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MÓDULO 06
(Capítulo 17) PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA NO BRASIL
Processo de independência no Brasil

❑ As rebeliões nativistas do período colonial brasileiro. Principais movimentos:


1) A Revolta de Beckman (Maranhão – 1684). Antecedentes históricos:
a) a edição de normas que proibiam a escravização dos índios, durante o Domínio Espanhol;
b) a explosão de grave crise econômica no Maranhão (1650) e a captura dos índios das missões
jesuíticas pelos senhores;
c) a insatisfação dos jesuítas da região e a reedição da proibição à escravização indígena;
d) a criação da Companhia de Comércio do Maranhão pela Coroa (1682): financiamento de capital
e fornecimento de mão de obra escrava aos senhores.
❖ Principais líderes: Tomás e Manuel Beckman.
2) A Guerra dos Emboabas (Minas Gerais – 1708). Antecedentes históricos:
a) a descoberta do ouro pelos bandeirantes paulistas e a chegada de portugueses (emboabas) na
região das minas (início do séc. XVIII);
b) o surgimento de conflitos entre paulistas e portugueses pelo controle das minas de ouro e do
comércio na região do conflito.
❖ A rendição dos bandeirantes paulistas na Batalha do Capão da Traição (1709).
❖ Principais desdobramentos: a dizimação de paulistas e portugueses na região do conflito e a intensificação do
controle administrativo e fiscal da Coroa na região das minas.
Processo de independência no Brasil

3) A Guerra dos Mascates (Pernambuco – 1710). Antecedentes históricos:


a) O declínio da atividade açucareira no Nordeste (segunda metade do séc. XVII) e a decadência
econômica e política dos senhores de engenho de Olinda;
b) A dependência dos senhores de Olinda em relação aos comerciantes de Recife (mascates);
c) A elevação de Recife à categoria de vila e o fim da submissão administrativa a Olinda;
d) A organização de uma rebelião pelos senhores de Olinda em contestação à decisão da Coroa
portuguesa: disputa pela hegemonia política em Pernambuco.
❖ Principal líder: Bernardo Vieira de Melo.
❖ A repressão do movimento pela Coroa portuguesa e a ascensão política dos comerciantes de Recife, em Pernambuco.

4) A Revolta de Vila Rica ou de Filipe dos Santos (Minas Gerais – 1720). Antecedentes históricos:
a) A criação das Casas de Fundição e a elevação dos impostos nas minas;
b) O descontentamento dos mineradores em relação as medidas opressivas realizadas pela Coroa:
a deflagração do movimento e a conquista da cidade de Vila Rica pelos revoltosos (1720);
c) A exigência de extinção das Casas de Fundição pelos revoltosos;
d) A reação enérgica do governador da capitania e a repressão do movimento.
❖ Principal líder: Filipe dos Santos Freire (tropeiro e minerador).
Processo de independência no Brasil
Processo de independência no Brasil

❑ As rebeliões emancipacionistas do período colonial brasileiro. Principais movimentos:


1) A Inconfidência ou Conjuração Mineira (Minas Gerais – 1789). Antecedentes históricos:
a) O declínio da exploração mineradora na 2ª metade do séc. XVIII: o esgotamento das jazidas;
b) A elevação dos impostos e o combate ao contrabando: a criação da finta (1750) e da derrama;
c) A insatisfação da elite das minas em relação a opressão fiscal e o anúncio de uma nova derrama
pelo governador das Minas Gerais (1789);
d) A influência do pensamento iluminista sobre as principais lideranças intelectuais da conspiração
(Movimento de Independência dos EUA/Revolução Francesa).
✓ Principais objetivos da conspiração:
a) A separação da região rebelada de Portugal, com a criação de uma república independente
(São João Del Rey) e a adoção de uma nova bandeira: “Liberdade ainda que tardia”;
b) O desenvolvimento de indústrias (manufaturas) na colônia brasileira;
c) A instalação de uma universidade em Vila Rica: implantação da formação em nível superior;
d) A instituição do serviço militar obrigatório na colônia;
e) A manutenção da escravidão na colônia (movimento emancipacionista de caráter elitista).
✓ A repressão ao movimento conspiratório nas Minas: o julgamento e a morte de Tiradentes.
Processo de independência no Brasil
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2) A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (Bahia – 1798). Antecedentes históricos:


a) A situação de pobreza em que se encontravam soldados, escravos, negros livres e profissionais
liberais na província da Bahia: falta de alimentos, aumento dos preços e dos impostos;
b) A influência do pensamento iluminista sobre as principais lideranças intelectuais do movimento
conspiratório (Movimento de Independência dos EUA);
c) A forte influência dos ideais de igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução Francesa
(1789) sobre os conjurados baianos: irmandades religiosas e grupos maçônicos;
d) A distribuição de panfletos e cartazes pelos revoltosos e a conclamação do povo a participar do
movimento (Luís Gonzaga das Virgens e Veiga).
✓ Principais objetivos da conspiração:
a) O fim da dominação portuguesa, com a proclamação de uma república democrática na Bahia;
b) O aumento da remuneração dos oficiais: valorização dos militares;
c) A abertura dos portos brasileiros a navios de todas as nações;
d) A abolição da escravidão na colônia (movimento emancipacionista de caráter popular).
✓ A repressão ao movimento conspiratório na Bahia: o julgamento e morte de João de Deus,
Manuel Faustino, Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga.
Processo de independência no Brasil
Processo de independência no Brasil
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❑ A transferência da família real portuguesa para o Brasil (1808). As Guerras Napoleônicas na


