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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Câmpus Cornélio Procópio
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Coordenação do Curso de Licenciatura em Matemática

ENGENHARIAS

APOSTILA DE PRÉ-CÁLCULO PARA OS ALUNOS


INGRESSANTES NOS CURSOS DE ENGENHARIA

Prof. Me. Armando Paulo da Silva


Profª. Me. Gabriela Castro S. Cavalheiro

CORNÉLIO PROCÓPIO
2012
Pré-cálculo para os ingressantes dos Cursos de Engenharia da UTFPR –Câmpus Cornélio Procópio
Prof. Armando Paulo da Silva e Profª . Gabriela Castro Silva Cavalheiro

1. CONJUNTOS NUMÉRICOS números naturais quaisquer a e b ( b  0 )


O desenvolvimento científico e tecnológico do deu origem aos números fracionários.
homem nos últimos séculos, é uma consequência
natural da descoberta da contagem (forma de  p 
expressar os números). Q =  x / x  , em que p  Z e q  Z *
Mesmo desconhecendo a ideia de coleção, o  q 
homem primitivo já usava a ideia de números, para
determinar “quantos” animais possuía, “quantas” Assim:
pessoas viviam na tribo, etc.. a) Todo número natural é racional.
Assim, pela necessidade de contagem, surgiu o 3 6
Exemplo: 3    .....
primeiro conjunto numérico, denominado conjunto 1 2
dos números naturais.
b) Todo número inteiro é racional
a) Conjunto dos Números Naturais: Quando  4 8
contamos os elementos de um conjunto, o Exemplo:  4    .....
1 2
resultado é número natural.
N = { 0, 1, 2, 3, .....} c) Toda dízima periódica é racional.
1
Do conjunto N, obtemos o subconjunto N*: Exemplos: 0,333.. .=
N*= { 1, 2, 3, 4, ...} 3
23
2,555... =
De modo geral, o asterisco indica que o zero foi 9
excluído do conjunto mencionado.
d) Todo número decimal exato é
b) Conjunto dos Números Inteiros: A racional.
necessidade de calcular a diferença entre dois Exemplos:
números naturais, em que o primeiro é menor 1 2
0,5 =   ....
que o segundo, deu origem aos números 2 4
inteiros.  243  486
Z = { ....  3,  2, 1, 0 , 1, 2, 3, ....} 2,43 =   ...
100 200
SUBCONJUNTOS IMPORTANTES DE Z : Portanto, os conjuntos dos números naturais e
a) Conjunto dos inteiros não- nulos. dos inteiros são subconjuntos dos números
Z*= {...3, 2, 1, 1, 2, 3, ...} racionais.
b) Conjunto dos inteiros não- negativos.
Z+ = { 0 , 1, 2, 3, 4, ....} d) Conjunto dos Irracionais: Toda raiz não-
exata, bem como todo número decimal
c) Conjunto dos inteiros não-positivos. não-exato e não-periódico é um número
Z  = { ...., 4,  3,  2, 1, 0} Irracional (Q’)
Exemplos:
d) Conjunto dos inteiros positivos.
a) 2  1,414213....
Z* = { 1, 2, 3, 4, 5, ....} b)   3,141592.....
c) e = 2, 71828.....
e) Conjunto dos inteiros negativos.
d) 3 10  2,154434....
Z* = {...., 4,  3,  2, 1} Observamos que tais números, não podem ser
escritos na forma de fração.
O conjunto N também é um subconjunto de Z, pois
N = Z+ = { 0 , 1, 2, 3, 4, ....}.

c) Conjunto dos Números Racionais: A


necessidade de calcular o quociente entre dois
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e) Conjunto dos números Reais: Chamamos c) mistos:


número real todo nº Racional ou Irracional, ou na reta:
seja, o conjunto dos nºs reais ( R) é a reunião
do conjunto dos números racionais (Q) com o 3 7
conjunto dos números irracionais ( Q ' ), isto é:
colchetes: [ 3 , 7 [ ou  3, 7 
R=Q  Q ' . desigualdades: x   / 3  x  7
É óbvio que: N  Z  Q   e Q'   .
na reta:
Graficamente, temos:
3 7
1. Q Q' colchetes: ] 3 , 7 ] ou  3, 7 
desigualdades: x   / 3  x  7
2. Z
N
R
Intervalo Ilimitado: (quando pelo menos um
dos extremos não é finito)

Obs. Um número não é real quando ocorrem dois a)


casos: na reta:
a) divisão por zero;
b) raiz de índice par e radicando negativo. 7

colchetes: [ 7, [ ou 7,+ 


desigualdades: x   / x  7
1.1 INTERVALOS REAIS

Intervalos Limitados (os dois extremos do b)


intervalo são finitos) na reta:
a) fechados :
3
na reta:

3 7 colchetes:   ,3  ou  - ,-3 


colchetes: [3,7] desigualdades: x   / x  3

desigualdades: x   / 3  x  7
c)
na reta:
b) abertos:
na reta: 3 8

colchetes: ]  ,3 [  [ 8, [


3 7 desigualdades: x   / x  3 ou x  8
colchetes: ] 3 , 7 [ ou  3, 7 

desigualdades: x   / 3  x  7
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1.2 OPERAÇÕES COM INTERVALOS 1.2.3 Diferença:


Sejam A e B dois intervalos reais. Chama-se
1.2.1 Intersecção: AB o conjunto formado pelos elementos x tal
Sejam A e B dois intervalos reais. Chama-se que x  A e x  B.
A  B o conjunto formado pelos elementos x tal Em símbolos:
que x  A e x  B.
Em símbolos: A  B  { x  S / x  A e x  B} .

A  B  x   / x  A e x  B O evento diferença é formado pelos pontos


amostrais que pertencem unicamente a A

A S

B
Exemplos
Resolva as seguintes operações
a )  2, 5    3, 8 
Obs.: Note que A  B  B  A.
b)   1, 4     , 2 
 
c)  2, 2   2, 3  Exemplos
Seja A = (, 3] e B = [1,  ) , determine
d)  x   / x  4    x   / 4  x  8 
A  B.
e)   , 3    2, +  

1.2.2 União: Exercícios


Sejam A e B dois intervalos reais. Chama-se 1. Construa um diagrama contendo os
A  B o conjunto formado pelos elementos x tal conjuntos N, Z, Q, Q* e  e cite os seguintes
que x  A ou x  B. números:
Em símbolos: 3 4
 2 ;  4; ; 3 3; 0; 2,1313...; 4,123....; ; 3,123
A  B  x   / x  A ou x  B
8 2

2. Represente cada intervalo na reta real e


represente na notação de desigualdades:
a )  4, 1 
b)  2, 5 
c) ]  , 2 ]
d)  - 3,+  
Exemplos e)   5, 5 
Resolva as seguintes operações
3. Represente cada conjunto numérico com a
a )  2, 5    3, 8  notação de intervalos, e na reta real:
a )x   / x  4 b)x   / x  2
b)   1, 4     , 2 
c)x   /  3  x  4 d)x   / 0  x  3
 
3 
c)  2, 2   , 5 
2 
d) x   / x  4    x   / 4  x  8 
e)   , 3    1, 2 
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4. Dados os intervalos: 2. NÚMEROS RACIONAIS


A=[ 3, 2 ]; B=]1, 1 ]; C=[2,4] e D=]0,3[ , Chamamos de número racional a todo número
efetue as seguintes operações: a
a) B  C b) A  C c) A  D que pode ser representado na forma ( fração
b
d) (A  B)  C e) A  B  C  D com a e b inteiros e b  0).

5. Considerando os seguintes intervalos: Exemplos


A    , 2  e B    3, +   4
;
5
 ;  2; 0;
17
; 8
C   0, 3  e D =   2, 2 
3 3 100

efetue as operações:
Verificamos que os números naturais e
inteiros, pertencem ao conjunto dos números
a )A  B b) B  C racionais.
c)(A  B)  C d)(B  C)  (C  D)
2.1 FRAÇÕES EQUIVALENTES
6. Efetue as seguintes operações: A possibilidade de representar qualquer fração
por outra equivalente permite-nos facilitar os
a )  0, 2    1, 3  cálculos necessários.
b)  0, 2    1, 3 
1 2 3 4
 2  4 As frações ; ; e representam a
c)   1,    0,  2 4 6 8
 5   3
mesma quantidade do todo referência. Elas são
d)   , 2    0,   
equivalentes, e podemos escrever:
 9 
e)   1,       , 2  1 2 3 4
  
 2  2 4 6 8

Quando duas frações são equivalentes, os seus


Respostas termos estão relacionados pela multiplicação
4. ou pela divisão.
c) 3, 0
a ) 1, 1
d ) 2, 2 Exemplos
b) 2, 2
e) 1, 3  multiplica mos por 4
1 4
a)
2 8
b)  dividimos por 5
5. 5 1
a ) 3, 2 b) 3, 0 10 2
c)0, 3 d)0, 3
c)  multiplica mos por 2
4 8
6 12
6.
a)1, 2 b)1, 2 2.2 O INVERSO DE UM NÚMERO
c) 0, 2 / 5 d )0,2 RACIONAL
e) 1, 2 Consideremos os números 2;5;
2
e
1
3 4
Seus respectivos inversos são:
1 1
é o inverso de 2, é o inverso de - 5
2 5
3
é o inverso de - 2
2 3
1
4 é o inverso de
4
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2.3 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO 3. NÚMEROS DECIMAIS


Para somar ou subtrair frações, é preciso que elas No século XVI, na Europa ocidental, surgiu
possuam o mesmo denominador. uma nova maneira de fazer cálculos sem
Se as frações possuem o mesmo denominador, precisar usar frações. Era um jeito mais rápido
basta somar ou subtrair os numeradores. e simples que os mercadores ambulantes
Se as frações possuem denominadores diferentes, encontraram para contar. Hoje utilizamos essa
primeiramente devemos reduzi-las ao mesmo notação em diversos momentos do nosso dia-a-
denominador, usando para isso, a regra prática do dia.
m.m.c.
Exemplos
Exemplos a) o preço de um abacaxi: R$1,79 a unidade
2 3 1 40  45  12 73 b) a extensão do rio amazonas é superior à 6,5
a)    
3 4 5 60 60 mil quilômetros.

2.4 MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES Esses números, em cuja representação aparece


O produto de duas ou mais frações é uma nova uma vírgula, indicam as frações na forma
fração onde: decimal. Por isso eles são conhecidos como
i) o numerador é o produto dos numeradores números decimais.
ii) o denominador é o produto dos denominadores
Entretanto, devemos atenção às regras de sinais: Os Algarismos à esquerda da vírgula
Lembrando: constituem a parte inteira , e os que estão à
().()   ().()   direita, constituem a parte decimal .
().()   ().()   1,23
3 centésimos
Exemplos
Efetue as operações:
1 1 parte
a) .  inteira
2 décimos
4 3
do número
3  2
b) .   
4  7
3.1 TRANSFORMAÇÃO DE FRAÇÃO
 4 3 2
c)  .   PARA DECIMAL
 5   8  10 Para se escrever uma fração decimal sob forma
de numeração decimal, escreve-se o seu
2.5 DIVISÃO DE FRAÇÕES numerador e separa-se com uma vírgula (a
Conserva-se a primeira fração e multiplica-se pelo partir da direita), tantos algarismos quantos são
inverso da segunda fração os zeros do denominador.

