadores e assimiladas
pelas velhas cidades do Brasil. No campo da literatura, um outro registro é o conto de
Cora Coralina cujo título é

a) “O Boi de Guia”

b) “Procissão das almas”

c) “Cortar em Riba do Rastro”

d) “O lampião da Rua do Fogo”

Questão 09)

Foi quando a perdida gente

no sertão impérvio

riscou o roteiro incerto

do velho Bandeirante.

E Bartolomeu Bueno

- bruxo feiticeiro –

num passe de magia

histórica,

tira Goyaz de um prato de aguardente


e ficou sendo o Anhanguera.

CORALINA, Cora. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2008. p. 85-86.

O trecho citado do poema “Anhanguera”, de Cora Coralina, reflete acerca do mito de


fundação do estado de Goiás. Considerando esse contexto, a voz poética defende que

a) a origem de Goiás está ligada a um episódio no qual Bartolomeu Bueno fingiu ter
poderes mágicos para enganar os índios.

b) o povo do sertão juntou-se aos bandeirantes liderados por Bartolomeu Bueno para
criar as cidades que formariam Goiás.

c) a aguardente de onde Bartolomeu Bueno “tira Goyaz” era a principal bebida


consumida pelos bandeirantes.

d) o apelido Anhanguera significa “bruxo feiticeiro” e foi dado ao bandeirante


Bartolomeu Bueno pelos goianos.

Questão 10)

Leia o trecho abaixo.

“Quando a cidade sepulta no anonimato os seus tipos de rua, é sinal que o humanismo
desapareceu das esquinas e o tempo/relógio passou a controlar a vida de seus habitantes.
[...]. Goiânia cresceu. Sepultou seus tipos de rua, atropelados na pressa dos automóveis”.

TELES, José Mendonça. Crônicas de Goiânia. Goiânia: Kelps, 2005. p. 65-66.

O trecho acima tematiza o crescimento de Goiânia e relaciona desaparecimento do


humanismo e velocidade dos automóveis ao tempo controlado da população.
Considerando as leituras de base sociológica e geográfica acerca do espaço urbano, é
CORRETO afirmar:

a) o crescimento de Goiânia significou a formação de uma moderna cidade capitalista,


marcada pelo predomínio do controle do tempo e pela primazia dos automóveis nas
ruas.

b) o crescimento de Goiânia significou uma mudança cultural que mescla rural e


urbano, mantendo o predomínio de valores humanos.

c) Goiânia cresceu e tornou-se uma cidade moderna, por isso mudou o nome de suas
ruas para o nome de figuras folclóricas e populares, com o intuito de preservar a
memória da cidade.
d) Goiânia cresceu por causa do processo de expansão da indústria automobilística, da
construção civil e da intervenção estatal.

Questão 11)

“A experiência tem mostrado ser prejudicialíssima ao Estado e contrária a remoção dos


índios dos lugares onde estão acostumados a viver, para outros remotos, o que se prova
não só com a experiência de diferentes fatos acontecidos no Pará, mas ainda mesmo com
o infeliz resultado da mudança do gentio Xavante, que habitando entre os rios Tocantins e
Araguaia, e devendo formar-se-lhes povoações nas suas margens foram removidos para
uma aldeia distante pouco mais de 20 léguas de Vila Boa de Goiás, aonde quase todos
morreram, e outros desertaram, perdendo desta forma o Estado não só a grande despesa,
que se havia feito no seu descimento, e a povoação, mas um tão grande número de
vassalos.”

BARATA, Francisco J. Rodrigues. Memória, 1806. In: PALACIN, L; GARCIA, L.F;


AMADO, J. História de Goiás em documentos.
Goiânia: Editora da UFG, 1995. p. 74.

O documento faz uma reflexão sobre a política portuguesa em relação aos indígenas de
Goiás. Sobre esse tema, responda:

a) Qual foi a política do Marquês de Pombal em relação aos indígenas?

b) Além dos Xavantes, cite três grupos indígenas que habitavam Goiás no século XVIII.

Questão 12)

“Os portuguezes, aventureiros e conquistadores, embriagados pelos triumphos obtidos


em terras de infiéis, espalharão-se nas differentes capitanias do Brasil, ao norte e ao sul,
internarão-se pelos sertões em todos os rumos, e constituirão famílias, que ficarão sem
vínculos, separadas por immensas distancias, segregadas da comunhão.

Em logar de levarmos a civilização às solidões do Novo-Mundo, esquecemo-la; e


adquirimos o egoísmo, a imprevidência, a insociabilidade do selvagem.”

Relatório apresentado pelo Dr. Aristides de Souza Spinola, Presidente da Província, à


Assembleia Legislativa Provincial de Goyaz, no dia 1º de junho de 1879.
In: Memórias Goianas 12. Goiânia: Editora da UCG, 1999. p. 262.

O documento histórico citado faz parte do relatório anual que o presidente da província
de Goiás apresentou aos deputados goianos. Nesse texto, a utilização, no 2º parágrafo,
dos verbos na 1º pessoa do plural, demonstra que o presidente Aristides Spinola estava
a) destacando as conquistas militares portuguesas sobre os territórios dos muçulmanos
na África.

b) criticando a exploração da cultura indígena por parte da exploração capitalista


portuguesa.

c) vinculado ideologicamente ao projeto colonizador português, que tinha por objetivo


a ocupação das terras brasileiras.

d) decepcionado com a quebra dos laços familiares acarretada pela vinda dos
portugueses sem as suas respectivas esposas.

Questão 13)

O protestantismo encontra-se em franca expansão no estado de Goiás. Suas origens


remontam aos movimentos reformistas ocorridos na Europa entre os séculos XIV e XVI.

Sobre a Reforma Protestante, é CORRETO afirmar:

a) Martinho Lutero pregou a volta dos valores clássicos greco-romanos para combater a
corrupção da Igreja.

b) As teses reformistas de Lutero tiveram apoio de setores da burguesia e da nobreza do


Sacro Império Romano-Germânico, interessados em escapar da influência da Igreja.

c) A Reforma Protestante impediu o desenvolvimento do capitalismo, uma vez que


condenava radicalmente a usura.

d) Na Inglaterra, a Reforma Protestante foi suprimida através da criação da Igreja


Anglicana, resultante de um acordo entre Henrique VIII e o Papa.

Questão 14)

Claros Clarins no ar rabiscam

o canto da vitória!

Aliança Liberal.

Getúlio Vargas, Pedro Ludovico!

De novo se abre a boca do cenário

e no palco aparece

Goiânia.

ROCHA, B. Metrópole do Oeste In: OLIVEIRA,

E.C. “As imagens de Goiânia na literatura

mudancista”. In: CHAUL. N. F.; DUARTE, L. S.

(Org.). As cidades dos sonhos:


desenvolvimento urbano em Goiás. Goiânia:

Editora da UFG, 2004. p. 177.

No poema citado, aparece uma visão personalista da construção de Goiânia. Identifique


dois outros elementos históricos que se relacionam à construção da nova capital.

Questão 15)

A história de Goiás não começa em 1722, com a Bandeira do Anhanguera, como quer a
versão tradicional, pois, há milênios, a região já era habitada por indígenas. Sobre esses
grupos indígenas, é INCORRETO afirmar:

a) Os grupos indígenas que habitavam a região onde atualmente é Goiás pertenciam ao


tronco Gê, que povoou a região do Cerrado há cerca de 10.000 anos.

b) Os grupos indígenas que os europeus encontraram na época do contato praticavam a


agricultura, complementando sua base alimentar com a caça, a pesca e a coleta.

c) O grupo indígena mais importante e numeroso do atual território goiano foi o dos
Goyá, responsável pelas principais influências culturais e étnicas que os indígenas
legaram ao povo goiano.

d) Dentre os grupos indígenas que habitavam onde hoje é o estado de Goiás, os que mais
resistiram à colonização branca, inclusive através da guerra, foram os Caiapó do sul e
os Avá-Canoeiro.

