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Fundamentos de
Contabilidade para
Não Contadores
Professor Carlos Alexandre Sá
Sumário
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 4
1.1 Ementa 4
1.2 Carga horária total 4
1.3 Objetivos 4
1.4 Conteúdo programático 4
1.5 Metodologia 5
1.6 Bibliografia recomendada 5
Curriculum vitae do professor 5
7. APLICAÇÕES FINANCEIRAS 45
7.1 Títulos de Renda Fixa e Títulos de Renda Variável 50
7.2 Aplicações Financeiras de Curto Prazo 51
1.1 Ementa
A tesouraria como gestora das disponibilidades da empresa. Acompanhamento de proje-
ção do fluxo de caixa. Fluxo de caixa e planejamento financeiro. Como se formam as
taxas de juros. As principais operações de captação de curto prazo. Aplicações de curto
prazo. Os conceitos básicos. Os principais produtos. Estratégias de investimento.
1.3 Objetivos
Expor os fundamentos de gestão de tesouraria utilizados no mercado. Estudar a estrutura
e o cálculo das principais operações de aplicação e captação de recursos. Apresentar as
principais técnicas de projeção, acompanhamento e interpretação do fluxo de caixa. Inte-
grar o fluxo de caixa e as operações de aplicação e captação de recursos no Planejamento
Financeiro.
1.5 Metodologia
Aulas teóricas intercaladas com de exercícios práticos.
Curriculum do professor
Carlos Alexandre Sá, Formado em Engenharia Civil pela PUC-RJ, Mestrado em Finan-
ças e Economia Empresarial na EPGE da Fundação Getúlio Vargas. Diretor Financeiro
de empresas nacionais e estrangeiras. Professor convidado da Fundação Getúlio Vargas.
Autor dos livros: O Estabelecimento do Limite de Crédito: uma nova abordagem para
um velho problema (Qualitymark, 2004), O Orçamento Estratégico: uma visão empre-
sarial (Qualitymark, 2005), Contabilidade para não Contadores (Senac Rio, 6ª Ed.
2010), Fluxo de Caixa: a visão da tesouraria e da Controladoria (Editora Atlas, 4ª Ed
2012) e Orçamento Empresarial: novas técnicas de projeção e acompanhamento
(Editora Atlas, 2013).. Supervisor revisor técnico da tradução do livro Filosofias de In-
vestimentos do Prof. Damodaran (Qualitymark, 2006). Professor do Instituto de Desen-
volvimento Empresarial. Sócio da Capacitar Treinamentos e Desenvolvimento Empre-
sarial Ltda.
O saldo mínimo de caixa está para a tesouraria assim como o estoque mínimo de segu-
rança está para a indústria e o comércio. O estoque de segurança só existe porque o em-
presário não tem certeza das vendas. Do exposto acima se depreende que o fluxo de caixa
projetado não é um exercício de futurologia. Apesar de todas as técnicas de projeção
existentes, haverá sempre um grau, maior ou menor, de incerteza quanto às entradas e às
saídas que ocorrerão durante o período projetado. Assim, quanto menos confiarmos em
nossas projeções, mais teremos que nos apoiar no saldo mínimo de caixa, e vice versa.
Isto, que a primeira vista soa como uma novidade é, na verdade, intuitivo. Se não, veja-
mos.
Exemplo 1.1: Quanto maior for a incerteza, maior deverá ser a margem de segurança
Imagine dois indivíduos. Um é assalariado, com segurança de emprego e com suas fi-
nanças organizadas. O outro um corretor de imóveis que vive de comissões sobre vendas
que são incertas. Supondo que ambos sejam agentes racionais, será que estes dois indi-
víduos usariam a mesma estratégia para administrar suas finanças pessoais? Será que
ambos assumiriam compromissos financeiros com a mesma tranquilidade? Claro que
não! O corretor só deve assumir compromissos financeiros se estiver respaldado por uma
poupança que assegure sua sobrevivência no pior cenário.
CMN
§ Reservas Compulsórias
Para melhor compreender o mecanismo das reservas compulsórias é preciso entender como
funciona a capacidade de criar moeda estrutural que possuem as instituições financeiras. Re-
almente, ao conceder crédito em conta corrente a seus clientes, a instituição financeira cria
meios de pagamento que, ao serem utilizadas pelo tomador do crédito, geram depósito em
outra instituição financeira, a qual, por sua vez, passa a dispor de gerar outro crédito a outro
A alteração de reservas no BACEN dá-se basicamente por suas transações de compra e venda
de divisas no mercado de câmbio, em decorrência do resultado entre exportações e importa-
ções e entre compras e vendas financeiras. Porém, o acréscimo ou decréscimo verificado nas
reservas internacionais não é exatamente igual às compras ou vendas efetuadas via leilões. Isto
porque existem operações diretas do BACEN, tais como o pagamento de encargos da dívida
externa, encargos de dívidas contraídas junto ao Fundo Monetário Internacional, etc.
Segundo a Lei n.º 4.595, compete privativamente ao BACEN ser o depositário das reservas
oficiais de ouro, de moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque – DES. Assim, o BA-
CEN mantém aquelas reservas aplicadas no mercado financeiro internacional em depósitos a
prazos fixos diferenciados, em títulos governamentais estrangeiros, em ouro e em outros ativos
financeiros de alta segurança e liquidez. Para o bom gerenciamento das aplicações, o BACEN
leva em conta todos os compromissos que tem no curto, médio e longo prazos, assim como a
previsão de receitas e despesas do mercado de câmbio como um todo.
Um outro aspecto a ser considerado diz respeito ao nível mínimo que o BACEN tem que
garantir para as reservas internacionais do país. O Senado federal, conforme o estabelecido na
Resolução nº 82 de 18/12/90, fixou como nível mínimo, aquele que assegura recursos sufici-
entes para manter a média mensal das importações dos últimos 12 meses, durante um período
mínimo de 4 meses.
Capitais estrangeiros são os bens ou recursos ingressados no país, e cuja propriedade pertence
a residentes no exterior. Os capitais estrangeiros são aplicados no país basicamente como in-
vestimentos ou créditos. Os investimentos representam ações de capital social de empresas
instaladas no Brasil, que podem ser adquiridas diretamente ou via bolsas de valores. Os crédi-
tos podem ser classificados em empréstimos ou financiamentos, dependendo da forma de seu
ingresso no país (moeda = crédito, equipamento = financiamento). A soma dos saldos não
amortizados dos empréstimos e financiamentos corresponde ao total da dívida externa.