Exemplos Exemplos
2 4 3.258
a)   32,58 (32 inteiros e 58 centésimos)
5 5 100
3 29
 0,0029 (29 décimos milésimos)
1.0000
b) 8 
5 8.005
 8,005 (8 inteiros e 5 milésimos)
12 1.000
1
c)  2 
9
 9
d )    45 
 10 

e) 4 
1

2
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3.2 TRANSFORMAÇÃO DE DECIMAL d) o raio de um átomo é de, aproximadamente,


PARA FRAÇÃO 0,00000000005 mm .
Um número decimal é igual a fração que se obtém,
escrevendo para numerador o número sem a e) 5,6 milhões de panfletos de imóveis são
vírgula e para denominador o número 1 seguido de distribuídos por fim de semana.
tantos zeros quantos forem os algarismos da parte
decimal. f) 6,2 bilhões

Exemplos 3.5 NOTAÇÃO CIENTÍFICA


19 25 1 Cientistas, astrônomos, biólogos, químicos e
1,9  0, 25   outros profissionais, costumas trabalhar com
10 100 4 números muito “grandes” ou muito“
1 pequenos”, isto é, com muitos algarismos. Para
0, 001 
1000 tornar essa escrita mais simples, foi criada a
notação científica, que usa as potências de 10.
3.3 PROPRIEDADE FUNDAMENTAL
O número decimal não altera seu valor quando se CARACTERÍSTICAS
acrescentam ou se suprimem zeros à direita do seu Um número escrito na notação científica deve
último algarismo significativo. ter as seguintes características:

Por exemplo:  Deve ser escrito como um produto de


2,7 = 2,70 = 2,700 = 2,7000 = . . . dois fatores;
 Um dos fatores deve ser um número
entre 1 e 10
3.4 POTÊNCIAS DE 10  O outro fator deve ser uma potência de
Para facilitar a escrita de números que contém 10
muitos algarismos, dos quais grande parte deles
são zeros, podemos usar as potências de 10. Observe estes números escritos em notação
científica:
Exemplos
a) 1 bilhão = 1 000 000 000 = 109 Exemplos
b) 1 centésimo de milésimo = a) Plutão é o planeta que fica mais distante do
Sol, e a distância média entre eles é de 5 910
 10 5
1 1
0,00001=  000 000 km.
10.0000 10 5
Em notação científica temos: 5,91 * 109
c) 1000=
d) 0,001= b) Uma molécula chega a ter um diâmetro de
e) 0,01 = 0,0000018 mm.
f) O diâmetro do sol é de aproximadamente Em notação científica temos: 1,8*10-6
1 390 000 km. Este número pode ser escrito mais
simplificado como mostramos a seguir: Exemplos
1 390 000 = 139*10 000 = 139*10 4 Escreva os números abaixo em notação
científica:
Exemplos a) diâmetro do Sol: 1 390 000 km
Escreva os números que aparecem abaixo usando b) comprimento de uma célula do olho:
potências de 10 0,0045cm
a) a velocidade da luz é de, aproximadamente,
300 000 000 m/s. Exemplos
b) há vírus cuja espessura é de, aproximadamente, Escreva os números abaixo em escrita decimal
0,0006mm. comum
c) a população da China em 2001 era de, a) 1,23 * 104
aproximadamente, 1300000000 de habitantes. b)1,75 * 10-3
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Exercícios 4. Escreva os números abaixo em forma de


escrita decimal comum
1. Calcule:
a )1,5 * 108 
5
b)3,3 * 10 6 
a) de 18
9
4
b) de R$ 135,00 c)4,25 * 105 
5
1 d )1,5 * 10 8 
c) de 576
8
2 5. O diâmetro de um grão de areia varia entre
d) de 121 0,0006 m e 0,0021 m. Escreva estes números
11
em notação científica.
3
e) de R$ 4.000,00
100 6. Efetue os cálculos abaixo e coloque o
5 resultado em notação científica
f ) de 96
a ) 3,7 * 103  *  5 * 10 1  
6
   
2. Efetue as seguintes operações
3 2 1 3 3 1 b) 3,6 * 103   1,2 * 10 2  
a)  . b)  .    
4 3 2 2 4 5
c) 5,1 * 10  3  *  3,2 * 103  
 3 2  3 2    
c) 2     d)1  
5 3
d ) 2,965 * 107    5 * 10  3  
7 3
3 1 1 2 5    
e)   f)   
7 3 2 3 6
2
 3  5 2 Respostas
g)   h )  . 
 4  6 5 1.
 2  1  2 1 a) 10 b) 108 c) 72
i)  1    2 j)        d) 22 e) 120 f) 80
 3  3  9 6
3
 3  1  1   2.
k )      l)    2 a)5/12 b)2/5 c) 11/15 d)7/2
 10   4   2   e)-2/21 f)-1/3 g)9/16 h)-1/3
3 i)5/6 j)6 k)-11/20 l)1/64
5 
 1 m)-1/32 n)-15/16
m)   n) 8
 2 2 o)-4/5 p)-1/2
5
3.
 1  3  11
o) 2  1  p)      .  a) 4,9 * 1010 b)6,07 * 10-6 c) 9 * 10 6
 5  4  2 2 d)1 * 10-5 e) 1 * 1013 f) 7 * 10 -5
g) 1,8* 10 – 6 h) 5,91 * 10 9
3. Escreva os números abaixo em notação
científica: 4.
a) 49000 000 000 a)150 000 000 b) 0,0000033 c)425 000
b) 0,00000607
c) 9 000 000 5. 6*10-4 e 2,1 * 10 –3
d) 0,00001
e) 10 000 000 000 000 6.
f) 0, 00007
g) 0, 0000018 a )1,85 * 103 b)3 * 10
h) 5 910 000 000
c )1,632 * 10 d )5,93 * 109
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4. RETA REAL E ORDEM


4.1 Reta real
Os números reais podem ser representados pelo sistema de coordenadas chamado reta real
(ou eixo x) como mostra a figura 1.

Figura 1: Reta real

• O sentido positivo (para a direita) mostra o sentido dos valores crescentes de x. Já o
sentido negativo (para a esquerda) mostra o sentido dos valores decrescentes de x;

• O número real que corresponde a um determinado ponto na reta é chamado de coorde-


nada do ponto

• O ponto da reta .real que corresponde ao zero é chamado de origem

• Os números à direita da origem são positivos e os números à esquerda


. da origem são
negativos.

A reta real é importante porque fornece uma representação conceitualmente perfeita dos
números reais.
Cada ponto na reta real corresponde a um, e somente a um, número real e vice-versa
chamado correspondência biunı́voca como mostra a figura 2.

Figura 2: Cada ponto na reta real corresponde a um, e somente a um, número
real
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4.2 Ordem e intervalos na reta real


Uma propriedade importante dos números reais é que eles são ordenados: O número 0 é
menor que 1, −3 é menor que −2, 5, etc.
Indicamos a < b ⇔ a estiver à esquerda de b na reta real.

Exemplo 1: 43 < 1 como mostra a figura 3.

Figura 3: Gráfico

Se três números reais a, x e b estão ordenadas de modo que a < x e x < b, diz-se que x está
entre a e b e escreve-se: a < x < b.

O conjunto de todos os números reais entre a e b é chamado de Intervalo aberto entre a


e b e denotado por (a, b).
OBS: Neste caso as extremidades não estão contidos no intervalo.
Os intervalos que incluem as extremidades são chamados de fechados e denotados por [a, b].
Intervalos da forma [a, b) e (a, b] não são fechados e nem abertos. A figura 4 mostra os nove
tipos de intervalos na reta real.

Figura 4: Intervalos na reta real


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10

5. Valor absoluto e distância na reta real

5.1 Valor absoluto de um número real


Definição: O valor absoluto de um número real a é:

 a, se ;a ≥ 0
|a| =
 −a, se a < 0

Pela definição vemos que o valor absoluto de a ∈ R não pode ser negativo.
Exemplo 2:|a| = | − 3| = −(−3) = 3
Propriedades:

(a) |ab| = |a|.|b|;

|a|

(b) ab = |b|
, b 6= 0;

(c) |an | = |a|n ;



(d) a2 = |a|.
√ √ p √
Exemplo 3:Se a = 2 ⇒ 22 = 4 = 2 , mas se a = −2 ⇒ (−2)2 = 4 = 2 .
5.2 Distância na reta real
Considere dois pontos distintos na reta real como mostra a figura 5

Figura 5: Distância entre dois pontos


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11
.

• A distância orientada de a até b é b − a;


• A distância orientada de b até a é a − b;
• A distância entre a e b é |a − b| ou |b − a|;

Observando a figura 5 vemos que a distância entre dois pontos na reta real nunca pode ser
negativa. A distância d entre dois pontos x1 e x2 na reta real é dada por
p
d = |x2 − x1 | = (x2 − x1 )2
ou seja,

|x2 − x1 | = |x1 − x2 |pois(x2 − x1 )2 = (x1 − x2 )2 .

Exemplo 4:
A distância entre −3 e 4 na reta real é dada por | − 3 − 4| = | − 7| = 7 ou |4 − (−3)| = |7| = 7
como mostra a figura 6

Figura 6: Distância de −3 até 4

A distância orientada de −3 a 4 é 4 − (−3) = 7.


A distância orientada de 4 até −3 é −3 − 4 = −7.
5.3 Intervalos definidos por valores absolutos
Para entendermos melhor a definição de um intervalo na reta analisaremos o seguinte exem-
plo:
Exemplo 5:Determine o intervalo da reta real que contém todos os números que estão até
duas unidades de 3.
Solução:
Seja x um ponto neste intervalo. É preciso determinar todos os x de modo que a distância
entre x e 3 seja menor ou igual a 2, ou seja

|x − 3| ≤ 2

ou seja x − 3 deve estar entre −2 e 2. Logo escrevemos


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12
.

−2 ≤x−3≤ 2

−2 + 3 ≤ x − 3 + 3 ≤ 2 + 3

1 ≤x≤ 5

Logo o intervalo [1, 5] como mostra a figura 7

Figura 7: Intervalo

Dois tipos básico de inequações que envolvem valores absolutos:


Suponha a, d ∈ R em que d > 0.

• |x − a| ≤ d ⇔ a − d ≤ x ≤ a + d.

• |x − a| ≥ d ⇔ x ≤ a − d ou a + d ≤ x.

As interpretações e os gráficos respectivos dos ı́tens acima são analisados da figura 8

Figura 8: Análise dos intervalos

5.4 Exercı́cios

1. Nos exercı́cios abaixo, determine (a) a distância orientada de a até b; (b) a distância
orientada de b até a; e (c) a distância entre a e b.
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13
(a) a = 126, b = 75

(b) a = 9, 34, b = −5, 65


16 112
(c) a = 3
, b= 75

(d) a = −126, b = −75

(e) a = −2, 05, b = 4, 25

(f ) a = − 18
5
,b= 61
15

2. Nos exercı́cios, utilize valores absolutos para descrever o intervalo dado (ou par de inter-
valos) na reta real.

(a) [−2, 2] dades de 2

(b) (−∞, −2) ∪ (2, ∞) (g) y está no máximo a duas unidades de a

(c) [2, 8] (h) y está a menos de h unidades de c.

(d) (−∞, 0) ∪ (4, ∞) (i) (−3, 3)

(e) Todos os números a menos de três uni- (b) (−∞, −3) ∪ (3, ∞)
dades de 5 (c) (−7, −1)

(f ) Todos os números acima de cinco uni- (d) (−∞, 20) ∪ (24, ∞)

3. Nos Exercı́cios, resolva a inequação e faça o esboço da solução na reta real.

(a) |x| < 4 (i) |2x| < 6

(b) | x2 | > 3 (j) |3x| > 12

(c) |x − 5| < 2 (k) |3x + 1| ≥ 4

(d) | x−3
2
|≥5 (l) |2x + 1| < 5

(e) |10 − x| > 4 (m) |25 − x| ≥ 20


2x
(f ) |9 − 2x| < 1 (n) |1 − 3
| <1

(g) |x − a| ≤ b, b > 0 (o) |2x − a| ≥ b, b > 0

(h) | 3x−a
4
| < 2b, b > 0 (p) |a − 5x
2
| > b, b > 0.
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14

6. EXPRESSÕES RACIONAIS E RADICAIS 1 3 3


e)  
( x  1)( x  2) ( x  1)( x  2) ( x  1)( x  1)
Exercícios:
1
R
1) Reduza a termos de menor grau: ( x  1)( x  1)

5x2  8x  3 x3  a 3 ( x  h) 2  x 2
a) b) c) 5 3 x 1
25 x 2  9 xa h f)  
x  2 x  2 x2  4

x4  y 4 x3  x 2  x  1 7 x3  5 x 2  36 x  12
d) e) R
x4  2 x2 y 2  y 4 x3  3 x 2  3 x  1 x 4  16
3x  1 2x  5
( x  h)3  x3 g) 
f) 2
( x  4) 2 x2  4
h
2 x3  5 x 2  11x  21
x 1 R
R : a) b)x 2  ax  a 2 c)2 x  h ( x 2  4)2
5x  3
 x2  5x  4 
x2  y 2 x2  1 h)( x 2  3x  2).  
d) e) f)3x 2  3xh  h 2  x3  6 x 2  8 x 
x2  y 2 x2  2 x  1  
x2  2 x  1
R
2) Explique por que todo polinômio é também x
uma expressão racional
R: Uma expressão racional é aquela que pode ser
escrita como o quociente de dois polinômios. Todo 4) Escreva cada fração complexas na forma
polinômio P pode ser escrito como P/1, sendo que de fração simples com termos de menor
o numerador e o denominador são polinômios; grau:
portanto, todo polinômio é igualmente uma
expressão racional. x2
y
y y 2  x2
3) Faça as operações indicadas: a) R
y2 y3
x 2  7 x  12 x3  6 x 2  9 x
a) . x x

x2  9 x3  4 x 2
b) x  1 x  1 R 
1
( x  3)2 x x x
R 
x( x  3) x 1 x 1
2
3
x2  4 y 2 3x 2  4 x
b) : ( x 2  3xy  2 y 2 ) c) x  2 R
xy  2 y 2 4
x ( x  2)(4  x 2 )
x
1
R 1 1
y( x  y) 
1
1 1 h d) x a R  
c)  R xa ax
xh x x ( x  h)
2 3 4x  2 1
d)   R
x  1 x  1 x2  1 x 1
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15

