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Eletrônica Digital

Material Teórico
Avaliação da Saída de Circuitos Lógicos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Alexandre Leite Nunes

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Avaliação da Saída
de Circuitos Lógicos

• Tabela Verdade;
• Circuitos Lógicos e suas Expressões Booleanas;
• Famílias Lógicas.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Implementar circuitos lógicos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Avaliação da Saída de Circuitos Lógicos

Tabela Verdade
Para a criação da tabela verdade, devemos seguir um passo a passo. Vale sempre
lembrar que as combinações de entrada de uma tabela verdade não mudam, o que muda
é o resultado destas combinações no circuito lógico. Na Tabela 1, temos um exemplo
da análise das saídas das portas lógicas E e OU utilizando a mesma tabela verdade.

Tabela 1 – Tabela verdade de duas entradas e saída para E e OU


Portas E OU
A B S1 S2
0 0 0 0
0 1 0 1
1 0 0 1
1 1 1 1

Note suas entradas receberam as mesmas variáveis, mas as saídas variam con-
forme as equações lógicas de cada Porta Lógica. O circuito da Figura 1 mostra o
circuito desta tabela verdade.

A B

S1

S2

Figura 1 – Circuito equivalente à tabela verdade anterior


Fonte: Adaptado do Próprio autor

A construção da tabela verdade segue a seguinte lógica: número de linhas é igual


a 2 elevado ao número de variáveis 2n.

Por exemplo, para uma porta lógica com 3 entradas, teremos: 23 + 2 x 2 x 2 =
8 linhas.

Tabela 2 – Tabela verdade padrão para 3 variáveis


A B C S
0 0 0
0 0 1
0 1 0
0 1 1
1 0 0
1 0 1
1 1 0
1 1 1

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Para uma porta lógica com 2 entradas, teremos: 22 = 2 x 2 = 4 linhas.

Tabela 3 – Tabela verdade padrão para 2 variáveis


A B S
0 0
0 1
1 0
1 1

Circuitos Lógicos e suas


Expressões Booleanas
Os circuitos lógicos executam sempre uma expressão booleana; por mais com-
plexos que sejam, são formados por portas lógicas básicas interligadas.

É possível obtermos a expressão booleana que um circuito executa. Vamos mos-


trar abaixo o procedimento.

Iremos obter agora a expressão que o circuito abaixo executa.

S1 = A . B
S= (A. B) +C
Figura 2 – Circuito equivalente à equação
Fonte: Adaptado do Próprio autor

Vamos dividir o circuito em duas partes, onde teremos inicialmente a saída S1,
que produzirá a equação S1= A . B; na sequência teremos esta equação injetada
na entrada da porta OU e somada à entrada C, como resultante final teremos em
S a equação S = (A . B)+C.

Desenvolvendo um Circuito Lógico


a partir da Expressão Booleana
Para obter o circuito lógico que executa uma expressão booleana, devemos ini-
cialmente identificar as portas lógicas envolvidas na expressão.

O desenvolvimento do circuito lógico deve respeitar a ordem de prioridade da


aritmética básica, iniciando-se, então, pelos parênteses, seguidos pelos colchetes
e por último as chaves; caso a expressão não possua parênteses, deve-se executar
primeiro as funções de produto.

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UNIDADE Avaliação da Saída de Circuitos Lógicos

Como exemplo, vamos desenvolver o circuito que executa a expressão booleana:

S = (A . B) + C + (B . D)

No primeiro parêntese, temos A.B, desta forma já verificamos que existe aí uma
porta E. No outro parêntese, temos B.D, novamente uma porta E. Para finalizar,
temos uma somatória entre a resultante dos parênteses e a variável C, logo preci-
samos de uma somadora de três entradas.

A
A.B
B
A.B
C S
C
S=(A.B) + C + (B.D)
B.D
B.D
D
Figura 3 – Circuito equivalente à equação
Fonte: Adaptado do Próprio autor

Expressões Booleanas e Circuitos Lógicos


Obtidos de Tabelas Verdade
Para demonstrar, vamos obter a expressão e o circuito da tabela abaixo.

Tabela 4 – Tabela para obtenção da equação


A B S
0 0 1 A.B
0 1 0

1 0 1 A.B
1 1 1 A.B

Notamos na tabela verdade que a expressão é verdadeira (S = 1) nos casos onde


A = 0 e B = 0 ou A = 1 e B = 0 ou A = 1 e B = 1.

Para obter a expressão, basta montar os termos relativos aos casos onde a ex-
pressão for verdadeira e somá-los.