Nestas rubricas estão relacionadas, por exemplo, os desembolsos e as amortizações de prin-
cipal (exclui o pagamento de juros) junto a organismos internacionais tais como o Banco Mun-
dial – BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BIRD, os Eximbanks americano
e japonês e as amortizações relativas às negociações com os credores externos (bancos comer-
ciais e instituições oficiais de crédito).
A lei determina que os ingressos e retornos dos capitais estrangeiros, assim como seus rendi-
mentos, sejam registrados no BACEN. Estes registros servem para acompanhar o comporta-
mento destes fluxos com a finalidade de detectar eventuais anomalias e, principalmente, em-
basar a atuação dos regulamentos relativos às diversas modalidades de capitais estrangeiros.
§ As Caixas Econômicas
Embora sua principal atividade seja atuar no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e
no Sistema Financeiro da Habitação, as CE’s também atuam como bancos comerciais na me-
dida em que captam depósitos a vista, realizam operações de crédito e prestam serviços. Ope-
ram ainda, em crédito direto ao consumidor para o financiamento de bens de consumo durá-
veis e têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
signação.
Uma das fontes de recursos das CE’s é o produto da venda de bilhetes das loterias.
Os depósitos em cadernetas de poupança são sua principal fonte de recursos. Além disto cen-
tralizam e aplicam todos os recursos oriundos do FGTS.
§ Bancos de Investimento
Os Bancos de Investimento são instituições que foram criadas com o objetivo de colocar à
disposição das empresas recursos de médio e longo prazo para o financiamento de capital de
giro ou de ativos fixos. Os BI’s não podem manter contas correntes. Seus recursos são capta-
dos através da emissão de CDB’s e RDB’s, repasses de recursos de origem interna e externa
e venda de cotas de fundos de investimentos por eles administrados.
As principais operações efetuadas no âmbito dos bancos de investimento são:
¨ Empréstimos com prazo mínimo de um ano para financiamento de ativo fixo;
¨ Empréstimos com prazo mínimo de um ano para financiamento de capital de giro;
¨ Operações de “underwritting”;
¨ Repasses de empréstimos obtidos no exterior;
¨ Repasses de recursos obtidos no país;
Os juros cobrados em uma operação financeira podem ser calculados a taxas pré-fixadas
ou pós-fixadas. Uma taxa é pré-fixada quando é definida no momento do fechamento do
negócio e não varia ao longo do contrato. Quando uma operação é fechada a uma taxa de
juros pré-fixada, a inflação pode cair ou subir, a cotação do dólar pode despencar ou dis-
parar, o Banco Central pode reduzir ou aumentar a taxa referencial de juros, e a taxa de
juros da operação não se altera.
Já a taxa de juros pós-fixada é composta de duas parcelas, sendo uma delas fixa e a outra
variável. A parcela da taxa de juros que é fixa é chamada de taxa de juros real. A parcela
variável evolui de acordo com um indexador que é definido no momento do contrato.
É por isso que quando a empresa tem a percepção que as taxas de inflação, ou as cotações do
dólar ou as taxas de juros vão subir, em teoria, deve dar preferência a operações de empréstimo
a taxas de juros pré-fixadas porque assim estará “travando” estas taxas de juros em seu ponto
mais baixo. Por outro lado, caso a empresa achar que as taxas do indexador de seu contrato
vão cair, deve, em teoria, dar preferência a contratos de empréstimos a taxas pós-fixadas. Ve-
remos adiante que, na prática, nem sempre as coisas funcionam assim.
**
Visite o site da CETIP no endereço: www.cetip.com.br
Quando o contrato previr amortizações parciais do principal da dívida, o IOF é calculado pro-
porcionalmente aos dias em que o cliente efetivamente utilizou o saldo devedor.
Observe que, no exemplo dado, não se mencionou a data de emissão da duplicata. De fato, a
data de emissão do título é irrelevante para o cálculo dos juros e do valor líquido a receber. O
que importa é o prazo a decorrer do título.
1
A expressão “prazo a decorrer” significa o prazo que falta para o vencimento do título.
2
A expressão “sacado” significa, neste contexto, a empresa devedora, ou seja, que tem que pagar a
duplicata. Já o “emitente” é a empresa credora, ou seja, a que tem que receber o pagamento da dupli-
cata.
Nº de
Dupl.n° Sacado Venct°. Valor Juros IOF Líquido
Dias
1349 Empresa Alfa 04/12/ano 1 28 12.002,5 (224,05) (58,28) 11.720,2
534/1 Empresa Beta 21/12/ano1 14 6 (337,44) (156,66 35.659.6
36.153,7 3
9122 Empresa 24/12/ano 1 17 5 (177,39) (69,59)) 15.405,45
15.652,4
309 Gama Delta
Empresa 07/01/ano2 31 0 (503,59) (121,01 23.742,42
24.367,0
Total 88.175,78 (1.242,46 (405,54) 86.527,78
9 ) ) 8
Será que o fato de o desconto de títulos e duplicatas ser calculado pelo regime de juros
simples é bom ou é mau para o tomador do empréstimo? Sabemos da matemática finan-
ceira que o montante, quando calculado pelo regime de juros simples, evolui segundo
uma linha reta (daí a expressão “juros lineares”) e que, quando calculado pelo regime de
3
Para comparar a taxa de desconto com a taxa efetiva de juros não se considera os efeitos do IOF.
Montante
Tempo
Tempo
Figura 4 – Evolução do montante no regime de juros compostos
Será então que tomar um empréstimo no regime de juros simples é sempre melhor do que
no regime de juros compostos? Vejamos um exemplo.
Juros Compostos
Juros Simples
Montante
R$ 105.000
R$ 104.880
Tempo
6 meses
1 ano
Se o prazo dos dois empréstimos fosse um ano, as duas empresas teriam pagado o mesmo,
ou seja, teriam pagado juros de R$ 10.000. Se o prazo da operação fosse superior a um
ano, a empresa que houvesse tomado emprestado a juros compostos, teria desembolsado
mais. Como o prazo do empréstimo foi inferior ao período de capitalização (um ano), a
empresa que tomou a juros simples acabou pagando mais.
Conclusão:
3.2.2 Hot-Money
O chamado hot-money é um empréstimo cujo prazo, normalmente, varia de 1 a 10 dias.
Para os clientes que são tomadores deste tipo de operação o banco pode propor a assina-
tura de um contrato fixando as condições da operação e, a partir daí, efetuar a transferên-
cia de recursos mediante uma simples comunicação do cliente, que pode ser feita via faz
ou e-mail. Neste caso, as operações são garantidas por uma nota promissória previamente
assinada.
Os juros das operações de hot-money são referenciados ao CDI over mensal acrescidos
de um spread para cobrir os custos e a remuneração do banco.