5) Simplifique: 8) Racionalize o numerador:

a)3( x  3)2 (2 x  1)4  8( x  3)3 (2 x  1)5 a)


x
R
x
x 1 x x
( x  3)2 (2 x  27)
R x h xh
(2 x  1)5 b) R
x h x  2 xh  h
( x  h)2  x 2 2 x  h xh  x 1
b) R c) R
h x 2 ( x  h) 2 h xh  x
x 1  a 1 1
6) Escreva na notação mais simples para forma d) R
radical: xa x 1  a 1
3 x 3a 1
a) 20 x3 y 4 z5 R  2 xy 2 z 2 5xz e) R
xa 3 2 3 3
3 x  xa  a 2
b)3 108 x5 ( x  y)6 R  3 x( x  y ) 2 4 x 2 1 1

f ) xh
3x 15 xy x
c) R=
5y 5y h
1
2 x4 x3 6 xy 2 z R
d )3 R x x  h( x  x  h
9 yz 2 3 yz
9) Escreva em notação exponencial:
e)4 48 x6 y7 z8 R  2 xyz 24 3x2 y3
a) xy3 R  x1 2 y3 2
15 x 2 4 30 x 2 yz3
f )4 R b)3 a 2b( x  y)5 R  a 2 3b1 3 ( x  y)5 3
8 y7 z 2 y2 z

7) Racionalize o denominador: 10) Escreva como uma soma ou diferença


de termos em notação exponencial:
x3 y 2 x2 y3 4 x2 y
R x 1
R  x1 2  x 1 2
a)
3 2 xy3 2 a)
x
x x x x3  6 x 2  3 x  1
b) R b)
x 1 x 1 3
6 x5
x h x  2 xh  h 1 4 3 1 3 1  2 3 1 5 3
c) R R x x  x  x
x h xh 6 2 6
x 2  16 y 2
d) R  ( x  4 y)( x  2 y ) 11) Escreva como uma única fração de
x 2 y termos de menor grau possível. Não
1 a b racionalize os denominadores.
e) R 2 x
a b a b a) x  2  R
x2 x2
x 2 x3 x 2
f) R
x 1 x 1
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16

x2  1 
x2 7.2.Expoente zero: x0  1 (x  * ) .
b) x2  1 00 não é definido.
x2  1 7.3. Expoentes inteiros negativos: são
definidos por:
1
R
x n 
1
( x 2  1)3 2 (x  * )
xn
x 2 ( x 2  9)1 2  x 2  9
c) 0n (não é definido n  * )
x2
9 Exemplos
R
a) x 5 
x ( x  9)1 2
2 2 1
x5
( x 2  9)1 3 3  (4 x)( )( x 2  9)  2 3 (2 x)
1

b)4 y 3 
d) 3 4
[( x  9)1 3 ]2
2
y3
x 2  81
c)53 
1 1
R 
3( x 2  9)4 3 53 125
d )  42    
1 1
12) Sejam z  4  7i e w  6  5i dois 42 16
7.4. Expoentes racionais:
números complexos. Calcule: x1/ n , a raiz n-ésima de x, é definida, sendo n
a ) z  w  2  2i um inteiro maior que 1, como se segue:
b) w  z  10  12i 1/ n
Se n é ímpar, x é o único número real y
c) w.z  11  62i que elevado à potência n é igual a x.
w 59  22i Se n é par, então,
d)  1/ n
z 65 Se x  0, x é o número real positivo y
e) w2  iz  18  64i que elevado à potência n é igual a x;
Se x  0, x1/ n  0 ;
7. EXPOENTES
Se x  0, x1/ n não é um número real.
7.1.Expoentes naturais: são definidos por:
Exemplos
n
x  x.x x (n fatores de x)
a)81/ 3  2
Exemplos b)(8)1/ 3  2
a)  x.x.x.x.x
4 3 c)  81/ 3  2
b)5x yz  5x.x.x.x. y.z.z.z
3 3 d )161/ 4  2
c)5a b  3(2ab)  5a.a.a.b 
d )(16)1/ 4 não é um número real
3.(2ab).(2ab).(2ab)
e)  161/ 4 =  2
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17

m m 1 Exemplos
x n é definido por: x n  ( x n )m , Para x qualquer:

1 a)( x2 )1/ 2  x
Desde quex n seja real.
b)( x3 )1/ 3  x
xm / n 
1
xm / n c)( x 4 )1/ 2  x2  x2

Exemplos d )( x6 )1/ 2  x3
a)1252/3  (1251/3 )2  52  125
b)84/3 
1 1 1 1 Exercícios de fixação
   1) Fatore:
84/3 1/3
(8 ) 4 2 4 16
(50.000.000)(0, 0000000006) a)4(3x  2)3 3( x  5)3 
c) 
(20.000)3 3( x  5)4 (3x  2)4
(5x107 )(6x1010 ) R  3(3x  2)3 ( x  5)4 ( x +18)
 
(2x104 )3 b)5 x3 (3x  1)2 / 3  3x 2 (3x  1)5 / 3
30x103
  3, 75x1015 R  x 2 (3x  1)2 / 3 (14 x  3)
8x1012 2) Simplifique:
x pq
5 a) R=x 2q
p q
d )( 64) 6 não é um número real x
b)( x p 1)2 ( x p 1)2 R=x4 p
1/n
7.5. Propriedades para expoentes: Para a e b  x mn 
números racionais e x e y números reais (evitando b)  2  R=x m  n
 xn 
raízes pares de números negativos e divisão por  
zero): 3) Simplifique sem considerar que as variáveis
a b a b a b a b das bases são positivas:
x .x  x x :x x
a)( x4 )1/4 R= x
( x. y)a  xa .y a xa : xb  1/ xba
a b a.b a a a b)( x 2 y4z6 )1/2 R=y2 x z3
(x )  x (x : y)  x : y
m m n m m n c)( x3y6z9 )1/3 R=xy2 z3
(x : y)  (y : x) x :y y :x
d )[ x( x  h)2 ]1/2 R= x x  h
Observação: 4)Escreva em notação científica:
a)a velocidade da luz é 186.000
milhas/segundo
x n /1/ n  x se n é ímpar ou se n é par b)o número de segundos em um ano.
c)a distância que a luz percorre em um ano.
e x não é negativo 5) Simplifique:
xn /1/ n  x se n é par e x não é negativo a)3x 2 / 3 y3 / 4 (2x5 / 3 y1/ 2 )3
R  24 x17 / 3y9 / 4
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b)
(8 x 2 y 2 / 3 )2 / 3
R
2 d )( x 4  y 4 )1/ 2 R  1/ x4 +y4
2( x3/ 4 y )3 x11/12 y 23/ 9
c) x 2 / 3 ( x 2  x  3) 4) Fatore:

R  x8 / 3  x5 / 3  3x 2 / 3 a) x4  3x2 +2 R  ( x2 +1)( x2 +2)


d )( x1/ 2  y1/ 2 )2 b) x2 / 3  x1/ 3  6 R  ( x1/ 3  3)( x1/ 3  2)

R  x  2 x1/ 2 y1/ 2  y c) x11/ 3  7 x8 / 3  12 x5 / 3

d )( x1/ 3  y1/ 3 )2 R  x5 / 3 ( x  3)( x  4)


d )( x  2)2  ( x  2)3 R  ( x  2)3 ( x  3)
R  x 2 / 3  2 x1/ 3 y1/ 3  y 2 / 3
e)6 x5 y 3  3x6 y 4 R  3x5 y 4 (2 y  x)
Exercícios de fixação
Nos Exercícios de 1 a 8 as bases são assumidas 5) Simplifique:
como positivas, a menos que seja dito o contrário.
1)Simplifique: a ) x 0  y 0  ( x  y )0 R 3
a)2(3x2 y)3 ( x4 y3 )2 R  54 x14 y9 2
 8 x0 y5  9 x10
(4 x5 y3 )2 8 x7 b)   R
b) R  3x5 y 3  64 y16
 
2( xy 4 )3 y6
3/ 5
2)Simplifique e escreva com expoentes positivos:  32 x 2 y 4  8
x 2 y 3 c)   R
R
1  x7 y 6  x3 y 6
a)  
x3 y 3 xy 6 6) Faça as operações indicadas:
2 3 2
b)
(x y )
R  x8 y 22 a)( x1/ 2  y1/ 2 )( x1/ 2  y1/ 2 ) Rx y
3 4 4
(x y ) b)( x1/ 3  y1/ 3 )( x1/ 3  y1/ 3 )
c)( x 2  y 2 )2
1
R R  x2 / 3  y 2 / 3
4 2 2 4
x  2x y  y
c)( x1/ 3  y1/ 3 )( x 2 / 3  x1/ 3 y1/ 3  y 2 / 3 )
10
d )(3x 5 )2 (5 y 4 )3
125 x
R R x y
12
9y
d )( x 2 / 3  y 2 / 3 )3
c)( x 2  y 2 )2
1 2 1
R   R  x 2  3x 4 / 3 y 2 / 3  3x 2 / 3 y 4 / 3  y 2
x4 x2 y 2 y4
t 3u 4 3 64t 6 7) Coloque em evidência os fatores comuns:
f )( ) R
4t 5u3 u3 a) x8 y 7  x7 y 8 R  x8 y 8 ( y  x)
3) Simplifique:
b) x5 / 3 y3  x2 / 3 y 2 R  x 5 / 3 y 2 ( y  x)
a) x1/ 2 x1/ 3 R  x5 / 6
c) x p  q  x p R=x p ( xq  1)
b)2 / 3 : x5 / 8 R  x1/ 24
c)( x4 y 4 )1/ 2 R  1/ x2 y2
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19

8. POLINÔMIOS
d )4( x 2  4)3 / 2 (3x  5)1/ 3 +
(3x  5)4 / 3 ( x 2  4)1/ 2 3x 8.1 Introdução

R=(3x  5)1/ 3 ( x 2  4)1/ 2 (13x 2  15 x  16) Polinômios são funções cuja forma geral
obedece à expressão:
8) Coloque em evidência os fatores comuns: P(x)  a n x n  a n 1x n 1  ..  a 2 x 2  a1x1  a 0 x 0
a) x5  2 x4  2 x3 R  x5 (1  2 x  2 x2 )
onde n  , a n , a n 1, ....., a 2 , a1, a 0 são os
b)6 x 2 ( x 2  1)3/ 2 + x3 ( x 2  1)1/ 2 (6 x) coeficientes e x é a variável.
R  6 x 2 ( x 2  1)1/ 2 (2 x 2  1)
Exemplos de Polinômios:
9) Calcule: a )P( x )  5x 6  15x 5  20x
a)251/ 2  161/ 2 R  1/ 20 b) P( x )  x 4  3x 3  2x  1

b)(25  16)1/ 2 R  1/ 3
c) P ( x )  2 x  6

3/ 4 3/ 4 d)P( t )  2t 3  5t 5  20t


c)16  16 R  65/8
Contra – exemplos:
10) Simplifique e escreva em notação científica:
a )P( x )  x 1   3
1 Não são polinômios
a)(7, 2x103 )(5x1012 ) R  3,6x1010 x pois n não pertence
b)(7, 2x103 ) : (5x1012 ) R  1, 44x1015 b)P(x)  4 x  x aos naturais

(3x105 )(6x103 )3
c) R  8x1010
(9x10 12 ) 2 8.2 Grau de um Polinômio
Seja P(x) um polinômio não nulo. Chamamos
23
11) Há aproximadamente 6,01x10 átomos de de grau do polinômio e indicamos por GR(P)
Hidrogênio em um grama. Calcule a massa o maior expoente de x tal que o coeficiente do
aproximada, em grama de um átomo de termo onde este expoente aparece seja
Hidrogênio. diferente de zero.

R  1,67x1024 grama Obs. P(x) = 0, não se define o grau do


polinômio.