Questão 16)

Goiás, minha cidade...

Eu sou aquela amorosa

de tuas ruas estreitas,

curtas,

indecisas,

entrando,

saindo

uma das outras

Eu sou aquela menina feia da Ponte da Lapa,

Eu sou Aninha.

CORALINA, Cora. Minha cidade. In: TELES, José Mendonça. No santuário

de Cora Coralina. Goiânia: Kelps, 2003. p. 41.


A Cidade de Goiás, nos seus quase trezentos anos de existência, foi objeto de avaliações
ambivalentes, sendo considerada, às vezes, motivo de orgulho, outras vezes, de vergonha.
Acerca das representações construídas sobre a cidade, é INCORRETO afirmar:

a) Em 1739, foi transformada em vila, recebendo o nome de “Vila Boa de Goiás”,


toponímia resultante do aportuguesamento de “Bueno”, sobrenome do descobridor
oficial das minas de Goiás.

b) Em 1819, foi elevada à condição de cidade, recebendo o nome de “Cidade de Goiás”,


quando, em virtude da intensa exploração do ouro e do rápido crescimento
demográfico, experimentou fortes alterações urbanísticas, com a construção de novas
igrejas e prédios públicos.

c) Em 1937, depois de perder o posto de capital, passa a ser conhecida como “Goiás
Velho”, expressão que representava o atraso e a decadência do estado, que se
pretendiam eliminar com a transferência da capital para Goiânia.

d) Em 2001, a cidade de Goiás é reconhecida pela UNESCO como “Patrimônio da


Humanidade”, em virtude dos seus monumentos arquitetônicos, representativos da
arquitetura colonial brasileira.

Questão 17)

BRAGA, J. Retrato falido. Goiânia, O Popular, 1994, p. 27.

Charges e caricaturas são fontes preciosas para o estudo do passado. Na ilustração ao


lado, o cartunista Jorge Braga ironiza um evento ocorrido no estado de Goiás e o ambiente
político que o envolvia. Identifique esse evento e as circunstâncias de sua ocorrência.

Questão 18)

Você voltou para a civilização, né? Você tinha ido para Goiás.

Ana Maria Braga, apresentadora de TV, entrevistando a atriz Glória Pires.

In: O Popular, Goiânia, 1o maio 2005.


Até 1930, o estado de Goiás continuava fora da corrente de progresso que, nos últimos 80
anos, vinha transformando São Paulo e outros estados a partir da modernização da
agricultura e de um começo da industrialização.

PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta S. de. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG, 1994,
p. 90.

Conceitos como “progresso” e “civilização” são recorrentes na análise dos fenômenos


econômicos e culturais. Acerca do uso desses conceitos para a compreensão da história de
Goiás, julgue os seguintes itens:

I. A construção da estrada de ferro provocou uma profunda transformação econômica,


pois o Estado passou a exportar produtos agropecuários para o Sudeste do país.

II. A mudança da capital na década de 1930 provocou o aumento da população e a


intensificação da urbanização, eliminando os traços rurais da cultura goiana.

III. Os conceitos de “progresso” e “civilização” são insuficientes como instrumentos de


análise cultural, pois é impossível afirmar que os valores culturais goianos são
superiores ou inferiores aos de outros estados.

IV. A necessidade de construir uma nova capital, segundo Pedro Ludovico, se justificava
pela defesa do patrimônio histórico da cidade de Goiás, ameaçada pelo crescimento
demográfico.

São CORRETAS as seguintes assertivas:

a) I e II

b) I e III

c) II e IV

d) III e IV

Questão 19)

“Não conheci, todo mundo comenta... que ele era como vou te dizer... não levava desaforo
pra casa. A fazenda em Santa Bárbara é uma das primeiras fazenda-empresa. Ia buscar
mão-de-obra, dava roupa, comida, tudo. A pessoa fugia e ele trazia de volta para trabalhar
e pagar o que devia. Daí eles exageram fala que é Caiado, prendeu, torturou.”

(Entrevista de Bruno Caiado, comentando sobre Ubirajara Caiado.) RIBEIRO, Miriam Bianca
Amaral.

“Memória, família e poder. História de uma permanência política – os Caiado em Goiás”.

In: CHAUL, Nasr Fayad (Org.) Coronelismo em Goiás: estudos de casos e famílias. Goiânia:
Kelps, 1998. p. 281.
A citação é um exemplo das relações de trabalho no regime político, econômico e social
que foi dominante em Goiás durante a chamada República Velha, o coronelismo.

Apresente duas características definidoras dessas relações de trabalho em Goiás, no


referido período.

Questão 20)

O CineTeatro Goiânia, inaugurado em 1942, é um monumento representativo da história


de Goiânia. Sobre essa edificação, é INCORRETO afirmar:

Disponível em: <http://www.faquini.com.br/goiás250/9030056.jpg>

Acesso em: 5 jun. 2006.

a) Foi construído para servir de palco do chamado Batismo Cultural de Goiânia, quando a
cidade foi oficialmente inaugurada.

b) Mesmo sendo uma construção moderna, incorporou as tradições históricas goianas,


sendo, por isso, o seu formato similar ao das igrejas coloniais de Goiás.

c) Incorporou o imaginário marcial da época, o que explica o seu formato de navio de


guerra.

d) É representativo da art déco, estilo arquitetônico que prioriza fachadas com rigor
geométrico e estilo linear, produzindo um efeito de monumentalidade nas edificações.

Questão 21)

O processo de ocupação e desbravamento do interior brasileiro talvez seja uma das etapas
mais interessantes da formação social do Brasil no período colonial. As entradas e
bandeiras que desbravaram o sertão estão na origem da formação dos primeiros núcleos
urbanos no interior do país, como no caso da região de Goiás.
Sobre o processo de ocupação e povoamento de Goiás, é CORRETO afirmar:

a) Até o início do século XVIII, a região do atual Estado de Goiás era desabitada e
considerada território desconhecido tanto por portugueses quanto por indígenas, que
ocupavam preferencialmente o litoral brasileiro.

b) A bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva foi a primeira expedição de exploração do


atual território goiano, que lançou as bases para outros descobertos, como o das
minas de Cuiabá.

c) Por causa da grande distância a ser percorrida entre a região das minas dos Goyases e
o Estado de São Paulo, foi pequena a utilização da mão-de-obra africana na região,
ficando a extração aurífera sob o encargo de indígenas escravizados.

d) O curto período de exploração aurífera em Goiás deve-se ao rápido esgotamento dos


veios auríferos localizados nos leitos dos rios e à técnica rudimentar utilizada na
extração do ouro.

e) O declínio da produção aurífera trouxe poucos abalos à dinâmica social goiana, visto
que já havia se estabelecido na região uma intensa atividade comercial e agrícola que
sustentava o crescimento

Questão 22)

A integração de Goiás nos quadros da economia nacional encontrou na construção de


Brasília um momento de inflexão: Goiânia transformou-se em ponto de apoio fundamental
para a construção da nova capital.

Acerca da integração econômica de Goiás entre as décadas de 1950 e 1970, marque a


alternativa CORRETA:

a) Houve uma enorme resistência da elite política goiana em ceder imensa quantidade de
terras para a formação do Distrito Federal, uma vez que a atividade pecuarista era
desenvolvida intensivamente nas terras onde a nova capital seria construída.

b) A construção de Brasília recebeu apoio inconteste de todos os partidos políticos, pois a


interiorização da capital já estava prevista na primeira constituição republicana. O
sonho de se construir uma nova capital ultrapassou as divisões ideológicas.

c) O golpe de 1964 paralisou os investimentos na modernização da agricultura brasileira.