As operações em moeda nacional com juros pré-fixados podem ser amortizadas pelo sis-
tema SAC – Sistema de Amortização Constante e pela Tabela Price. Vejamos primeiro
as operações amortizadas pelo SAC.
Ao calcular o valor das parcelas de uma operação de capital de giro com juros pré-fixados
e amortizada pelo SAC, siga os seguintes passos:
1. Calcule o número de dias entre a data de entrada em vigor do contrato e a primeira
prestação e entre as prestações sucessivas.
2. Calcule para cada prestação a taxa de juros no período que seja equivalente à taxa da
operação. Lembre-se de que duas taxas são equivalentes quando, aplicadas no regime
de juros compostos sobre um mesmo principal e por um mesmo período, produzem
um mesmo montante.
3. Aplique a taxa de juros encontrada sobre o saldo devedor. Isto porque o tomador do
empréstimo só deve pagar juros sobre os recursos efetivamente utilizados no período.
Caso a operação preveja amortizações parciais, à medida que o saldo devedor vai di-
minuindo, os juros devidos vão diminuindo também.
Solução:
1 – Cálculo da 1a. prestação:
Prazo: 31 dias
Dica!
Antes de começar a negociar com seu banco, consulte o site do Banco Central do Brasil
– https://www.bcb.gov.br/estatisticas/txjuros – para ter um balizamento de como andam
as taxas de juros praticadas pelas diversas instituições financeiras. Você encontrará um
quadro semelhante ao quadro abaixo, onde você deverá clicar sobre a operação que deseja
pesquisar.
Lembrete!
1. O prazo da operação deve ser expresso na mesma unidade de tempo da taxa de juros.
Como a taxa de juros está expressa em anos, o prazo da operação foi expressa em anos
também. Daí dividirmos o prazo (31 dias) por 360.
2. Neste exercício, o valor presente é sempre igual ao saldo devedor.
Entrando com os valores acima na calculadora, temos:
O cálculo das parcelas de uma operação de capital de giro amortizada pela tabela Price é
complexa e necessita da ajuda de um computador. Esta dificuldade advém de fato de os
prazos entre as prestações nem sempre serem idênticos (pois, quando um pagamento cai
em um final de semana ou em um feriado, este pagamento tem que ser transferido para o
primeiro dia útil subseqüente) e os valores das prestações terem que ser idênticos. Neste
sistema, os valores das prestações são idênticos, mas as parcelas referentes aos pagamen-
tos dos juros são decrescentes ao passo que as parcelas referentes às amortizações serem
crescentes, conforme o exemplo abaixo.
Solução:
Data CDI
Prest. Principal Juros Total Saldo
Pagt° (Fator)
09/02 100.000,00
1 09/03 50.000,00 50.000,00
2 11/04 50.000,00
Solução:
1 – Cálculo da primeira prestação
Cálculo dos juros
Fator do dia 09/02 – 1,3826402
Fator do dia 09/03 – 1,3934718
J = [(1,3934718÷ 1,3826402)-1] x R$ 100.000 = R$ 783,40
Cálculo da prestação
R$ 50.000 + R$ 783,40 = R$ 50.783,40
2 – Cálculo da segunda prestação
Cálculo dos juros
Fator do dia 09/03 – 1,3934718
Fator do dia 11/04 – 1,4079583
Data CDI
Prest. Principal Juros Total Saldo
Pagt° (Fator)
09-fev 1,3826402 100.000,00
1 09-mar 1,3934718 50.000,00 783,40 50.783,40 50.000,00
2 11-abr 1,4079583 50.000,00 519,80 50.519,80
Observação:
Repare que no cálculo das prestações no caso dos juros pós-fixados em CDI pelo método
acima não foi necessário calcular o número de dias entre as datas das prestações.
A primeira prestação será cobrada dentro de 183 dias, ou seja, no dia 27 de dezembro 2011,
que cai em uma terça-feira. O valor da prestação, em dólar, é calculado conforme a sequencia
abaixo.
1 - Cálculo da taxa proporcional
(0,40% + 3%) ´183
Taxa Equivalente = = 1,7283% ao semestre
360
2 - Cálculo dos Juros
Juros = US$ 1,000,000 x 1,7283% = US$ 17.283
As operações em moeda estrangeira são feitas com recursos captados no exterior pela institui-
ção financeira no Brasil. Como os juros que as instituições financeiras brasileiras remetem
para as instituições financeiras no exterior são tributados pelo Imposto de Renda, o ônus deste
tributo é repassado para a empresa brasileira tomadora do empréstimo. Na maioria dos casos,
Dia Saldo
1 (120.523,56)
2 (227.540,45)
3 154.957,12
4 42.459,44
5 165.579,52
6 169.579,52
7 164.579,52
Solução:
Juros pré-fixados:
Cálculo da taxa de juros efetiva diária proporcional a 6,00 % a.m.
0,06 ÷ 30 = 0,002 ou 0,2% a.d.
Cálculo dos juros diários
1° dia - R$ 120.523,56 x 0,002 = R$ 241,05
2° dia - R$ 227.540,45 x 0,002 = R$ 455,08
3° dia - zero
Os saldos devedores das contas garantidas também estão sujeitos ao IOF na alíquota de
0,0041% a.d. Além do IOF há, também a incidência do adicional do IOF à alíquota de
0,38%, o qual incide sobre o total do saldo devedor médio acrescido dos juros e do IOF.
No exemplo acima, teríamos que:
IOF –($ 120.523,56 + $ 227.540,45) x 0,0041% = $ 14,27
Adicional do IOF – [($ 120.523,56 + $ 227.540,45) ÷ 30] + $ 241,05 + $ 455,08 + $
14,27) x 0,38% =$ 46,79
Os cálculos acima podem ser conferidos no site da FIESP abaixo:
http://apps.fiesp.com.br/spcred/simulador/conta_garantida_geral_resultado.asp
Quando os juros são pós-fixados em CDI, normalmente as taxas são definidas em função da
taxa diária equivalente ao CDI mais um sobrepreço*. Neste caso a taxa é denominada tal como:
CDI + 0,4% a.m. A taxa efetiva mês é determinada calculando-se a taxa equivalente ao mês
do CDI e somando-a ao spread. A taxa efetiva dia é obtida determinando-se a taxa equivalente
dia do CDI e somando-se o spread dividido por 30.
*
O mercado se refere a este sobrepreço como “spread”.
Agora que aprendemos a calcular os juros de uma conta garantida, estamos em condições de
entender o funcionamento desta modalidade de empréstimo. Na verdade, o que acontece na
prática é que, ao aprovar um limite de conta garantida para um cliente, o banco abre uma conta
garantida que não é diretamente observável pelo cliente. Todas as vezes que o saldo da conta
corrente fica negativo, o banco transfere recursos da conta garantida para a conta corrente e
cobra juros pela utilização destes recursos. À medida que vão ocorrendo depósitos na conta
corrente, estes são transferidos para a conta garantida até que seu saldo devedor zere.