Exemplos: Em função das variáveis K, m ou


n, determine o grau dos seguintes polinômios:
a )P(x)  kx3  3x 2  2x  7
Resolução:
Se k  0, o grau do polinômio será 3,
Se k  0 , o grau do polinômio será 2

b)P(x)  kx3  nx2  5x  4


Resolução:
Se k  0, o grau do polinômioserá 3,
Se k  0 e n  0 , o grau do polinômio será 2.
Se k  0 e n  0 , o grau do polinômio será 1
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20

c)P(x)  kx 4  nx 3  (m  3)x 2  (p  2)x  8 a n  b n


a
Resolução:  n 1  b n 1
Se k  0, o grau do polinômioserá 4, a n  2  b n  2
Se k  0 e n  0, o grau do polinômioserá 3 

Se k  0 , n  0 e m  3 o grau do pol. será 2 a  b
 2 2
Se k  0, n  0, m  3 e p  2 o grau do pol. será 1 a1  b1

8.3. Polinômio Nulo ou Identicamente Nulo a 0  b 0
Quando todos os coeficientes de um polinômio são Notação: P(x)  Q(x)
iguais a zero, dizemos que este polinômio é nulo.

P(x)  0  a n  0, a n 1  0,...,a1  0 e a 0  0 Exemplos


1) Determinar a ,b e c para que o polinômio
Notação: P(x)  0 P(x)  (a  1)x 2  (b  5)x  (c  2) seja nulo.
Resolução:
a – 1 = 0a =1
Exemplos b – 5 =0b =5
1) p(x )  0x 2  0x  0 c – 2 =0c =2

2) Determinar m ,n e p para que o polinômio


2) Determine m , n e k, para os quais os
polinômios abaixo sejam nulos: P(x)  (m  n  3)x 2  (m  n  1)x  (n  p)
a )P(x)  mx3  (n  2)x 2  (K  n)x seja nulo
Resolução:
Resolução:
m=0 m  n  3  0 (1)

n-2=0 logo n = 2 m  n  1  0 (2)
k+n=0 logo k = -2 2m  4  0  m  2
substituin do na equação 1 temos:
b)P(x)  (m  2)x 4  (n  5)x3  Kx 2
2  n - 3  0  n 1
Resolução:
m+2=0 logo m = -2 n  p  0 (3) como n  1 temos:
n-5=0 logo n = 5 1- p  0  p 1
k=0

8.5. Valor Numérico de um Polinômio


8.4. Polinômios Idênticos Os polinômios são funções, desta maneira,
Dados os polinômios para cada valor da variável, existe um único
P(x)  a n x n  a n 1x n 1  ..  a 2 x 2  a1x1  a 0 x 0 valor correspondente como resultado. Esse
resultado é chamado de valor numérico de um
e
polinômio.
Q(x)  bn x n  bn 1x n 1  ...  b2x 2  b1x1  b0x 0
Exemplo
dizemos que P(x) é idêntico a Q(x) se, e somente Se P(x)  2x3  x 2  2x  1
se,
Temos para x = 3:
P(3)  2.33  32  2.3  1  52

De modo geral: Se
P(x)  a n x n  a n 1x n 1    a 2x 2  a1x1  a 0x 0
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o valor numérico de P(x) para x = b é: 04) Dados A(x)  (a  1).x 2  (b  1).x  c e

P(b)  a n bn  a n 1bn 1    a 2b2  a1b1  a 0b0 B(x)  a.x 2  b.x  3c , calcule a, b e c,


para que: A(x)  B(x)  0
R:
8.6. Raiz de um Polinômio 1 1
a   ,b  e c0
Dado um polinômio P(x) e um número  , 2 2
dizemos que  é raiz ou zero do polinômio P(x) se
e somente se P(  )=0.
05) Determine os valores de m, n e p, de modo
que sejam idênticos os polinômios:

Exemplo P1( x )  (m  n  p) x 4  (p  1) x 3  mx2


Dado p(x)  x 2  5x  6 verifique se os números  ( n  p) x  n
1, 2, 3 são raízes do polinômio. P2 (x)  2mx3  (2p  7).x 2  5mx  2m
R: m =1, n=2 e p=
Resolução: 3
p( x )  x 2  5x  6 para x  1 temos: 06) Dado o polinômio:
3 2
P(x)  4x  x  x  1 , calcule:
p(1)  12  5.1  6  2
logo, 1 não é raiz do polinômio a) P  2 R: 9 2  3
P(1)  P(1)
b) R: 10
p( x )  x 2  5x  6 para x  2 temos: P(0)
 1
p(2)  22  5.2  6  0 P    P ( 0)
c) 
3  140
logo, 2 é raiz do polinômio R:
1 27
2.P 
2
p( x )  x 2  5x  6 para x  3 temos:
07) Ache o polinômio P(x) do segundo grau em
p(3)  32  5.3  6  0
x, sabendo que admite 2 como raiz e
logo, 3 é raiz do polinômio P(1) = 2 e P(3) =4. R:
2
P( x )  x  x  2
Exercícios de fixação
01) Calcule m   de modo que o polinômio 8.7. Operações com Polinômios
P(x)  (m3  1).x 4  (m2  1).x 2  5x  7
seja do 1° grau em relação a x. R: m 8.7.1 Adição e Subtração
=1 Para somar ou subtrair polinômios, basta somar
ou subtrair os coeficientes dos termos
02) Determine m  , para que o polinômio correspondentes. Assim, dados os polinômios:
P(x)  (m2  16).x 2  (m  4).x  4 seja de
grau 2. R: m   P(x)  a n x n  a n 1x n 1  ..  a 2 x 2  a1x1  a 0x 0
4 e
03) Calcule os valores de m, p e q para os quais o Q(x)  bn x n  bn 1x n 1  ...  b2x 2  b1x1  b0x 0
polinômio abaixo seja identicamente nulo:
P(x)  (2m  1).x3  (5p  2).x 2  (3  2q) a soma de P(x) com Q(x) é dada por:
1 2 3
R: m  ,p e q P( x )  Q( x )  a n  bn .x n  a n 1  b n 1 .x n
2 5 2
 ...  a1  b1 .x  (a 0  b0 )
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a subtração é dada por: 8.7.3 Divisão de Polinômios

P( x )  Q( x )  a n  bn .x n  a n 1  bn 1 .x n a) Método da chave( algoritmo de Euclides)

 ...  a1  b1 .x  (a 0  b0 )


Dados os polinômios A(x) e D(x) , não nulos,
dividir A(x) por D(x) é obter os polinômios
Q(x) e R(x) que satisfaçam as seguintes
Obs.: Os polinômios P(x) e Q(x) não precisam ser condições:
necessariamente do mesmo grau.
A(x) D (x)
Exemplo: Considere os polinômios: R(x) Q(x)
P( x )  5x 4  3x 3  5x 2  3x  2 e
Assim:
Q(x)  x 3  2x 2  5x  8 A(x) = D(x).Q(x) + R(x)
Determine P(x) + Q(x) e P(x)  Q(x)
Resolução: R(x) = 0 ou gr ( R) < gr(D)

P( x )  Q( x )  5x 4  3x 3  5x 2  3x  2 gr ( Q) = gr(A)  gr(D)

 x 3  2 x 2  5x  8 Onde:
A(x) é o dividendo;
P( x )  Q( x )  5x 4  4x 3  3x 2  8x  6
D(x) é o divisor;
Q(x) é o quociente;
P( x )  Q( x )  5x 4  3x 3  5x 2  3x  2 R(x) é o resto.

 ( x3  2x 2  5x  8)
Importante:
P( x )  Q( x )  5x 4  3x 3  5x 2  3x  2 Quando R(x) = 0 dizemos que A(x) é divisível
por D(x).
 x 3  2 x 2  5x  8
P( x )  Q( x )  5x 4  2x 3  7 x 2  2x  10
Exemplos
1) Calcule o quociente e o resto da divisão da
8.7.2 Multiplicação A(x) por B(x) dados
Para multiplicar polinômios devemos multiplicar a ) A( x )  6x 5  3x 4  2x 2  2x  8
cada termo de um polinômio por todos os termos
do outro, e efetuar a redução dos termos B(x)  2x2  3x  1
semelhantes.

Exemplo
6x5  3x 4  2x 2  2x  8 2x 2  3x  1
Sejam P(x) e Q(x) do exemplo anterior, então o
produto será dado por:  6x 5  9x 4  3x 3 3x 3  3x 2  3x  4
0  6x 4  3x3  2x 2  2x  8
P( x ).Q( x )  (5x 4  3x 3  5x 2  3x  2 ).
 6x 4  9x3  3x 2
. (x 3  2 x 2  5x  8)
0  6x 3  x 2  2x  8
P( x ).Q( x )  5x 7  10 x 6  25x 5  40x 4  3x 6  6 x 5
 6x3  9x 2  3x
 15x 4  24 x 3  5x 5  10 x 4  25x 3  40 x 2
0  8x 2  5x  8
 3x 4  6 x 3  15x 2  24x  2x 3  4 x 2  10x
 16  8x 2  12x  4
0  7x  4
P( x ).Q( x )  5x 7  7 x 6  24x 5  48x 4  41x 3  59x 2
 14 x  16
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Q(x)  3x3  3x 2  3x  4 R(x)  7x  4 8.7.4 Teorema do Resto


O resto da divisão de P(x) por x  a  é P (a).

b)A( x )  x 3  3x 2  4
B(x)  x 2  1 8.7.5 Teorema de D’Alembert
Um polinômio P (x) é divisível por x  a  se,
e somente se, P (a) = 0 .
2) Determine k, de modo que P(x )  x 3  kx  3
seja divisível por B(x) = x1 Exemplos
1) Determinar K, de modo que o resto da
b) Método dos Coeficientes a Determinar divisão de P(x)  x3  3x 2  kx  4 por x 2
(Método de Descartes)
Já vimos que, na divisão de A(x) por B(x), temos: seja 10.
A(x) = D(x).Q(x) + R(x)
R(x) = 0 ou gr ( R) < gr(D) 2) Calcular a e b, de modo que os polinômios
gr ( Q) = gr(A)  gr(D) P(x)  x 2  ax  3b e Q(x)  x3  2ax  b
sejam divisíveis por x  1.
Essas relações podem ser usadas como recursos
para determinarmos os coeficientes de um 8.7.6 Divisão de P(x) por ( ax + b), a  0
polinômio em uma divisão. O resto da divisão de P(x) por ( ax + b) é
 b
Exemplo P  
Determinar o quociente e o resto da divisão de  a
A(x)  x3  2x 2  3x  2 por B( x)  x 2  x  1
Exemplos
Resolução: Determinar K, de modo que
O quociente é um polinômio do primeiro grau,
P(x)  x3  x 2  kx  4 seja divisível por 2x
pois: gr (Q) = gr (A)  gr (B) = 3 2 = 1, logo:
Q(x)  ax  b + 1.
Como gr (R) < gr (B), sendo o divisor
8.7.7 Dispositivo prático de Briot- Ruffini
B( x)  x 2  x  1 , então gr ( B) = 2 e gr ( R) < 2, Utilizado para determinar o quociente e o resto
isto é, o resto tem no máximo, grau 1, assim: da divisão de um polinômio P(x) por um
R (x)  cx  d binômio (xa)
Como A(x)  B(x).Q(x)+R(x), podemos escrever: Exemplo 01: Obter o quociente e o resto da
 
x3  2x 2  3x  2 = x 2  x  1 . ax  b + cx + d
divisão
de P(x)  3x5  4x 4  3x3  7x 2  2x  3 por
Comparando os termos, temos:
 a 1 (x 1)
 b 1
 a) Primeiramente devemos dispor os

c 5 coeficientes de P(x) e a raiz de x-1
 d  1 conforme abaixo:
b)
Logo Q(x)  x  1 e R (x)  5x  1 Coeficientes
do polinômio
Exemplos Raiz de
x1
1) Determinar K, de modo que x3  kx  3 seja
divisível por x  1.
2) Determinar K e m, de modo que 1 3 + 4 +3 7  2 3

x 4  3x3  mx2  x  k seja divisível por


x 2  3x .
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c) Abaixa o primeiro coeficiente de p(x), o qual será Assim por diante, e encontraremos o quociente
o primeiro coeficiente do quociente. e o resto.