O modelo econômico adotado reservava à agricultura papel secundário, concentrando
os investimentos no desenvolvimento industrial.

d) A modernização da agricultura goiana foi uma decorrência da transferência da capital,


pois o estado de Goiás tornou-se responsável pelo abastecimento de Brasília, o que
permitiu uma profunda alteração na agricultura goiana, com o crescimento da
pequena propriedade.

e) A integração da economia goiana nos fluxos de investimentos nacionais iniciou-se no


final da década de 1920 com a chegada dos trilhos, mas só ganhou impulso decisivo
com o desenvolvimento da agricultura moderna, com o cultivo da soja.
Questão 23)

Analise a imagem a seguir.

Construção dos edifícios da Praça Couto Magalhães (Praça Cívica), em Goiânia. In: CHAUL, Nasr
Fayad. A construção de Goiânia e a transferência da capital. Goiânia: Cegraf, 1988, p. 128.

A imagem remete ao processo de construção de Goiânia, na década de 1930. Ao se


analisar a fotografia, com base nos conceitos da física e no contexto histórico, percebe-se

a) a eliminação do atrito para a realização do movimento circular uniforme do rolo


compressor na pavimentação das ruas da cidade com o intuito de fomentar a
construção de moradias para os trabalhadores.

b) o equilíbrio estático das edificações da nova capital, que apresentavam o art déco
como estilo arquitetônico adequado às expectativas de modernização do estado.

c) um movimento translacional uniforme do rolo compressor do carro de boi, com o


objetivo de reduzir a demanda por trabalhadores braçais e substituí-la por mão de
obra qualificada.

d) a eliminação do atrito para a realização do movimento circular uniforme do rolo


compressor, para adaptar o uso do carro de boi aos processos construtivos de uma
cidade moderna.

e) o equilíbrio estático das edificações da nova capital, que reforçavam o domínio


político das oligarquias regionais através de construções grandiosas.

Questão 24)

A chegada das ferrovias em Goiás, nas primeiras décadas do século XX, foi associada ao
processo de modernização do estado. Tal processo consistiu na
a) expansão das fronteiras econômicas do estado de Goiás, favorecida pela ampliação e
pelo desenvolvimento agrícola da região.

b) valorização da atividade produtiva organizada em torno da exploração do ouro,


intensificada pela nova forma de escoamento do produto.

c) inserção do Centro-Oeste na política de planejamento centralizado da economia


brasileira, denominada de Plano de Metas.

d) ampliação da influência de Goiás no cenário político nacional, promovida pelas


oligarquias patrocinadoras da infraestrutura produtiva.

e) difusão da pecuária extensiva, possibilitada pela maior capacidade de Goiás distribuir


carne bovina para os demais estados.

Questão 25)

Leia o texto a seguir.

O cerrado é muito rico. Aqui não é só pasto não! Para quem conhece e valoriza, o Cerrado
é nossa vida, porque a gente tira daqui nossa comida, os nossos remédios e nós vivemos
dele, né? Quando a gente não tem recurso de ir até ele, a gente replanta nos nossos
quintais.

DEPOIMENTO DE J. L. P. In: KATRIB, C. M. I.; MACHADO,


M. C. T.; ABDALA, M. C. São Marcos do sertão goiano: cidades, memória e cultura.
Uberlândia: Edufu, 2010. p. 265.

O depoimento destacado, feito por um morador da zona rural de Catalão (GO) no ano de
2009, pode ser associado à certa concepção de patrimônio histórico imaterial na qual a
relação do homem com o espaço é fundamentada no conhecimento

a) conservador, que se opõe à migração do sertanejo para a cidade.

b) arcaico, que leva ao atraso socioeconômico das regiões periféricas.

c) tradicional, que compõe a identidade cultural das comunidades locais.

d) folclórico, que sobrepõe mitos populares aos costumes regionais.

e) abstrato, que contradiz o saber empírico típico do meio urbano.

Questão 26)

Analise a imagem a seguir.


PIRES, Jacira Rosa. La ciudad premoderna del Cerrado (Tesis doctoral).
Barcelona, Espanha: Universitat Politecnica de Catalunya, 2006.
(Adaptado).

A imagem do plano original de Goiânia foi desenvolvida por Attílio Corrêa Lima, a partir de
1935. Para a confecção do desenho, o urbanista recorreu

a) à orientação religiosa local, destacando formas que enfatizavam o vínculo da nova


capital com o cristianismo, como a cruz e o triângulo.

b) à cultura política regional, aludindo aos princípios do igualitarismo com a


uniformização das quadras e praças voltadas à sociabilidade da população.

c) ao exame do relevo da região, aproveitando a topografia para orientar o sistema


viário local dirigido para o centro administrativo.

d) à hidrografia do sítio, organizando o sistema de vias na forma de pistas marginais aos


cursos d'água que cortavam a nova capital.

e) ao clima local, projetando na região sul da cidade um sistema de áreas verdes capaz
de atenuar os efeitos térmicos durante a estação seca.

Questão 27)
Leia o texto a seguir.

Partindo de São Paulo a estrada segue em linha reta até a capital de Goiás; onde então
começa a declinar para o outro extremo da reta, ou Cidade Cuiabá. Desta forma os três
pontos, São Paulo, Goiás e Cuiabá, representam os vértices de um triângulo proximamente
retângulo, e isósceles, localizando Goiás no vértice do ângulo reto: e é visível que se
pouparia muito em tempo, despesas e fadigas, se houvesse uma forma de aproximar a
hipotenusa do triângulo à direção da estrada, o que não se deve supor impraticável.

D'ALINCOURT, Luiz. Memória sobre a viagem do


Porto de Santos à cidade de Cuiabá. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1976. [Adaptado].

Diante da estagnação econômica encontrada no interior do Brasil no início do século XIX, o


autor do fragmento utilizou-se de conceitos matemáticos ao elaborar uma proposta para o
problema enfrentado. A proposta apresentada recorreu

a) ao teorema de Pitágoras, para propor um novo traçado para as estradas goianas,


utilizando o conhecimento sobre a regularidade topográfica do percurso.

b) aos fundamentos da geometria analítica, para adaptar as coordenadas dos vértices do


triângulo aos principais polos econômicos do país.

c) aos princípios da geometria descritiva, para enfatizar o papel estratégico da cidade de


Goiás na rede de comunicações nacional.

d) às noções de geometria plana, para diminuir as distâncias a serem percorridas entre


sertão e litoral, reduzindo o isolamento da região.

e) às funções trigonométricas, para comprovar a equivalência de distâncias entre São


Paulo e as duas cidades interioranas.

Questão 28)

A doença de Chagas era uma das moléstias que assolava o Brasil do século XVIII e, em
especial, a Capitania de Goiás. No decorrer da colonização dessa região, essa doença,
considerada endêmica, tornou-se uma ameaça para a vida humana, visto que

a) a ocupação do sertão provocou a modificação do hábitat natural do inseto


transmissor, direcionando-o para o ambiente domiciliar.

b) a desnutrição, comum à população goiana, provocava altos índices de contaminação


e, consequentemente, de mortalidade.

c) a precariedade das condições de trabalho, nos locais de extração do ouro, e o


esgotamento físico impossibilitavam a erradicação da doença.
d) a lentidão do ciclo reprodutivo do inseto impedia a realização de um diagnóstico
rápido, dificultando a adoção de tratamentos terapêuticos.

e) o desabastecimento, comum às regiões de mineração, associado aos longos períodos


de estiagem, intensificava os riscos de infecção.

Questão 29)

Leia os documentos apresentados a seguir.

Senhores, só depois de reconhecida a utilidade que pode resultar da criação de novas


aulas, é que deferirei favoravelmente os pedidos, pois estou certo de que essa medida é
de interesse do professor e não dos alunos. […] Sim, todos nós sabemos que por via de
regra, os pais tiram os filhos das aulas apenas eles leem, escrevem alguma coisa, e fazem
praticamente as quatro operações principais da aritmética.

