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Sistemas Automotivos

Sistemas de Propulsão

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Lincoln Nascimento Ribeiro

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Sistemas de Propulsão

• Sistemas de Propulsão de um
Veículo Automotor.


OBJETIVO

DE APRENDIZADO
• Apresentar os conceitos relacionados aos componentes do sistema responsável pela propulsão
de um veículo automotor.
UNIDADE Sistemas de Propulsão

Sistemas de Propulsão de
um Veículo Automotor
Um veículo automotor possui a capacidade de se movimentar pelo fato de possuir
um motor próprio. A função principal de um veículo automotor é realizar o transporte
de pessoas e/ou cargas.

Existem diversos tipos de veículos automotores, para as mais diversas finalidades.


Os principais veículos automotores são os carros, caminhões, tratores, as motocicletas,
os trens, embarcações e aeronaves. Na Figura 1 é possível observar uma ilustração que
contém a maioria desses veículos automotores.

Figura 1 – Exemplos de veículos automotores


Fonte: Getty Images

Nosso estudo será realizado nos chamados veículos automotores terrestres mais
comuns que se movimentam, normalmente, sobre estradas. Nesse caso, estão
incluídos os automóveis, as motocicletas e os caminhões. Porém, muitos dos sistemas
que estão presentes em um veículo automotor terrestre comum, também, estão pre-
sentes nos outros veículos automotores.

Um veículo automotor terrestre é composto por diversos sistemas que são respon-
sáveis pelo seu funcionamento. Esses sistemas são chamados de Sistemas Automo-
tivos e podem ser classificados em 5 sistemas principais:
• Sistema de Propulsão: É o sistema responsável pela produção de energia que
será utilizada para movimentar o veículo. Seu componente principal é o motor;
• Sistema de Transmissão: É o sistema responsável por transmitir o movimento
e a potência gerada pelo motor para as rodas;
• Sistema de Suspensão: É o sistema responsável por manter o veículo afastado
do solo e também por absorver as vibrações e os impactos causados pelas irre-
gularidades do solo por onde esse veículo trafega;

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• Sistema de Frenagem: É o sistema responsável por reduzir a velocidade do
veículo, ou ainda, por imobilizar esse veículo;
• Sistema de Direção: É o sistema responsável por permitir que o motorista
realize a mudança na trajetória do veículo através da rotação do volante.

Eventualmente, outros sistemas podem estar presentes em alguns veículos auto-


motores, para executar outras funções especiais. Porém, esses 5 sistemas automoti-
vos estarão presentes na maioria desses veículos.

Nessa unidade vamos estudar o Sistema de Propulsão de um veículo automotor.


O Sistema de Propulsão é composto ainda pelos seguintes subsistemas: subsistemas:
Motor, Sistema de Alimentação, Sistema de Arrefecimento, Sistema de Lubrificação,
Sistema de Escapamento e Sistema Elétrico.

A seguir, cada um desses sistemas será devidamente apresentado.

Motor
O motor é o coração do sistema de propulsão de um veículo. O motor é o com-
ponente do Sistema de Propulsão que, efetivamente, produz a energia que irá movi-
mentar o veículo.

Existem diversos tipos de motores que podem ser utilizados para produzir a energia
que movimentará o veículo automotor:
• Motores de Combustão Interna a pistão: Esses motores possuem cilindros e pis-
tões em seu interior que realizam um movimento linear alternativo (vai e vem), que
é transformado em um movimento rotativo, através de um sistema biela – manivela.
Esses motores e utilizam a queima de um combustível para produzir a energia térmi-
ca, que será transformada em trabalho mecânico. São representados pelos motores
que operam de acordo com o Ciclos Termodinâmicos de Otto ou Diesel. Na Figura 2
é possível visualizar-se um exemplo de Motor de Combustão Interna a pistões;

Figura 2 – Exemplo de um Motor de Combustão Interna a pistões


Fonte: Getty Images

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UNIDADE Sistemas de Propulsão