1 3 + 4 +3 -7 -2 3 1 3 + 4 +3 7 2 3
3 3 7 10 3 1 4

d) Multiplica-se o 1 (a raiz) pelo 3 (primeiro


coeficiente), o resultado obtido adiciona-se Como o polinômio dado era do grau 5,
com o segundo coeficiente do polinômio, e o dividindo por um binômio do tipo (x  1)
resultado encontrado será o segundo abaixaremos um grau. Assim o quociente e o
coeficiente do quociente. resto encontrado será:
Q(x)  3x 4  7x3  10x 2  3x  1
R(x) = 4
1 3 +4 +3 7 2 3
3 7 Exemplo 2: Divida
P(x)  3x 4  2x3  4x  10 por (x - 2),
Soma
3+4=7 determinando o quociente e o resto.

Exercícios
Multiplica-se 1) Dados os polinômios
1x3=3 A(x)  2x3  x 2  10x  5 ,
B(x)  x3  4x  4 , C(x) = x3 e D(x)=
x 2, determine o valor de:
e) Análogo a isso, devemos agora multiplicar o 1 A(x)  2B(x).D(x) R:
( raiz) por 7 ( segundo coeficiente do C( x )
quociente ), somar o resultado com 3 (
terceiro coeficiente do polinômio e o x2  x  2
resultado encontrado será o terceiro
coeficiente do quociente. 2) Dados os polinômios
P1(x)  2x3  mx2  nx  3 e

1 3 +4 +3 7 2 3 P2 (x )  x 2  x  3 , se P1(x) é divisível por


3 7 P2(x), então m  n é igual a:
R: 8
Soma
7+3=10 3) Dividindo um polinômio P(x) por x 3,
resulta um resto de 7 e um quociente de x  4.
Qual é P(x)?
Multiplica-se
2
1x7=7 R: x  7 x  5

4) A divisão de do polinômio P(x) por x a


fornece quociente Q(x)  x3  x 2  x  1 e resto
P(a) =1. Sabendo-se que P(0) = 15, o valor de a
é? R: 16
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5) Dados os polinômio P(x) e Q(x), onde 9.1 Resolução de uma Equação Polinomial
P( x)  (m  3) x3  3 x 2  2m Resolver uma equação polinomial é obter o

e Q(x)  (m  1)x3  (m  2)x 2  (2m  3)x seu conjunto verdade, que é o conjunto de
determine P(x).Q(x) de modo que gr(P+Q) = 1.
R: P( x).Q( x)   x6  2 x4  4 x3  3 x 2  4 x todas as suas raízes.

A B 5x  10
6) Sabendo-se que   , a equação for do primeiro grau:
x  4 x  1 x  3x  4
2
Isolamos a variável através de operações
calcular A e B. R: A = 2 e B =3 elementares.
Exemplo:
x 1 A B x 3  0
7) Se   , então 2A + B é
x 2  2x  24 x4 x6 x3
3 A equação admite uma única solução.
igual a: R:
2
Se a equação for do segundo grau:
Usaremos a fórmula de Báskara ou as relações
8) Um polinômio P(x)  x3  ax 2  bx  c que de Girard para resolver.
satisfaz as condições P(1)= 0, P( x) +P(x) = 0, Exemplo:
qualquer que seja x real. Qual o valor de P(2)? x 2  3x  2  0
R: P(2) = 6

9) O resto da divisão do polinômio Solução x = 2 e x = 1


P(x)  x 243  x81  x 27  x9  x3  x por x1 é?
R: 6 Se a equação for de grau > 2
Utilizaremos o diapositivo prático de Briot
10) Qual é o número real que se deve adicionar a Ruffini, para facilitar nosso trabalho,
primeiramente encontraremos as possíveis
P(x)  x3  2x 2  x, para se obter um polinômio
raízes racionais da equação.
divisível por x 3? R: a = 12
9.2 Teorema das Raízes Racionais
Dada a equação polinomial com coeficientes
9 EQUAÇÕES POLINOMIAIS inteiros:

Equação polinomial ou algébrica é toda equação a n x n  a n 1x n 1  ...  a 2 x 2  a1x1  a 0 x 0  0


redutível à forma:
a n x n  a n 1x n 1  ...  a 2 x 2  a1x1  a 0 x 0  0
Seja p os divisores de a0 e seja q os divisores
Chamamos de zero ou raiz de uma equação de an. Os possíveis valores das raízes
polinomial P(x) = 0 todo número  tal que p
P()  0
racionais são dados pela razão: Q
q

Lembrando que quando um número  é raiz de Exemplo 1 : Encontre as possíveis raízes da


uma equação, o resto é igual a zero. 3 2
equação 4x  23x  14x  5  0 .

Temos que:
p ( divisores de 5) = { 1 ,1, 5, 5}
q (divisores de 4 ) = { 1, 1, 2, 2, 4, 4}
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Possíveis raízes racionais da equação Exemplos


p  1 1 5 5
  1;  ;  ;  5;  ;   2
q  2 4 2 4 1) Decomponha (fatore) a equação x  4  0
Como as raízes desta equação são – 2 e 2,
Agora para encontrar as raízes, utilizaremos o temos
dispositivo de BriotRuffini, testando as possíveis x2  4  0
raízes. Lembrando que se for raíz o resto da
equação será zero. ( x  2)(x  2)  0

Assim, temos:
2) Decomponha (fatore) a equação
x 2  3x  2  0
4 +23 14 5
Como as raízes desta equação são 1 e 2 , temos
1 4 27 41 36
1 4 19 5 0 x 2  3x  2  0
1/2 4 25 43/2 33/2 ( x  1)(x  2)  0
1/4 4 20 0 0
5 4 0 9.4 RAÍZES MÚLTIPLAS
As raízes de uma equação polinomial podem
ser todas distintas, ou não.
Se uma equação possui duas raízes iguais, a
raiz terá multiplicidade 2, isto é, será uma raiz
x = 1 não é raiz da equação dupla, se tiver três raízes iguais , a raiz terá
x =1 é raiz da equação multiplicidade 3, isto é, será uma raiz tripla, e
x=1/2 não é raiz da equação assim, sucessivamente.
x= ¼ é raiz da equação
x =  5 é raiz da equação Se um número  for uma só vez raiz de uma
equação algébrica, ele será chamado raiz
simples ou raiz de multiplicidade 1.
Assim , as raízes da equação são x = 1, x = ¼
e x = 5. Exemplos

Exemplo 2 : Encontre as possíveis raízes da 1) Determine a multiplicidade das raízes 1, 2 e


equação –3 na equação e coloquea na forma fatorada.
x3 7 x  6  0 x 6  4x5  2x 4  32x3  59x 2  44x  12  0

1 1 4 2 32 59 44 12
9.3 DECOMPOSIÇÃO DE UM POLINÔMIO 1 1 3 5 27 32 12 0
EM FATORES DO 1º GRAU (FATORAÇÃO) 1 1 2 7 20 12 0
Se P(x) = 0 é de grau n ( n  1 ) e tem raízes 1 1 1 8 12 0
1 , 2...,n , então 2 1 1 6 0
P(x) pode ser decomposto em n fatores do 1º grau, 2 1 3 0
sendo n n  1  o fator em evidência: 3 1 0

Notamos que esta equação tem uma raiz tripla


a n x n  a n 1x n 1  ...  a1x1  a 0x 0 igual a 1, uma raiz dupla igual a 2 e uma raiz
simples igual a –3.
 a n .(x  1).(x   2 )...(x  n )  0
3 2
2)Resolva a equação x  3x  4  0
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Exercícios:
1) Em função das variáveis k, m e n, determine o
a )A( x )  x 4  5 x 3  2 x 2  3 x  1
grau de cada polinômio abaixo: e B(x)  x-2
a )P( x )  (2m  1) x 2  3x  2 b)A(x)  2x3  x 2  1
b)P( x )  (m  8) x 3  3nx2  2px e B(x)  x-1
c)P( x )  (m 2  4) x 2  (n  3) x  k c)A(x)  5x 2  3 x  2
2) Determine os valores de m, n e k para os quais o
polinômio abaixo seja identicamente nulo e B(x)  x  3
8) Resolva as seguintes equações e coloqueas
a )P( x )  (2m  1) x3  (5n  2) x 2  (3  2k ) na forma fatorada:
b)P( x )  (m  3) x 4  nx3  (k  2) x a ) x 3  2 x 2  13x  10  0

3) Determine os valores de m, n e k para que os b) x 4  7 x 3  13x 2  3x  18  0


polinômios A(x) e B(x) sejam idênticos. c) x 4  5 x 2  4  0
d)2x 3  x 2  2x  1  0
a )A( x )  (m  3) x 2  (n  2) x  k
e)3x 3  13x 2  13x  3  0
B(x)  5x2  3x  2
1 f ) x 6  6x 5  11x 4  6 x 3  0
b)A( x )  (m  2) x 3  (n  ) x 2  (k  2) x
2
Respostas dos exercícios 1 ao 8
B(x)  x 3  3x 1)
1
a )Se m  - o polinômio será do segundo grau.
4) Dado o polinômio P(x)  4x3x 2  x  1 2
calcule: 1
Se m  - o polinômio será do primeiro grau
2
a) P(2) b) P(1) c) P(0)
b)Se m  8 o polinômio será do terceiro grau.
5) Entre os números 1, 1, 2, 2, 3 e –3, quais são Se m  8 e n  0 o polinômio será do 2º grau
raízes de P(x)  x5  3x 4  5x3  15x 2  4x  12 Se m  8 , n  0 e p  0 o polinômio será do 1º grau
?
c)Se m  2 o polinômio será do 2º grau.
6) Divida utilizando o método da chave, D(x) por Se m   2 e n  3 o polinômio será do 1º grau
d(x), indicando o quociente e o resto.
2)
1 2 3
a )D( x )  2x 3  3x 2  x  2 e d(x)  2x - 1 a )m  , n , k
2 5 2
b)D(x)  5x2  3x  2 e d(x)  x  3 b)m  3, n  0, k  2

c)D(x)  2x3  x 2  1 e d(x)  x - 1


3)
a )m  2, n  5, k2
7) Divida A(x) por B(x) , utilizando o dispositivo 1
de BriotRuffini, indicando o quociente e o resto: b)m  3, n , k 5
2

4) a) 29 b) –7 c) -1

5)1, -1, 2, -2, -3


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28

6)
a )Q( x )  x 2  x, R(x)  2
b)Q(x)  5x - 18 , R(x)  56

c)Q(x)  2x 2  x  1, R(x)  0

7)
a )Q( x )  x 3  3x 2  4x  5 e R(x)  - 11

b)Q(x)  2x 2  x  1 e R(x)  0
c)Q(x)  5x - 18 e R(x)  56

8)
a )( x  5).(x  1).(x  2)  0

b)( x  1).(x  3) 2 .(x  2)  0


c)( x  2).(x  1).(x  2)( x  1)  0
1
d )2.(x  ).(x  1).(x  1)  0
2
1
e)3.(x  ).(x  1).(x  3)  0
3
f )( x ) 3 .(x  1).(x  2)( x  3)  0
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29

9. TRIGONOMETRIA

10.1 ORIGEM DA TRIGONOMETRIA:


A etimologia da palavra TRIGONOMETRIA significa “
medida dos triângulos”, sendo formada pelos radicais gregos tri (
três), gonos ( ângulo) e metron ( medir).
A trigonometria teve origem na antiga Grécia, em
decorrência dos estudos das relações entre os lados
e os ângulos de um triângulo, possivelmente com o
intuito de resolver problemas de navegação,
agrimensura e astronomia. O astrônomo grego
Hiparco ( 150 a.C.) construiu a primeira tabela Quando construímos sobre um ângulos agudo
trigonométrica, mas o vocábulo Trigonometria foi dois triângulos retângulos, estes serão
criado em 1595 pelo matemático alemão semelhantes e, portanto, terão lados
Bartholomaus Pitiscus (15611613). proporcionais.

10.2 ÂNGULO:
Ângulo é o nome que se dá à abertura formada por

Os triângulos ABC e APQ são semelhantes.


lado Como seus lados são proporcionais, podemos
escrever:
vértice ângulo
lado
Reescrever estas proporções utilizando a
nomenclatura de catetos e hipotenusa, temos:
10.3 MEDIDA DE UM ÂNGULO.
É igual à medida do arco que ele determina sobre
uma circunferência, cujo centro é o vértice.
B

ˆ  med AB
med AOB 
0
A

10.4 RELAÇÕES MÉTRICAS NO


TRIÂNGULO RETÂNGULO:
Um triângulo retângulo possui um ângulo reto e
dois ângulos agudos e complementares. Os lados
de um triângulo retângulo chamamse catetos e
hipotenusa. Os catetos são sempre perpendiculares
e formam um ângulo reto.
Estas relações que acabamos de generalizar
recebem nomes especiais.
A primeira é chamada seno do ângulo x e
escrevese:
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30

cateto oposto
sen x =
hipotenusa

A segunda é chamada cosseno do ângulo x e escrevese:


cateto adjacente
cos x =
hipotenusa

A terceira é chamada tangente do ângulo x e


escrevese:
cateto oposto
tg x =
cateto adjacente

 R:  85º14’
Determinar o diâmetro d da cabeça do parafuso, conforme as 
medidas da figura. Um observador na margem de um rio, vê o topo de uma
torre na outra margem segundo um ângulo de 56º.
Afastandose vê a mesma torre segundo um ângulo de 35º.
Calcule a largura do rio.