Relatório da província de Goiás. 1842. p. 5. Disponível em:


<http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/290/000005.html>.
Acesso em: 7 mar. 2011. [Adaptado].

Não é totalmente desanimador o progresso, ainda que lento, dos alunos do Liceu: o que
se observa, porém, é a falta de gosto e a aplicação aos estudos que ainda não está bem
desenvolvida entre os moços, que parecem não compreender sua necessidade para
qualquer estado ou profissão que para o futuro terão de abraçar.

Relatório da província de Goiás. 1874. Disponível em:


<http://brazil. crl.edu/bsd/bsd/324/000058.html>.
Acesso em: 7 mar. 2011. [Adaptado].

Comparando-se os documentos, conclui-se que a relação entre educação e sociedade, em


Goiás, no século XIX, foi marcada por uma permanência, associada

a) ao questionamento dos valores tradicionais pelo sistema escolar implantado.

b) ao pessimismo da comunidade quanto à importância da instrução pública para a vida


cotidiana.

c) a um projeto de universalização da instrução pública sob a responsabilidade do


Estado.

d) às reivindicações, por parte dos setores organizados, pela expansão da instrução.

e) à difusão da instrução pública como mecanismo formador da elite provincial.

Questão 30)
Leia os textos.

A agricultura, se é que tal nome se pode dar aos trabalhos rurais da província de Goiás,
acha-se no maior desprezo e abatimento [...]. Parece que muitos homens aborrecem
aquilo mesmo que é a origem de sua existência e principal base de sua sustentação.
Inventando pretextos frívolos com que encobrem sua preguiça, clamam que não podem
dar saída aos gêneros e andam como múmias mortos de fome.

MATTOS, Raimundo José da Cunha. Agricultura. In: Chrographia historica

da Província de Goyaz. Goiânia: Secretaria de Planejamento, 1979. p. 75. [Adaptado].

É que Goiás sobrevivera bem ao ocaso da mineração [...] já eminente desde fins do século
XVIII. […] Plantava-se o que se ia comer, beber e vestir. Se algo sobrasse, era para gastar
em festas e em coisas suntuárias. […] Nada era urgente ou inadiável, a não ser libertar o
tempo para o ócio, para as inumeráveis festas do campo ou do arraial […], para pescarias e
caçadas, enfim, numa palavra, para o exercício dos prazeres de uma vida simples.

BERTRAN, Paulo. Prefácio. In: CHAUL, Nasr Fayad. Caminhos de Goiás:

da construção da decadência aos limites da modernidade. Goiânia: Editora

da UFG, 1997. p. 15-16. [Adaptado].

Estes textos abordam uma mesma temática, referente ao século XIX goiano, e foram
produzidos, respectivamente, em 1824 e 1997. Da comparação entre eles, destaca-se a

a) neutralidade dos autores para produzir os relatos sobre os acontecimentos.

b) necessidade da distância temporal para revelar o passado tal como ele ocorreu.

c) característica memorialista do relato sobre o passado, ao apreender a experiência


vivida.

d) equiparação entre os relatos em virtude da concordância temática estabelecida entre


eles.

e) limitação interpretativa tanto do relato sobre o tempo vivido quanto do relato


elaborado sobre o passado.

Questão 31)

Observe a figura a seguir.


Disponível em:< www.olhares.aeiou.pt>. Acesso em: 20 out. 2008.

A foto ilustra um estilo arquitetônico conhecido como art déco, que foi adotado como
parte de um projeto de modernização do estado de Goiás nas décadas de 1930 e 1940.
Com base na análise da imagem, identifica-se como característica desse padrão
arquitetônico a

a) utilização de temas da Antiguidade Clássica e a aplicação de princípios estéticos


assimétricos.

b) tematização dos princípios de luminosidade e o emprego de movimentos da


arquitetura medieval.

c) adoção de linhas e volumes futuristas e a valorização da estética decorativa.

d) superposição entre a estrutura construtiva colonial e a concepção funcionalista de uso


do espaço.

e) incorporação de padrões construtivos rústicos e o uso da simplicidade das formas.

Questão 32)

O combate ao latifúndio foi um dos temas que agitou as discussões políticas, no momento
da ordenação constitucional instituída em 1934. O jornal Correio da Manhã, em sua
edição de 21 de março de 1934, ao discutir essa questão, trazia o comentário do
interventor de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira: “O latifúndio em Goiás é oferecido a quem
queira cultivá-lo e... ninguém aparece”. Tendo em vista as informações e o comentário do
interventor, explique:

a) as razões da permanência do latifúndio em Goiás, na década de 1930;

b) a estratégia de ocupação dessa região durante o Estado Novo (1937-1945).


Questão 33)

Leia a citação abaixo.

Entre os habitantes de Meia Ponte há muitos brancos, mas a maioria é de nativos ou


crioulos de raça mestiça e mulatos pobres. A população da cidade e seu distrito, segundo a
lista oficial do ano de 1812, era de 6.209 almas. Os habitantes que viviam outrora de suas
rendosas lavras de ouro, agora têm a fama de experimentados cultivadores de milho,
mandioca, fumo, cana-deaçúcar, café e algodão (de que aqui também fazem chapéus).
Plantam também trigo, que produz bem.

POHL, J. E. Viagem ao interior do Brasil (1819) apud BERTRAN, Paulo. História da terra e do
homem no Planalto Central: ecohistória do Distrito Federal, do indígena ao colonizador.
Brasília: Verano, 2000. p. 300.

Considerando o documento acima e as condições socioeconômicas de Goiás, em 1812 e no


início do século XVIII, explique a:

a) relação entre a composição étnica da população goiana em 1812 e a estrutura


socioeconômica implementada na região desde o século XVIII.

b) mudança na estrutura econômica da região no início do século XIX.

Questão 34)

A Constituinte de 1988 abrigou diversas propostas para a formação de novas unidades


federativas, cujas proposições foram discutidas em meio à forte disputa política.

O projeto de criação do Estado do Triângulo, em Minas Gerais, foi vetado. A singularidade


do caso goiano, com a criação do Estado do Tocantins, vincula-se

a) ao desenvolvimento econômico da região norte de Goiás que motivou a proposta


separatista.

b) ao aumento das tensões sociais advindas da campanha pela separação do norte


goiano.

c) ao investimento na modernização da região com base na atração de capital


estrangeiro.

d) à adequação das elites goianas às perspectivas políticas advindas da divisão do


território.

e) à emergência de uma cultura nortista, avessa aos valores culturais do povo goiano.
Questão 35)

Ficou mais, assentado e prometido em palavra de rei testemunhado,

que o crioulinho

que viesse ao mundo

com o primogênito do casal

seria forro sem tardança na pia batismal.

CORALINA, Cora. Estória do aparelho azul-pombinho. Melhores poemas. Seleção de Darcy F.

Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 45.

A partir dos casos contados pela sua bisavó, Cora Coralina rememora as experiências
vividas em Goiás por volta de 1860, entre as quais encontra-se a escravidão. Relacione a
conjuntura econômica goiana, em meados do século XIX, à alforria como prática
abolicionista.

Questão 36)

Observe a imagem a seguir:

Foto do banquete oferecido ao presidente da República, no Palácio das Esmeraldas de Goiânia, em 7 de agosto
de 1940. Acervo: Museu Pedro Ludovico Teixeira. In: PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta de Sant´Anna.
História de Goiás (1722-1972). 5.ed. Goiânia: Editora. da UCG, 1989. p. 105.

A associação da fotografia ao contexto histórico do Estado Novo, em Goiás, sinaliza:

a) a adoção de uma política de reforma agrária, voltada para os migrantes pioneiros da colonização agrícola
em Goiás.

b) o estímulo do governo central brasileiro ao processo de redistribuição populacional na região Centro-


Oeste.

c) a articulação com o governo federal, visando à modernização de Goiás, com a criação de colônias
agrícolas.

d) as políticas de combate às endemias que assolavam as populações interioranas, iniciando a campanha


sanitarista em Goiás.
e) a difusão do projeto estadonovista de ocupação do Centro-Oeste, baseado na urbanização e na
industrialização da região.