• Motores de Combustão Interna Wankel: São motores de combustão interna rota-


tivos, que também utilizam a queima de um combustível para produzir a energia
térmica, que será transformada em trabalho mecânico. O elemento rotativo desse
motor possui o formato de um triângulo. Uma das vantagens desse motor é que
há menos atrito para o seu funcionamento, e a sua quantidade de peças é muito
menor do que a quantidade de peças de um motor de combustão interna a pistão.
Os pontos a melhorar nesse motor são a sua durabilidade e a vedação entre as
câmaras. Na Figura 3 é possível visualizar-se um exemplo de Motor Wankel;

Figura 3 – Exemplo de um Motor Wankel


Fonte: Wikimedia Commons

• Turbinas a gás: São motores formados por um sistema composto por um com-
pressor e uma turbina ligados ao mesmo eixo de rotação. Esse tipo de motor
utiliza a energia térmica produzida em sua câmara de combustão para produzir
trabalho mecânico. São representadas pelos motores que funcionam de acordo
com o Ciclo Termodinâmico de Brayton. São muito utilizadas em Aeronaves, e
há até tanques de guerra que utilizam esse tipo de motor para sua propulsão.
Na Figura 4 é possível visualizar-se um exemplo de Turbina a gás;

Figura 4 – Exemplo de uma turbina a gás


Fonte: Getty Images

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• Motores Elétricos: São motores que utilizam a eletricidade como fonte de
energia. Esses motores transformam a energia elétrica em trabalho mecânico.
Os automóveis que utilizam motores elétricos estão, aos poucos, sendo dispo-
niibilizados aos consumidores devido às legislações sobre emissões de poluen-
tes cada vez mais restritivas. Na Figura 5 é possível visualizar-se um exemplo
de sistema de propulsão de um automóvel conhecido como sistema híbrido,
que utiliza um motor de combustão interna e um motor elétrico. Normalmen-
te, nesse tipo de sistema, utiliza-se o motor elétrico, que consome a energia
elétrica armazenada nas baterias e, quando essa energia termina, o motor de
combustão é acionado e, nessa caso, a energia mecânica produzida por esse
motor serve, tanto para movimentar o veículo, como para movimentar o motor
elétrico que, então funciona como um gerador, recarregando as baterias.

Figura 5 – Exemplo de um Sistema de Propulsão híbrido


Fonte: Getty Images

Qual é o tipo de motor mais utilizado em automóveis, motocicletas e caminhões?

Vamos agora detalhar o funcionamento de um motor de combustão interna a pis-


tões, que são os motores mais utilizados em automóveis, motocicletas e caminhões.

Motores de Combustão Interna a Pistão de 4 tempos


Os motores de combustão interna a pistão são os motores mais utilizados para a
propulsão de automóveis, caminhões e motocicletas.

Esses motores são compostos por pistões (ou êmbolos) que se movimentam
dentro de cilindros (furos cilíndricos) em um movimento linear e alternativo (Mo-
vimento de vai e vem). Esse movimento alternativo é transformado em um movi-
mento rotativo através de um componente chamado biela. A biela transmite esse
movimento rotativo para o eixo virabrequim, também chamado de árvore de ma-
nivelas. O eixo virabrequim possui diversos eixos “excêntricos”, ou seja, foram do

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da linha de centro principal do eixo. Esses eixos excêntricos são colocados de tal
forma que, enquanto um pistão está se movimentando em uma direção, pelo menos
um outro pistão está se movimentando em direção oposta, o que faz com que o eixo
virabrequim mantenha-se em rotação.

Na Figura 6 é possível visualizar-se os pistões, as bielas e o eixo virabrequim de


um motor de combustão interna de 6 cilindros.

Figura 6 – Pistões, bielas e eixo virabrequim de um Motor de Combustão Interna


Fonte: Adaptado de Getty Images

Para que ocorra o movimento dos pistões, que, por sua vez, irá movimentar as bie-
las e, o eixo virabrequim, torna-se necessária a produção de energia térmica, o que irá
aumentar a temperatura do ar admitido pelo motor e, junto com o aumento de pressão
devido a compressão de ar, irá aplicar uma força sobre a superfície superior do pistão.
O local do cilindro onde ocorre esse processo é chamado de câmara de combustão.