R: x=17,95 m
Quebra Cabeça: Quaisquer dois quadrados,
não importa seus tamanhos relativos, podem
ser cortados em cinco peças que se juntarão
novamente para formar um só quadrado maior.
Os cortes estão ilustrados nos quadrados do
exemplo abaixo.
R: d = 22,44 mm

A torre de Pisa, na Itália, é um campanário cuja construção
iniciouse em 1174. Devido ao tipo de solo, a torre inclinouse,
significativamente, desde sua construção. A reta vertical que passa
pelo centro A de seu terraço superior encontra o solo em um
ponto B distante 4m do centro C de sua base. Sabendo que a

distância CA é 56 m, calcule a inclinação (BĈA) dessa torre,


em graus.
Trace outros dois quadrados. Você sabe onde
fazer os cortes de modo que depois sejamos
capazes de remontar as peças num outro
quadrado?

Exercícios:
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31

1) Determine os elementos incógnitos: 2) Determine a altura de um painel de


a) propaganda situado no topo de um
edifício, sabendose que o observador está
situado a 100 m do edifício e pode
visualizar a base inferior e superior,
segundo um ângulo de 30º e 45º,
respectivamente. (R.: 42 m )
3) Numa rua horizontal um menino vê o topo
de um prédio sob um ângulo de 36º.
Deslocandose 18 m no sentido do prédio,
b) passa a avistálo sob um ângulo de 42º.
Calcular a altura do prédio. (R.:
66,67 m ou 69,56 m).
4) Um engenheiro civil que constrói uma
estrada diz que, em certo trecho, há uma
“rampa” de 33%. Qual, então, a medida
aproximada do ângulo de inclinação? ( R.:
  18º).
c) 5) Um mastro de 6 m está em cima de uma
colina de altura d. De um ponto A
avistamos seu pé sob um ângulo de 60º e
sua ponta sob 75º. Calcule a altura da
colina. ( R: 5,19 m ou 5, 22 m).
6) As posições relativas de uma pista de
aeroporto e de uma torre de controle de 6,1
m de altura são ilustradas na figura abaixo.
R: a) x =26,75m; b) x =8,76m, y = 7,10m e z
A cabeceira da pista está a uma distância
perpendicular de 100 metros da base da
=5,75m c) x =12,99m e y = 10m torre. Se x é a distância percorrida na pista
por um avião, expresse a distância d entre
o avião e a torre de controle como função
de x.

(R: d  10037  x2 )

7) De um ponto exterior P que está a h


unidades de um círculo de raio r, traça-se uma
tangente ao círculo (veja a figura). Seja y a
distância do ponto P ao ponto de tangência T.
Expresse y como função de h e r. ( lembre-se
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32

que se C é o centro do círculo, PT é perpendicular a for de A para B e BA quando o sentido de


CT.) Se r é o raio da terra e h é a altura de um percurso for de B para A.
foguete, então podemos deduzir uma fórmula para a
distância máxima ( à terra) que um astronauta pode Quando não consideramos a orientação dos
ver da nave. arcos formados por dois pontos A e B sobre
Em particular, se h= 321.800 m e r = 6 436 uma circunferência, temos dois arcos não
000 m, dê uma aproximação para y. orientados sendo A e B as suas extremidades.
(R: y  h2  2hr  2.060 milhões )

10.7 MEDIDA DE UM ARCO


A medida de um arco de circunferência é feita
por comparação com um outro arco da mesma
circunferência tomado como a unidade de arco.
Se u for um arco de comprimento unitário
(igual a 1), a medida do arco AB , é o número
de vezes que o arco u cabe no arco AB .

10.5 PONTO MÓVEL SOBRE UMA CURVA Na figura abaixo, a medida do arco AB é 5
Consideremos uma curva no plano cartesiano. Se vezes a medida do arco u . Denotando a
um ponto P pertence à curva, dizemos que P é um medida do arco AB por m( AB ) e a medida do
ponto fixo da mesma. Se assumirmos que este
ponto possa ser deslocado sobre a curva, este arco u por m( u ), temos:
ponto receberá o nome de ponto móvel. Um ponto m( AB ) = 5 m( u ).
móvel localizado sobre uma circunferência,
partindo de um ponto A pode percorrer esta
circunferência em dois sentidos opostos. Por
convenção, o sentido antihorário (contrário aos
ponteiros de um relógio) é adotado como sentido
positivo.
A medida de um arco de circunferência é a
mesma em qualquer um dos sentidos.

10.8 UNIDADES DE MEDIDA DE ARCOS


A unidade de medida de arco do Sistema
Internacional (SI) é o radiano, mas existem
outras medidas utilizadas pelos técnicos que são
o grau e o grado. Este último não é muito
comum.

10.6 ARCOS DA CIRCUNFERÊNCIA Radiano: Medida de um arco que tem o mesmo


Quando escolhemos um dos sentidos de percurso, o comprimento que o raio da circunferência na
arco é denominado arco orientado e simplesmente qual estamos medindo o arco. Assim o arco
pode ser denotado por AB se o sentido de percurso tomado como unidade tem comprimento igual
ao comprimento do raio ou 1 radiano, que
denotaremos por 1 rad.
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33

Exemplos:
Dividindo a
circunferência em
4 e 6 partes
congruentes,
Lembramos que o comprimento de uma temos:
circunferência de raio r é dado por 2r. Assim,
para calcularmos em radianos a medida a de um
arco de uma volta, fazemos:
a = 2r/r = 2rad

O grau comporta ainda os submúltiplos,


Exemplos: minuto ( ’) e segundo (”) , de forma que:
1º = 60' e 1' = 60”

Grado: É a medida de um arco igual a 1/400


do arco completo da circunferência na qual
a) estamos medindo o arco.

10.9 ARCOS DE UMA VOLTA


Se AB é o arco correspondente à volta completa
de uma circunferência, então:
b)
2 rad = 360º
Podemos estabelecer os seguintes resultados:

Desenho
c)

Grau 90º 180º 270º 360º


Grau: Medida de um arco que corresponde a 1/360 Grado 100 200 300 400
do arco completo da circunferência na qual Radiano /2  3/2 2
estamos medindo o arco.
Obs: 0 graus = 0 grado = 0 radianos

10.10 MUDANÇA DE UNIDADES


Consideremos um arco AB de medida R em
radianos, esta medida corresponde a G graus. A
relação entre estas medidas é obtida pela
seguinte proporção:

2 rad …………… 360 graus


R rad …………… G graus

Assim, temos a igualdade R/2 = G/360, ou


ainda:
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34

R G 11.1 ARCOS COM MAIS DE UMA


 VOLTA
 180
Em Trigonometria, algumas vezes precisamos
Exercícios: considerar arcos cujas medidas sejam maiores
1) Determinar a medida em radianos dos arcos: do que 360º. Por exemplo, se um ponto móvel
2 5 parte de um ponto A sobre uma circunferência
120º e 300º ( R: rad e rad ). no sentido antihorário e para em um ponto M,
3 8
2) Determinar a medida em graus de um arco de ele descreve um arco AM .
medida 1 radiano ( R: 57º19’29”).
A medida deste arco (em graus) poderá ser
menor ou igual a 360º ou ser maior do que
11 CICLO TRIGONOMÉTRICO 360º. Se esta medida for menor ou igual a 360º,
Considere uma circunferência de raio unitário com dizemos que este arco está em sua primeira
centro na origem de um sistema cartesiano determinação.
ortogonal e o ponto A=(1,0). O ponto A será
tomado como a origem dos arcos orientados nesta
circunferência e o sentido positivo considerado será
o antihorário. Assim, chamase círculo
trigonométrico ou ciclo trigonométrico, ao círculo
orientado de raio unitário, cujo centro é a origem do
sistema de coordenadas cartesianas, conforme
figura a seguir. Acontece que o ponto móvel poderá percorrer a
circunferência uma ou mais vezes em um
determinado sentido, antes de parar no ponto
M, determinando arcos maiores do que 360º ou
arcos com mais de uma volta. Existe uma
infinidade de arcos, mas com medidas
diferentes, cuja origem é o ponto A e cuja
extremidade é o ponto M.
Seja o arco AM cuja primeira determinação
Os eixos OX e OY decompõem o ciclo tenha medida igual a m. Um ponto móvel que
trigonométrico em quatro quadrantes que são parte de A e pare em M, pode ter várias
enumerados como segue: medidas algébricas, dependendo do percurso.

2o. quadrante 1o. quadrante


abscissa: negativa abscissa: positiva
ordenada: positiva ordenada: positiva
90º<ângulo<180º 0º<ângulo<90º
3o. quadrante 4o. quadrante
abscissa: negativa abscissa: positiva
ordenada: ordenada:
negativa negativa
180º<ângulo<270º 270º<ângulo<360º

Obs.: Os quadrantes são usados para localizar


pontos e a caracterização de ângulos
trigonométricos. Por convenção, os pontos situados
sobre os eixos não pertencem a qualquer um dos
quadrantes.
Se o sentido for o antihorário, o ponto M da
circunferência trigonométrica será extremidade
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35

de uma infinidade de arcos positivos de medidas:  O quociente representa o número de


m, m+2, m+4, m+6, ... voltas que o arco descreve sobre a
circunferência trigonométrica.
Se o sentido for o horário, o ponto M será  O resto será a menor determinação.
extremidade de uma infinidade de arcos negativos Menor Determinação:   250º
de medidas: 
m2, m4, m6, ...  Quadrante : 3º

Generalizando este conceito, se m é a medida da Expressão Geral: AB  K.360º  250º
primeira determinação positiva do arco AM,
podemos representar as medidas destes arcos por:
µ( AM ) = m + 2k
onde k é um número inteiro, isto é, k pertence ao
conjunto Z={...,2,3,1,0,1,2,3,...}.
b) AM = 1270º15’40”
Família de arcos: Uma família de arcos { AM } é  Dividimos o arco por 360º
o conjunto de todos os arcos com ponto inicial em  O quociente representa o número
A e extremidade em M. de voltas no sentido negativo sobre
Exemplo: Se um arco de circunferência tem o ciclo trigonométrico.
origem em A e extremidade em M, com a primeira  O resto é um arco negativo,
determinação positiva medindo 2/3, então os arcos portanto, não é a menor
desta família { AM }, medem: determinação.
 Para obtermos a menor
Determinações positivas (sentido antihorário) determinação, adicionamos 360º ao
k=0 µ( AM ) = 2/3 resto obtido.
k=1 µ( AM ) = 2/3+2=8/3 Menor Determinação: α = 169º44'20"

k=2 µ( AM ) = 2/3+4=14/3  Quadrante:4º
k=3 
µ( AM ) = 2/3+6=20/3 Expressão Geral: AM = K.360º +169º44'20"
... ...
k=n µ( AM ) = 2/3+2n = (2+6n) /3
23
c) AC = rad
3
Determinações negativas (sentido horário)  Dividimos o numerador pelo dobro
do valor do denominador.
k=1 µ( AM ) = 2/32 = 4/3  O quociente representa o número
k=2 µ( AM ) = 2/34 = 6/3 de voltas que o arco descreve sobre
a circunferência trigonométrica.
k=3 µ( AM ) = 2/36 = 16/3  O resto será o numerador da menor
k=4 µ( AM ) = 2/38 = 22/3 determinação procurada.
... ...  5
Menor Determinação:   3
k=n µ( AM ) = 2/32n = (26n) /3 
 Quadrante : 4º
 5
Expressão Geral: AC  2K 
Exemplos:  3
Obter a menor determinação, o quadrante e a
expressão geral dos arcos.
Exercícios:
a) AB = 1690º
 Dividimos o arco por 360º
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36

1) Obter a menor determinação , o quadrante e a Exercício resolvido:


expressão geral dos arcos dados:¨ Quantos são os valores de m compreendidos
  175º entre 30 e 40, que tornam côngruos os arcos de
 medidas (4m+10).180º e (3m2).180º ?
a) AM = 535º R: 2º quadrante Solução:

 AM  360º.K  175º Pela definição de arcos côngruos dada,
deveremos ter:
  290º (4m+10).180º  (3m2).180º = k . 360º, com

b) AC =  430º R: 4º quadrante k.
 720m + 1800 [540m  360] = k . 360
 AM  360º.K  290º 720m + 1800  540m + 360 = k . 360
  59º 37" 180m + 2160 = k . 360
 180m = k . 360  2160
c) AR = 1079º23” R: 1º quadrante
 m = 2k  12
 AM  360º.K  59º 37"
 6 Mas, pelo enunciado, temos 30 < m < 40. Logo:
  5 . rad 30 < 2k  12 < 40
26  42 < 2k < 52
d) AB = rad R: 3º quadrante
5  21 < k < 26  k = 22, 23, 24 ou 25.
6
 AP  2.K.  . rad
 5 Existem 4 valores possíveis para k e, portanto,
  também 4 valores possíveis para m, já que m =
  11 rad 2k  12. Portanto:
43  m = 32, 34, 36 e 38.
e) AP =  rad R: 1º quadrante
11  
 AP  2.K.  rad Exercícios:
 11 1) Testes: Verdadeiro  Falso
a) Os arcos de 4200º e 3480º são
11.2 ARCOS CÔNGRUOS côngruos
Dois arcos trigonométricos são ditos côngruos, b) Os arcos de ( 420º ) e 300º são
quando a diferença entre eles é um número côngruos.
múltiplo de 360º. Assim é que sendo x e y dois c) O arco de 10.002º pertence ao
arcos trigonométricos, eles serão côngruos se e segundo quadrante.
somente se: d) O arco de ( 200º) pertence ao
segundo quadrante.
x  y = k . 360º , onde k é um número inteiro.
R: Verdadeiro: a, b e d.
Portanto, para descobrir se dois arcos são
côngruos, basta verificar se a diferença entre eles é 11.3 ARCOS DE MESMA ORIGEM,
um múltiplo de 360º (ou 2 radianos, pois 2 rad = SIMÉTRICOS EM RELAÇÃO AO
360º). EIXO OX
Sejam AM e AM ' arcos no círculo
trigonométrico, com A=( 1, 0 ) e os pontos M e
OBS. ARCOS DE UMA MESMA FAMÍLIA SÃO M' simétricos em relação ao eixo horizontal
CÔNGRUOS. OX.

Se a medida do arco AM é igual a m, então a


EXEMPLO: medida do arco AM ' é dada por: µ( AM ' ) =
Os arcos 2780º e 1700º, são côngruos, pois: 2m.
2780º  1700º = 1080º e
1080º é divisível por 360º (1080º / 360º = 3).
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37

12 RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
FUNDAMENTAIS

Seja a figura:

M
11.4 ARCOS DE MESMA ORIGEM, P
SIMÉTRICOS EM RELAÇÃO AO EIXO
OY x
0 Q u
Sejam AM e AM ' arcos no círculo
trigonométrico, com A = ( 1 ,0 ) e os pontos M e
M' simétricos em relação ao eixo vertical OY. Se a
medida do arco AM for igual a m, então a medida
do arco AM ' será dada pela expressão µ( AM ' ) =
m.
Aplicando o teorema de Pitágoras no
triângulo retângulo OQM, temos:

 QM    OQ   OM 
2 2 2

como:
QM  OP  senx
OQ  cos x
OM  r  1 , temos a relação trigonométrica
11.5 ARCOS COM A MESMA ORIGEM E
fundamental nº 01:
EXTREMIDADES SIMÉTRICAS EM
RELAÇÃO À ORIGEM
sen2 x + cos2x = 1
Sejam AM e AM ' arcos no círculo
trigonométrico, com A=( 1 ,0 ) e os pontos M e M' Dividindo a relação fundamental nº 01 por
simétricos em relação a origem (0,0). Se a medida sen2(x) e por cos2(x) e aplicando os conceitos
do arco AM é igual a m, então a medida do arco de tangente, cotangente, secante e
AM ' é dada por: µ( AM ' ) =  +m. cossecante, teremos outras duas relações
fundamentais, a saber:

tg2x + 1 = sec2x e
cotg2x + 1 = cosec2x

Exemplos:
cossec x  senx
01) Simplifique a expressão:
cot gx  sec x
Solução:
Utilizando os conceitos vistos, temos:

1 1  sen 2 x
 senx
senx  senx  1  sen 2 x  cos 2 x
cos x 1 1
.
senx cos x senx
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38

02) Sendo x um arco tal que cos x = tgx , calcule Exercícios:


senx. 3 
Solução: 1) Dado sen x  , com  x   , calcule
5 2
senx as demais funções.
Sabemos que tgx =
cos x 3
R.: cos x   4 ; tgx   ; sec x   5 ;
Substituindo tgx por cosx (dado do problema), 5 4 4
vem: 5
csc x  ; cot x   4
senx 3 3
cosx = donde vem: cos2x = senx.
cos x
Mas, cos2x = 1  sen2x . 
2) Sendo sec x   2 e  x   , calcule tgx
Substituindo, fica: 1  sen2x = senx. 2
Daí, vem: sen2x + senx 1 = 0 e senx. R.:
Fazendo senx = y e substituindo: y2 + y  1 = 0. 2
Resolvendo esta equação do 2º grau, fica: tgx  1 e senx=
2

3
3) Sendo cot a = 3 e   a  ,calcule o
Como y = senx e , temos somente um dos valores 2
acima satisfazendo o problema, ou seja: seca  cosseca 1
valor de : y  R.: y 
5 1 cosseca  cosa 3
senx  , que é a resposta procurada.
2
4) Sendo 32sen 2 x  16cos2 x  25 , calcule o
03) Para que valor de m a expressão: 3
y = (m 1)(sen4x  cos4x) + 2cos2x + m.cosx valor do senx. R.: y  senx  
4
 2.cosx + 1 é independente de x?
Solução: 5) Calcule m, de modo que se tenha
m2
Podemos escrever: simultaneamente: senx  e
y = (m  1)[(sen2x  cos2x)(sen2x + cos2x)] + 8
2cos2x + mcosx  2cosx + 1 5m
cos x  . R.: m =2
Como sen2x + cos2x = 1, substituindo, fica: 2
y = (m1)(sen2x cos2x) +2cos2x + mcosx 2cosx
+1 6)Para que valor de m a expressão:
y = m.sen2x  m.cos2x  sen2x + cos2x + 2cos2x + y = m(sen4x  cos4x) + 2cos2x 1 + m é
m.cosx independente de x?
 2cosx + 1 R.: m=1
Escrevendo tudo em função de cosx, lembrando
que sen2x = 1  cos2x, vem:
y = m(1  cos2x)  mcos2x  (1  cos2x) + cos2x +
2cos2x + mcosx  2cosx + 1
y = m  mcos2x  mcos2x  1 + cos2x + cos2x +
2cos2x + mcosx  2cosx + 1

Simplificando os termos semelhantes, fica:

y = m + (4  2m)cos2x + (m  2)cosx
Para que a expressão acima seja independente de x,
deveremos ter necessariamente 4  2m = 0 e m  2
= 0
portanto: m = 2, que é a resposta procurada.
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39

13 IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS 02) Determine cos (x  90º)


Solução:
Uma igualdade entre expressões trigonométricas é Aplicando a equação d, temos:
chamada Identidade, quando a igualdade é cos (x  90º) = cosx . cos90º + senx . sen90º
satisfeita para todos os valores que pertencem aos como cos90º = 0 e sen90º = 1, substituindo,
domínios das funções que envolvem. vem:
Para provarmos uma identidade trigonométrica, cos(x  90º) = senx.
podemos proceder de duas maneiras: Se fizermos a = 0º na fórmula do cosseno da
Tomando um dos membros (geralmente o mais diferença, teremos:
“complicado”) transformando-o no outro. cos(0  b) = cos0 . cosb + sen0 . senb
Tomando os dois membros e transformando e como sabemos que cos0 = 1 e sen0 = 0,
simultaneamente em expressões iguais. substituindo, fica: cos( b) = cosb
Exemplos: Provar as identidades: 8 3
a) cos4 x  sen 4 x  2sen 2 x  1 03) Sabendo-se que sen x = , cos y =  ,
17 5
b) 1  tgx 2  1  tgx 2  2sec2 x 0x
 
e  y  , calcular tg(x+y):
tgx  senx sec x 2 2
c)  Solução:
sen3x 1  cos x
Pela expressão e, temos:
8  4
 
tgx  tgy 15  3 
14 OPERAÇÕES COM ARCOS tg( x + y) = = =
1  tgx.tgy 8  4
Conhecidas as linhas trigonométricas dos arcos a e 1  .  
b, determinaremos as funções circulares dos arcos 15  3 
a 8  20
da forma a + b, a  b, 2.a e .
2 15
14.1 Fórmulas de Adição e Subtração de arcos 32
1
a) sen(a  b)  sen a.cosb  sen b.cosa 45
b) sen(a  b)  sen a.cosb  sen b.cosa 12 45
tg( x+ y) =  .
c) cos(a  b)  cosa.cosb  sen a.sen b 15 77
d) cos(a  b)  cosa.cosb  sen a.sen b 36
tg( x+ y) = 
tga  tgb 77
e) tg(a  b) 
1  tga.tgb
Exercícios:
tga  tgb
f) tg(a  b)  1) Simplificar as expressões abaixo:
1  tga.tgb cos(a  b)  cos(a  b)
a) y 
sen(a  b)  sen(a  b)
Obs. Nota: nas duas fórmulas da tangente, sempre
leve em conta a absoluta impossibilidade da
senb.cos(a  b)  sen(a  b)
divisão por zero! b) y 
sen(a  60º )  sen(a  60º )
Exemplos:
sen 2 (a  b)  2.senb.cosa.sen(a b)
01) Calcular sen 75º. c) y 
Solução: sen(a  b).sen(a  b)
Sen 75º = sen (30º+45)
= sen30º. cos 45º+sen45º.cos 30º R: a) cotg a; b) 1; c) 1
1 2 2 3 2 6
= .  . =
2 2 2 2 4
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40

2) Calcule tg (a b). Sabendo-se que cot a =2, EXERCÍCIOS:


3 1 1) Dado tg x  2  1 , calcule tg 2x .
secb   2 e   b  , R:  R: 1
2 3
6
3) Calcular sen a, sabendo-se que a + b = 150º, 2) Sendo sen x + cos x = , calcular: sen 2x.
5
3   7 3 3
sen.b  e  b  . R: R:
11
4 2 8 25
3 3) Calcular sen(2a+b) , sendo sen
4) Achar a sec( ab), dados tg a = ,cossec b
4 3
13 3 3 a = e sen b =
= , a  e  b  2. 5
12 2 2 5  
65 , 0a  e b. R:
R: 13 2 2
33 253
5) Simplificar a seguinte expressão: 
325
y = cos(x  90º)  cos(x  270º). R:
2senx
14.3 ARCO METADE
Vamos agora achar as funções trigonométricas da metade de
6) Calcule: um arco, partindo das anteriores.
6 2
a)cos 15º R:
4
Cosseno do arco metade:
b) tg 75º R: 2  3
6 2 Sabemos que:
c) sen 105º R:
4
cos2a = cos a  sen a
2 2

12 Substituindo sen2a, por: 1  cos2a e sen2a +


7) Sabendo que cos a  , a + b = 120º e
13 cos2a por 1, vem:
 12  5 3 cos2a = 2.cos2a  1, isolando cos2 a :
0a  , calcule o cos b. R: cos2a = (1+cos2a) / 2
2 26 Fazendo a = x/2, vem, cos 2(x/2) = [1+cosx]/2.
Podemos escrever então a fórmula do cosseno
do arco metade como:
14.2 ARCO DUPLO
Fazendo a = b nas fórmulas da soma, vem:  cos x   1  cos x
2 2
 cos(2a)  cos2 a  sen 2 a
 sen(2a)  2sen a.cosa Seno do arco metade: De maneira análogo,
obtemos o seno e do arco metade.
2.tga
 tg(2a) 
1  tg 2a  sen x   1  cos x
2 2

Obs. A fórmula acima somente é válida para tg a Tangente do arco metade: Dividindo membro
 1 e tg a  1, já que nestes casos o denominador a membro as equações anteriores, lembrando
seria nulo. que
tg(x/2) = sen(x/2) / cos(x/2), vem:
EXEMPLOS: x 1  cos x
 tg  
a) sen4x = 2.sen2x.cos2x 2 1  cos x
b) senx = 2.sen(x/2).cos(x/2)
c) cosx = cos2(x/2) - sen2(x/2)
d) cos4x = cos22x - sen22x
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41