Questão 37)
A paisagem urbana abaixo mostra um dos edifícios coloniais da cidade de Goiás que, em 2001, obteve o título
de Patrimônio Mundial concedido pela Unesco. Explique a função desse edifício no século XVIII e sua relação
atual com a preservação do patrimônio cultural da cidade.

Casa de Câmara e Cadeia, construída em 1761, atual Museu das Bandeiras.

Patrimônio mundial no Brasil. 3.ed. Brasília: Caixa Econômica Federal, 2004. p. 235.

Questão 38)

Leia o trecho a seguir:

A impraticabilidade de se povoar a dita capitania [Goiás] nem outra qualquer parte da


América Portuguesa senão com os nacionais da mesma América. E que achando-se todo o
sertão daquele vasto continente coberto de índios, estes deviam ser principalmente os
que povoassem os lugares, as vilas e as cidades que se fossem formando.

Carta régia de D. José I a D. José Vasconcelos, governador da Capitania de Goiás.


1758. In: PALACIN, Luís. O século do ouro em Goiás. Goiânia: Ed. da UCG, 1994. p. 87.

O documento aponta a preocupação da Coroa Portuguesa com o povoamento da Capitania


de Goiás, Cujo desdobramento foi a política de:

a) Ocupação das terras indígenas.

b) Guerra justa contra as tribos indígenas.

c) Mestiçagem de brancos, índios e negros.

d) Embates intermitentes com as tribos indígenas.

e) Implantação de aldeamento indígenas.

Questão 39)
[…] pois que sendo menor o número das fábricas de mineirar que ficam ao sul de São Felix,
elas renderam ao quinto na Casa Real de Fundição, em 1777, 216 marcos de ouro, e as do
norte, 38 marcos. Isso demonstra que, apesar da maior extensão do terreno e o maior
número de escravos ocupado no exercício de mineirar, há muito extravio do ouro e a
necessidade de empregar a maior vigilância para evitar esse roubo no norte.

Relatório do governador José de Vasconcelos. In: PALACIN, Luis et al.

História de Goiás em documentos. Goiânia: Ed. da UFG, 2001. p. 97–98. [Adaptado]

O documento acima ressalta as dificuldades da coleta do tributo régio do quinto. No que


se refere à mineração na capitania de Goiás colonial e ao controle da extração aurífera,

a) Explique a razão da diferença de arrecadação do quinto entre as regiões mineradoras


do norte e do sul;

b) Analise a função desempenhada pelas duas Casas Reais de Fundição (Vila Boa e São
Felix).

Questão 40)

“Conheci ali o doutor Xavier de Almeida, figura respeitável, um coronel formado em


direito, ex-Presidente do Estado, vivendo da saudade do passado, e sob o impacto, que o
tempo amainou mas não destruiu, da rasteira que o Senador Totó Caiado lhe havia dado
na política.”

(ROSA, Joaquim. Por esse Goiás afora. Goiânia: Cultura Goiana, 1974. p. 61.)

O trecho acima do memorialista Joaquim Rosa relata tanto sua passagem pela cidade de
Morrinhos, em 1925, quanto os conflitos políticos em Goiás na época da revolução de
1909. Assim, o coronelismo na Primeira República (1889–1930) foi um fenômeno político
brasileiro que envolveu proprietários rurais cujo poder local apoiava-se no clientelismo.

Com base no exposto, julgue os itens abaixo:

01. Um exemplo típico do poder local dos “coronéis do sertão” localizou-se no interior da
região Nordeste, em torno do rio São Francisco, onde eles exerceram seu poder por
intermédio de bandos armados – os jagunços.

02. José Leopoldo de Bulhões Jardim, chefe político goiano, ministro da Fazenda por duas
vezes e senador federal até 1918, foi acusado pelos grupos de oposição de impedir o
progresso de Goiás na questão da via férrea.

03. O governador Xavier de Almeida (1901–1905) implantou um sistema de arrecadação


de rendas que beneficiou os pecuaristas exportadores de gado, o que resultou num
apoio político a seu governo por parte dos coronéis interioranos ligados a essa
atividade econômica.

04. Em Goiás, a oligarquia sediada na capital controlou a política e a administração


estaduais, representou o Estado no plano nacional, reconheceu e garantiu o poder das
chefias locais, como foi o caso dos coronéis de Morrinhos e Porto Nacional.
Questão 41)

Já afirmamos, e o repetimos sem receio de contradita, que o que representa o presidente


Getúlio Vargas, para o Brasil, representa Pedro Ludovico para Goiás.

Revista Oeste, ano II, novembro de 1943, p.369, Goiânia: Ed. UCG, 1983. Ed. Fac-similar.

A comparação entre Pedro Ludovico e Getúlio Vargas abre uma perspectiva de análise
política que permite o debate entre os acontecimentos regionais e sua repercussão
nacional.

Acerca das relações entre região e nação nessa conjuntura (1937-45), pode-se afirmar que:

01. o regionalismo era uma força política incontestável. As lideranças locais dominavam o
processo de decisões e se impunham ao poder central, pois controlavam os votos e
cargos políticos da região.

02. no governo Vargas, a excessiva descentralização política foi substituída por um tipo de
controle fundado nas idéias liberais: o respeito à constituição e às liberdades
democráticas definiram um novo sentido para a atividade política.

03. entre Vargas e Ludovico, há um horizonte de aproximação que se fundamenta no


projeto de centralização do poder, na estratégia de ocupação das regiões interioranas
e no personalismo como forma de dominação política.

04. a aproximação entre Vargas e Ludovico vincula-se ao estabelecimento de políticas


sociais que permitiram a livre organização dos trabalhadores como forma de combater
o poder das antigas oligarquias regionais.

Questão 42)

A casa pobre.

Mandrião de saias velhas

da minha bisavó.

Recortadas, costuradas para mim.

Timão de restos de baeta.

Vida sedentária.

Orgulho e pobreza do passado.

CORALINA, Cora. O cântico de Aninha. In: ______Vintém de cobre.

Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 1995. p.45.

Cora Coralina (1889-1985) transforma o passado vivido em poesia. A dureza das antigas
regras de educação, as moedas de cobre, roupas velhas (mandrião) costuradas,
remendadas. Nas imagens da poetisa goiana, há o registro de expressões de um mundo
ainda ligado à época em que os escravos usavam casacos (timão) de um tipo de pano
empregado para reter o ouro (baeta). A poesia de Cora Coralina registra, embora em um
tempo posterior, as marcas do empobrecimento da região no final do século XVIII. Goiás e
Minas Gerais enfrentaram, de forma diversa, a dura tarefa de adaptar-se ao mundo longe
da sombra do rico minério.

Explique como a economia goiana e a mineira reagiram à crise da mineração.

Questão 43)

Em setembro de 1987, ocorreu o que ficou conhecido como “acidente radioativo de


Goiânia”. Wagner Mota, desempregado, dirigiu-se aos escombros do Instituto Goiano de
Radioterapia (IGR), apoderando-se de uma quantidade considerável de chumbo (98kg) que
protegia, sem que ele soubesse, uma cápsula de césio de um aparelho de raio X. Vendido
para o ferro-velho de Devair Ferreira, o material passou a ser tratado como objeto de
diversão (o azul da Prússia, brilhante no escuro). Quatro pessoas morreram na época e
quatro outras, mais tarde. Cerca de 700 pessoas foram contaminadas.

Sobre esse episódio recente da história de Goiânia, pode-se afirmar que:

01. Goiânia passou a ser chamada de a “Chernobil do Brasil” e ficou conhecida no mundo
todo: o povo e os produtos goianos passaram a ser estigmatizados.