Como o pistão realiza um movimenta linear alternativo, haverá momentos em


que esse pistão irá inverter o sentido do movimento. Nesse ponto onde ocorre a
inversão do movimento, a velocidade do pistão será igual a zero. Quando a inversão
do sentido do movimento do pistão ocorrer no ponto mais próximo da câmara de
combustão, esse ponto será chamado de Ponto Morto Superior (PMS). Quando a
inversão do sentido do movimento do pistão ocorrer no ponto mais longe da câmara
de combustão, esse ponto será chamado de Ponto Morto Inferior (PMI).

Para que ocorra uma combustão, é necessário que, além do combustível, seja
admitido ar no cilindro. Ao término da combustão, esse ar deve ser então retirado
do cilindro. Os mecanismos responsáveis pelo controle do ar que entra ou sai do
conjunto cilindro pistão são chamados de válvulas. Sendo assim, em cada conjunto
cilindro pistão existe, pelo menos, uma válvula de admissão (que admite ar ou ar
com combustível) e uma válvula de escape (que permite a saída dos gases quei-
mados, provenientes da combustão).

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Existem 2 tipos de motores de combustão interna a pistões:
• Motor Otto: Esse motor foi desenvolvido por Nikolaus August Otto (1832-1891).
O Ciclo Termodinâmico que descreve seu funcionamento é chamado de Ciclo
Otto e, normalmente é aplicado em motores que utilizam a gasolina e/ou etanol
como combustível. As principais características desse motor são:
» A presença de uma vela de ignição, que é um dispositivo elétrico responsável
por soltar uma faísca (centelha) quando o pistão atinge o Ponto Morto Supe-
rior (PMS) dando início a combustão da mistura ar com combustível. Por esse
motivo, esse motor também é chamado de motor de ignição por faísca, ou
ignição por centelha;
» A combustão, nesse motor, ocorre através de um processo isocórico, ou seja,
a volume constante. Dessa forma, durante praticamente todo o processo de
combustão, o pistão permanece no Ponto Morto Superior (PMS);
• Motor Diesel: Esse motor foi desenvolvido por Rudolf Diesel (1858-1913).
O Ciclo Termodinâmico que descreve seu funcionamento é chamado de Ciclo
Diesel e, normalmente é aplicado em motores que utilizam Óleo Diesel como
combustível. As principais características desse motor são:
» Não há a presença de uma vela de ignição, ou seja, não há a formação de uma
faísca (centelha) para dar início a combustão da mistura ar com combustível.
Para que isso seja possível, a taxa de compressão volumétrica é bem maior
nesse tipo de motor em relação ao Motor Otto. Isso significa maior pressão na
câmara de combustão, causando um aumento na temperatura, de tal forma
que a combustão tem início de forma espontânea. Por esse motivo, esse motor
também é chamado de motor de ignição por compressão;
» A combustão, nesse motor, ocorre através de um processo isobárico, ou seja,
a pressão constante. Dessa forma, durante o processo de combustão, ocorre
um pequeno deslocamento do pistão a partir no Ponto Morto Superior (PMS),
em direção ao Ponto Morto Inferior (PMI).

O que é relação de compressão volumétrica em um Motor de Combustão interna a pistões?

A relação de compressão em um motor de combustão interna a pistão é a


razão (divisão) entre o volume máximo da câmara de combustão (quando o pistão
encontra-se no PMS) e o volume mínimo da câmara de combustão (quando o pistão
encontra-se no PMI).

Na Figura 7 é possível visualizar-se os componentes principais de um conjunto


cilindro pistão de um motor de combustão interna. Veja que nessa figura é possível
notar que há a presença de uma vela de ignição, ou seja, trata-se de um conjunto
cilindro-pistão de um motor Otto.

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Figura 7 – Detalhes de um Conjunto Cilindro Pistão


de um Motor de Combustão Interna do tipo Otto
Fonte: Adaptado de SONNTAG; BORGNAKKE, 2018

O sincronismo entre a abertura e fechamento das válvulas e o movimento dos


pistões e do eixo virabrequim é realizado através de um eixo que está conectado ao
eixo virabrequim através de elementos de transmissão de potência os movimento,
que podem ser correias ou correntes. Esse eixo é chamado de Eixo Comando
de Válvulas.