S = A.B + A.B + A.B

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Circuito equivalente:

A B

A.B

S
A.B

A.B

Figura 4
Fonte: Adaptado do Próprio autor

Álgebra de Boole
Um circuito lógico pode ser obtido através de uma expressão booleana. Mas nem
sempre é satisfatório, pois às vezes o circuito resultante pode ser muito complexo.

Para realizarmos a simplificação deste resultado, veremos um resumo da Álgebra


de Boole, pois é através de seus postulados, propriedades, teoremas fundamentais
e identidades que efetuaremos tais simplificações. Estes são apresentados a seguir.

Tabela 5 – Postulados
Postulados
Complementação Adição Multiplicação
=A 0=A 1 000 0.0 = 0
=A 1=A 0 0  1 1 0 .1 =1
1  0 1 1. 0 = 0
1  1 1 1.1 =1

Tabela 6 – Teoremas de De Morgan


Teoremas de Morgan
1º Teorema (A. B) = A + B

2º Teorema (A + B) = A .B

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UNIDADE Avaliação da Saída de Circuitos Lógicos

Tabela 7 – Identidades e propriedades


Identidades

Complementação Adição Multiplicação

A0A A .0 = 0
A  1 1 A .1 = A
A=A
AAA A.A = A
A  A 1 A.A = 0

Propriedades

Adição A  BB A
Comutativa
Multiplicação A . B = B. A

Adição A  (B  C)  (A  B)  C  A  B  C
Associativa
Multiplicação A= =
.(B . C) (A . B). C A.B . C

Distributiva A .(B  C)  A . B + A.C

Tabela 8 – Identidades auxiliares


Identidades Auxiliares

A  A.B  A

A  A.B  A + B

(A  B).(A  C)  A + B.C

Exemplo de simplificação

S  ABC  AC  AB
S  A( BC  C  B) Evidenciando o termo A
S  A[ BC  (C  B)] Assocciativa

S  A[ BC  (C  B)] A  A
S  A[ BC  ( BC )] De Morgan e, chamando BC de Y
S  A[Y  Y ]  A

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Circuito equivalente sem simplificação:

U1
A
B
C U6
AND_3 U7
U2 U4
A OR
OR
C
NOT
AND_2

U3 U5
A
B
NOT
AND_2

Figura 5 – Circuito equivalente sem simplificação


Fonte: Adaptado do Próprio autor

Circuito Equivalente com a simplificação:

A A
Figura 6 – Circuito simplificado

Famílias Lógicas
Famílias lógicas são basicamente os tipos de estruturas internas que compõem
os blocos lógicos em circuitos integrados. As famílias lógicas utilizam componentes
diferenciados na composição e construção de seus circuitos eletrônicos, por este
motivo cada família possuirá determinadas características relacionadas ao seu fun-
cionamento e desempenho prático diferentes umas das outras.

As mais utilizadas atualmente dentro da área eletrônica digital são a TTL e a


CMOS, que derivam de uma série de famílias lógicas, hoje obsoletas.

São elas:
DCTL = Direct-Coupled Transistor Logic
RTL = Resistor-Transistor Logic
RCTL = Resistor-Capacitor Transistor Logic
DTL = Diode-Transistor Logic
HTL = High-Threshold Logic
ECL = Emitter-Coupled Logic

Estudaremos apenas a CMOS e TTL, por estarem no mercado até hoje.

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UNIDADE Avaliação da Saída de Circuitos Lógicos

Família TTL
Os circuitos TTL (Transistor – transistor – lógico) são produzidos em duas séries
comerciais com os códigos 74XX e 54XXX. A série 54XXX é chamada também
de série militar, por possuir maior margem de variação nas especificações de ali-
mentação e temperatura, tendo assim maior confiabilidade no desempenho em
condições adversas, como locais com temperaturas extremas.

Os circuitos integrados das famílias acima têm uma alimentação de 5V, para a
série 54 o Vcc mínimo = 4,5V e o Vcc máximo = 5,5V( VCC = tensão de alimen-
tação) e para a série 74, temos Vcc mínimo de 4,75V e Vcc máximo =5,25v, que
são valores dentro da especificação de +- 5% de tolerância.

Outras características muito importantes dos CI’s são:


• Fan-out: o Fan-out é igual a 10, ou seja, pode-se ligar à saída destes blocos
lógicos no máximo outros 10 blocos.
• Tempo de atraso de propagação: em média de 10ns.
• Imunidade ao ruído: 0,4V, e é considerada baixa em relação a CMOS.
• Potência dissipada: é da ordem de 10mW por porta.