Faltou dinheiro
Conta Conta
Corrente Garantida
Sobrou dinheiro
7.3 As Garantias
Em operações de empréstimo para capital de giro ou mútuo os bancos normalmente pe-
dem o aval dos diretores da empresa, garantias reais (duplicatas) e Notas Promissórias.
Quando se trata de empresas de primeira linha, as garantias reais costumam ser dispensa-
das. Nestes casos os bancos contentam-se com o aval dos diretores e a Nota Promissória.
Quando o contrato prevê o pagamento de juros pós-fixados, é impossível saber exata-
mente qual vai ser o valor de liquidação do contrato. Nestes casos o banco solicita que a
empresa tomadora assine uma Nota Promissória em branco, a qual será preenchida com
os valores do contrato em caso de inadimplência. Algumas empresas estranham este pro-
cedimento e se recusam a cumprir esta exigência. A legislação, no entanto, prevê a
Iniciamos este módulo definindo dois conceitos fundamentais quando se trata de aplica-
ções financeiras: o conceito do que é “risco” e o do que é “retorno”. Em finanças, chama-
mos de retorno os ganhos havidos em decorrência de uma aplicação ou investimento. O
retorno, por sua vez, é composto de duas parcelas.
A primeira delas é representada pela valorização do investimento feito. Quando um in-
vestidor compra um terreno e o revende, mesmo que não o tenha explorado, se o preço
de venda foi superior ao preço de compra acrescido dos gastos havidos (condomínio,
IPTU etc.), ele teve um retorno. A segunda parcela são os rendimentos recebidos no pe-
ríodo em que esteve de posse da aplicação feita. Um dividendo recebido é um retorno, da
mesma forma que os juros de uma aplicação ou o aluguel de um imóvel. Então, se um
investidor aplicou $ 1.000 em ações e depois de certo tempo vende estas ações por $ 1.200
e, se neste período ele recebeu $ 100 de dividendos, seu retorno foi $ 300.
No entanto, não basta medir o retorno por seu valor absoluto. Se você tivesse que escolher
entre duas aplicações igualmente seguras, uma que rendesse $ 1.000 e outra que rendesse
$ 2.000 no mesmo período, qual seria sua opção? Antes de se decidir, você certamente
perguntaria qual seria o investimento inicial num e noutro caso. Vemos então que para
compararmos investimentos que envolvam riscos iguais, temos que comparar o retorno
com o valor investido, em um mesmo período de tempo. Chamamos à relação entre o
retorno e o principal investido de taxa de retorno. A taxa de retorno nada mais é do que
a rentabilidade do investimento e deve estar sempre referida a uma unidade de tempo.
11 x R$ 1.000
R$ 100.000
Média
Figura 7 - A volatilidade
Repare que o investimento claro apresenta uma dispersão em torno da média menor do que a
do investimento escuro. O desvio padrão dá a medida da dispersão dos valores em torno da
média. Aqui não estamos interessados na fórmula de cálculo do desvio padrão. Basta que en-
tendamos o conceito. O mercado se refere ao desvio padrão como volatilidade. Assim, quanto
mais volátil for um investimento, mais arriscado (ou seja, mais imprevisível) ele é. Na figura
acima, o investimento vermelho é menos volátil (e, portanto, mais seguro) que o investimento
azul.
Quando se trata de aplicações financeiras, risco e retorno são indissociáveis. O mercado pre-
cifica o risco e cobra um prêmio de risco que será tanto maior quanto maior for a volatilidade
de um investimento. É por isso que quanto maior for o risco, maior terá que ser o retorno de
uma aplicação. Chamamos de prêmio de risco à diferença entre a taxa de retorno exigida pelo
mercado sobre um determinado investimento e taxa de retorno obtida por uma aplicação livre
de risco.
*
Este exemplo é meramente elucidativo já que o comportamento de um investimento ao longo de um
mês é insuficiente para tirar qualquer conclusão a respeito de suas características.
Dias
Figura 8- Cenário 1
Considere agora o cenário 2 abaixo. Vemos que as duas aplicações possuem a mesma
volatilidade, mas a taxa de retorno média da aplicação escura é superior à da aplicação
clara. Neste cenário, 100% dos investidores com expectativas racionais dariam preferên-
cia à aplicação escura, pois ela equivale à aplicação clara no que diz respeito ao risco,
mas a domina no retorno.
Rentabilidade
Dia
Figura 9 - Cenário 2
No cenário 3 da figura 14, a taxa de retorno média dos dois investimentos é igual mas o
investimento claro é menos volátil e, portanto, menos arriscado. Este é um caso em que
os dois investimentos se equivalem quanto ao retorno, mas o investimento escuro é
4
Neste contexto, um agente possui expectativas racionais quando seu principal objetivo é maximizar sua
capacidade de consumo.
5
Nestes exemplos não estamos considerando a possibilidade de fatos extraordinários que alterem radi-
calmente as expectativas do mercado em relação aos dois investimentos.
Rentabilidade
Dia
Figura 10 - Cenário 3
Até aqui tem havido unanimidade entre os investidores quando se trata de optar entre as
duas aplicações. A situação se complica no cenário 4. Agora a aplicação escura domina a
clara quanto ao retorno, mas é dominada por ela quanto ao risco. Qual a opção dos inves-
tidores considerando que podem aplicar todos os seus recursos tanto no investimento
claro quanto no escuro ou podem, ainda, aplicar em ambos na proporção que preferirem?
Neste caso a preferência de cada investidor vai depender do seu grau de aversão ao risco.
Quanto mais avesso ao risco for o investidor (ou seja, quanto mais conservador) maior
será a proporção de recursos que destinará ao investimento claro. Quanto menos avesso
ao risco ele for, maior a proporção de recursos que investirá na aplicação escura.
Rentabilidade
Dia
Figura 11 - Cenário 4
6
Alguns autores referem-se a este tipo de investidor como “amantes do risco”.
Existem, ainda, dois outros tipos de operações que, por suas características, não se enqua-
dram em nenhuma das duas classificações acima: os equivalentes à caixa* (também cha-
mado de caixa remunerado) e os derivativos. As cadernetas de poupança e os fundos de
investimento, por permitirem a qualquer momento aplicações adicionais de recursos e
resgates totais ou parciais de seus saldos, funcionam como uma conta corrente remune-
rada. Por isso são chamados de equivalentes à caixa. Os derivativos são operações cujo
valor deriva (daí o seu nome) do comportamento de um ativo subjacente. Os derivativos
não são ativos; são contratos. Além disto, por serem extremamente sofisticadas, fogem
completamente do escopo deste curso.