Esses eixos comando de válvulas possuem cames que são os responsáveis por
abrir e fechar as válvulas no momento correto.

Na Figura 8 é possível visualizar-se os principais componentes responsáveis pelo


sincronismo entre o eixo virabrequim e o movimento das válvulas. Nesse exemplo, o
motor possui 4 cilindros e 2 eixos comando de válvulas.

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Figura 8 – Detalhes dos componentes que permitem o sincronismo
entre o eixo virabrequim e os eixos comandos de válvulas
Fonte: Adaptado de Getty Images

Ao analisar-se a Figura 8 é possível visualizar-se ainda o Volante do Motor, que


está acoplado ao eixo virabrequim. Esse volante tem 2 funções principais:
• Devido a sua massa, o volante do motor serve como uma roda de inércia, que
mantém o eixo virabrequim girando no intervalo entre a combustão dos cilindros;
• No volante do motor é acoplada a embreagem, que faz parte do sistema de
transmissão do movimento do motor para as rodas.

Finalmente, o movimento de cada pistão do motor é formado por 4 tempos. Cada


tempo corresponde a uma ação que ou movimento que o pistão está realizando.
Esses tempos são:
• Admissão: A válvula de admissão de abre e o pistão se movimenta do Ponto
Morto Superior (PMS) para o Ponto Motor Inferior (PMI) admitindo ar ou, ar
com combustível;
• Compressão: A válvula de admissão se fecha e o pistão se movimenta do Ponto
Morto Inferior (PMI) para o Ponto Motor Superior (PMS) comprimindo o ar ou,
o ar com combustível;
• Expansão: Após a combustão, o pistão se movimenta do Ponto Morto Superior
(PMS) para o Ponto Motor Inferior (PMI). Durante esse processo é transmitido movi-
mento para o eixo virabrequim, ou seja, ocorre a realização de trabalho mecânico;
• Escape: A válvula de escape se abre e o pistão se movimenta do Ponto Morto
Inferior (PMI) para o Ponto Motor Superior (PMS) expulsando os gases quei-
mados, provenientes da combustão. Ao término desse processo, a válvula de
escape se fecha, para que tenha início um novo processo de admissão.

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Na Figura 9 é possível visualizar-se os tempos de um motor de combustão interna


a pistão de 4 tempos.

Admissão Compressão Expansão Escape

Figura 9 – Tempos de um motor de combustão interna a pistão de 4 tempos


Fonte: Adaptado de Getty Images

No motor de 4 tempos, o reservatório de óleo lubrificante é chamado de cárter


do motor e costuma ficar na parte inferior do motor, onde fica o eixo virabrequim.
Sendo assim, o óleo praticamente não tem contato com a câmara de combustão.

Motores de Combustão Interna a Pistão de 2 tempos


Existem motores de combustão interna a pistão que operam utilizando apenas
2 tempos, ou seja, o pistão realiza todas as etapas desde a admissão até o escape,
utilizando apenas 2 movimentos.
Isso significa dizer que, em apenas um movimento de subida e descida do pistão,
o motor realizada todas as etapas para que ocorra o eu funcionamento.
No ramo automotivo esse tipo de motor já foi utilizado em alguns automóveis e é
bastante utilizado ainda em motocicletas.
É muito comum que esse tipo de motor não possua válvulas de admissão ou
escape. Essas válvulas são substituídas por “janelas” localizadas na parede de com-
bustão do cilindro.
Na Figura 10 é possível visualizar-se as etapas de funcionamento de um motor de
combustão interna a pistão de 2 tempos.

Figura 10 – Tempos de um motor de combustão interna a pistão de 2 tempos


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

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A principal dificuldade técnica desse motor é o fato de que, para lubrificar o conta-
to entre o pistão e o cilindro, é necessário que se coloque óleo lubrificante misturado
ao combustível.

