Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Investigar em Matemática
1
Henri Poincaré ( 1854-1912) destacou-se pelos seus trabalhos em Análise Infinitesimal, sendo
também considerado o fundador da Topologia. A análise do trabalho de investigação mate-
mática aqui referida foi realizada numa conferência apresentada na Sociedade de Psicologia
de Paris, no início do século, publicada originalmente em 1908 no Bulletin de l'Institut Géneral
de Psycologie, n. 3, e republicada em ABRANTES, LEAL e PONTE (1996).
13
impossibilidade de existéncía de fun ções com certo tipo de caracte -
rísticas. Acabou por provar precisamente o contrári o! Conclu iu que
essas funções , afina], existem e batizou -a<., de "funçõe <; fu chkían aq-~
Segundo o seu relato, essa investigação desenro lou-se cm tré"
fases bem distintas: uma primeira fase de compiJ ação de inform ação
e experimentação, sem produzir resultados paJpáveí<., , segui da de
uma fase de iluminação súbita e, finalmente, uma terceira fase de
sistematização e verificação dos resultad os:
2
POI NCARÉ (1996, p. 9).
14
1nve~tig ar em Matem~tica
3
POINCARÉ (1996, p. 11-12).
George Pólya (1887-1985) deixou importantes trabalhos em numerosas áreas da Matemática.
4
f: o autor de vários livros dedicados à resolução de problemas, entre os quais o famoso How
to solve it, traduzido como A arte de resolver problemas.
5
PÓLYA (1975, p. vii).
Bento de Jesus Caraça (1901-1948) foi um matemático português, conhecido pela sua capa-
6
15
Couç110 T rnoÉ"'Ci AS EM Eouu,ç.i..o MATEMÁTI CA
7
CA RAÇA ( l 958, p. x.iíí ).
~ ~ T EWA RT (I 995, p. 17).
16
111 \1 " ~li(f ,11 11 111 Mnl ri 111 r, t 11r,
origi rrnl. C)utru.i. vr:1,,-..... 11 1H, ,i., l' t 1111 1,q1,1il 11do rrn ol v,•11111 ,ul,l ,·,, u, , u
1rub:tl hn 11 1111 dei XII Jr v:dr , u 111 ·11:i pclll .i. dt'IH oi w 1·1111: 1"'I ,n· vl ,it ;1 1>
qur prnpordP11a . (;p 1110 dl:1. o 111:1tr111 (1t it o l11Ptl ~,~;\ 11 cl,·t·w Wll(·,.. "/·
hPlll trahulliar c111 qu:ilqur1· pl'ohlr111 :1 ( 0111:indo qur d e d{· urlg, ·,,,
~1 M,1tc111 :'1ti n 1 inll' l'L'ss:intr d11ri111lc o u 111il11'10 , 11 1c•1 u i,, ,., · ,,d,, 11
resolverm os 110 fi 11 u l''. '
1
Wiks torn ou sr r:,moso p()r trr co11 Hrg 11ldo rr.i.: ,,l vn 1111 1 pm
blc111:1 di fl d l i1110 dL· mon st r;,r u 1m1 d ·lchn: :di 1· 111 l1(; íi< , de l'kr1t· dr
Fermat ,'º um 111atL·111.'tl ÍC() l'nrn ct-s do sfr 11lo XV li . Jlcr m a l d<·í x,,u
esc rito u111 cnun da<lo nas 111urgr11s dr u111 li vro de 1>iofa11lo q11 r ti1,h:1
cslado a kr. Era se u cos lu111 r cscrcvc1· rssr lipo de not as, e 11 <.:~1-a: c.,;p.,,,
acres cen tou "descobri 11111 a dc111<>11s tr;.1 çn o vcrdad cini 111 cnl<.: ad n1i d 1
vel deste teon: 111 ;J quc esta margc 111 é 111uilo pequ ena p:1r:i ccmt cr". ( >
enun ciad o, que veio a s<.·r conh <.:, ido como o Úlli1110 Tcorc n,;1 dr
11
Se II é· Ulll nl'.1111 L·ro natural 111 .ii or 1.1uc 2, 11 fo cx islc 11c11l1un1 lemo
ele nllmcrus naturai s x, y e z, l jll t satisfo~:u a 1.: qua çfo:
xll + yi1 =- z11
17
(1, • fl, J..•, Ílhl1 l t,'/ 1 ~ f/1 l •u•i ',I ', 11 1- 1111 •" 1
começa ram a pen :,, ar que Ferma t 6C deveria Ler <;nganad,,, nY> th (•
ga ndo a produzi r uma dcm orn~lraçã.o c<>rrcla d<> '>CU ~crr<:ma, ,
Foi o ma temát ico inglés Andn:w Wíl ei,, qu<: havia d-<:di<..adn
t_o da a sua vida até então a trabalhar n<.: ·,r,a quefilã <), qu~m cnn: ~goiv
fin almen te, cm 1994, encon lrar um a dcmont,tração e<mvi nec:nw. J1
incomple~a.
11 WiJ es apresentou uma prim eira demonstração em 1993, que se viria a revelar
cm colaboraçao
No ano seguint e, no entanto, apresentou uma nova demonstração, realizada
com um ex-alun o, que viria a ser aceit a pela comunidade matemáti ca.
12
SIN GH ( 1998, p. 93 ).