Como este módulo trata de aplicações de excessos de caixa para os efeitos do planeja-
mento financeiro de curto prazo, e como as instituições não financeiras em geral não apli-
cam seus excessos de caixa de curto prazo em títulos de renda variável, somente tratare-
mos aqui dos papéis de renda fixa e das aplicações equivalentes à caixa.
*
Esta expressão deriva de “Cash equivalent” em inglês.
Existem, ainda, um caso particular das taxas de juros pós-fixadas que são as taxas de juros
flutuantes, nas quais tanto o indexador quanto a taxa de juros real variam ao longo do contrato.
É o caso, por exemplo, das aplicações indexadas ao CDI.
As taxas do CDI, que representam a média ponderada das taxas de juros das operações inter-
bancárias havidas ao longo de um dia, são publicadas diariamente no site da CETIP e expres-
sas em termos de juros anuais.
A medida que o Banco Central vai estabelecendo novas metas para a taxa Selic e que as pro-
jeções da taxa de inflação anual vão se alterando, tanto o taxa de juros real quanto a parcela
referente à inflação no período variam.
Existem papéis que pagam um rendimento periódico e outros, não. Os rendimentos periódicos
pagos por um título de renda fixa são chamados cupom. Por esta razão, os papéis que não
pagam rendimentos periódicos são chamados genericamente de títulos zero cupom.
R$ 30 R$ 30 R$ 30
R$ 1.000
No caso dos títulos zero cupon é comum conhecer o valor do título na data de seu resgate. Este
valor é denominado valor de face. O valor a ser aplicado é denominado preço unitário do
título, ou simplesmente PU, como é conhecido no mercado. Nestes casos, o valor a ser pago
pelo título vai depender da remuneração desejada pelo investidor.
R$ 1.000
162 d.u.
PU = ?
Para encontrar o valor presente deste papel que nos conduza a uma taxa de retorno de 16%
a.a. temos que dividir o valor de face pelo fator de capitalização (1,16)162 / 252.
Temos então que:
VF = 1.000
PF PJ PF PJ PF PJ Bancos
de de de de de de
pequeno pequeno médio médio grande grande
porte porte porte porte porte porte
Isto explica porque quando um banco toma recursos emprestados de outra instituição finan-
ceira, o faz por prazos curtíssimos. Por ser o recurso mais caro de que dispõe para financiar
sua escassez de caixa, o banco procura substituí-lo o mais rapidamente possível por recursos
mais baratos. Explica também porque as pequenas e médias empresas quase nunca conseguem
aplicar acima ou captar abaixo da taxa do CDI.
Uma dúvida que pode estar lhe ocorrendo é: se o dinheiro captado de uma grande empresa é
mais caro do que o captado de uma empresa de porte médio, por que na hora de emprestar os
7
A sigla d.u. é a abreviação de “dias úteis”.
Acontece que não somos os únicos a querer travar as taxas de juros no seu ponto mais alto.
Quando um aplicador investe seus excessos de caixa ou quando um banco empresta para um
cliente, eles precificam as expectativas quanto à evolução das taxas de juros e cobram uma
taxa pré-fixada que seja equivalente ao que acreditam que será a taxa pós-fixada no período.
Esta expectativa do mercado quando à evolução das taxas do CDI é evidenciada nas operações
de swaps de taxas pré-fixadas por CDI e são publicadas diariamente em sites especializados
(um site onde estas taxas podem ser encontradas é o http://br.invertia.com). No dia 14 de se-
tembro de 2012, por exemplo, estas taxas eram as seguintes:
Swap Pré x DI 30 dias 7,34 % a.a.
Swap Pré x DI 60 dias 7,28 % a.a.
Swap Pré x DI 90 dias 7,29 % a.a.
Swap Pré x DI 150 dias 7,26 % a.a.
Mercado
6,90 %
Banco
6,50 %
É importante notar que, mesmo no caso em que a expectativa do mercado seja que a taxa pós-
fixada oferecida pelo banco seja superior às oferecidas para uma aplicação a taxas pré-fixadas,
esta previsão não é isenta de riscos. Isto porque nada garante que as previsões do mercado
realizar-se-ão. Pode acontecer de as taxas de juros caírem abaixo da previsão do mercado e
acabarem abaixo da taxa pré-fixada oferecida pelo banco. Nestes casos o investidor que hou-
vesse optado por uma aplicação a uma taxa pós-fixada sairia perdendo. Vejamos como isto
acontece na prática.
Exemplo 7.9: Optando por uma taxa pré ou pós 2
No dia 1º junho um investidor que possuía recursos para aplicar por 180 dias. Consultado, o
seu banco lhe ofereceu um título com vencimento em 28 de novembro do mesmo ano e R$
Vemos que, neste caso, o investidor acabou tendo uma perda. Por que isto aconteceu? Isso
aconteceu porque, quando as taxas de juros aumentam, quem aplicou a taxas pré-fixadas “tra-
vou” estas taxas de juros no seu ponto mais baixo, conforme podemos observar na figura
abaixo.
Taxas de Juros
Mercado
Banco
15,02 %
14,78 %
1000,00
990,00
980,00
970,00
960,00
950,00
Curva do P apel
940,00 Curva do M ercado
930,00
R$ 1.125,51
4 semestres
R$ 1.000,00
R$ 1.030
R$ 30 R$ 30 R$ 30
Ou seja, a duração do título 2 é 3,8286 semestres, ou 689,15 dias (= 180 x 3,8186), ou 1,91
anos (= 3,8286 ÷ 2).
Já a duração do título 1 seria:
I II III IV V
Prazo Fluxo de VP VP dividido pelo Coluna IV vezes
em semestres Caixa Taxa: 3% a.s. preço do título Coluna I
4 1.125,51 1.000,00 1,0000 4,0000
Soma 1.000,00 1,0000 4,0000
O resultado acima não surpreende, já que o prazo médio de um título zero cupom se confunde
com o seu prazo de vencimento.
Do exposto acima, depreende-se que:
§ Quanto maior for a duração de um título, maior será sua sensibilidade às variações da
taxa de juros;
§ A duração de um título zero cupom é igual ao seu prazo de vencimento. Uma Conse-
quência desta regra é que, quanto maior for o prazo de vencimento de um título zero
cupom, maior sua duração e, portanto, maior será sua sensibilidade às variações da
taxa de juros;
§ Mantendo-se o prazo de vencimento constante, quanto maior for o valor do cupom,
menor será a duração do título, e vice-versa;
§ Se nada mais variar, a duração de um título que paga cupom diminui à medida que a
taxa de desconto aumenta.