Sistema de Alimentação
Para que o motor de combustão interna permaneça funcionando é necessário que
esse motor seja abastecido com combustível. Essa é a função do Sistema de Alimentação.
Os principais componentes do Sistema de Alimentação são:
• Reservatório de Combustível: Também chamado de Tanque de combustível.
É responsável por permitir o abastecimento e armazenamento do combustível
necessário para a alimentação do motor;
• Bomba de Combustível: É o dispositivo responsável por transportar o combus-
tível do reservatório para o motor;
• Sistema de Injeção de Combustível: É o sistema utilizado para colocar o com-
bustível dentro do cilindro do motor.

O sistema de injeção de combustível varia de acordo com o tipo de motor.

Em motores mais antigos que operam de acordo com o Ciclo Otto, a mistura do
ar com o combustível é realizada através de um dispositivo chamado de carburador.
Na Figura 11 é possível visualizar-se uma ilustração com os principais componentes
de um carburador.
Entrada de ar

Combustível a
partir do tanque
Mistura
ar + combustível
Válvula de saída
de combustível

Jato de combustível
Bóia em baixa pressão
(vapor)

Válvula acionada
pelo acelerador
do veículo

Mistura
ar + combustível em
direção ao cilindro
Figura 11 – Detalhe do sistema de injeção – carburador
Fonte: Adaptado de Getty Images

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Na Figura 12, é possível visualizar-se, em corte, um exemplo de carburador utili-


zado em motores.

Figura 12 – Detalhe do carburador de um Fusca ano 1970


Fonte: Wikimedia Commons

Em motores mais modernos que operam de acordo com o Ciclo Otto, o com-
bustível é injetado diretamente no tubo de admissão de ar ou ainda, diretamente na
câmara de combustão. Isso é possibilitado através dos chamados bicos injetores, que
são controlados eletronicamente. Esse sistema é chamado de injeção eletrônica.

Na Figura 13, é possível visualizar-se um exemplo de bico injetor utilizado em


sistemas com injeção eletrônica de combustível em um motor.

Figura 13 – Detalhe de um bico injetor


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Finalmente, nos motores mais antigos que operam de acordo com o Ciclo Diesel,
existe a bomba injetora de combustível. Nos motores mais modernos, também são
utilizados bicos injetores controlados eletronicamente, ou seja, um sistema de Inje-
ção eletrônica.

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Na Figura 14 é possível visualizar-se um exemplo de bomba injetora utilizada em
Motores Diesel.

Figura 14 – Exemplo de bomba injetora


Fonte: Wikimedia Commons

Para que serve o turbocompressor?

Alguns motores que operam de acordo com os Ciclos Otto ou Diesel, ainda apre-
sentam o chamado Turbocompressor.

O Turbocompressor, também conhecido simplesmente como turbo, é formado


por uma turbina colocada no tubo de escape dos gases provenientes da combustão
do motor. Esses gases possuem uma alta velocidade. No mesmo eixo dessa turbina,
está acoplado uma espécie de turbina invertida, ou seja, um compressor, que com-
prime ar ambiente, e direciona esse ar para a câmara de combustão do motor.

Em outras palavras, o Turbocompressor aproveita a energia cinética dos gases da


exaustão do motor para comprimir ar ambiente e aumentar a quantidade de oxigênio
(comburente) disponível na câmara de combustão, aumentando a eficiência da queima
de combustível e, consequentemente, a potência do motor. No link a seguir é possível
visualizar-se um exemplo de turbocompressor em corte. Do lado direito, têm-se a
turbina e, do lado esquerdo, o compressor.

Exemplo de Turbocompressor, disponível em: https://bit.ly/2B18DXC

Sistema de Arrefecimento
Durante a operação, o motor atinge temperaturas muito altas. Nesses casos, é
necessário que o motor seja resfriado, para evitar que o motor seja danificado.

Para que serve o radiador de água?

