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As investigações no currículo
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CoLEÇÃO TENDENCIAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
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As investigações no curriculo
Inglaterra
Nesse país, as tarefas de investigação têm uma forte tradição
curricular. No início dos anos 80, já se lia em documentos gover-
namentais que "o ensino da Matemática deve incluir oportunida-
des para trabalho de investigação". Em 1988, com a reforma do
sistema de avaliação dos alunos com 16 anos de idade, os exames
passaram a incluir a realizaço de um trabalho (designado por
coursework), a desenvolver na escola, com um peso de 20 a 60%
na nota final. Esse trabalho inmplicava que os alunos realizassem
atividades de exploração e investigação, sendo os respectivos re
sultados apresentados sob a forma de relatórios. A mudança no
sistema de avaliação deu a esse tipo de atividade um grande peso
no processo de ensino-aprendizagem.
O curriculo de Matemática da Inglaterra e do País de Gales,
publicado em 1995, refere que os alunos, entre os 5 e ll anos,
deverão ter "oportunidades de expor a sua linha de raciocínio
e "deverão ser capazes de entender e investigar afirmações ge-
rais assim como investigar casos particulares".° Para alunos en-
tre os 1l e os 16 anos, o currículo aponta que eles devem ter
oportunidades de usar e aplicar a Matemática em tarefas práticas,
em problemas da vida real e em problemas puramente matemáti-
CoS; trabalhar em problemas que constituam um desafio; encon-
rar e considerar diferentes linhas de argumentação matemática"
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CoLEÇAO TENDENCIAS EM EDuCAÇAO MATEMATICA
diferentes
Identificar a informação em falta e reduzir um problema complexo
a um conjunto de pequenos problemas;
Explicar e justificar como chegaram a uma conclusão;
Elaborar conjecturas e hipóteses,
desenvolver métodos para
testá-las e analisar os resultados de modo a verificar se säo ou
não válidas;
Usar o raciocínio matemático, inicialmente para explicare de-
pois, seguindo uma linha de argumentação, para reconhecer as
inconsistências."
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As investigações no curriculo
França
secundário nesse pais inicia-se com a Classe de Se-
O ensino
conde (alunos de 15-16 anos), que faz parte do ensino
obrigatório,
e prossegue com as Classes de Première e
Terminale, divididas em
diversos ramos. Os programas em vigor foram estabelecidos entre
abril de 1990 e maio de 1997. O programa da Classe de Seconde
indica ser necessário "habituar os alunos à prática do trabalho cien-
tifico, desenvolvendo conjuntamente as capacidades de
experimen-
tação e de raciocinio, de imaginação e análise crítica' A resolução
de problemas é indicada como "objetivo essencial), na sequência do
que já vinha acontecendo no chamado Collège, o ciclo de ensino
anterior. Orientações idênticas surgem nos programas da Classe de
Première e da Classe de Terminale. No que respeita à
organização
do trabalho na aula, os programas da Classe de Seconde
apontam
entre os seus
objetivos principais:
afirma que:
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CoLECAO TENDÉNCIAS Ew EbucaÇÃo MATEMATICA
Portugal
O programa de Matemática do ensino básico," publicado
em 2007," dá um grande destaque ao raciocínio matemático,
apresentando-o como uma das três capacidades transversais que
os alunos devem desenvolver ao longo dos très ciclos. Esta ca-
chegam;
compreender o que constitui uma justificação e uma demons
tração em Matemática e usar vários tipos de raciocinio e tor
mas de demonstração;
13
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2007).
Este programa foi sendo introduzido progressivamente ao longo do ensino basica te
sido somenteno ano letivo de 2012/13 que todos os alunos passaram a estar abrangidos
este
As outras duas capacidades transversais são a Resolucão de problemas e a Comur
matemática.
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As investigaçoes no eumeudo
teorema de Pitágoras.
129
CoLEÇAO TENDENCIAS EM EDuCAÇÃO MATEMÁTICA
ldem, p. 49
20
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2001).
2Idem, p. 4.
ldem,p. 10.
2Idem,p. 11.