Europa. Principais desdobramentos:
a) A decretação do Bloqueio Continental (1806) por Napoleão Bonaparte;
b) A neutralidade portuguesa e a celebração do Tratado de Fontainebleau (1807) entre franceses e
espanhóis: a invasão dos território português por tropas lideradas pelo general Junot;
c) A fuga da família real portuguesa para o Brasil (1808), sob forte proteção da marinha inglesa;
d) A instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro e seus desdobramentos (março de 1808).

❑ O Governo Joanino na colônia brasileira (1808 – 1821). Principais medidas realizadas:


a) A decretação da Abertura dos Portos aos países amigos de Portugal (janeiro de 1808): extinção
do monopólio comercial e declínio do Pacto Colonial;
b) A celebração dos Tratados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade (1810) entre
Portugal e Inglaterra: concessão de tarifas privilegiadas aos produtos ingleses nos portos brasileiros;
c) A expedição do alvará de liberdade industrial (1808) e a instalação da primeira fábrica no Brasil
(a Fábrica de Pólvora);
d) A elevação do Brasil à condição de Reino Unido ao de Portugal e Algarves (1815): concessão de
autonomia administrativa;
Processo de independência no Brasil
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e) A implantação das primeiras instituições de ensino superior no Brasil: escolas superiores de


Medicina (Bahia e Rio de Janeiro) e de Matemática, Ciências, Física e Engenharia (Rio de Janeiro);
f) A criação do Banco do Brasil, do Real Horto (Jardim Botânico), da Biblioteca Real, do Teatro Real
São João, do Museu Real, da Imprensa Régia, da Academia Militar e da Academia de Belas-Artes
(modernização da cidade do Rio de Janeiro);
g) A realização de campanhas militares: a anexação da Colônia do Sacramento (1816) ao domínio
brasileiro (Província da Cisplatina).
h) A chegada da Missão Artística Francesa ao Brasil, liderada por Joachim Lebreton;
Processo de independência no Brasil

❑ A Revolução Pernambucana ou Movimento da República de Todas as Classes (1817). Fatores que


motivaram o movimento:
a) A elevação dos impostos na colônia brasileira pelo governo joanino. Principais motivos:
✓ A sustentação do luxo da corte portuguesa, instalada no Rio de Janeiro;
✓ A realização de grandes obras administrativas: modernização da cidade do Rio de Janeiro;
✓ O investimento em operações militares: anexação da Província da Cisplatina (1816).
b) A crise econômica no Nordeste: a grande seca (1816) e o declínio das exportações de açúcar e
algodão em Pernambuco;
c) A expansão das ideias liberais e antilusitanas na colônia: influência do Iluminismo, do movimento de
Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa.
❖ Principais líderes: Teotônio Jorge, José Luiz de Mendonça, Domingos José Martins, Padre João Ribeiro, Padre
Pedro de Sousa Tenório, Padre Miguelinho, José Martins de Sousa, Antônio Henriques e José de Barros Lima.
❖ A instalação do governo democrático da República de Todas as Classes (março de 1817) e a realização de
algumas medidas de caráter popular: extinção de impostos, criação de uma Constituição e concessão de liberdade
religiosa e de imprensa.
❖ Inexistência de objetivo expresso de abolição da escravidão na colônia: abolição lenta e gradual.
❖ A repressão imposta pelo governo joanino: a dissolução do governo democrático e a punição estabelecida aos
principais líderes do movimento (maio de 1817).
Processo de independência no Brasil
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❑ A proclamação da Independência Política do Brasil.


✓ A Revolução Liberal do Porto em Portugal (1820). Desdobramentos:
a) A ascensão da burguesia em Portugal e a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte
(Cortes de Lisboa ou cortes portuguesas);
b) A criação de uma Constituição Liberal em Portugal e a limitação dos poderes de D. João VI;
c) A proposta de recolonização do Brasil e a exigência do retorno de D. João VI a Portugal pelas
Cortes de Lisboa.
✓ O retorno de D. João VI para Portugal (1821) e a permanência de D. Pedro I no Brasil.
✓ O apoio das elites brasileiras (grandes proprietários e burocratas) à autonomia do governo de D.
Pedro I no Brasil. Desdobramentos:
a) A criação do Partido Brasileiro (1821): apoio ao governo do príncipe regente;
b) A realização de um abaixo-assinado pelo Partido Brasileiro, pedindo a permanência de D. Pedro
no Brasil: O Dia do Fico (09 de janeiro de 1822).
c) A convocação de uma Assembleia Constituinte (1822): elaboração de uma Constituição;
d) O aumento da pressão exercida pelas Cortes e a expedição do decreto do Cumpra-se.
✓ A Proclamação da Independência do Brasil pelo príncipe regente D. Pedro I (1822): ausência de
participação popular no processo de independência.
Processo de independência no Brasil
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