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A 1. República em Portugal
A 1. República em Portugal
♦ Poder executivo:
Presidente da República (sufrágio indireto, pois é eleito pelo Congresso e não pelos cidadãos)
e o Governo (nomeado pelo Presidente e responsável perante o Congresso).
Foi feita a defesa dos direitos e garantias individuais como o direito à liberdade, à
segurança, à prosperidade e à igualdade social.
O regime não estabeleceu o sufrágio universal. Sob o argumento de proteger o regime
contra os votos manipulados (votos dos analfabetos, sobretudo dos rurais, mais facilmente
manipuladas pelos grandes proprietários – os caciques- e pelos monárquicos), a República
limitou o voto:
História A – 12.º ano Síntese temática
Código eleitoral de 1911: apenas podiam votar os cidadãos (?) com mais de 21 anos que
soubessem ler e escrever e os que fossem chefes de família há mais de um ano:
Código eleitoral de 1913: apenas podiam votar os varões com mais de 21 anos que soubessem
ler e escrever.
No campo do trabalho:
- Estabelecimento da Lei da Greve (legalização da greve, antes proibida) que exigia um pré-
aviso de 12 a 8 dias, conforme o caso;
- Imposição do descanso semanal ao Domingo;
- Delimitação do horário de trabalho: 7h (empresas, escritórios e bancos), 8 a 10 h (fábrica e
oficinas), 10 h (comércio);
- Obrigatoriedade de seguro para acidentes de trabalho, doença e velhice.
No campo da assistência social:
- Criação dos Serviços de Assistência Pública do Fundo Nacional de Assistência e do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
- Reformas da saúde e assistência: cresceu o número de hospitais, sanatórios, dispensários e
creches. Surgiram as maternidades.
No campo da família (proteção à família, especialmente no que se refere aos direitos das
mulheres e dos filhos):
- Foi decretado o casamento civil obrigatório;
- Condições para uma maior igualdade entre homens e mulheres;
- Foram defendidos os direitos legais dos filhos legítimos e ilegítimos;
- Tornou possível o divórcio.
História A – 12.º ano Síntese temática
a classe operária – vivendo em situação de miséria, exposta aos abusos do patronato, com
baixos salários, começam a manifestar-se contra a República, apesar do apoio inicial dado ao
regime. Retiram-lhe o seu apoio, com o agravamento da situação económica e em consequência
do recuo do regime na sua legislação social. Os operários levam a cabo surtos grevistas,
manifestações e atentados bombistas, exigindo melhores condições de vida;
os camponeses – em situação de extrema miséria, sujeitos aos abusos dos proprietários
agrícolas, sem proteção social, estão também descontentes.
a classe média urbana – inicialmente apoiante ao regime, retira-lhe o seu apoio na sequência
do agravamento da situação económica e da agitação social. Com a inflação, vê o seu poder
económico baixar e teme a sua proletarização. Classe respeitadora da ordem e da hierarquia,
teme a agitação operária e o clima de conflituosidade permanente;
alta burguesia (finanças, comércio e indústria) - opõe-se à legislação social da República
(razão que leva os governos a recuarem na sua política social, para poderem contar com o
apoio desta classe). Prejudicada pelo surto grevista e terrorista, a alta burguesia vai
retirando o apoio ao regime, apelando a um Estado forte capaz de impor a ordem;
O Fim da I República
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Todos estes fatores contribuíram para enfraquecer o regime republicano, para diminuir
a sua base social de apoio e para o tornar mais vulnerável a golpes militares oponentes.
Foi o que aconteceu a 28 de maio de 1926, quando o General Gomes da Costa dirige um
golpe militar. Parte de Braga e marcha até Lisboa, colhendo o apoio de largos setores do
exército que a ele se juntam. Ao chegarem a Lisboa, os revoltosos encerram o Parlamento,
derrubando a I República, e implantam uma «Ditadura Militar».
O golpe obtém um apoio generalizado no país que se opunha não especificamente ao
regime republicano, mas à República dominada pelo Partido Democrático, «invencível» nos
atos eleitorais.