02. o Comitê de Defesa de Goiânia reuniu pessoas interessadas em apurar


responsabilidades, exigindo um programa de ações para o amparo das vítimas e da
cidade. A Fundação Leide das Neves foi criada para dar assistência às vítimas.

03. na época, Goiânia sediou uma competição internacional que desviou a atenção da
população e atrasou o diagnóstico e tratamento do problema.

04. a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), a União e os médicos do IGR saíram
ilesos do episódio: a prontidão na localização e solução do problema provou o preparo
do sistema brasileiro de gestão de materiais radioativos.

Questão 44)

O Goiás que Bernardo Élis romanceia, em “Chegou o Governador”, é repleto de lirismo,


pleno de amor. Amor de mulher goiana, em um ambiente centrado no poder
administrativo, impregnado da impetuosidade de um jovem governador, de sua febre de
realizações, de seus delírios e frustrações, sensatez e prostração. É a descrição de um
Goiás em transição econômica, social e cultural, nos primórdios do século XIX, retratado
pela Vila Boa de Santana de Goiás, antigo pólo minerador, a Vila Boa de memórias,
tradições e revelações luso-brasileiras.

Com base no romance de Bernardo Élis, “Chegou o Governador”, e no processo histórico


que lhe serve de inspiração, julgue os itens:
01. Nos primórdios do século XIX, Vila Boa vivia o apogeu das produção aurífera,
inaugurando sua Casa de Fundição, remetendo aos cofres da Coroa Portuguesa o
maior rendimento do quinto já produzido em Goiás.

02. O pano de fundo do romance é o próprio processo histórico da Capitania de Goiás,


após a crise mineratória, aproveitando o envolvimento do General D. Francisco de
Assis Mascarenhas, governador da capitania de Goiás, com Ângela Ludouvico, uma
plebéia, o que serve para atestar que o concubinato era uma das formas mais comuns
em Goiás.

03. O concubinato, retratado por Bernardo, tornou-se comum em Goiás, não só pelos
exemplos, dados pelo próprio Governo, mas também pelo alto preço do casamento,
causando perplexidade aos viajantes europeus que passaram por Goiás, no século XIX.

04. Bernardo absorve no romance a idéia de decadência social e econômica de Vila Boa,
repassando para o leitor a decadência do ouro e a decadência da sociedade, idéia
marcante na historiografia da região, questionada por estudos recentes.

Questão 45)

“O bandeirantismo procurava índios, achou. E achou ouro, também. Deixou a semente do


milho, inaugurou o monjolo em zonas de riachos declivados. Depois, o preto, que veio pelo
ouro, ensinou o preparo do fumo, o cultivo da cana, a construção do engenho primitivo.

Mas,então como hoje, nunca se desenvolveu uma grande lavoura, restringindo-se, apenas,
às necessidades locais e das cercanias. Só a pecuária se implantou firme e progrediu; criou
ajuntamentos, configurou a fazenda, com os ‘camaradas’, versão regional do vaqueiro do
Nordeste e do peão do Sul. E a riqueza circulou, andando por aí, nas enormes boiadas, com
o capataz vigilante, ora na culatra, ora na cabeceira, dando ordens. O conforto do litoral e
as trocas internas se fizeram no lombo dos muares, que, grupados em lotes pela cor do
pêlo, iam mostrando a prosperidade do sertão, levados pelos arrieiros, senhores dos
caminhos e da técnica de transportar, em lombo de burro, tanto o muito pesado quanto o
mais delicado e frágil.

O que favoreceu o passo das enormes boiadas e o chouto das tropas, com ‘madrinhas’
espaventosas e garridas, foi a savana, ora aberta em campina, ora se espessando de
árvores, nos cerradões ou nas matas de pestana justafluviais”.

PROENÇA, M. C. Literatura do Chapadão. In: RAMOS, H. C. Tropas e Boiadas. Goiânia: Cegraf,


1997.

Com base no processo histórico e geográfico de Goiás, literalmente documentado na obra


Tropas e Boiadas, de Hugo de Carvalho Ramos, responda:

a) Quais as relações de trabalho dominantes em Goiás, no início do século XX?

b) Estabeleça uma correlação entre a paisagem do cerrado, descrita pelo autor, e a sua
configuração atual.

Questão 46)
A chamada Era Vargas possibilita as mais diversas leituras: das conquistas sociais às
atrocidades cometidas no Estado Novo. Mas o Brasil tornou-se moderno mesmo sem
livrar-se de fortes traços arcaicos oriundos, talvez, de uma herança oligárquica que
remonta ao século passado, de uma forma ou de outra, é com Vargas que o Brasil se
depara, efetivamente, com o moderno.

A questão no Brasil moderno, que se efetivou com a Era Vargas, traçou um perfil de país
que se adequava aos tempos de desenvolvimento e progresso das nações desenvolvidas.

a) Cite e analise duas (2) características que possam exemplificar, historicamente, a


modernidade que a Era Vargas imprimiu no país;

b) Qual foi, historicamente, em Goiás, a realização que mais expressa o moderno referido
pelo texto.

Questão 47)

As festas populares constituem-se num dos principais acervos culturais do povo brasileiro,
refletindo pedaços da nossa história e compondo parte de nossa geografia. Em Goiás,
particularmente, essas manifestações são bastante diversas.

Acerca das festas que aqui ocorrem, pede-se:

a) Escrever o nome da principal festa popular, de caráter religioso, que acontece em


Catalão ou em Pirenópolis, e explicar a origem histórica do enredo da festa, ou seja,
das representações dramáticas que nela ocorrem;

b) Citar e comentar as alterações espaciais que as manifestações festivas provocam,


durante a sua realização, na cidade que você escolheu ao responder ao item (a).

Questão 48)

(…) E como poderíamos saber que diabo era soja numa época em que – aprendíamos na
escola – o Brasil só dava cana-de-açúcar, café, cacau, borracha e Pelé?

Tutty Vasquez, Jornal do Brasil, 04/11/96

O bem-humorado comentário acerca do desconhecimento da lavoura de soja foi publicado


no Jornal do Brasil, ao se discutirem os problemas financeiros de Olacyr de Moraes, o rei
da soja. Apesar da estranheza que o produto ainda desperta, a soja foi responsável por
grandes transformações econômicas na Região Centro-Oeste.

Explique a importância da soja na agricultura goiana, caracterizando o complexo processo


produtivo que se formou em torno dessa cultura.

Questão 49)

Goiânia já não cabe em si, nasceu para ser plural. GYN é apenas uma forma embriagada de
preguiça interiorana. Goiânia veio para inserir definitivamente Goiás no cenário nacional,
no projeto nacionalista da Era Vargas, a região na Nação. Goiânia veio também para Pedro
ter planos de vôos políticos, engenharia medicinal, quando o interventor sentiu seu saber
médico insuficiente para sanear o Estado no começo dos anos 30. Goiânia veio para
empurrar Goiás no rumo da modernidade, por isso é também filha dos anos 20, do
desenvolvimento goiano da Primeira República, de trem de ferro e trem bão demais da
conta. É preciso não contar o tempo da história com a faca afiada do desconhecimento...

(Nasr Fayad Chaul. O Popular. Goiânia, Goiás, 24/10/96, p.6.)

Analisando o processo histórico referido no texto, explique a relação projeto nacionalista


de Vargas e a construção de Goiânia.

TEXTO: 1 - Comum à questão: 50

Minha cidade

Goiás, minha cidade…

Eu sou aquela amorosa

de tuas ruas estreitas,

curtas,

indecisas,

entretanto,

saindo

uma das outras.

Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa

Eu sou Aninha. (…)

Eu sou a dureza desses morros,

revestidos,

enflorados,

lascados a machado,

lanhados, lacerados.