Mas afinal, devemos dar preferência a títulos que possuam duração alta ou baixa? E a resposta
é: depende do grau de aversão ao risco do investidor. Um investidor conservador dará prefe-
rência aos títulos de baixa duração. Já quem gosta de emoções fortes provavelmente escolherá
títulos de longa duração.
Exatamente porque quanto maior for o prazo de vencimento de um título de renda fixa pré-
fixado mais volátil e, portanto, mais arriscado é este título, é que, mesmo quando a percepção
do mercado é que as taxas de juros estão em queda, a partir de certo prazo, as taxas do swap
pré x DI começam a subir. Veja que as taxas de swap apresentadas na seção 3.2 baixam até o
prazo de 180 dias e sobem quando o prazo passa para 360 dias.
16,5000
16,0000
15,5000
15,0000
14,5000
1 91 181 271 361 451 541 631 721
Figura 18 – Evolução das taxas de título pré-fixados em função de seu prazo de vencimento
n O IOF
O IOF incide sobre os ganhos financeiros havidos em aplicações em títulos de renda fixa e sua
alíquota é decrescente em função do prazo da aplicação. Assim, aplicações de um dia pagam
96% de IOF sobre o ganho financeiro bruto auferido. A partir do trigésimo dia de aplicação,
os rendimentos financeiros ficam isentos do IOF. Veja abaixo a tabela de incidência do IOF.
A coluna “No. de dias” refere-se ao prazo da aplicação, assim compreendido como sendo nú-
mero de dias decorridos entre a data da aplicação e a data de seu resgate.
No de No de No de No de
Alíquota Alíquota Alíquota Alíquota
dias dias dias dias
1 96% 9 70% 17 43% 25 16%
2 93% 10 66% 18 40% 26 13%
3 90% 11 63% 19 36% 27 10%
4 86% 12 60% 20 33% 28 6%
5 83% 13 56% 21 30% 29 3%
6 80% 14 53% 22 26% 30 0%
7 76% 15 50% 23 23%
8 73% 16 46% 24 20%
n O Imposto de Renda
Com o objetivo de estimular investimentos de longo prazo, entrou em vigor, no primeiro dia
de janeiro de 2005, uma nova regra que altera a cobrança do Imposto de Renda retido na Fonte
sobre aplicações financeiras.
Segundo a Lei 11.033 de 21/12/04 foi adotado um critério de tributação decrescente. Neste
caso, a alíquota do IR sobre os rendimentos produzidos diminui à medida que os recursos
fiquem mais tempo aplicados.
Além desses prazos, o investidor deve obter informações sobre os prazos dos papéis da carteira
do fundo de investimento em que está aplicado ou interessado em aplicar, a fim de identificar
se a sua composição é de curto ou de longo prazo.
A alíquota do imposto sobre o ganho líquido em renda variável passou de 20% para 15%.
Também foi criada a alíquota de 0,005% incidente sobre o valor de alienação (venda) que será
retida na fonte.
Fundos de Investimento
1 – Base de Cálculo:
– Diferença positiva entre o valor de resgate e valor da aquisição da cota.
– Aplicação de alíquotas decrescentes em função do prazo de manutenção do investi-
mento, conforme tabela abaixo:
4 – Retenção do imposto:
Do administrador do fundo.
5 – Compensação de Prejuízos:
Eventuais perdas decorrentes de resgates efetuados a partir de 01/01/05 poderão ser compen-
sadas com rendimentos auferidos em resgates ou incidências posteriores no mesmo fundo ou
em outro administrado pelo mesmo administrador, desde que sujeito à mesma classificação
para fins de tributação, neste caso ”fundo de investimento de longo prazo”.
1 – Base de Cálculo:
– Diferença positiva entre o valor de resgate e valor da aquisição da cota.
– Aplicação de alíquotas decrescentes em função do prazo de manutenção do investi-
mento, conforme tabela abaixo:
4 - Retenção do imposto:
Do administrador do fundo.
105.000
101.500
100.000
Resposta:
No dia 31/05
R$ 1.500,00 x 20% = R$ 300,00
No dia 26/09
(R$ 1.500,00 x 2,5%) + (R$ 3.500,00 x 22,50%) = R$ 825,00
A esta altura você deve estar se perguntando: mas, afinal, qual a vantagem de se aplicar nos
fundos de curto prazo? E a resposta é: como os papéis que compõem as carteiras dos fundos
de curto prazo têm um prazo médio inferior aos que compões as carteiras dos fundos de longo
prazo, estes fundos possuem durações diferentes e, portanto, diferentes sensibilidades às vari-
ações das taxas de juros. Sendo assim, os agentes agressivos talvez se sintam mais propensos
a aplicarem em fundos de longo prazo. Já os agentes mais conservadores provavelmente se
sentirão mais atraídos pelos fundos de curto prazo, que são menos voláteis.
1 - Base de Cálculo:
– Diferença entre o valor de alienação e o valor da aplicação.
– Aplicação de alíquotas decrescentes em função do prazo de manutenção do investi-
mento, conforme tabela abaixo:
2 - Retenção do imposto:
Do administrador do fundo.
3 – Compensação de Prejuízos:
Não se aplica.
É importante notar que este imposto retido na fonte é compensável no imposto de renda a
pagar na declaração das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, cujas alíquotas
para instituições não financeiras são:
– Imposto de Renda 15% sobre o lucro tributável;
– Adicional do Imposto de Renda 10% do lucro tributável que exceder a R$
240.000 no ano, ou R$ 20.000 por mês;
– Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 9% sobre o lucro líquido.
æ 772,723262 ö
GB = 100.000 x ç - 1÷ = 479,27
è 769,037527 ø
æ 775,420697 ö
GB = 100.000 x ç - 1÷ = 830 ,02
è 769,037527 ø
Cálculo da carga tributária:
IOF = 830,02 x 20% = 166,00
IR/CSLL = (830,02 – 166,00) x 34% = 225,77
Líquido a receber
830,02- 166,00–225,77 = 438,25
8
Em abril de 2009, este valor era R$ 60.000,00.