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As investigações no currículo
Brasil
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 5 à 83, pu
blicados em 1998, dão uma significativa importância à realização
de atividades de investigação e pesquisa no ensino e na aprendi-
a resolução de
2agem da Matemática, em estreita associação com
o ensino
problemas. Assim, entre os objetivos gerais indicados para
4
ldem, p. 25.
ldem, p. 28.
Jdem, p. 16.
2 Idem.
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CoLEÇAO TENDENCIAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Conjecturas"*
Os PCN apoiam-se numa discussão sobre o conhecimento
matemático, que é apresentado como resultado de uma construção
humana, em interação com os contextos natural, Social e cultural. O
documento sublinha a importância de processos heurísticos, da criati
vidade e do sentido estético na criação do conhecimento matemático.
Pondo em paralelo o caráter indutivo e dedutivo da Matemática,
indica que "as conjecturas e teorias matemáticas são formuladas [a]
partir da observação de casos particulares".
As atividades de investigação e de pesquisa surgem aqui na
perspectiva da Matemática como contexto de trabalho e também
na sua utilização em contextos diversos, relativos a outras áreas e a
temas transversais. Vejamos, primeiro, os aspectos especificamente
matemáticos. Ao analisar o contributo das novas tecnologias para
o ensino e a aprendizagem dessa disciplina, os PCN indicam que
essas possibilitam "'o desenvolvimento, nos alunos, de um crescente
interesse pela realização de projetos e atividades de investigação e
exploração como parte fundamental de sua aprendizagem" Indicam
também que "a calculadora favorece a busca e percepção de regula-
ridades matemáticas e o desenvolvimento de estratégias de resolução
de situações-problema pois ela estimula a descoberta de estratégias e
a investigação de hipóteses uma vez que os alunos ganham tempo na
28
Ver MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (1998), Parâmetros curriculares nacionais,
p. 47e 48
Esses objetivos são concretizados para cada um dos ciclos de ensino. Assim, no ponto sODIC
o ensinoe
aprendizagem da Matemática no terceiro ciclo, enuncia-se
objetivos no campo das atitudes o "desenvolvimento da capacidade de claramente
investigaço coe aa
perseverança na busca de resultados.. (p. 75). Em concordância, os critérios
no terceiro ciclo indicam
para avallaga
que uma das competências a avaliar é a
76). O mesmo se passa em relação aos capacidade de investigar P
atitudes o "desenvolvimento da
objetivosdo quarto ciclo, que indicam pon
as
no
capacidade de investigação e da perseverança na Dus de
resultados, valorizando o uso de
Essa
estratégiasde verificação e controle de resultados (P:
competéncia é igualmente considerada nos critérios de
Ver p. 26.
avaliação (p. 92 e 93).
30
Ver p. 44.
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As investigaçoes n0 cuntculo
investigação...
Espaço e forma - "as principais funçoes do desenho sãovi-
sualizar |...| ajudar a provar, ajudar a fazer conjecturas |..."."
Espaço e forma "as observações do material concreto
-
em associa-
Nos PCN, as atividades de investigação surgem
entendida como "eixo
o estreita com a resolução de problemas,
Ver p. 45.
*No Brasil. o 3 ciclo inclui o 5" e 6° ano; o 4° ciclo, o 7° e o S° ano.
Ver p. 68.
Ver p. 86.
Ver p. 132.
Ver p. 115,
Ver p. 125.
Ver p. 127
Ver p. 137.
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CoutCAo TeNDfNCIAS (w EbucaCAO MAerwATi a
O tratamento de
informação pode ser aprofundado neste cicio
pois os alunos têm melhores condições de desenvolver pes
quisas sobre sua própria realidade e interpretá-la. utilizando
gráficos e algumas medidas estatisticas. As pesquisas sobre
Saúde, Meio Ambiente. Trabalho e Consumo etc.
poderao
fornecer contextos em que os conceitos e
nham significados.
procedimentos g2
34
As investigações no curriculo
Ver, por
exemplo, p. 60-70, 74, 135, 136.
135
OtA0 TNDEN IAS IM tDuAÇÀ0 MATEMAIICA
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As investigações no curriculo
de BROCARDO (2002).
Uma CAperiencia realizada ao longo de todo
d um ano letivo é a
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CoLECAO TENDENCIAS EM EDuCAÇÃO MATEMATICA
45
HARGREAVES (1998, p. 278).
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