Queimados pelo fogo.

Pastados.

Calcinados.

Renascidos.

Minha vida,

meus sentidos,

minha estética
todas as vibrações

de minha sensibilidade de mulher,

têm, aqui, suas raízes.

CORALINA, Cora. Minha cidade. Poemas dos becos de


Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, p. 37–39.

Questão 50)

No poema Minha cidade, Cora Coralina retrata a cidade de Goiás e simultaneamente


registra a sua condição de mulher, aproximando em sua poesia a cidade da vida dos
homens e mulheres que cruzam as ruas e morros da antiga capital do Estado, desde a
época colonial. Mas as cidades assumem funções diversas, decorrente das especificidades
históricas de cada período.

A cidade de Goiás ocupou a posição de capital do Estado, durante a primeira República,


perdendo tal condição na década de 30. analise o papel representado pela cidade de Goiás
no século passado e identifique as razões históricas e geográficas que justificaram a
mudança da capital de Goiás para Goiânia.

GABARITO:

1) Gab: VVFF

2) Gab: VVFV

3) Gab: VFFV

4) Gab: D

5) Gab: C

6) Gab: A

7) Gab: A

8) Gab: B
9) Gab: A

10) Gab: A

11) Gab:

a) Espera-se que o candidato, numa linguagem clara e dentro dos padrões normativos,
analise alguns aspectos da política indigenista, implantada pelo Marquês de Pombal:

• Ênfase na integração dos indígenas à sociedade colonial;

• Coibição da atuação dos jesuítas na “civilização” dos indígenas, colocando-a a


cabo do Estado.

• Construção de aldeamentos, onde os indígenas deveriam trabalhar na


produção agrícola, adotar a religião, os costumes e a legislação portuguesa.

• Proibição do uso das línguas nativas pelos indígenas.

b) Dentre os grupos indígenas que habitavam Goiás, no século XVIII, espera-se que o
candidato destaque:

• Os kaiapó

• Os Ava-canoeiro

• Os Goiá (embora alguns pesquisadores questionem a existência desses


indígenas)

• Os Crixá

• Aruanã

12) Gab: C

13) Gab: B

14) Gab:

A concepção de que Goiânia foi fruto da vontade férrea de Pedro Ludovico é apenas uma
das interpretações possíveis sobre a construção da nova capital. Outros elementos
históricos estão também relacionados a este evento, tais como:

a) Marcha para Oeste: essa explicação concebe a construção de Goiânia como parte do
movimento de interiorização ocorrido no Governo Vargas que visava à integração
econômica do interior brasileiro às regiões mais dinâmicas do País.
b) O papel dos trabalhadores: dentro da perspectiva de que a história não é feita apenas
pelos “grandes homens”, a atuação dos trabalhadores não pode ser subestimada.
Vivendo em condições precárias nos bairros operários, foram os verdadeiros
construtores da cidade, embora, nem sempre, sejam reconhecidos por isso.

c) Revolução de 1930: Ao romper com o longo período de dominação caiadista,


estabelecido, principalmente na cidade de Goiás, a mudança política provocada pela
Revolução de 1930 fez com que os grupos políticos ligados ao Sul e Sudoeste
promovessem a construção de uma nova capital, mais bem situada geograficamente e
que estimulasse a dinamização econômica regional.

15) Gab: C

16) Gab: B

17) Gab:

Trata-se do acidente radiológico com o Césio 137, em Goiânia. O contexto político que
circundava o acidente era extremamente problemático, já que o presidente José Sarney
não conseguia controlar a inflação e suas mazelas sociais no Brasil.

18) Gab: B

19) Gab: Clientelismo e Coronelismo

20) Gab: B

21) Gab: D

22) Gab: E

23) Gab: B

24) Gab: A

25) Gab: C
26) Gab: C

27) Gab: D

28) Gab: A

29) Gab: B

30) Gab: E

31) Gab: C

32) Gab:

a) Dentre as razões para a permanência do latifúndio em Goiás, despontam as


seguintes: a falta de estradas, de capital, de maquinário e de mão de obra. Tais
condições precárias, do ponto de vista do desenvolvimento econômico, faziam com
que a terra em Goiás não fosse considerada como fonte de produção de valor e, por
isso, não atraía o interesse dos investidores.

b) Como estratégia de ocupação, assentada no discurso da Marcha para o Oeste,


Getúlio Vargas criou colônias agrícolas no interior, tais como a de Ceres, em Goiás, e
a de Dourados, em Mato Grosso.

33) Gab:

a) A composição étnica da população goiana no início do século XIX, expressa no


documento acima, está relacionada ao motor da ocupação inicial da região, qual seja, a
economia do ouro. A exigência de mão-de-obra para extração nos leitos dos rios fez
com que houvesse uma intensa importação de escravos africanos. A presença de
escravos e de indígenas, os últimos oriundos principalmente dos aldeamentos,
acarretou o processo de mestiçagem, que contribuiu para o crescimento da população
não-branca da região. Desse modo, o segmento da população branca era
demograficamente menor que os outros, fossem eles mestiços ou escravos.

b) A mudança da estrutura socioeconômica da região ocorreu, conforme indicam os


dados do documento acima, em virtude da decadência da produção aurífera e,
portanto, do rendimento dessa atividade econômica essencial à Capitania. As
dificuldades na extração do ouro, provocadas, entre outros fatores, pelas condições
técnicas rudimentares, levaram a um progressivo redirecionamento de suas atividades
produtivas, capazes de manter a dinâmica socioeconômica de Goiás. Paralelamente ao
decréscimo da produção aurífera, processou-se também a ruralização da sociedade e o
acréscimo das atividades agrícolas em detrimento de atividades urbanas, como por
exemplo, o comércio. Tal redirecionamento fortaleceu as atividades agrícolas que,
gradualmente, auxiliaram na reestruturação da economia goiana ao longo do século
XIX.

34) Gab: D

35) Gab:

Em fins do século XVIII, ocorre uma alteração na economia goiana com a crise do ouro,
provocando o decréscimo sensível da população escrava. Em meados do século XIX, o
abolicionismo se torna um movimento popular e a prática de alforriar escravos é
incentivada como valor social indicativo de benevolência.

36) Gab: C

37) Gab:

– No século XVIII, o edifício era a Câmara dos Vereadores, que definia as principais regras de convivência,
ocupação do solo, abastecimento, higiene e controle de epidemias. No andar de baixo do edifício
funcionava a cadeia.

– Na atualidade: como museu, tem a função de preservação do acervo documental, bem como, a
conservação da cultura material da cidade.

38) Gab: E

39) Gab:

a) A diferença está no fato de o contrabando do ouro ser maior no norte devido às


dificuldades de controle para impedir esse extravio. O ouro bruto era mais facilmente
contrabandeado.

b) A função era fundir o ouro extraído na capitania, retirar a quinta parte para o tributo
régio da Metrópole, transformá-lo em barras com o selo da Coroa portuguesa, ampliar
o controle da produção e a arrecadação do quinto.

40) Gab: CCEC

41) Gab: EECE


42) Gab:

Tanto a economia goiana, quanto a mineira tenderam à pecuária bovina, sobretudo a


partir do século XIX, como via de sobrevivência e de relativo acúmulo de capital _ que
antes visava apenas o auto-abastecimento _ já que escoavam rebanho pelas ferrovias
para São Paulo.