Solução:
1 – Cálculo dos juros
Fator 95% em 07/01: 1,119225
Fator 95% em 27/02: 1,137367
Juros = Valor Aplicado x (fator em 27/02 ÷ fator em 07/01)
= $ 100.000 x [(1,137367÷ 1,119225) - 1] = $ 1.620,94
2 – Cálculo dos tributos
Como o prazo da aplicação foi superior a 30 dias, não há a incidência do IOF. Neste caso o
Imposto de Renda na fonte é:
$ 1.620,94 x 22,5% = $ 364,71
Valor resgatado
Valor resgatado = Valor investido – Imposto de Renda retido na fonte
n As Operações Compromissadas
b) O banco tem condições de emitir o CDI e o CDB comentados em “a)”, mas percebe
que se fizer uma operação compromissada com um título mais seguro do que o de sua
própria emissão (um título público por exemplo), conseguiria recursos a custos mais bai-
xos (a taxa de juros seria menor para ele porque apresentou uma garantia boa);
c) O banco tem um título que paga uma taxa de juros mais alta e não quer “vender” o
título, mas sim alugá-lo por uma fração dos juros que ele está pagando; e
d) O banco quer conseguir recursos, mas não quer contribuir para o fundo garantidor de
créditos. Este fundo garantidor de créditos é aquele que protege os depositantes até o valor
de R$ 70.000,00 por CPF.
Sobre este último ponto, é preciso lembrar-se que as operações compromissadas não são
garantidas pelo fundo garantidor de créditos e, se você não confiar muito na solidez do
banco, não deveria trocar um CDB de até R$ 70.000,00 por uma operação compromis-
sada.
A DPGE um depósito a prazo garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito até o limite de
R$ 20.000.000,00 por instituição financeira. Isto permite que o investidor obtenha
n Os Títulos Públicos
Vimos que um dos instrumentos de que dispõe o Banco Central para controlar o volume
de moeda em circulação (e, consequentemente, os preços) é a emissão de títulos públicos.
Chamamos de títulos públicos aos papéis emitidos pelo governo e que rendem juros para
seus compradores. Antigamente estes papéis eram emitidos pelo Banco Central e pelo
Tesouro Nacional. Atualmente, somente o Tesouro Nacional emite títulos públicos. No
entanto, quem vende os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional é o Banco Cen-
tral.
Quando o Banco Central quer vender títulos públicos faz um leilão destes papéis. So-
mente as instituições financeiras autorizadas podem participar destes leilões. São várias
as razões pelas quais os bancos compram os títulos do Governo. Entre elas poderíamos
citar:
¨ São papéis seguros que possuem uma boa rentabilidade. São, por conseguinte, boas
aplicações para os excessos de caixa dos bancos;
Vê-se pelo quadro acima que os títulos podem ser pré-fixados ou pós fixados. Os títulos
pré-fixados sempre possuem um valor de face de R$1.000,00. Os títulos pré-fixados são
as LTN e as NTN-série F. Já os títulos pós-fixados têm o seu valor corrigido por um
indexador. Os títulos pós-fixados põem ser a LFT e as NTN – séries B, C, D e H, com ou
sem cupom.
Como vimos anteriormente, os títulos pré-fixados possuem um risco de retorno caso se-
jam resgatados antes de seu vencimento. Nesses casos, quanto maior for o prazo do título,
maior será sua volatilidade e, portanto, seu risco de retorno. Já os títulos pós-fixados pro-
tegem o investidor dos riscos inerentes à inflação (caso o indexador seja o IPCA) ou às
taxas de juros (caso o indexador seja a SELIC).
R$ 1.000
1 ano
R$ 854,70
éæ VF ö ù éæ 1.000 ö ù
i = êç ÷ - 1ú = êç ÷ - 1ú = 0,17 a.a ou 17% a.a.
ëè VP ø û ëè 854,70 ø û
R$ 1.200
1 ano
IDEMP // Gestão de Tesouraria e Planejamento Financeiro 77
R$ 1.000
M = P x(1+ i) x n = R$ 1.000 x 1,20 x 1ano = R$ 1.200
n Cadernetas de Poupança
As cadernetas de poupança de pessoas jurídicas com fins lucrativos diferem das caderne-
tas de poupança das pessoas físicas ou das pessoas jurídicas sem fins lucrativos pelo fato
de sua remuneração ser trimestral e não mensal. Estas aplicações estão isentas de qualquer
tipo de imposto para as pessoas jurídicas não tributadas com base no lucro real9.
A base de cálculo do rendimento é o menor saldo diário apresentado em cada período.
Sua taxa de retorno é a TR na data de aniversário mais 0,5% a.m.
9
Empresas tributadas com base no lucro real são empresas obrigadas a apresentar um balanço no final
do ano. Nestes casos o lucro é calculado com base nas receitas e nas despesas havidas no período. A
maioria das pequenas empresas podem optar por serem tributadas com base no chamado lucro presu-
mido. Nestes casos, os impostos são calculados como uma porcentagem do faturamento.
Devido a seu baixo rendimento, a caderneta de poupança tem sido muito pouco utilizada
como opção para os excessos de caixa de empresas privadas com fins lucrativos.
n Principais Conceitos
Os principais conceitos envolvendo os fundos de investimento são:
t Cota – é a fração ideal do patrimônio líquido de um fundo. Seu valor em Reais varia à
medida que o patrimônio do fundo também varia;
t Patrimônio Líquido – é o valor de mercado dos ativos que compõem a carteira do
fundo, já descontadas as despesas inerentes à sua administração e as taxas de admi-
nistração e “performance”;
t Provisão – é o reconhecimento de despesas que ainda não tenham sido pagas, mas
que já tenham sido abatidas do valor do patrimônio liquido do fundo. Exemplo: pro-
visão de imposto de renda;
t Data de Cotização – é a data em que os recursos são convertidos em cotas, no caso de
uma aplicação, ou as cotas são convertidas em reais, em caso de resgate. Quando os
recursos são convertidos em cotas no mesmo dia da aplicação e as cotas são converti-
das em caixa no mesmo dia do resgate, dizemos que a data de cotização é D+0. Quando
este prazo é de dois dias, dizemos que a data de cotização é D+2, e assim por diante.
t Taxa de Administração – é a taxa cobrada pela instituição financeira para administrar
o fundo. Esta taxa, que varia de fundo para fundo e de instituição para instituição além
É importante, para efeitos tributários, compreender este sistema de resgate. No nosso exemplo,
as 10.000 primeiras cotas resgatadas estão isentas do IOF já que foram aplicadas há mais de
30 dias. As 1.000 cotas restantes, não. O imposto de renda incidirá, na alíquota de 20%, sobre
a diferença a maior entre o valor das 10.000 primeiras cotas na data da aplicação e seu valor
na data do resgate. Este mesmo imposto incidirá, na alíquota de 20%, sobre a diferença a
maior entre o valor das demais 1.000 cotas na data da aplicação e seu valor na data do resgate,
líquidos do IOF.
Atualmente os fundos podem ser classificados em dois grandes grupos: os FIF’s – Fundos de
Investimento Financeiro e os Fundos de Investimento em outros Fundos, também conhecidos
por FAC. A diferença entre estes dois fundos é que os FIF’s aplicam diretamente em ativos de
renda fixa e/ou de renda variável e/ou em derivativos. Já os FAC’s são fundos que aplicam
seus recursos em cotas dos FIF’s.