Obs: o sinal algébrico de cada expressão, vai 15 TRANSFORMAÇÃO DE SOMAS EM


depender do quadrante ao qual pertence o arco x/2. PRODUTO
Veremos nesta seção transformações de
Exercício resolvido: expressões da forma sen p  sen q e cos p 
cos q, em produto, cujas fórmulas são de
4 3 x
Sabendo que sen x =  e <x< , calcular tg . grande importância nas simplificações de
5 2 2 expressões trigonométricas.
Resolução:
x Já sabemos que:
1º passo: determinar o quadrante de :
2
3 sen(a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a
Se <x< , dividindo todos os termos por 2,
2 sen (a  b) = sen a . cos b  sen b . cos a
 x 3 x  p+q
temos:   , isto é: é um arco do 2º a + b = p a = 2
2 2 4 2 Fazendo :  , temos: 
quadrante. a  b = q b = p  q
 2
2º passo: cálculo de cos x:
2 Somando membro a membro estas igualdades,
 4 2 3
    cos x  1  cos x   obteremos:
 5 5
sen(a + b)+ sen(a  b) = 2.sen a . cos b. Daí:
x
3º passo: cálculo de tg
pq pq
2
 senp  senq  2sen .cos
x 2 5 2 2
sen Analogamente, obteríamos as seguintes
x 2  5  2
tg  fórmulas:
2 cos x 5

2 5
pq pq
 senp  senq  2sen .cos
Exercícios: 2 2
pq pq
 cos p  cosq  2cos .cos
7 3 2 2
1) Sabendo que tg a=  e  a  2 , pq pq
3 2  cos p  cosq  2sen .sen
a 2 2 2
calcular sen . R:
2 4 Exemplos:
a 5
2) Calcular cotg , sabendo que sec a =  e 01) Transformar em produto a expressão:
2 4 y = sen50º + sen40º
3 1 Solução:
a . R: 
2 3
 50º 40º 40º 50º
3) Dada cossec x 
2 3
e  x   , calcular tg y  2sen .cos
3 2 2 2
x y  2sen45º.cos(5º ) , como cos (a) = cos a,
. R: 3 temos
2
y  2sen45º.cos5º

02) cos 30º + cos 10º = 2.cos20º.cos10º

03) cos 60º +cos40° = 2.sen50º.sen10º

04) sen70º  sen 30º = 2 sen20°.cos 50º


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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Solução:


01) Se sen3x + senx = cos3x + cosx, então Vamos transformar em produto o denominador
tg2x é igual a: da função:
Solução: cos x.cos13x cos13x
y 
Usando as fórmulas de transformação em produto, 2.cos 4x.cos x 2.cos 4x
teremos: mas, cos13x = cos(17x  4x)
3x  x 3x  x 3x  x 3x  x = cos17x.cos4x + sen17x.sen4x.
2.sen .cos  2cos .cos
2 2 2 2 Como x =  /17, vem imediatamente que 17x =
2.sen2x.cosx = 2.cos2x.cosx.Simplificando: .
sen2x Logo, substituindo vem:
sen2x = cos2x e, portanto,  1  tg2x =1. cos13x = cos .cos4x + sen .sen4x
cos 2x
= 1.cos4x + 0.sen4x
=  cos4x
02) Determine o período da função: Já que cos13x =  cos4x , para x =  /17,
y = sen20x.cos10x + sen10x.cos20x.
Solução: substituindo, vem finalmente:
Sabemos que sena.cosb + senb.cosa = sen (a + b). y =  cos4x / (2.cos4x) = 1/2.
Logo,
Exercícios:
y = sen20x.cos10x+sen10x.cos20x =
1) Transformar em produto:
sen(20x+10x) = sen30x
sen28º  sen52º
Portanto, a função dada é equivalente a y = sen30x. tg20º + tg60º
Como, o período de uma função da forma y = 2senx + sen2x
senbx é dado por T = 2 / b. sen5a + sena + sen9a  sen3a
O período da função dada será: T = 2 / 30 =  /15
rd. R: a) 2sen12ºcos40º
2sen80º
b)
cos 20º
03) Qual o valor máximo da função y = f(x)
x
100 c) 4senxcos 2
definida por: y  2
100  cos x.cos 4x  senx.sen4x d) 4sen3a.cos4a.cos2a
Solução:

Sabemos que:
cosx.cos4x senx.sen4x = cos(x + 4x) = cos5x
100
Portanto, podemos escrever: y 
100  cos5x
Para que y seja máximo, devemos ter 100+cos5x
sendo o mínimo, e isto só ocorrerá quando cos5x
=1.
Logo, o valor máximo da função será:
100 100
y  .
100  1 99

04) Seja dada a função y = f(x), definida por:


cos x.cos13x
y . Nestas condições, pedese
cos3x  cos5x
calcular o valor de y = f( /17).
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43

16 TRIÂNGULO QUALQUER

16.1 LEI DOS SENOS


Num triângulo qualquer, a razão entre cada lado e o
seno do ângulo oposto é constante e igual ao diâmetro
da circunferência circunscrita ao triângulo, isto é:

a

b

c
 2R  
sen A 
a
 
sen A  
sen B  
sen C 2R

isto é,
a
 2R
sen A 
Repetindo o mesmo processo para as bases AC
e AB, encontraremos os outros quocientes
b c
  2R
sen B   sen C  
Triângulo obtusângulo: Se A e A' são os
ângulos que correspondem aos vértices A e A',
Demonstração: Para simplificar as notações a relação entre eles é dada por A' =  A, pois
iremos denotar o ângulo correspondente a cada são ângulos inscritos à circunferência
vértice pelo nome do vértice, por exemplo para o correspondentes a arcos replementares BAC e
triângulo de vértices ABC os ângulos serão A, B e BA'C. Então
C respectivamente, assim quando escrevermos
sen(A) estaremos nos referindo ao seno do ângulo
correspondente ao vértice A.

Seja ABC um triângulo qualquer, inscrito numa


circunferência de raio R. Tomando como base do
triângulo o lado BC, construímos um novo
triângulo BCA', de tal modo que o segmento BA'
seja um diâmetro da circunferência. Este novo
triângulo é retângulo em C.

a
sen    A   senA
2R

isto é,
a
 2R
sen A 
Temos três casos a considerar, dependendo se o
Repetindo o mesmo processo para as bases AC
triângulo ABC é acutângulo, obtusângulo ou
e AB, encontraremos os outros quocientes:
retângulo.
b c
  2R
Triângulo acutângulo: Os ângulos correspondentes sen B   sen C  
aos vértices A e A' são congruentes, pois são
ângulos inscritos à circunferência que
correspondem a um mesmo arco BC. Então:
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44

Triângulo retângulo: Como o triângulo ABC é um uma vez que cos(A)=cos(/2)=0.


triângulo retângulo, é imediato que
Triângulo acutângulo: Seja o triângulo ABC
um triângulo acutângulo com ângulo agudo
correspondente ao vértice A, como mostra a
figura.

 
sen B 
b
a
 
, sen C 
c
a
 
e sen A  sen90º  1

Como, neste caso a=2R, temos, Seja o segmento de reta HC perpendicular ao


lado AB (altura do triângulo relativa ao lado
a b c AB), passando pelo vértice C. Aplicando o
 
     
Teorema de Pitágoras no triângulo CHB,
sen A sen B sen C temos:
a² = h² + ( c x)²
= h² + (c ²2cx + x²)
= (h² + x²) + c² 2cx (Equação 01)
16.2 LEI DOS COSSENOS: No triângulo AHC, temos que:b² = h² + x²
Em um triângulo qualquer, o quadrado da medida e também cos(A)=x / b, ou seja, x = b cos(A)
de um lado é igual a diferença entre a soma dos Substituindo estes resultados na equação (Eq.
quadrados das medidas dos outros dois lados e o 01), obtemos:
dobro do produto das medidas desses lados pelo a² = b² + c²  2bc cosA
cosseno do ângulo formado por estes lados.
Triângulo obtusângulo: Seja o triângulo
 a² = b² + c²  2bc cos( A ) obtusângulo ABC com o ângulo obtuso
 b² = a² + c²  2ac cos( B )
correspondente ao vértice A, como mostra a
figura.
 c² = a² + b²  2ab cos( C C)

Demonstração: Temos três casos a considerar,


dependendo se o triângulo ABC é acutângulo,
obtusângulo ou retângulo. Seja o segmento de reta HC perpendicular ao
lado AB (altura do triângulo relativa ao lado
Triângulo retângulo: Se o triângulo ABC é AB), passando pelo vértice C. Aplicando o
retângulo, com ângulo reto no vértice A. A relação Teorema de Pitágoras no triângulo CHB, temos
que:
a² = b² + c²  2bc cos(A)
recai no teorema de Pitágoras.
a² = b² + c² a² = h² + ( c x)²
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45

= h² + (c ²2cx + x²) R = raio do círculo.


= (h² + x²) + c² 2cx (Equação 02) Sabemos que um hexágono regular possui 6
No triângulo AHC, temos que b² = h² + x² e lados de medidas congruentes, ou seja de
também: cos(D)= x / b= cos( A) = cos(A), medidas iguais. Observe que o angulo A é
então, x = b cos(A) igual a 60º. Logo, o lado PQ do hexágono
Substituindo estes resultados na equação (Eq.02), regular será dado pela lei dos cossenos por:
obtemos: PQ2 = R2 + R2 – 2.R.R.cos60º = 2R2 – R2
a² = b² + c²  2bc cos(A) PQ2 = R2, de onde conclui-se: PQ = R, ou seja,
a medida do lado de um hexágono regular
Exemplos: inscrito num círculo de raio R é igual a R
01) Dadas duas forças concorrentes F1 = 10 Kgf
e F2 =15 Kgf, sabendo que formam um ângulo de 03) Em uma região há um rio com curso
120º, calcular a resultante. irregular. Sua largura não é constante e ele faz
muitas curvas. Entre os ponto A e B, situados
em margens opostas, deseja-se construir uma
120º ponte. Para isso, é necessário determinar a
F1 60º distância AB. O topógrafo, que está na margem
inferior assinala com uma estaca um ponto C
F2
qualquer. Com a trena, ele mede a distância
Solução: AC e encontra 56 m. Com o teodolito ele
Aplicando a lei dos cossenos, temos: mede os ângulos BAC e ACB encontrando
Fr2  F12  F22  2F1F2 cos60º 118º e 35º, respectivamente. Qual será o valor
da distância AB?
1 Solução:
Fr2  102  152  2.10.15.
2
Fr2  175
Fr  175
Fr  5 7 Kgf

02) Num triângulo dois lados de medidas 4cm e


8cm formam entre si um angulo de 60º. Qual a
medida do outro lado?
Solução:
Ora, sendo x a medida do terceiro lado, teremos:
x2 = 42 + 82 – 2.4.cos60º = 16 + 64 – 8.(1/2), Vamos analisar o triângulo ABC. Se A =118º e
já que cos60º = 1/2. C = 35º, então podemos calcular o ângulo B .
x2 = 16 + 64 – 4 = 76 Como sabemos, a soma dos triângulos é 180º.
x2 = 22.19  x = 2 19 cm

03) Determine o comprimento do lado de um


hexágono regular inscrito num círculo de raio R.
Solução:

118º B  35º  180º  B  27º


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46

Determinando AB = c e AC = b, a lei dos senos


nos informa que:
c b c 56
 , ou seja, 
senC senB sen35º sen27º
Utilizando uma calculadora científica,
determinamos o valor de c = 70,75 m.
Exercícios:
1) Num triângulo ABC, b = 7m, c = 5 m e Â= 60º.
Calcule a medida do lado a. R: a  39 cm

2) Em um triângulo, são dados: a = 4cm , b =


1
3cm, c = 3cm, calcule o cos Â. R: A = arc cos
9

3) Em um triângulo, são dados: A = 30º, B = 45º


e a = 4m . Calcule os lados b e c.

R: b  4 2 m e c= 2 6  2 2 m 
4) Num triângulo, os lados que formam um ângulo
de 60º, a medida de um é o dobro do outro.
Calcular a medida dos demais ângulos internos. R:
30º e 90º
Desafio final: O ângulo sob o qual um observador
vê uma torre duplica quando ele se aproxima 110m
e triplica quando se aproxima mais 50m. Calcular a
altura da torre. R: 88 m

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