Ainda dependendo do processo e tipo de fabricação, podemos destacar os blo-


cos open-collector, tri-state e schimitt-trigger.

Família CMOS
Os circuitos com tecnologia CMOS são construídos por transistores MOS-FET
do tipo canal N e canal P, esta característica da família CMOS permite obter-
se uma série de vantagens, tais como: alto Fan-out, alta imunidade ao ruído e
baixo consumo.

Principais características:
• Alimentação: temos para as séries 4000 e 74C a faixa de 3V a 15V;
• Versão HC, a faixa de 2V a 6V;
• HCT de 4,5V a 5,5V;
• Nas séries de baixa tensão de alimentação, a faixa de 1V a 3,6V para a LV;
para LVC 1,2V a 3,6V.
• Fan-out: é igual a 50.
• Tempo de atraso de propagação: em média de 90ns.
• Imunidade ao ruído: de maneira geral é igual a 45% de Vdd.
• Potência dissipada: é da ordem de 1nW por porta da série 4000 e 2,5nW
da série 74HC, a uma tensão de alimentação de 5V.

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Importante! Importante!

Esta família necessita, ao contrário da TTL, de um cuidado extra no manuseio dos cir-
cuitos integrados, que devido à eletricidade estática provoca a degradação das junções
internas dos chips, comprometendo sua vida útil.

VC C
14 13 12 11 10 9 8

7400

1 2 3 4 5 6 7
TERRA
Figura 7 – Porta lógica – vista interna simbológica
Fonte: Adaptado do Próprio autor

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UNIDADE Avaliação da Saída de Circuitos Lógicos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Laboratório de eletricidade e eletrônica
CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de eletricidade e eletrônica.
24ª ed. São Paulo: Erica, 2007.
Fundamentos de informática: eletrônica digital
HETEM Jr., Annibal. Fundamentos de informática: eletrônica digital. Rio de Janeiro:
LTC, 2010. (e-book)
Eletrônica digital: teoria, componentes e aplicações
SZAJNBERG, Mordka. Eletrônica digital: teoria, componentes e aplicações. Rio de
Janeiro: LTC, 2014. (e-book)
Sistemas digitais: princípios e aplicações
TOCCI, R. J. Sistemas digitais: princípios e aplicações. 8ª ed. Rio de Janeiro: LtC,
2004. (e-book)
Fundamentos de eletrônica digital: sistemas combinacionais
TOKHEIM, Roger. Fundamentos de eletrônica digital: sistemas combinacionais.
Série Tekne, volume 1. São Paulo: Mc Graw Hill, Bookman, 2013. (e-book)
Fundamentos de eletrônica digital: sistemas sequenciais
TOKHEIM, Roger. Fundamentos de eletrônica digital: sistemas sequenciais. Série
Tekne, volume 2. São Paulo: Mc Graw Hill, Bookman, 2013. (e-book)

 Vídeos
Divisão de binários
BARROS, Wagner. Divisão de binários.
https://youtu.be/Na8gKrSWeXE
FEEC-UNICAMP na UPA 2006 – Fabricação de Circuito Integrado
GILMAR BARRETO. FEEC-UNICAMP na UPA 2006 – Fabricação de Circuito
Integrado.
https://youtu.be/fLVjlaflpcQ
Viaje fantástico al interior de un microchip
NISE NET. Viaje fantástico al interior de un microchip. Publicado por elTopoAndrés
em 13 jun. 2014.
https://youtu.be/g60TIYdW9DM

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Referências
CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de eletricidade e eletrônica.
24ª ed. São Paulo: Erica, 2007.

DUARTE, Marcelo de Almeida. Eletrônica analógica básica. Coordenação de


Nival Nunes de Almeida. 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

IDOETA, I. V. Elementos de eletrônica digital. 40ª ed. São Paulo: Erica, 2010.

MALVINO, A. P. Eletrônica digital: princípios e aplicações. São Paulo: Mc Graw


Hill do Brasil, 1987.

UYEMURA, J. P. Sistemas digitais: uma abordagem integrada. São Paulo: Pio-


neira Thomson Learning, 2002.

Sites visitados
<http://docente.ifrn.edu.br/aryalves/disciplinas/semestre-letivo-2015.2/
eletronica-digital/operacoes-aritmeticas-com-numeros-binarios-multiplicacao-di-
visao/view>. Acesso em: 09 set. 2018 às 21:49.

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