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O principal componente dos Sistemas de Arrefecimento dos veículos modernos é


o chamado Radiador de água. Nos veículos mais antigos esse radiador era fabricado,
principalmente de cobre. Atualmente, a maioria dos veículos utiliza radiadores fabri-
cados em alumínio. Tanto o cobre, quanto o alumínio são bons condutores de calor.
A água que passa ao redor dos cilindros do motor sofre aquecimento e, então é
transportada até o radiador de água, onde é refrigerada e, transportada novamente
para o motor. A bomba d’água é o dispositivo responsável pelo bombeamento da
água em todo esse processo. Na Figura 15 é possível visualizar um exemplo de ra-
diador de água de alumínio.

Figura 15 – Exemplo de Radiador de água automotivo


Fonte: Getty Images

Sistema de Lubrificação
As partes móveis de um motor estão sujeitos a um intenso atrito. Sendo assim, é
necessário que seja aplicado óleo entre essas partes móveis de tal forma que o atrito
entre as partes metálicas em movimento relativo, seja substituído por um atrito viscoso.
Os principais componentes do Sistema de Lubrificação do motor são:
• Cárter: Trata-se do reservatório de óleo do motor;
• Bomba de óleo: É o dispositivo responsável por bombear o óleo lubrificante até
todos os componentes móveis do motor.

Detalhe da localização do cárter do motor, disponível em: https://bit.ly/2ZtFKNg

Sistema de Escapamento
Outro sistema a ser considerado em um motor é o chamado sistema de escapamento.
O Sistema de Escapamento é responsável por permitir a saída dos gases pro-
venientes da queima de combustível e tratar esses gases, antes de despejá-los
na atmosfera.
Esse tratamento dos gases de exaustão é realizado por um componente do sis-
tema de escapamento chamado de Catalisador.

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Na Figura 16 é possível visualizar-se um exemplo de catalisador em corte.

Figura 16 – Exemplo de catalisador em corte


Fonte: Wikimedia Commons

Sistema Elétrico
O sistema elétrico de um veículo automotor é o sistema responsável por fornecer
toda a eletricidade necessária para funcionamento do motor e de outros dispositivos
e acessórios do veículo.

Os principais componentes do Sistema Elétrico do veículo são:


• Bateria: É o dispositivo responsável por fornecer e armazenar a energia elétrica
que será utilizada pelo veículo;
• Alternador: É o dispositivo responsável por recarregar a bateria durante o fun-
cionamento do motor;
• Motor de partida: Trata-se de um motor elétrico responsável por iniciar a rotação
do motor durante o início do seu funcionamento.

Na Figura 17 é possível visualizar-se um exemplo de bateria automotiva.

Figura 17 – Exemplo de bateria automotiva


Fonte: Wikimedia Commons

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Fundamentos da Termodinâmica
Leia o capítulo 10 (p. 435-441) da obra de SONNTAG, R. E.; BORGNAKKE, C.
intitulada “Fundamentos da Termodinâmica”. Nesse texto serão apresentados os
conceitos iniciais dos motores de combustão interna a pistão.
Motores de Combustão Interna
Leia o capítulo 1 (p. 21-70) da obra de Franco Brunetti, intitulada “Motores de
Combustão Interna”. Nesse texto serão apresentadas os principais conceitos
iniciais do estudo de motores de combustão.

 Vídeos
Física do Motor a Gasolina: Ciclo Otto
https://youtu.be/K5kAAhyHz1k
A Física do motor Diesel, uma aula de Termodinâmica
https://youtu.be/oDGau5KRV_U

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Referências
BEER, F. P. et al. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Dinâmica. 11. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2019. (e-book)

BRUNETTI, F. Motores de Combustão Interna – Volume 1. 2ª Edição. São Paulo:


Blucher, 2018. (e-book)

_________. Motores de Combustão Interna – Volume 2. 2ª Edição. São Paulo:


Blucher, 2018. (e-book)

CASTILHO, M.; STRAUB, E.; QUEIROZ, H. de. BIONDAN, P. ABC do Rendering


Automotivo. Porto Alegre: Bookman, 2013. (e-book)

CASTRO, F. D. de.; RAHDE, S. B. Motores Automotivos: Evolução, Manutenção


e Tendências. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014. (e-book)

SONNTAG, R. E.; BORGNAKKE, C. Fundamentos da Termodinâmica. 8. ed.


Sao Paulo: Edgard Blucher, 2018. (e-book)

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