13
PÓLYA (198 1. p. 157 e 101).
14 HA DA MARD (1945 , p. !04).
18
r,~1 u 1e:t, 4 íf,;_,1gmif1Jt,:; (;,i,1 nh 1·J ;j <fo<JWHfo <l (.,ijd~ w~u d<: ,:w,í no),
',,, í!',#Jm ·7t f>' >d •: v~rd;HJt:1 1~t111,,;JJti.: p~rv:b tr o <.JU C é a Mate
r;,ál ,u e à ·,u~ utjh~ tfo n;J c.<m1pr•:i.:n ·,;10 do wundo e na ínter-
·.1;:nr,,~<, ·hbr~ ,, m1Jncl<J ';<J ~-,-)im ·. pc,di: n:alui : nL.-: Jomin
1: :;ir
1
,,. !.hrÚH:c.J m ': ritc, ·, ~d'J1JJndc1·, \ e', a·, ,im :>,: pode ·,u inund
ado
fA: 1:.1 J)~ll~' J "dt1~1iv•:·.t l' 1mJí ·,p ,:n·Já vd ;:t verdad.eír:a frui
ção
d~ >fa1~rn~11tc P. pP:nd •:r Jvfat<:mát 1<.a ·,em forte í nter vençã o
d~ ·, u~ faw-a m·1's;·;ti ~a1ív~ i VJTflO kntar aprender a andar de
bJoch:t;J Vffid <) v , <JUt n r, ~ndar \'. n:ccbendo informação so-
r>rt u,mv 'J o ,n·,tgu.t:m. l ·:,<J n~ <, chega. Para verdad eiramente
aprtnde-r é prcd·,<; m<mtar a bkklct:J e andar, fa zendo erros e
~prend.tr1d,J t<m1 dt'> <BHA UMA NN) . J:,
:it nc~ d.e ítr-1(:. ,tJ~ (J que n:aHwu como aluno do ensino sec un-
&rio~ á prüp6:,ítcJ dv>núrm:n.>, OJmpltxos. Um número complexo
z. da forma a-+ bí, t:m que a e b '>áo números reai s e í é a unidade
::T.ag.fr:üfa., ttm n raíu, dada!> p0r certa expres~ão. Ao calc ular ra-
ÍZ,t:, dt dhrer f>o:, númtr<J, compkx<J_c, , observou
que, para qualquer
núm!:ro~a ~0má dê toda.~ a~ rafu, era &emp rc nula. Procurou então
tncün trar uma ju~tíficaçã<J para t SSt fato. Para í1,so, recorr eu à inter-
pret.aç:âfJ gewnctrica & um número complexo como um vetor, e por
~ri<-1J0gfa wm ú !> -,ískma.i, dt força!> e a) n:speclíva6 resultantes, mais
¼= reforçou a ~ua c<Jnvicçã!J que taJ fatcJ dever
ia ser verdadeiro. Não
M: dandu p0r ~ãlh,feito, procu rou uma dt:m<Jn
stração mai s formal,
o que ron¼:guiu ao fim de ba~tanle trabalho, mostr ando que, no
fundo , o probh:ma geral era equivalente ao problema mais sím -
plt.:, <k 1.: .,,n:,ídt:rar ~ n raiu:1, de índict n da unkiade. O problema
1
l'J
\.0nhú·id.1 dt.' pt ogrt':-:s:10 p.t' l ll11t' I ri c.1, t.lcs"·nbriu n utra d l' nton st raç:lo
muitt1 m ,1is simpll's e t'Sll'l i1..· ,1mc nlt' m,1is apcbt iva par;\ esse fat o
l,
m.1tc'm,1tiCL" tem .1 p t\n d iL" t\ ki ll)r pn dt.' Vt'r uma dl'~ c ri,~ào mais
pormcnori z.1 d .1 do pcrcu rsn rc.d i7ado, b,t St'.llb ,rn pró pri o tes te-
munho dcss c' m .1tc'm,1t icL) ).
Peidemo s d izc'r que ,l rc·.1li ?~h;:w t.k uma invcst igaçà o matemá-
tic .1 enYolYc' qu .Hro m o nw n tos p ri n cipais. 1' O prim eiro abrange 0
r? con ht' ciint"n w "b sit uaç~, o. ~l su ~l ex ploraç Jo prelimin ar e a fo r-
muJJç :10 de qucst õ c's . O st'gulh.io m o mento rde rc -se ao processo de
formula \tl0 d e" con k ctnra s. O tercei ro inclui a reali zação de tes tes e
o <?Y t" ntu aJ refin .un c nto dns conjectur.-ls. E, fi nalm ente, o último diz
rc--sp eito à .1rg.u mc--nt açjo, ú d t'm o nstra çào e avali ação d o traba lho
realizado. Esses m o mentos surgem , muita s vezes, em simultâneo:
a formulaç ão da s questões e co njectura ini cial, o u a conjectura
i.l
_-\ ff--":.rm~ d.h.:-us.:,jo tem por hise o trabalho reilizado po r PONTE, FERRE
IRA · \',..\ RA N-
D _b . i3Rl".\"HE IR..:\ e OLI\TIRA ( 1999 ).
20
It 1v,...t 14,11 ••rn M,il •·m{1tír ,1
21
Co LI ÇA O Tu10H1UA\ r1o1 EouCAÇAO M-'TlMATrCA
23