43) Gab: CCCE

44) Gab: ECCC

45) Gab:

a) As relações de trabalho em Goiás, no início do século, assumiam, em sua maior parte,


formas não capitalistas, baseadas em relações pessoais de compadrio e clientela. As
meações predominavam nas atividades agrícolas. Na pecuária, era comum o
pagamento do trabalho com parte do gado, o que permitia ao vaqueiro formar um
pequeno rebanho. O aprofundamento dos laços de dependência entre proprietários e
agregados subtraía do mundo rural própria noção de mão-de-obra livre. Formavam-
se, portanto, relações de trabalho distantes da idéia de contrato que rege o mundo
capitalista.

b) A paisagem descrita pelo autor vincula-se ao crescimento da atividade pecuarista, que


lentamente reorganizou a economia regional, que se ressentia da crise provocada pela
decadência das minas, desde meados do século passado. Registra o autor a riqueza
que se auto-transportava, o gado, sob o olhar vigilante de vaqueiros e capatazes. O
comércio regional, devido à precariedade das estradas, ainda se encontrava sob o
controle de tropeiros. A pecuária extensiva pouco afetou o cerrado, enquanto
ecossistema: a presença dos chapadões e das matas fluviais garantia as condições de
reprodução dos rebanhos. Atualmente, o cerrado encontra-se submetido a um
processo compulsivo de devastação: a introdução da grande lavoura e o cultivo da soja
transformara, profundamente a paisagem: o cerrado cedeu lugar, em grande parte, ao
pasto ou a lavoura. A possibilidade de fácil utilização das máquinas permitiu a rápida
derrubada do cerrado, com a finalidade de produzir produtos exportáveis. A
integração de parte da economia goiana ao eixo sul promoveu forte transformação da
paisagem. A construção da nova capital estimulou movimentos populacionais que se
dirigiram para Goiânia. Atualmente, estimula-se o crescimento das agroindústrias,
como forma de reverter a concentração urbana e os desequilíbrios regionais.

46) Gab:

a) A modernidade, na chamada Era Vargas, vincula-se à implantação de uma dinâmica


urbano-industrial, sobretudo após o Estado Novo. A formação do maior parque
industrial da América Latina, o rápido processo de urbanização e o processo migratório
transformaram profundamente o perfil da sociedade brasileira. Aliada a estas
transformações, a criação da legislação trabalhista trouxe à baila um importante
componente do jogo político: a classe trabalhadora. Apesar dos traços conservadores
da política varguista é incontestável que o Brasil aproximava-se, econômica e
politicamente, do mundo moderno, embora conservasse, ao longo de seu extenso
território, características de tradições culturais, demonstrando a convivência possível
entre tradição e modernidade.

b) O “moderno’ em Goiás tem sido considerado pela historiografia regional como fruto
da crise dos anos 20, que culminou com a chamada “Revolução de 1930”, passando
pelo advento do Estado Novo e pela construção da nova capital do Estado, Goiânia.
Este marco leva em consideração a inserção mais definitiva da região no processo de
construção da nação, projeto político do governo Vargas que, em Goiás, foi respaldado
pelos grupos políticos que representavam as regiões sul e sudoeste de Goiás e tinham
em Pedro Ludovico seu líder e representante maior. É necessário observar, no entanto,
que essas expressões do moderno são simbólicas e não representam o panorama de
desenvolvimento de todo o estado na época citada e sim ficavam restritas ao que
representava Goiânia.

47) Gab:

a) Tomando como exemplo a Festa dos Congos, ou a Congada, na cidade de Catalão,


podemos observar que a mesma é uma louvação a Nossa Senhora do Rosário,
padroeira do município, culto que teve início por volta de 1820 quando chegaram, à
ainda Vila, levas de escravos para trabalhar em plantações de café na região.
Misturando folclore e religiosidade, os negros traçam 16 ternos de dança, divididos
entre congos, catupés, vilão, marinheiro e Moçambique, predominando as
vestimentas em tons de azul, branco e rosa. No ritual, os moçambicanos
desempenham o papel de guardiões da coroa, com vestimentas brancas, adornados de
fitas cor de rosa na cintura ou no peito, entoando músicas de lamentos. Os
marinheiros dançadores contam a vinda de Nossa Senhora pela água, sendo que a
vinda por terra é contada pelos congos. Além dos festejos, procissão, missa campal,
bingos e leilões, a festa do rosário, a congada, retrata a relação entre a cultura negra
que, em determinado momento histórico, chegou à Vila de Catalão, deixando presente
sua cultura, seus valores e suas adequações à realidade de uma mesclagem entre
história, folclore e religiosidade.

b) As festas de cunho religioso, a exemplo das Congadas, trazem alterações no comércio,


dinamizando a economia local através do comércio de adereços religiosos, comidas
típicas, roupas e demais produtos ligados, direta ou indiretamente, à festa.

Ocorre também variações no fluxo populacional, coma chegada de turistas e de parte


da população rural que se dirige à cidade para participar ou assistir aos festejos.

Todo esse fluxo faz com que a vida da cidade sofra certas alterações, passando, em
muitos setores, a viver em função da própria festa. A massa de turistas quase sempre
transforma a calmaria do cotidiano da sociedade, provocando, momentaneamente,
conflitos culturais no exercício da cidadania dos habitantes locais. Catalão constitui,
porém, caso a parte, não ocorrendo transformações da mesma magnitude do que
ocorre, por exemplo, em Pirenópolis.
48) Gab:

A partir da década de 60, a agricultura brasileira passa por um processo que se


convencionou chamar de “modernização”, tanto no campo tecnológico, como nas relações
de produção. O setor agrário passa a contar, com acentuada rapidez, com as classes
fundamentais do sistema capitalista de produção: empregados e empregadores.

A partir do cultivo da soja, a região centro-oeste sofreu um intenso processo de


transformações onde áreas anteriormente ocupadas por uma pecuária tradicional
transformaram-se em áreas agrícolas altamente mecanizadas, havendo com isso o
incremento de produtos, o aparecimento de novas tecnologias favorecendo a vocação
agroindustrial, trazendo consigo o aumento da população, o uso intensivo de maquinário
agrícola, tecnificação e adubação artificiais e, em última instância, a incorporação do
cerrado goiano não só à economia nacional, como também ao mercado externo. Tais
fatores transformaram a produção agrícola regional, articulando-a com o processo agro-
industrialização.

O cultivo da soja, portanto, foi um dos principais fatores que levaram a economia goiana a
um estágio dito “moderno”, embora paralelamente a essa “modernização” confirmasse
uma estrutura fundiária fortemente concentrada.

49) Gab:

O projeto nacionalista de Vargas, através da “marcha para oeste”, pretendia ocupar o


centro do país, avançando as fronteiras do capitalismo para as regiões ainda não
totalmente inseridas no contexto ócio-político e econômico de tal sistema, tal como se
processava em nível nacional. Goiânia foi, assim, o coroamento da política nacionalista de
Vargas e a expressão maior da ocupação do centro do país, servindo de trampolim para a
posterior construção de Brasília e da Belém-Brasília. Goiânia passou, então, a representar
o “novo” em Goiás, as “novas” forças políticas, o “novo” centro de poder político-
administrativo, o fruto maduro do Estado Novo. Capital planejada, efetivou uma maior
inserção de Goiás no mercado nacional e dinamizou o processo de acumulação capitalista
no Estado, além de coroar os anseios políticos de Pedro Ludovico Teixeira.

50) Gab:

A cidade de Goiás era o símbolo do caiadismo e, portanto, da Primeira República. Para


construir uma nova capital e sedimentar seu poder político, retirando o centro das
decisões políticas e administrativas da órbita de influência dos Caiado, Pedro Ludovico
Teixeira recupera a idéia da mudança da capital do Estado e da construção imediata de
Goiânia. Com o discurso e a representação do novo, do progresso e da modernidade que,
segundo os outubristas, 1930 traria para o Estado, atacou-se a velha capital. Ela foi eleita
símbolo do atraso, da inoperância econômica, da letargia social, da estagnação geral que,
se fazia acreditar, havia tomado conta do Estado, sendo Goiás a grande culpada. Assim,
inadequação geográfica, falta de saneamento básico, insalubridade e estagnação
econômica eram argumentos fartamente utilizados para atacar Goiás e justificar a
construção de Goiânia.

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