Na prática, isto significa que é mais fácil saber em que ativos os FIF’s estão investindo do que
os FAC’s já que os administradores dos fundos disponibilizam esta informação.
No caso dos FAC’s seria necessário conhecer as carteiras dos diversos FIF’s cujas cotas
compõem sua carteira. Já os FAC’s possuem a vantagem de serem muito flexíveis na
distribuição de seus recursos entre FIF’s conservadores, moderados e agressivos diversi-
ficando os seus riscos e montando carteiras que sejam adequadas ao grau de aversão ao
risco de seus investidores. Além disto, nem sempre os bancos aceitam que seus clientes
apliquem diretamente nos FIF’s.
Os FIF’s são fundos administrados por instituições financeiras autorizadas pelo Banco
Central. Seus recursos são aplicados em títulos de renda fixa ou variável tais como
CDB’s, títulos públicos, ações de empresas de capital aberto, ouro e derivativos.
Os FIF’s se dividem em:
t Fundos DI – são fundos que possuem um risco mínimo. Possuem um mínimo de 95%
de seus ativos investidos em papeis indexados ao CDI e podem ser alavancados.
t Fundos Cambiais – são fundos cujos ativos estão investidos em títulos da dívida pú-
blica ou privada, indexados ao dólar e/ou derivativos cambiais.
t Fundos de Renda Fixa Pré ou Pós-fixados – são fundos cujas carteiras são compostas
por títulos da dívida pública ou privada, com taxas pré-fixadas ou pós-fixadas. Quando
a taxa de juros sobe, os títulos pós-fixados protegem o investidor já que o valor de seu
investimento sobe na mesma proporção. Quando os juros caem, os títulos pré-fixados
travam a taxa de retorno em seu ponto mais alto.
t Os Fundos de Renda Variável – são fundos que possuem ampla flexibilidade em sua
política de investimento e os investidores devem estar atentos ao regulamento de cada
fundo, pois nele estão descritas as estratégias e políticas de investimento. É fundamen-
tal que o investidor conheça os riscos do fundo em que pretende investir, para que se
certifique de estar tomando a decisão de investimento mais adequada a seu perfil.
*
Operações compromissadas, ou seja, títulos públicos que foram comprados com a garantia do vendedor
de recompra-los em uma data futura.
Os FAC’s são fundos cujas aplicações são compostas exclusivamente por cotas dos FIF’s
com prazos de atualização iguais ou inferiores aos do FIF do qual possui cotas. O FAC
não pode aplicar mais do que 25% de seu patrimônio em um mesmo fundo, exceto quando
este fundo for administrado por uma instituição do mesmo grupo financeiro do FAC.
7.2.8 Diversificação
Quando as quantias a aplicar são vultosas, é recomendável diversificar as instituições nas
quais se pretende investir este excesso de caixa de forma a diluir o risco de calote. Existem
empresas de classificação de risco de crédito que classificam as instituições financeiras
de acordo com o risco que representam para os investidores. Cada uma destas empresas
de classificação de risco usa um código diferente para classificar as instituições financei-
ras. A classificação que apresentamos a seguir é apenas um exemplo.
Nota Conceito
Instituições com fortes bases patrimoniais, excelente política de crédito e histórico
de resultados acima da média das instituições financeiras. Sua capacidade de gera-
AAA ção de caixa é diferenciada e não é seriamente atingida por mudanças nas condições
econômicas e regulatórias possíveis de serem previstas. Altíssima segurança de
honrar compromissos financeiros regulares.
Instituições com saudável política de crédito e sem problemas significativos. Estas
instituições são mais vulneráveis a mudanças nas condições econômicas e regula-
AA
tórias do que as classificadas como AAA. Alta segurança de honrar compromissos
financeiros regulares.
Estas empresas de classificação de risco também fazem sugestões de limites operacionais nas
quais recomendam os percentuais da carteira de renda fixa do aplicador, por classes de insti-
tuições financeiras agrupadas por tamanho e por notas que lhes são atribuídas de acordo com
seus fundamentos financeiros. Estes percentuais também são limitados a 10% do Patrimônio
Líquido de cada banco, o que for menor.
86
7.2.9 Conclusões
Ao final deste módulo, você deve estar se perguntando: mas afinal, qual a melhor aplica-
ção? Será que existe uma regra que seja comum a todos os investidores na hora de aplicar
seus excessos de caixa? A resposta a esta pergunta é: não! A começar pelo fato de que
empresas que sejam percebidas pelas instituições financeiras como representando riscos
diferentes terão acesso a taxas diferentes na hora de fazer suas aplicações. Por outro lado,
empresas com diferentes graus de aversão ao risco também farão escolhas diferentes na
hora de compor sua carteira de aplicações.
No entanto existem diretrizes que devem ser seguidas. Algumas recomendações que po-
dem ser interessantes são:
¨ Defina as necessidades de caixa da empresa no curto, médio e longo prazo.
¨ Uma alternativa que talvez seja interessante para empresas que possuam excessos de
caixa para aplicar em prazos mais curtos é adiantar o pagamento de fornecedores
mediante um desconto sobre o valor da dívida. Estas aplicações não estão sujeitas ao
pagamento do IOF.
¨ Antes de aplicar em um título de renda fixa, avalie as perspectivas da economia para
julgar se deve aplicar em um papel pré-fixado ou pós-fixado.
¨ Consulte o seu banco para ver o que é mais vantajoso, se aplicar em um CDB ou em
um fundo de investimento.
¨ Se sua aplicação for de longo prazo, verifique o que é mais vantajoso, se um CDB
ou um título público.
¨ Certifique-se de que sua aplicação não está descasada do passivo da empresa.
¨ Antes de aplicar em um fundo, leia com atenção seu prospecto. Existem alguns fun-
dos agressivos que, caso seu patrimônio líquido fique negativo, podem solicitar aos
cotistas uma cobertura em dinheiro. Isto significa que, nestes casos, o cotista, além
de perder o que aplicou, ainda tem que desembolsar uma quantia adicional para cobrir
o prejuízo do fundo.
¨ Certifique-se de que a política de aplicação do fundo está alinhada com o perfil de
risco da pessoa que, na empresa, tem a palavra final sobre a composição da carteira.
¨ Analise o desempenho do fundo nos últimos meses e avalie os seus custos de transa-
ção.
¨ Diversifique suas aplicações. Não ponha todos os ovos em um mesmo cesto.
¨ Compare taxas e negocie sempre.
¨ Lembre-se, principalmente, que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade
futura!